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DESCOBERTA DA DOENÇA

➔ Streptococcus agalactiae , também conhecido como Streptococcus


do grupo B (GBS), foi diferenciado pela primeira vez de outros
estreptococos por Rebecca Lancefield na década de 1930, após ter
sido isolado de leite e vacas com mastite bovina (RAABE; SHANE, 2019)
➔ ancefield descreveu a colonização por GBS do trato vaginal de
mulheres assintomáticas, mas a patogenicidade humana não foi
descrita até 1938, quando foram publicados três relatos de infecção
pós-parto fatal (RAABE; SHANE, 2019)
➔ S. agalactiae tem sido historicamente dividido em nove sorotipos
(Ia, Ib, II, III, IV, V, VI, VII, VIII) com base no polissacarídeo
capsular ( 8 ). Um décimo sorotipo (IX) foi descrito em 2007(RAABE;
SHANE, 2019)
➔ S. agalactiae , Estreptococo do Grupo B (GBS), é uma das principais
causas de morbidade e mortalidade em neonatos e infecções graves
em mulheres grávidas e em adultos não grávidas, especialmente entre
pacientes com condições médicas subjacentes, como Diabetes
Mellitus ou imunossupressão ( Bobadilla, FJ, Novosak, MG, Cortese, 2021)
➔ S. agalactiae faz parte da microbiota intestinal humana, a partir da
qual coloniza o trato genital, o que permite a transmissão ao
recém-nascido. ( RIBEIRO; TOMICH; COSTA; OLIVEIRA; ESU, 2021)
➔ Streptococcus agalactiae ou estreptococo do grupo B de Lancefield
(EGB) apresenta morfologia de cocos em cadeia e reação tintorial
gram-positiva ( RIBEIRO; TOMICH; COSTA; OLIVEIRA; ESU, 2021)
➔ O Streptococcus agalactiae, também denominado Estreptococos
do Grupo B (EGB), pertence à família Streptococcaceae e ao
gênero Streptococcus, o qual compartilha diversas características
morfológicas com as espécies do gênero. O S. agalactiae é um
coco Gram-positivo que se organiza em pares ou em cadeias,
β-hemolítico, anaeróbio facultativo e catalase negativo (SIX et al.,
2016; RAABE & SHANE et al., 2019).
➔ Na década de 1970, o S. agalactiae foi reconhecido como agente
etiológico da mastite bovina (SCHUCHAT et al., 1999; FARLEY et
al., 2001), sendo denominado “Streptococcus da mastite”.
➔ Posteriormente, o S. agalactiae foi reconhecido como microbiota
anfibiôntica dos tratos bucal, gastrointestinal e geniturinário
humano, podendo ser também responsável por quadros clínicos
leves (infecção vaginal e urinária) e infecções graves como celulite
e fascite em neonatos e adultos imunocomprometidos. Vários
fatores estão associados a um maior risco de colonização pelo S.
agalactiae incluindo etnia, comorbidades, múltiplos parceiros
sexuais entre outros (MORINIS et al., 2011; LEE et al., 2015;
PIMENTEL et al., 2016).

SINTOMAS
➔ A bacteremia por S. agalactiae pode causar semeadura das válvulas
cardíacas e endocardite. As vegetações na endocardite por GBS
podem tornar-se extremamente grandes, com alto risco de
embolização(RAABE; SHANE, 2019)
➔ As infecções da pele e dos tecidos moles atribuídas à SGB podem se
manifestar como celulite, abscessos, infecção nos pés ou úlceras de
decúbito ( 24 , 25 ). O diabetes mellitus é uma condição subjacente
comum em pacientes com infecções de pele e tecidos moles por
GBS ( 13 ). Fasceíte necrosante e piomiosite atribuídas à SGB foram
ocasionalmente descritas (RAABE; SHANE, 2019)
➔ A osteomielite aguda e crônica atribuída à SGB foi relatada em
neonatos, crianças e adultos (RAABE; SHANE, 2019)
➔ A meningite é uma manifestação grave da doença invasiva por SGB.
É incomum em adultos, mas é uma manifestação comum de infecção
por SGB de início tardio em neonatos (RAABE; SHANE, 2019)
➔ Outra manifestação da doença GBS inclui infecções do trato
urinário. As infecções do trato urinário podem estar associadas a
uma variedade de sorotipos de GBS ( 39 ). Nos homens, a SGB pode
estar associada à prostatite (RAABE; SHANE, 2019)
➔ A EOD é atribuída à transmissão vertical da SGB pela mãe devido à
infecção ascendente do trato genital ou à infecção obtida durante a
passagem pelo canal vaginal no parto; o início dos sintomas pode ser
sutil e ser notado dentro de 24 horas após o nascimento (RAABE;
SHANE, 2019)
➔ A administração materna de antibióticos para prevenir a doença
neonatal por GBS começou em 1973 ( 145 ). A profilaxia antibiótica
intraparto reduz a DOE entre bebês nascidos de mulheres
colonizadas por EGB em 86 a 89% (RAABE; SHANE, 2019)
➔ S. agalactiae produz infecções graves, como septicemia, pneumonia e
meningite [ 5 ]. Além disso, é uma importante causa de infecção em
gestantes e puérperas, produzindo corioamnionite, endometrite
pós-parto, infecção de ferida cirúrgica pós-cesariana e infecção do
trato urinário [ 6 , 7 ]. ( Bobadilla, FJ, Novosak, MG, Cortese, 2021)
➔ Quando transferido no momento do parto para o neonato, pode causar
sepses e meningites, aumentando os riscos de mortalidade. ( RIBEIRO;
TOMICH; COSTA; OLIVEIRA; ESU, 2021)
➔ As complicações que se manifestam durante a gravidez, parto e
puerpério podem ser prevenidas através da assistência pré-natal,
sendo possível identificar situações de risco para mãe e feto. ( RIBEIRO;
TOMICH; COSTA; OLIVEIRA; ESU, 2021).

