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GRUPO 5
PORTO
2021
RESUMO
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SUMMARY
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The present work is intended to present the theme related to the Convent of Christ, in
Tomar, due to its great value in the artistic, historical, social and religious context of our
country. In this way, we will carry out a detailed formal analysis of it, dividing it into various
"pieces" by addressing aspects such as: its history and chronology (duly organized in the
attached images); the huge proportions; the plant; the elevation; ornamental wealth; the
techniques and the materials used; the influence it had on Renaissance and Mannerist
architecture in Portugal; its function; symbology; the metamorphoses that it underwent over
time, and, above all, the in-depth analysis of its Charola, in order to transmit and promote a
reflection on the relevance of architecture as a cultural heritage. With this, our aim is to
evaluate the languages applied in its construction, both plastic and iconographic, and the
relationship between the divine image and the power of our Kingdom.
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ÍNDICE
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7. Bibliografia e Webgrafia………………………………………………………….…..28
9. Anexos:
9.1. Anexo 1- Quadro Cronológico das Principais intervenções na Charola: do último
quartel do séc. XX até à atualidade………………………..……………………….…31
92. Anexo 2- Esquemas Iconográficos da fachada sul da Igreja do Convento de Cristo
em Tomar……………………………………………..………………………………33
9.3. Anexo 3- Informações Gerais das Partes Estruturantes do Convento de Cristo em
Tomar……………………………………………………………………………..…..35
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INTRODUÇÃO AO CASO DE ESTUDO
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mudanças e concebido a pensar na impressão que vai causar em nós, espectadores, com a sua
grandeza, complexidade e qualidade excecional que atrai o nosso olhar para a contemplarmos
de diversos ângulos.
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A cidade de Tomar foi fundada pelos romanos na cidade de Sellium, organizada num
traçado octogonal atribuído ao Infante D. Henrique que decorre da perpendicularidade dos
característicos eixos cardus e decumanus, o que é bastante peculiar, dado que poucas cidades
medievais possuem uma planta regular. O local onde foi construído o Convento tem, por si só,
uma enorme carga mítica, uma vez que era um antigo local de culto dos Romanos, existindo
também vestígios da presença muçulmana.
A escolha de Tomar para sede da Ordem do Templo em Portugal, em alternativa a
Santarém, obedeceu a questões de estratégia militar na conjuntura da época. De facto, esta
zona constitui um território importante de convergência de três linhas defensivas naturais
proporcionadas pela bacia do Tejo, a sul, e pela bacia de Zêzere, a leste, bem como pela longa
diagonal do maciço central, que se estendia desde a Serra da Estrela até à zona de Tomar. As
serras que rodeiam o Zêzere, designadamente Alvelos, Muradal e Gardunha, na margem
esquerda, e Lousã, Açor e Estrela, na margem direita, formavam uma barreira natural que
apenas deixava como passagens mais fáceis a zona entre Tomar e o Tejo. Era, pois, uma zona
estratégica que permitia estender mais para sul a defesa do Baixo Mondego e garantir a
fluidez da faixa que ligava Lisboa ao Norte, quer pela via mais próxima do mar, ao longo da
qual os Templários detinham os castelos de Soure, Pombal e Ega, na margem esquerda do
Baixo Mondego, quer pela via mais interior, onde se encontravam os castelos de Tomar,
Ceras, Zêzere, Almourol e Cardiga, desenhando um anel defensivo, em meia-lua, ligando os
rios Tejo e Zêzere.
A origem do castelo de Tomar, ou Convento de Cristo que é o nome pelo qual
geralmente é conhecido o conjunto monumental, teve a sua fundação a 1 de Março de 1160
compreendendo a vila murada, o terreiro e a casa militar situada entre a casa do Mestre, a
Alcáçova, e o oratório dos cavaleiros. O território era atravessado a sul pelo rio Tomar, com
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um fértil vale limitado a poente por uma cadeia de colinas de relevo acentuado. Foi numa
dessas colinas, sobranceira ao rio, que o Mestre D. Gualdim Pais, fundou, em 1160, o castelo
e vila de Tomar, onde doou também a carta de foral em 1162. A sua fixação deveu-se ao
excelente clima, água abundante, fácil comunicação fluvial e excelentes solos. Os cavaleiros
templários chegaram a Portugal em 1128 de forma a auxiliar o recém criado reino na
reconquista dos territórios do sul aos mouros. Em 1159, irão receber de D. Afonso Henriques,
pela sua participação nas conquistas de Santarém e de Lisboa em 1147, um vasto território
situado a meia distância entre Coimbra e Santarém, o Termo de Ceras. Nesta região fundaram
o Castelo e Vila de Tomar. Foi com a sua chegada que o território verificou a primeira grande
transformação na sua paisagem, com a construção do Castelo no cimo do monte. Ladeada de
dois vales bem definidos, o monumento situa-se mais alto e de declive mais acentuado,
estrategicamente é o mais bem situado, uma vez que se encontra ladeado de dois vales – norte
e sul –, de uma planície – a nascente – e de um estreito canal que liga este morro à restante
cadeia montanhosa do qual irrompe. Também a maneira como o Castelo vê a paisagem e
como é visto a grande distância, foram fatores decisivos na escolha do local.