DADOS
➔ Em estudo realizado em Alberta, Canadá, sobre sorotipos associados
à doença invasiva por SGB, de 2003 a 2013, demonstrou que o
sorotipo mais frequente foi III (20%), seguido de perto pelos
sorotipos V (19%), Ia (19%), Ib (13%). %) e II (11%) (RAABE; SHANE,
2019)
➔ A mortalidade por endocardite por SGB pode ser bastante elevada,
apesar das intervenções médicas e cirúrgicas, com mortalidade de
41% em uma série de casos de 27 pacientes de 1984 a 2004 (RAABE;
SHANE, 2019)
➔ Os bebês que sobrevivem à fase aguda da infecção por meningite por
GBS podem apresentar sequelas cognitivas ou neurológicas
significativas; 32 a 44% dos bebês que sobreviveram à meningite
por GBS apresentam comprometimento do desenvolvimento
neurológico, com comprometimento grave ocorrendo em até 19%
dos bebês sobreviventes (RAABE; SHANE, 2019)
➔ As taxas de colonização retovaginal assintomática entre mulheres
grávidas variam amplamente em todo o mundo ( Fig. 1 ), embora a
maioria das estimativas fique entre 5 e 30% ( 46-97 ) . Uma revisão
recente estimou que 18% das mulheres grávidas em todo o mundo
são colonizadas por GBS e 98% dos isolados eram dos sorotipos I a
V, embora houvesse variabilidade regional na distribuição dos
sorotipos (RAABE; SHANE, 2019)
➔ Em todo o mundo, a incidência combinada de LOD é de 0,26 casos
por 1.000 nascidos vivos (RAABE; SHANE, 2019)
➔ A doença invasiva neonatal por SGB resulta globalmente em taxas
de letalidade que variam de 1 a 8,4% em bebês nascidos a termo a 5
a 20% em bebês prematuros (RAABE; SHANE, 2019)
➔ Desde a instituição da profilaxia antibiótica intraparto nos Estados
Unidos, a incidência da doença invasiva de início precoce por SGB
diminuiu de 1,7 casos/1.000 nascidos vivos em 1993 para 0,76 a
0,77 casos/1.000 nascidos vivos em 2005 a 2008 e uma estimativa
de 0,21 casos /1.000 nascidos vivos em 2015(RAABE; SHANE, 2019)
➔ Entre janeiro de 2004 e dezembro de 2014, 3.480 amostras de
esfregaços vagino-retais foram coletadas de mulheres com 35 a 37
semanas de idade gestacional, com uma média de 316 amostras por
ano. ( Bobadilla, FJ, Novosak, MG, Cortese, 2021)
➔ No entanto, uma pesquisa realizada com 100 gestantes, com o intuito
de detectar a colonização por EGB, demonstrou positividade de 14%. (
RIBEIRO; TOMICH; COSTA; OLIVEIRA; ESU, 2021)
➔ Outro estudo realizado no estado do Rio de Janeiro revelou que dentre
as 3.647 gestantes participantes entre a 35ª e a 37ª semana
gestacional, 26,2% estavam colonizadas por essa bactéria. ( RIBEIRO;
TOMICH; COSTA; OLIVEIRA; ESU, 2021)
➔ Atualmente as bactérias são uma grande preocupação para a
população mundial, sendo a Streptococcus Agalactiae uma
das bactérias mais importantes do grupo B de Lancefield,
e continua sendo a infecção bacteriana neonatal mais comum
confirmada por cultura nos Estados Unidos e é uma fonte
significativa de morbidade neonatal em todo o mundo
➔ Dentre as comorbidades verificadas com maior frequência nas
gestantes estudadas a hipertensão gestacional (24%), diabetes
miellitus gestacional (17%) e infecções urinárias (17%) foram as
que apresentaram maior taxa de intercorrência no parto(2023)
OUTROS
➔ Embora a maioria das infecções por SGB sejam detectadas durante o
trabalho de parto e parto, as mulheres no período pós-parto também
correm um risco aumentado de doença invasiva por SGB, mesmo na
ausência de outras condições predisponentes (RAABE; SHANE, 2019)
➔ A SGB é a principal etiologia de infecção bacteriana neonatal

confirmada por cultura nos Estados Unidos e resulta em mortalidade


significativa (RAABE; SHANE, 2019)
➔ A doença invasiva da SGB neonatal pode ser dividida em doença de
início precoce (EOD), que ocorre <7 dias de vida, e doença de início
tardio (LOD), que ocorre entre 7 e 90 dias de vida. Os sorotipos I a
V são responsáveis ​por 97% da doença neonatal invasiva por SGB,
com o sorotipo III sendo responsável por quase metade (43%) dos
EOD e 73% dos LOD (RAABE; SHANE, 2019)
➔ Os fatores de risco para a doença EOD incluem colonização materna
por SGB vaginal ou retal, bacteriúria por SGB durante a gravidez,
trabalho de parto prolongado, ruptura prolongada de membranas,
baixo peso ao nascer, prematuridade, febre intraparto e doença
sistêmica por SGB materna (RAABE; SHANE, 2019)
➔ Penicilina ou ampicilina administrada pelo menos 4 horas antes do
parto é a terapia de primeira linha para profilaxia antibiótica
intraparto, enquanto a cefazolina pode ser usada para pacientes
alérgicos à penicilina sem anafilaxia, angioedema, dificuldade
respiratória ou urticária (RAABE; SHANE, 2019)
➔ Uma estratégia alternativa em desenvolvimento para prevenir a
doença neonatal e materna por SGB é a vacinação das mães no
terceiro trimestre contra a SGB. (RAABE; SHANE, 2019)
➔ Para prevenir a infecção neonatal, o Centro de Prevenção e Controle
de Doenças (CDC) recomenda o teste de GBS em todas as mulheres
grávidas entre 35 e 37 semanas de gestação por esfregaço vaginal
(terço anterior) e anorretal . ( Bobadilla, FJ, Novosak, MG, Cortese, 2021)
➔ O Centers for Disease Control and Prevention (CDC) trata a
infecção/colonização por essa bactéria como uma das principais
causas infecciosas de morbidade e mortalidade neonatal nos Estados
Unidos da América. ( RIBEIRO; TOMICH; COSTA; OLIVEIRA; ESU, 2021)
➔ Assim, o CDC4 recomenda a triagem para a colonização de EGB em
mulheres entre a 35ª e a 37ª semana gestacional e o início da
antibioticoprofilaxia assim que for identificada a presença de EGB. (
RIBEIRO; TOMICH; COSTA; OLIVEIRA; ESU, 2021)
➔ Já o Ministério da Saúde recomenda a investigação dessas bactérias
apenas em gestantes de alto risco que apresentarem sinais e sintomas,
como sangramentos. Entretanto, a gestante pode estar colonizada e
não apresentar sintomas, podendo transmitir esse microrganismo para
o feto, o qual ficará suscetível à infecção que pode levar à ocorrência
de sepse. ( RIBEIRO; TOMICH; COSTA; OLIVEIRA; ESU, 2021)
➔ Os medicamentos utilizados para o tratamento do EGB devem ter a
capacidade de inibir a síntese da parede celular, a síntese proteica e a
DNA girase; todavia, alguns antimicrobianos não podem ser prescritos
durante a gestação por apresentarem capacidade de romper a barreira
placentária e causar prejuízos à saúde da mãe e do feto. Dessa forma,
recomenda-se a utilização de penicilina, amoxacilina, ampicilina,
cefalexina e nitrofurantoína durante a gestação e, em caso de alergias
à penicilina, a clindamicina ou eritromicina ( RIBEIRO; TOMICH; COSTA;
OLIVEIRA; ESU, 2021).
➔ Todavia, a descrição de resistência de EGB a esse medicamento no
Brasil continua muito baixa, e isso pode estar relacionado aos baixos
índices de pesquisas voltadas para essa temática e a ausência de
estrutura para a realização do teste. ( RIBEIRO; TOMICH; COSTA;
OLIVEIRA; ESU, 2021)

FORMA DE ADICIONAR TEXTO

➔ Portanto, duzentas cepas de GBS foram selecionadas para realizar a


determinação do sorotipo e investigar nove genes associados à
virulência. ( Bobadilla, FJ, Novosak, MG, Cortese, 2021)
➔ Aprovação ética e consentimento informado - O consentimento
informado por escrito foi obtido de cada paciente e dados médicos
confidenciais de acordo com o protocolo do estudo: C10 'Prevalência
de colonização vaginal e retal de Streptococcus beta-hemolítico do
grupo B (GBS ou S. agalactiae ) em mulheres grávidas de 35-37
semanas de gestação' . ( Bobadilla, FJ, Novosak, MG, Cortese, 2021)
➔ Colonização em gestantes a termo ( Bobadilla, FJ, Novosak, MG, Cortese,
2021)
➔ Diante do exposto, esta pesquisa teve como objetivos caracterizar o
perfil clínico-epidemiológico de gestantes colonizadas por S. agalactiae.
( RIBEIRO; TOMICH; COSTA; OLIVEIRA; ESU, 2021)
➔ TIPO E LOCAL DO ESTUDO
➔ O estudo foi do tipo descritivo, prospectivo e transversal, com
abordagem quantitativa, realizado em um. ( RIBEIRO; TOMICH; COSTA;
OLIVEIRA; ESU, 2021)
➔ PERÍODO E POPULAÇÃO DO ESTUDO

➔ As coletas foram realizadas no período de 15 de março a 15 de abril de

2019, totalizando 32 dias consecutivos. Para a seleção da população

deste estudo, foram considerados os seguintes critérios de inclusão: (

RIBEIRO; TOMICH; COSTA; OLIVEIRA; ESU, 2021)

➔ PROCEDIMENTOS PARA COLETA, DETECÇÃO FENOTÍPICA E

PERFIL DE SENSIBILIDADE

➔ As coletas dos espécimes clínicos foram realizadas de acordo com as


recomendações do CDC4. Utilizando swabs alginatados estéreis, foram
obtidas amostras do introito vaginal e do reto. ( RIBEIRO; TOMICH;
COSTA; OLIVEIRA; ESU, 2021)
➔ Foram rastreadas amostras de secreções vaginais e retais de 50
gestantes de alto risco atendidas em um hospital regional ( RIBEIRO;
TOMICH; COSTA; OLIVEIRA; ESU, 2021)
➔ OBJETIVOS:
Efetuar um levantamento de informações relativos à
colonização pelo EGB;
Identificar e analisar aspectos relacionados às consequências
da infecção por EGB e à importância da realização do exame
para detecção do EGB pré-parto da presença da bactéria;
➔ JUSTIFICATIVA
As autoridades em saúde pública do Brasil não aderiram às
recomendações sugeridas pelo CDC para prevenção das infecções
de início precoce por S. agalactiae. Desta forma, não há dados
nacionais suficientes, referindo-se às taxas de infecção pelo
patógeno durante a gravidez e nem a incidência da infecção
neonatal de início precoce em nosso país. O acompanhamento de
gestantes entre a 34a e 37a semanas, visando a identificação de
portadoras assintomáticas e a prevenção de transmissão vertical
tornam-se relevantes. Desta forma, o presente trabalho realizou
um estudo epidemiológico de gestantes através da coleta de
swabs reto/vaginal e de neonatos pela coleta de material do
ouvido externo e região umbilical, com intuito de auxiliar na
implantação de melhorias e novas estratégias de atendimento às
gestantes. Além disso, ensaios de interação celular e de fatores de
virulência foram analisados nas amostras de S. agalactiae
identificadas neste trabalho.
➔ OBJETIVO GERAL
Contudo, análises da colonização materna pelo patógeno em
nosso país ainda carecem de dados. Deste modo, o presente
projeto teve como objetivo principal avaliar os aspectos
clinico-epidemiológicos e de patogenicidade de S. agalactiae em
gestantes e neonatos colonizados e/ou infectados pelo
microrganismo.

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RAABE, Vanessa N.; SHANE, Andi L.. Estreptococos do Grupo B ( Streptococcus


agalactiae). Espectro de Microbiologia. Online, p. 0-0. 12 abr. 2019. Disponível em:
https://journals.asm.org/doi/full/10.1128/microbiolspec.gpp3-0007-2018. Acesso
em: 22 nov. 2023.
Citação com autor incluído no texto: Raabe e Shane (2019)

Citação com autor não incluído no texto: (RAABE; SHANE, 2019)


➔ O estreptococo do grupo B continua sendo a infecção bacteriana
neonatal confirmada por cultura mais comum nos Estados Unidos e
é uma fonte significativa de morbidade neonatal em todo o mundo
➔ A penicilina G continua a ser a base da terapia, embora tenha sido
observada suscetibilidade reduzida à penicilina em isolados
selecionados. Foi observado aumento da frequência de resistência a
antibióticos não beta-lactâmicos, incluindo clindamicina,
eritromicina e fluoroquinolonas, com alguns isolados demonstrando
resistência à vancomicina.
➔ Streptococcus agalactiae , também conhecido como Streptococcus
do grupo B (GBS), foi diferenciado pela primeira vez de outros
estreptococos por Rebecca Lancefield na década de 1930, após ter
sido isolado de leite e vacas com mastite bovina
➔ Lancefield descreveu a colonização por GBS do trato vaginal de
mulheres assintomáticas, mas a patogenicidade humana não foi
descrita até 1938, quando foram publicados três relatos de infecção
pós-parto fatal
➔ S. agalactiae tem sido historicamente dividido em nove sorotipos
(Ia, Ib, II, III, IV, V, VI, VII, VIII) com base no polissacarídeo
capsular ( 8 ). Um décimo sorotipo (IX) foi descrito em 2007 ( 9 ).
➔ Em estudo realizado em Alberta, Canadá, sobre sorotipos associados
à doença invasiva por SGB, de 2003 a 2013, demonstrou que o
sorotipo mais frequente foi III (20%), seguido de perto pelos
sorotipos V (19%), Ia (19%), Ib (13%). %) e II (11%) ( 11
➔ A bacteremia por S. agalactiae pode causar semeadura das válvulas
cardíacas e endocardite. As vegetações na endocardite por GBS
podem tornar-se extremamente grandes, com alto risco de
embolização
➔ A mortalidade por endocardite por SGB pode ser bastante elevada,
apesar das intervenções médicas e cirúrgicas, com mortalidade de
41% em uma série de casos de 27 pacientes de 1984 a 2004
➔ As infecções da pele e dos tecidos moles atribuídas à SGB podem se
manifestar como celulite, abscessos, infecção nos pés ou úlceras de
decúbito ( 24 , 25 ). O diabetes mellitus é uma condição subjacente
comum em pacientes com infecções de pele e tecidos moles por
GBS ( 13 ). Fasceíte necrosante e piomiosite atribuídas à SGB foram
ocasionalmente descritas
➔ A osteomielite aguda e crônica atribuída à SGB foi relatada em
neonatos, crianças e adultos
➔ A meningite é uma manifestação grave da doença invasiva por SGB.
É incomum em adultos, mas é uma manifestação comum de infecção
por SGB de início tardio em neonatos ( 36 ).
➔ Os bebês que sobrevivem à fase aguda da infecção por meningite por
GBS podem apresentar sequelas cognitivas ou neurológicas
significativas; 32 a 44% dos bebês que sobreviveram à meningite
por GBS apresentam comprometimento do desenvolvimento
neurológico, com comprometimento grave ocorrendo em até 19%
dos bebês sobreviventes
➔ Outra manifestação da doença GBS inclui infecções do trato
urinário. As infecções do trato urinário podem estar associadas a
uma variedade de sorotipos de GBS ( 39 ). Nos homens, a SGB pode
estar associada à prostatite
➔ Embora a maioria das infecções por SGB sejam detectadas durante o
trabalho de parto e parto, as mulheres no período pós-parto também
correm um risco aumentado de doença invasiva por SGB, mesmo na
ausência de outras condições predisponentes
➔ As taxas de colonização retovaginal assintomática entre mulheres
grávidas variam amplamente em todo o mundo ( Fig. 1 ), embora a
maioria das estimativas fique entre 5 e 30% ( 46-97 ) . Uma revisão
recente estimou que 18% das mulheres grávidas em todo o mundo
são colonizadas por GBS e 98% dos isolados eram dos sorotipos I a
V, embora houvesse variabilidade regional na distribuição dos
sorotipos
FIGURA 1 Taxas de colonização por Streptococcus agalactiae em gestantes.