Em 1312, no seguimento das perseguições contra os Templários perpetradas por Filipe
IV, rei de França, a Ordem foi extinta, pelo papa Clemente V. Porém, graças á vontade de D.
Dinis que lograva em manter as pessoas, os bens os cavaleiros e os bens dos Templários, sob
o nome de uma nova ordem de cavalaria, circunscrita apenas ao seu Reino, «Cavaleiros da
Ordem de Cristo», responsável por expulsar os mulçumanos da Europa. Por sua vez, esta
ordem com a ajuda do Infante D. Henrique, apoiam a nação portuguesa na empresa das
descobertas marítimas dos séculos XV e XVI. A sua regência foi sediada primeiramente em
Castro Marim, no sudeste do Algarve, em 1319 mas em 1356 regressou a Tomar. O Castelo de
Tomar é então Convento e sede da Ordem e o Infante Navegador seu Governador e
Administrador perpétuo nomeado a 25 de maio de 1420. O Infante Dom Henrique foi o
primeiro, depois de Gualdim Pais, a renovar todo o complexo, numa construção que se
prolongou durante 44 anos.
A partir de 1531, com a reforma da Ordem de Cristo, por D. João III, vai ser
construído o grandioso convento do renascimento, contra o flanco poente do castelo, e
rodeando a Nave Manuelina. Durante o reinado de D.Manuel I, o Convento tomou a sua
forma final, com predomínio do novo estilo Manuelino. Com a crescente importância da
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cidade enquanto mestre do novo império comercial português, o próprio Rei pediu e recebeu
do Papa o título de Mestre da Ordem. Em simultâneo, e pela mão de D. Manuel, a vila de
baixo reajusta-se, redefine-se e especializa- -se, transformando-se na única Tomar.
A administração, a indústria, o comércio e o lazer começam a reconhecer o seu lugar
na nova Vila, em consequeência das novas regras urbanísticas que traçavam e regulavam
alinhamentos e cérceas, ao mesmo tempo que redefiniam o espaço público segundo princípios
cénicos, assistindo-se assim ao funcionamento da dupla urbanidade no interior da vila
amuralhada. A tomada de consciência de que as vilas de Tomar foram fundadas pela Ordem
do Templo e se tornaram pertenças da Ordem de Cristo, permitiu reconhecer a importância
deste território como elemento passível de ser instrumentalizado.
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Muitos foram executados e torturados, e foi portanto, neste contexto de fuga, que o
que restava da Ordem do Templo tomou refúgio em Portugal, associando-se claramente à
independência do reino português, também ela defendida por Claraval. Mas é importante
notar que já antes deste êxodo os templários tiveram um importantíssimo papel na reconquista
da Península Ibérica do domínio Mouro, ao tomaram base primeiramente no castelo de Soure,
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e, com o puxar das linhas defensivas e a expansão do território cristão, surgiu a necessidade
de assegurar estas novas fronteiras, especialmente o rio Tejo, uma importante artéria fluvial,
sendo que é neste contexto que se erguem os castelos de Pombal, Almourol e Tomar, estando
este último em posição avançada sobre a linha de fronteira que era então desenhada pelo rio
Tejo, sendo definido por uma cintura de muralhas e dividido em três espaços. Na parte sul
situava-se o recinto da vila e, na parte mais elevada da colina, a norte, foi estabelecida a casa
militar dos Templários, ladeada pela casa do Mestre (a Alcáçova, em ruínas), com a sua torre
de menagem e, a poente, o oratório dos cavaleiros (a Charola).