● A SGB é a principal etiologia de infecção bacteriana neonatal


confirmada por cultura nos Estados Unidos e resulta em mortalidade
significativa
● A doença invasiva da SGB neonatal pode ser dividida em doença de
início precoce (EOD), que ocorre <7 dias de vida, e doença de início
tardio (LOD), que ocorre entre 7 e 90 dias de vida. Os sorotipos I a
V são responsáveis ​por 97% da doença neonatal invasiva por SGB,
com o sorotipo III sendo responsável por quase metade (43%) dos
EOD e 73% dos LOD
● Em todo o mundo, a incidência combinada de LOD é de 0,26 casos
por 1.000 nascidos vivos
● Os fatores de risco para a doença EOD incluem colonização materna
por SGB vaginal ou retal, bacteriúria por SGB durante a gravidez,
trabalho de parto prolongado, ruptura prolongada de membranas,
baixo peso ao nascer, prematuridade, febre intraparto e doença
sistêmica por SGB materna
● A EOD é atribuída à transmissão vertical da SGB pela mãe devido à
infecção ascendente do trato genital ou à infecção obtida durante a
passagem pelo canal vaginal no parto; o início dos sintomas pode ser
sutil e ser notado dentro de 24 horas após o nascimento
● A doença invasiva neonatal por SGB resulta globalmente em taxas
de letalidade que variam de 1 a 8,4% em bebês nascidos a termo a 5
a 20% em bebês prematuros
● A administração materna de antibióticos para prevenir a doença
neonatal por GBS começou em 1973 ( 145 ). A profilaxia antibiótica
intraparto reduz a DOE entre bebês nascidos de mulheres
colonizadas por EGB em 86 a 89%
● Penicilina ou ampicilina administrada pelo menos 4 horas antes do
parto é a terapia de primeira linha para profilaxia antibiótica
intraparto, enquanto a cefazolina pode ser usada para pacientes
alérgicos à penicilina sem anafilaxia, angioedema, dificuldade
respiratória ou urticária
● Desde a instituição da profilaxia antibiótica intraparto nos Estados
Unidos, a incidência da doença invasiva de início precoce por SGB
diminuiu de 1,7 casos/1.000 nascidos vivos em 1993 para 0,76 a
0,77 casos/1.000 nascidos vivos em 2005 a 2008 e uma estimativa
de 0,21 casos /1.000 nascidos vivos em 2015
● Uma estratégia alternativa em desenvolvimento para prevenir a
doença neonatal e materna por SGB é a vacinação das mães no
terceiro trimestre contra a SGB.
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Bobadilla, FJ, Novosak, MG, Cortese, IJ et al. Prevalência, sorotipos e genes de
virulência de Streptococcus agalactiae isolados de gestantes com 35–37 semanas
de gestação. BMC Infect Dis 21 , 73 (2021).
https://doi.org/10.1186/s12879-020-05603-5
ACESSO EM: 23/11/2023, ás 9:49h link <
https://bmcinfectdis.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12879-020-05603-5#Ab
s1 >
➔ A gravidade da doença neonatal é determinada pelo sorotipo
capsular e fatores de virulência como a cápsula polissacarídica,
codificada pelo gene cps , proteína C, que inclui as proteínas de
superfície Cα ( gene bca ), Rib ( gene rib ) e Cβ ( gene bac ); as
proteínas Lmb ( gene lmb ), FbsB ( gene fbsB ), FbsA ( gene fbsA ), o
operon cil que codifica uma β-hemolisina (gene hylB ), o fator CAMP
( gene cfb ) e a peptidase C5a ( gene scpB ).
➔ S. agalactiae , Estreptococo do Grupo B (GBS), é uma das principais
causas de morbidade e mortalidade em neonatos e infecções graves
em mulheres grávidas e em adultos não grávidas, especialmente entre
pacientes com condições médicas subjacentes, como Diabetes
Mellitus ou imunossupressão
➔ S. agalactiae faz parte da microbiota intestinal humana, a partir da
qual coloniza o trato genital, o que permite a transmissão ao
recém-nascido.
➔ Para prevenir a infecção neonatal, o Centro de Prevenção e Controle
de Doenças (CDC) recomenda o teste de GBS em todas as mulheres
grávidas entre 35 e 37 semanas de gestação por esfregaço vaginal
(terço anterior) e anorretal
➔ S. agalactiae produz infecções graves, como septicemia, pneumonia e
meningite [ 5 ]. Além disso, é uma importante causa de infecção em
gestantes e puérperas, produzindo corioamnionite, endometrite
pós-parto, infecção de ferida cirúrgica pós-cesariana e infecção do
trato urinário [ 6 , 7 ].
➔ Portanto, duzentas cepas de GBS foram selecionadas para realizar a
determinação do sorotipo e investigar nove genes associados à
virulência.
➔ Aprovação ética e consentimento informado - O consentimento
informado por escrito foi obtido de cada paciente e dados médicos
confidenciais de acordo com o protocolo do estudo: C10 'Prevalência
de colonização vaginal e retal de Streptococcus beta-hemolítico do
grupo B (GBS ou S. agalactiae ) em mulheres grávidas de 35-37
semanas de gestação' .
➔ Colonização em gestantes a termo
Entre janeiro de 2004 e dezembro de 2014, 3.480 amostras de
esfregaços vagino-retais foram coletadas de mulheres com 35 a 37
semanas de idade gestacional, com uma média de 316 amostras por
ano.
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RIBEIRO, . A.; TOMICH, . M.; COSTA, . de A.; OLIVEIRA, . A. de; ESUS, . K. B. de.
Streptococcus agalactiae: colonização de gestantes de alto risco em um hospital
regional da Amazônia brasileira e perfil de sensibilidade aos antimicrobianos.
Revista Pan-Amazônica de Saúde, [S. l.], v. 12, p. 9, 2021. DOI:
10.5123/S2176-6223202100542. Disponível em:
https://ojs.iec.gov.br/index.php/rpas/article/view/999. Acesso em: 23 nov. 2023.
● Streptococcus agalactiae ou estreptococo do grupo B de Lancefield
(EGB) apresenta morfologia de cocos em cadeia e reação tintorial
gram-positiva
● Quando transferido no momento do parto para o neonato, pode causar
sepses e meningites, aumentando os riscos de mortalidade
● As complicações que se manifestam durante a gravidez, parto e
puerpério podem ser prevenidas através da assistência pré-natal,
sendo possível identificar situações de risco para mãe e feto
● No entanto, uma pesquisa realizada com 100 gestantes, com o intuito
de detectar a colonização por EGB, demonstrou positividade de 14%
● Outro estudo realizado no estado do Rio de Janeiro revelou que dentre
as 3.647 gestantes participantes entre a 35ª e a 37ª semana
gestacional, 26,2% estavam colonizadas por essa bactéria
● O Centers for Disease Control and Prevention (CDC) trata a
infecção/colonização por essa bactéria como uma das principais
causas infecciosas de morbidade e mortalidade neonatal nos Estados
Unidos da América
● Assim, o CDC4 recomenda a triagem para a colonização de EGB em
mulheres entre a 35ª e a 37ª semana gestacional e o início da
antibioticoprofilaxia assim que for identificada a presença de EGB.
● Já o Ministério da Saúde recomenda a investigação dessas bactérias
apenas em gestantes de alto risco que apresentarem sinais e sintomas,
como sangramentos. Entretanto, a gestante pode estar colonizada e
não apresentar sintomas, podendo transmitir esse microrganismo para
o feto, o qual ficará suscetível à infecção que pode levar à ocorrência
de sepse
● Diante do exposto, esta pesquisa teve como objetivos caracterizar o
perfil clínico-epidemiológico de gestantes colonizadas por S. agalactiae
● TIPO E LOCAL DO ESTUDO
O estudo foi do tipo descritivo, prospectivo e transversal, com
abordagem quantitativa, realizado em um
➔ PERÍODO E POPULAÇÃO DO ESTUDO

As coletas foram realizadas no período de 15 de março a 15 de abril de

2019, totalizando 32 dias consecutivos. Para a seleção da população

deste estudo, foram considerados os seguintes critérios de inclusão:

➔ PROCEDIMENTOS PARA COLETA, DETECÇÃO FENOTÍPICA E

PERFIL DE SENSIBILIDADE
As coletas dos espécimes clínicos foram realizadas de acordo com as
recomendações do CDC4. Utilizando swabs alginatados estéreis, foram
obtidas amostras do introito vaginal e do reto.
➔ Foram rastreadas amostras de secreções vaginais e retais de 50
gestantes de alto risco atendidas em um hospital regional
➔ Os medicamentos utilizados para o tratamento do EGB devem ter a
capacidade de inibir a síntese da parede celular, a síntese proteica e a
DNA girase; todavia, alguns antimicrobianos não podem ser prescritos
durante a gestação por apresentarem capacidade de romper a barreira
placentária e causar prejuízos à saúde da mãe e do feto. Dessa forma,
recomenda-se a utilização de penicilina, amoxacilina, ampicilina,
cefalexina e nitrofurantoína durante a gestação e, em caso de alergias
à penicilina, a clindamicina ou eritromicina
➔ Todavia, a descrição de resistência de EGB a esse medicamento no
Brasil continua muito baixa, e isso pode estar relacionado aos baixos
índices de pesquisas voltadas para essa temática e a ausência de
estrutura para a realização do teste
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MOTA, Gabriel Alencar et al. Prevalência de colonização por Streptococcus
agalactiae em gestantes: prevalence of colonization by streptococcus agalactiae in
pregnant women. Brazilian Journal Of Development. Curitiba, p. 45611-45620. jul.
2020. Disponível em:
https://d1wqtxts1xzle7.cloudfront.net/94464196/10951-libre.pdf?1668783305=&res
ponse-content-disposition=inline%3B+filename%3DPrevalencia_de_colonizacao_por
_Streptoco.pdf&Expires=1700855847&Signature=MvHVCwgyyPyqIjeDYfQ-8h6QlXzV
AmdYJE6-~Zo~JWxS40cqi0iydhwml4HFyDd4vaYQW8L84QOVNbTIP9sKV62LN3NY
aKXNpBuY6uVM3SVlHbtXHjaymmVbDA0G0xosPUvPJHHkHVyeD-1pNzLHANvEOa4
ekaleyb8V9wLPNKWmErzYTXhqcEkUOSRLszsnVDlN3XgiTMKarsI2c-CXJaGvWlj8ab
RWbe0Zwj6XWB4R5z8p0yFnWDXHNgr~wCenW7Fge2Ou9sPQBuN6HZ9Euv~yEl6Aa
8Usf8-ftyXYJGwxem5bZChmq8AEFcSwvrMwJWlFt68TEGsodwpYID-tjA__&Key-Pair-I
d=APKAJLOHF5GGSLRBV4ZA. Acesso em: 24 nov. 2023.

Citação com autor incluído no texto: Mota et al. (2020)

Citação com autor não incluído no texto: (MOTA et al., 2020)

● A relevância clínica ocorre devido ao risco de desenvolvimento de doenças


como sepse, pneumonia e meningite em decorrência da contaminação
vertical de neonatos de parturientes colonizadas.
● Os resultados demonstraram que a maioria das gestantes colonizadas pelo
EGB, não utilizava medicamentos (59,8%), outra observação interessante foi
que a colonização ocorreu em ambos sítios anatômicos avaliados
(vagina/anal) (95,1%) e, foram atendidas em regime particular (67,1%) (Tabela
2).
● Em uma maternidade localizada na cidade de Brasília, Brasil, buscou-se
comparar a incidência de sepse neonatal antes e após a adoção do protocolo
para a realização do rastreio da bactéria e do antibioticoprofilaxia intraparto.
Entre 2012 e 2013 identificouse 26 casos de sepse neonatal, no entanto,
nenhuma das parturientes pesquisadas havia realizado o rastreamento
vaginal/anal. Entre 2014 e 2015, após a adoção do antibioticoprofilaxia
intraparto e da política de rastreio, registrou-se 10 casos de sepse, sendo que
uma das parturientes cujo recémnascido desenvolveu a patologia apresentou
cultura vaginal/anal negativa, as demais apresentaram positividade para a
presença de EGB.
● Em outro estudo, conduzido no município de Castanhal, Pará, foram
analisadas fichas de investigação de óbitos neonatais, oriundas de uma
Unidade de Cuidados Intermediários (UCI), para identificação das principais
causas associadas ao desfecho analisado. Ao todo, foram analisadas 17
fichas de investigação, no período entre janeiro e outubro de 2018, sendo que
dentre os pacientes 14 nasceram por parto vaginal e 3 por parto cesáreo. Na
categoria em que foram descritos os problemas no nascimento, infecção
estava presente em 8% dos casos, configurando o 5º problema mais comum
descrito. E dentre os grupos de causas de morte neonatal, choque séptico
correspondia a 8% das causas, e infecção neonatal a 5%; demonstrando que a
sepse e a infecção neonatal estão na lista das principais causas de
mortalidade no período neonatal (SILVA, 2019).

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PIMENTEL, Bruna Alves da Silva. Avaliação de aspectos
clínico-epidemiológicos e de
patogenicidade de Streptococcus agalactiae isolados de gestantes e
neonatos. 2023. 109 f.
Tese (Doutorado em Microbiologia) – Faculdade de Ciências Médicas,
Universidade do
Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2023.