Salientando a figura de Gualdim Pais, o Grão Mestre da Ordem do Templo em
Portugal, este ajudou D. Afonso Henriques, o fundador de Portugal, nas inúmeras batalhas
travadas durante a Reconquista, o que o levou, como forma de agradecimento, a doar aos
cavaleiros templários, em 1160, as terras de Tomar. Além disso, Gualdim Pais trouxe para este
novo reino a tecnologia de ponta da arquitetura militar do séc. XII, importando todo o
conhecimento da Terra Santa, como uma Torre de Menagem maior e isolada da alcáçova e um
alambor de grande expressão e monumentalidade em Tomar. No século XII ainda não havia
todo este complexo que vemos atualmente. Havia, na verdade, a alcáçova, a cinta amuralhada
em torno da vila superior, e a famosa charola. Esta aliança tácita, formada inicialmente entre a
Ordem e D. Afonso Henriques, havia de prolongar-se pela primeira dinastia e na segunda já
teria outro nome (devido à sua perseguição) a Ordem de Cristo, com D. Dinis I em 1319 com
a bula pontifícia Ad ea ex quibus cultus augeatur do Papa João XXII.
Foi precisamente nesta época que os Templários introduziram em Portugal um
conjunto de inovações no âmbito da arquitetura de guerra, sendo que foram os mesmos quem
introduziu a Torre de Menagem na arquitetura militar portuguesa, bem como as muralhas de
alambor e, provavelmente, o hurdício. O alambor era um embasamento de pedra, inclinado,
que se destinava a dificultar os trabalhos de aproximação dos assaltantes, sobretudo para
minagem e para escalada de muros, além de eliminar os ângulos mortos junto à muralha.
Os Templários construíram este tipo de estrutura defensiva em Tomar ao longo de todo
o perímetro exterior da fortaleza e na cintura intramuros do Castelo, e também o fizeram em
certas estruturas dos castelos de Soure e Pombal. Não por acaso, foi nestes castelos que se
construíram as primeiras Torres de Menagem portuguesas. É possível que o recurso a este
elemento da arquitetura militar seja uma influência das fortalezas dos cruzados na Terra
Santa. O primeiro exemplo de um hurdício em Portugal encontra-se na Torre de Menagem do
castelo templário de Longroiva, edificada em 1174, sendo possível que também tenha sido
empregue em Tomar. Esta estrutura, relativamente simples, mas inovadora, consistia numa
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pequena galeria de madeira rematando o perímetro de torres e muralhas pelo exterior, com
aberturas no pavimento que permitiam o lançamento do tiro vertical sobre a base de muros em
caso de aproximação.
Do que fica exposto tiram-se duas conclusões. Em primeiro lugar, a arquitetura militar
românica da Ordem do Templo é claramente inovadora, sendo responsável pela introdução de
diversas soluções inéditas em Portugal, como o alambor ou a Torre de Menagem. Em segundo
lugar, a intensidade da atividade construtiva dos Templários ao nível da arquitetura militar é
verdadeiramente notável, sobretudo durante o mestrado de Gualdim Pais, testemunhando uma
invulgar capacidade de realização. Destas conclusões decorre o óbvio: não há justificação
para se dilatar excessivamente o período de construção da Rotunda, nem para se pensar numa
cronologia muito posterior à da execução das muralhas e do Castelo de Tomar (1160-69). No
entanto, existem alguns indícios contrários que obrigam à problematização destes dados,
designadamente no que se refere à data de início das obras na Rotunda.
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Vista aérea do Convento de Cristo, Tomar, Portugal. 1101/1699. DGPC/ADF Luís Pavão Fonte da Imagem
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Charola e Castelo Templários do Convento de Cristo, Tomar, Portugal, sécs. XII-XIII. Fonte da Imagem
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Ao Convento de Cristo estão estreitamente ligadas figuras notáveis da história
portuguesa. Desde logo o mestre Templário Gualdim Pais, verdadeiro fundador da cidade de
Tomar; o Infante D. Henrique, responsável por uma importante fase de reconversão e
expansão do convento; D. Manuel I, que mandou erigir a igreja quinhentista, verdadeiro Ex
libris do estilo manuelino; D. João III, que implementou uma radical refundação da Ordem de
Cristo e do próprio convento, ali projetando as suas preferências arquitetónicas e, por fim,
Filipe II de Espanha, que prolongou o programa construtivo do reinado de D. João III e aí
realizou as cortes que o reconheceram como rei de Portugal. Fundado o convento, este
tornou-se a sede da ordem do templo em Portugal, que, ao tornar-se demasiado poderosa, foi
extinta em 1312 pelo papa Clemente V, no entanto, em Portugal não convinha a extinção e,
portanto, D. Dinis fundou a Ordem de Cristo, para a qual transferiu o rico património dos
templários.