● Dentre as comorbidades verificadas com maior frequência nas


gestantes estudadas a hipertensão gestacional (24%), diabetes
miellitus gestacional (17%) e infecções urinárias (17%) foram as
que apresentaram maior taxa de intercorrência no parto.
● O Streptococcus agalactiae, também denominado Estreptococos
do Grupo B (EGB), pertence à família Streptococcaceae e ao
gênero Streptococcus, o qual compartilha diversas características
morfológicas com as espécies do gênero. O S. agalactiae é um
coco Gram-positivo que se organiza em pares ou em cadeias,
β-hemolítico, anaeróbio facultativo e catalase negativo (SIX et al.,
2016; RAABE & SHANE et al., 2019).
● Na década de 1970, o S. agalactiae foi reconhecido como agente
etiológico da mastite bovina (SCHUCHAT et al., 1999; FARLEY et
al., 2001), sendo denominado “Streptococcus da mastite”.
● Posteriormente, o S. agalactiae foi reconhecido como microbiota
anfibiôntica dos tratos bucal, gastrointestinal e geniturinário
humano, podendo ser também responsável por quadros clínicos
leves (infecção vaginal e urinária) e infecções graves como celulite
e fascite em neonatos e adultos imunocomprometidos. Vários
fatores estão associados a um maior risco de colonização pelo S.
agalactiae incluindo etnia, comorbidades, múltiplos parceiros
sexuais entre outros (MORINIS et al., 2011; LEE et al., 2015;
PIMENTEL et al., 2016).
● O tipo III é responsável por 30-70% dos casos de sepse e
meningite neonatal, sendo o segundo mais detectado em
gestantes assintomáticas, enquanto o tipo V tem predominado em
casos de infecções em adultos, idosos e adultos
imunocomprometidos(FIOLO et al., 2012; HO et al., 2013).
● A mortalidade estimada atribuída às infecções graves por S.
agalactiae em idosos é superior a 50% e de 1/20 em adultos
não-grávidos (EDWARS et al.,2005 VERANI et al., 2010; TAZI et al.,
2011).
● O S. agalactiae é o principal patógeno de infecção perinatal e
endometrite (TEVDORASHVILIet al., 2015), podendo acarretar em
parto prematuro, aborto, natimorto e uma série de quadros
clínicos graves como pneumonia, sepse neonatal e meningite.
● A fim de reduzir as infecções causadas pelo patógeno, mais
atenção deve ser dada na prática clínica, incluindo análises para
triagem e detecção de S. agalactiae em gestantes, bem como
tratamento preventivo para evitar possível infecção
materno-infantil (XIAO-YAN et al., 2021).
● A transmissão e a infecção em recém-nascidos está associada à
colonização materna no momento do parto. A colonização vaginal
é o principal fator de risco para doença neonatal, onde 10-30% das
mulheres são colonizadas de forma assintomática (WENNEKAMP,
HENNEKE et al., 2008; ROSEN et al., 2017).
● Cerca de 50% dos casos de neonatos infectados, ocorrem através
da transmissão vertical de mães colonizadas, onde 1% a 12% dos
bebês contaminados são propensos a desenvolverem doenças
invasivas (BERARDI et al., 2013). Os fatores de risco para
transmissão vertical são: parto prematuro antes de 37a semanas,
febre materna (≥ 38°C) durante o trabalho de parto, ruptura
prolongada das membranas (≥ 18 horas) e infecção do trato
urinário durante a gravidez (HAKIM et al., 2018).
● A taxa de colonização por S. agalactiae durante a gravidez é
variável entre os continentes. Nos Estados Unidos, a incidência de
infecção pelo patógeno foi reduzida de 1,7 casos/1.000 nascidos
vivos no início de 1990 para 0,34 casos/1.000 nascidos vivos após
a implantação da profilaxia com antibióticos durante o parto
(EVANGELISTA et al., 2015).
● No Brasil, estudo realizado em uma maternidade pública de
Brasília verificou sepse neonatal causada por S. agalactiae em 1,7
casos/1.000 nascidos vivos, com taxa de mortalidade de 44%.
Após a implementação das diretrizes de prevenção às infecções
por S.agalactiae nesta maternidade, nenhum novo caso foi
detectado e a incidência de sepse neonatal foi reduzida de 1,7
para 1,3 casos/1.000 nascidos vivos no período de 2012-2015
(FREITAS et al., 2017).
● Apesar de todos esses dados publicados, o Brasil ainda não 19
instituiu o esquema de profilaxia estabelecido pelo Centro de
Controle de Doenças (Centers of Disease Control and Prevention
CDC).
● Estudos vêm demonstrando que em países onde o protocolo de
profilaxia contra S. agalactiae é aplicado de maneira correta,
ocorreu uma diminuição significativa nos casos de DIP (de 1,7
para 0,37 a cada 1000 nascidos vivos) (VERANI et al., 2010;
MORGAN et al., 2021). Entretanto, o mesmo padrão não ocorreu
para as DIT (TAZI et al., 2019). Apesar de os resultados serem
positivos para as DIP, alguns trabalhos relatam que este tipo de
tratamento pode prejudicar o desenvolvimento da microbiota
intestinal neonatal, aumentando assim os riscos de infecção por
outros microrganismos (TAPIAINEN et al., 2019; THOMAS & COOK
et al., 2020).
● Dados do Canadá, China e Portugal, no período de 2007-2019,
relataram doenças invasivas neonatais causadas por S.
agalactiae, onde o clone hipervirulento ST-17 foi responsável por
66% (827/1.262) dos casos. Além disso, uma sublinhagem MDR
de S. agalactiae ST-17 foi identificada apresentando resistência à
tetraciclinas, aminoglicosídeos, macrolídeos e lincosamidas
(CAMPISI et al., 2016; MARTIN et al., 2017; PLAINVERT et al.,
2020).
● O S. agalactiae possui moléculas presentes em sua superfície ou
secretadas que contribuem para a sua patogenicidade. A presença
desses fatores de virulência pode promover vantagens na
aderência, invasão e consequentemente na sobrevivência do
patógeno no hospedeiro (MAISEY et al., 2008; PATRAS et al., 2015;
VORNHAGEN et al., 2017).
● A cápsula polissacarídica (CP) é utilizada na identificação do S.
agalactiae em diferentes tipos capsulares e um importante fator
de virulência, cuja expressão pode variar de acordo com a fase de
crescimento bacteriano, presença de soro humano e cultivo em
meio líquido ou sólido (KOGAN et al., 1996 apud SPELLERBERG,
2000)...... Ela é capaz de promover a aderência do microrganismo
às superfícies epiteliais/endoteliais e inibir a fagocitose por
macrófagos e neutrófilos (NIZET et al., 2001; CIELSLEWICZ et al.,
2005).
● A colonização e a persistência em diferentes nichos do hospedeiro
dependem da capacidade de aderência do S. agalactiae às células
do hospedeiro. Contudo, os mecanismos de patogenicidade
utilizados pelo S. agalactiae para causar doenças invasivas no
hospedeiro não estão totalmente elucidados.
● A interação de patógenos com células eucarióticas é um processo
dinâmico e selecionado pela evolução, sendo o primeiro passo
para o estabelecimento de infecções microbianas (MOLINARI &
CHHATWAL et al., 1999; SANTOS et al., 2009). Estudos in vitro
mostraram que amostras de S. agalactiae isoladas de lactentes
com sepse neonatal aderem às células do córion da membrana
corioamniótica humana. No entanto, ainda não se sabe se as
amostras de S. agalactiae que penetram nas membranas
corioamnióticas, afetam as propriedades biomecânicas das
membranas, aumentando o risco de ruptura pré-termo.
● JUSTIFICATIVA
As autoridades em saúde pública do Brasil não aderiram às
recomendações sugeridas pelo CDC para prevenção das infecções
de início precoce por S. agalactiae. Desta forma, não há dados
nacionais suficientes, referindo-se às taxas de infecção pelo
patógeno durante a gravidez e nem a incidência da infecção
neonatal de início precoce em nosso país. O acompanhamento de
gestantes entre a 34a e 37a semanas, visando a identificação de
portadoras assintomáticas e a prevenção de transmissão vertical
tornam-se relevantes. Desta forma, o presente trabalho realizou
um estudo epidemiológico de gestantes através da coleta de
swabs reto/vaginal e de neonatos pela coleta de material do
ouvido externo e região umbilical, com intuito de auxiliar na
implantação de melhorias e novas estratégias de atendimento às
gestantes. Além disso, ensaios de interação celular e de fatores de
virulência foram analisados nas amostras de S. agalactiae
identificadas neste trabalho.
● OBJETIVO GERAL
Contudo, análises da colonização materna pelo patógeno em
nosso país ainda carecem de dados. Deste modo, o presente
projeto teve como objetivo principal avaliar os aspectos
clinico-epidemiológicos e de patogenicidade de S. agalactiae em
gestantes e neonatos colonizados e/ou infectados pelo
microrganismo.
● Comorbidade é toda doença, condição ou estado físico e mental
que, em razão da gravidade, pode potencializar os riscos à saúde
caso o portador venha a se infectar com algum agente
patogênico. As comorbidades identificadas nas gestantes deste
trabalho foram: hipertensão, diabetes gestacional, infecção do
trato urinário, sífilis, hipotireoidismo e adolescência (considerada
gestação de alto risco). A hipertensão gestacional (35%) foi a
comorbidade verificada com maior frequência, seguida de
diabetes mellitus gestacional (25%) e infecção urinária (25%), as
quais apresentaram maior taxa de intercorrências no parto
● S. agalactiae tem sido reconhecido como um importante
microrganismo relacionado com a morbimortalidade materna e
neonatal, causando parto prematuro, morte intrauterina, baixa
peso do recém-nato, endometrite e corioamnionite (SCHRAG et al.,
2002; EDWARD et al., 2011; KHAN et al., 2015).
● A colonização por S. agalactiae em gestantes de 85 países,
demonstrou que a prevalência variou entre 7-14% na América
Central e Ásia e de 35% no Caribe. Europa, América do Norte e
Austrália tiveram taxas de prevalência semelhantes de 15-20%.
Curiosamente, as estimativas na África variaram amplamente,
onde a África Ocidental apresentou 14% e a África do Sul 25% de
colonização pelo patógeno (RUSSELL et al., 2017). No Quênia
(África Oriental), o S. agalactiae foi identificado em 20,5% das
gestantes com idade média de 30 anos.
● Os países com baixa triagem materna para S. agalactiae tiveram
maiores chances de sepse neonatal e pneumonia. Mulheres
negras, idosas e sem ensino fundamental apresentaram maior
colonização pelo microrganismo (21,3%, 20,4% e 21,9%,
respectivamente) (HOGENESCH et al., 2020).
● Devido à natureza assintomática da colonização reto-vaginal, é
difícil determinar se a prevalência da colonização por S. agalactiae
está mudando ao longo do tempo. Esses estudos destacam que o
microrganismo contribui significativamente para a carga global da
doença e, além disso, enfatiza que a colonização reto-vaginal do S.
agalactiae é comum em todo o mundo.
● Dados publicados pelo CDC em 2020 no Active Bacterial Core
Surveillance (ABCs), rede de programa de infecções emergentes
que inclui o S. agalactiae, descreveu que a taxa de colonização em
mulheres negras foi de 9,3/100.000 habitantes em 10 estados
americanos, e que dos 1.036 pacientes com infecções de início
tardio, 28% eram negros e a incidência geral de doenças invasivas
na população negra foi 2 vezes maior do que na população branca
(PHARES et al., 2008; CDC, 2020; BERARDI et al., 2021).
● Nossos resultados mostraram que mulheres pardas e negras
apresentaram maior colonização por S. agalactiae (~38%) quando
comparadas com mulheres brancas. O índice encontrado em
nosso trabalho, foi maior que o descrito pelo CDC (2020) e pelo
estudo transversal multicêntrico que avaliou mulheres grávidas
nos EUA e Irlanda (9%). Contudo, foi inferior ao encontrado no
Hospital universitário em Durham, Carolina do Norte, no período de
2003-2015, que foi de 45,7% (Edwards et al., 2019) e dos dados
publicados pelo Centro de Ciências da Saúde daUniversidade
Estadual da Louisiana (74,7%) (CAPRARO et al., 2020).
● Estes resultados demonstram a prevalência aumentada do S.
agalactiae em mulheres negras, o que provavelmente reflete
variações ligadas à etnia e diferenças da microbiota vaginal que
pode explicar o aumento da suscetibilidade de neonatos negros às
infecções invasivas pelo microrganismo.
● No presente trabalho, as comorbidades identificadas nas
gestantes que apresentaram maior taxa de intercorrências no
parto foram hipertensão gestacional (35%), diabetes gestacional
(25%), infecção do trato urinário (25%), sífilis (5%), hipotireoidismo
(5%) e adolescência (5%) considerada gestação de alto risco. Nas
gestantes colonizadas, houve um risco aumentado de diabetes e
hipertensão gestacional. Nenhuma associação foi observada com
tabagismo, aborto anterior, história anterior de morte fetal, vaginite
ou infecção do trato urinário. Com relação a idade das gestantes,
houve a prevalência de gestantes com idade média entre 29-36
anos, bem como 3 gestantes adolescentes com idade entre 15-19
anos. Apenas dois artigos foram encontrados na literatura com
gestantes adolescentes colonizadas pelo S. agalactiae; contudo,
nenhum dado brasileiro foi publicado até a presente data.
● Pesquisa com placentas de gestantes com diabetes mellitus
gestacional, demonstrou que a hiperglicemia severa promoveu a
produção de citocinas inflamatórias e reduziu a síntese de
defensinas. Os tratamentos com insulina e metformina foram
eficazes como anti-inflamatórios em cenários infecciosos
hiperglicêmicos, limitando a invasão do S. agalactiae nas
vilosidades placentárias
● Na atual era da multirresistência, o diagnóstico e tratamento
apropriados devem ser fornecidos às futuras mamães para evitar
complicações gestacionais, principalmente em países em
desenvolvimento, incluindo o Brasil, os quais possuem instalações
limitadas e precariedade em recursos financeiros.
● O Brasil é o maior país da América Latina, com uma população
projetada de 213,2 milhões de habitantes. As desigualdades
sociais são históricas e impactam fortemente o acesso da
população à assistência à saúde e à educação. O país está
dividido em cinco grandes regiões geográficas, sendo o Sul e o
Sudeste as mais desenvolvidas. Essas duas regiões apresentam
melhores índices de desenvolvimento humano, como menores
taxas de mortalidade infantil e maior expectativa de vida, em
comparação com as taxas nacionais (11,9 por 1.000 nascidos
vivos e 76,6 anos, respectivamente) (IBGE, 2020). Enquanto
algumas ameaças à saúde têm notificação compulsória nacional
(Ministério da Saúde, 2021), o que contribui para sua vigilância
epidemiológica contínua, outras, incluindo infecções pelo S.
agalactiae, não possuem um sistema nacional de notificação.
Diferenças regionais podem ser observadas na produção e análise
dos dados, sendo a maioria dos estudos realizados nas regiões
mais desenvolvidas citadas acima.

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DE FARIA, C. A. P.; ALVES, C. S.; DA SILVA, R. de O.; DA CONCEIÇÃO, S. C. F.; DE


OLIVEIRA JUNIOR, M. C. Incidência de Streptococcus Agalactiae em
gestantes e neonatal uma revisão bibliográfica. Brazilian Journal of Health
Review, [S. l.], v. 6, n. 6, p. 26560–26576, 2023. DOI: 10.34119/bjhrv6n6-002.
Disponível em:
https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/64411.
Acesso em: 30 nov. 2023.

● Atualmente as bactérias são uma grande preocupação para a


população mundial, sendo a Streptococcus Agalactiae uma
das bactérias mais importantes do grupo B de Lancefield,
e continua sendo a infecção bacteriana neonatal mais comum
confirmada por cultura nos Estados Unidos e é uma fonte
significativa de morbidade neonatal em todo o mundo
● Streptococcus do grupo B (GBS, Streptococcus
agalactiae) é o principal patógeno causando infecção
perinatal grave em mulheres grávidas, resultando em ruptura
prematura de membranas, corioamnionite e outras
infecções pós-parto. Streptococcus do grupo B também
pode causar septicemia, meningite, pneumonia e sequelas do
sistema nervoso dos fetos
● Com este propósito, há a recomendação do American
College of Obstetricians and Gynecologist (ACOG) desde
1996 para realizar o acompanhamento e desenvolvimento
de colonização em gestantes entre 35 e 37 semanas, no
Brasil sendo uma obrigatoriedade do serviço particular o
exame no período de pré-natal, entretanto no sistema do
SUS não há a obrigatoriedade da realização deste exame,
apesar dos riscos que a bactéria oferece ao recém-nascido e
a gestante.
● .O principal reservatório do EGB é o trato gastrointestinal
(TGI) e que por proximidade anatômica, pode colonizar o trato
genitourinário (TGU). A colonização do TGI é mais constante
que do TGU e esta pode ocorrer de maneira crônica,
intermitente ou transitória
● O termo Streptococcus foi utilizado pela primeira vez por
Billroth, em 1874, para delinear um microrganismo com
morfologia esférica, disposto aos pares ou em pequenas
cadeias, frequentemente isolado de feridas supuradas.
Com o avanço das técnicas de estudo microbiológico,
novas espécies foram descritas onde alguns gêneros foram
criados. O nome da espécie Streptococcus agalactiae foi
sugerido por Lehmann e Neumann, em 1896, para designar
os estreptococos isolados do leite, devido ao tipo de infecção
a que foram associados, a mastite bovina
● Entretanto, somente a partir da década de 1970 foi
confirmada a atuação desse microrganismo como patógeno
em seres humanos.
● . Foi demonstrada a emergência deste agente como causa de
bacteremias, pneumonias e meningites em crianças com
idade inferior a 3 meses de idade, assim como de infecções
em adultos, homens ou mulheres (parturientes ou não)
● E foi no ano de 1984 que se despertou o interesse
sobre infecção neonatal de início precoce provocada por
S. agalactiae.
● A gravidade do problema estimulou a implantação de
medidas profiláticas, tais como o uso de antibióticos durante o
parto (intrapartum) e estudos relacionados à elaboração de
vacinas
● Para prevenir a infecção neonatal pelo Streptococcus
agalactiae é necessário que a bactéria seja identificada e
tratada antes do trabalho de parto.
● Se for identificada bacteriúria, ou seja, presença de bactérias
na urina, o obstetra estabelecerá tratamento com
antibioticoterapia adequado para combater as mesmas. Entre
a trigésima quinta e trigésima sétimas semanas de gestação
é aconselhável os obstetras fazerem o exame de cultura
para EGB, que consiste na coleta de material da vaginal e
anal para pesquisar a presença do S. agalactiae
● Sendo assim, esse trabalho busca ressaltar a importância
do investimento da saúde pública na investigação e da
prevenção dessa infecção para que possamos
diminuir drasticamente a incidência de mortes neonatais
ou evitar qualquer sequela permanente que a doença
possa causar.
● OBJETIVOS:
Efetuar um levantamento de informações relativos à
colonização pelo EGB;
Identificar e analisar aspectos relacionados às consequências
da infecção por EGB e à importância da realização do exame
para detecção do EGB pré-parto da presença da bactéria;
● Os microrganismos pertencentes à espécie S. agalactiae,
assim como outras espécies deste gênero, são cocos
Gram-positivos, caracterizados pela ausência de atividade da
enzima catalase e pela ausência de reatividade com a enzima
oxidase. Sua forma de crescimento típica ocorre em arranjos
de pares ou em cadeias. São imóveis e não produzem
esporulados
● Adicionalmente, é importante destacar que eles são
anaeróbios facultativos, caracterizados por um
metabolismo fermentativo e uma alta demanda nutricional.
Sua temperatura ótima de crescimento é de 35ºC. Ao se
desenvolverem, as colônias apresentam uma coloração
amarelo-acinzentada e uma morfologia plana distintiva.
● Os Streptococcus são nutricionalmente exigentes, crescem
bem em meios de cultura enriquecidos pela adição de
sangue.
● Aproximadamente 10 a 30% das gestantes são colonizadas
pelo EGB na vagina ou no reto. Na ausência de qualquer
intervenção, estima-se que 1 a 2% dos recém-nascidos de
mães colonizadas desenvolvem doença precoce por EGB
● Para prevenir a infecção neonatal pelo Streptococcus
agalactiae é necessário que a bactéria seja identificada e
tratada antes do trabalho de parto.
● Em 1996, o Centers for Disease Control and Prevention
(CDC), em colaboração com outras entidades como o
American Congress of Obstetricians and Gynecologists
(ACOG), publicou recomendações para a prevenção da
doença estreptocócica neonatal
● Siqueira indica a coleta de amostra microbiológica na
gestante pela combinação de material vaginal e anal,
conforme recomendações do CDC11, passando o swab na
parte inferior da vagina (com introdução do swab), em
seguida no reto (introduzir o swab no esfíncter retal) utilizando
o mesmo swab e a coleta deve ser ambulatorial.
● Em seguida recomendou colocar o swab em meio nutritivo
para transporte (meio de Stuart). O EGB presente na
amostra pode manter-se viável no meio de transporte por
vários dias em temperatura ambiente, entretanto, o
processamento da amostra foi realizado no mesmo dia da
coleta. Amostras guardadas após um dia e altas temperaturas
ambientes podem levar a resultados falsos negativos
● Ainda o autor mencionou que para o isolamento e
identificação dos patógenos deve ser empregado as
recomendações do CDC, seguindo o fluxograma da
rotina de rastreamentoadotada neste guia.

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