No ano de 1420, o Infante D. Henrique tornou-se grão mestre da nova ordem, cuja
riqueza aproveitou para financiar os descobrimentos portugueses. Entre o castelo e a charola
construiu um paço onde residiu por largas temporadas, acrescentando dois claustros ao
convento. Adossado à charola foi construído o novo corpo da igreja encomendado por D.
Manuel a Diogo de Arruda em 1510 no contexto da forte afirmação do poder régio e da
renovação do gosto. A famosa janela da fachada ocidental em particular, concebida como um
«inflamado poema de pedra», inscreve-se num vasto paramento (cingido de botaréus e
animado com esculturas dos quatro «reis de armas» do reino), revelando o programa de
ornamento de fauna e flora terrestre e de ecos da aventura das Descobertas emblemáticos do
estilo manuelino, representando a exaltação do desígnio imperial de D. Manuel, o rei que se
arrogava governar os homens por escolha providencial de Deus. Por sua vez, o piso inferior
da igreja servia de sala do capítulo dos monges do convento, enquanto o piso superior, onde
se situa o coro alto, foi terminado em 1515 pela construção da abóbada por João de Castilho.
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A Janela Manuelina da Sala do Capítulo, Convento de Cristo, Tomar, séc. XIV Fonte da Imagem
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Deste modo, mais ainda do que D. Manuel, D. João III irá centrar em Tomar muitas
das suas iniciativas, em consonância com o desejo de tornar essa cidade numa espécie de
«capital espiritual» do reino, onde desejaria ser sepultado. Por esse mesmo motivo, a partir de
1529 ordena uma profunda reforma da Ordem de Cristo e a construção de um novo espaço
conventual, cujo processo é liderado por Frei António de Lisboa, notável humanista que
implementa uma mudança global na instituição, transformando a Ordem numa estrita ordem
de clausura (inspirada na Regra de São Bento) e promovendo a construção de um convento de
grande escala. Será João de Castilho, o mais reputado arquiteto/mestre-de-obras da época, a
assumir a responsabilidade da obra (c. 1532-1552), seguindo-se Diogo de Torralva (depois de
1554). As novas edificações irão surgir a poente do castelo e da Nave manuelina, de acordo
com um sóbrio estilo classicista que contrasta com o caráter hiper-decorativo do manuelino.
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Planta do Convento de Cristo em Tomar e respetiva legenda.
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O refeitório é uma longa sala com abóbada de canhão, assente numa cornija contínua e
com caixotões delimitados por nervuras em pedraria, de secção quadrangular e configuração
clássica, e dois púlpitos localizados frente a frente nas paredes mais longas, de modo a exibir
motivos simbólicos renascentistas, onde eram feitas as leituras sagradas durante as refeições.
A separação dos vários aspetos da vida conventual (estudo, hospedagem, administração,
caridade, etc), refletia-se igualmente na distribuição dos espaços organizados em torno de
cada claustro.
O piso superior do Claustro de Hospedaria destinava-se a acolher os visitantes do
convento e peregrinos e apresenta, por isso, um aspeto nobre. No piso térreo, situavam-se os
aposentos da criadagem e as cavalariças. Preserva traços idênticos ao que deverá ter sido o
Claustro Grande inicial, castilhiano, permitindo imaginar em traços gerais o que terá sido essa
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construção perdida. Contrafortes de secção quadrangular, a toda a altura do claustro, ritmam
os seus alçados. Cobertas por abóbadas de nervuras, as galerias do piso térreo são constituídas
por quatro tramos, com dupla arcada de volta perfeita assente em colunas com amplos
capitéis; o primeiro piso é coberto por travejamento de madeira com caixotões, sendo
formado por uma arquitrave assente, ao centro, numa coluna jónica; o lado oeste do claustro
dispõe de um piso adicional, solucionado de forma idêntica ao primeiro piso. O equilíbrio
formal deste claustro foi seriamente perturbado pela posterior demolição, a sul, da galeria do
primeiro piso (por razões idênticas às que ditaram a amputação do Claustro de Santa Bárbara),
e pela construção, a norte, do deselegante corpo da chamada Portaria Nova, que distorce o
equilíbrio dessa fachada. Relativamente à livraria e ao scriptorium, estes abriam-se para os
Claustros dos Corvos, tratando-se de uma zona do convento consagrada ao recolhimento, à
leitura, ao estudo e à oração dos monges.
Por conseguinte, os Claustros dos Corvos e da Micha organizam-se de forma
basicamente semelhante ao da Hospedaria, embora apresentem uma escala menos ampla e um
nível de acabamento mais simples, visto tratar-se de áreas funcionais diversas, destinadas ao
noviciado e à assistência. Por sua vez, o claustro principal de grande aparato, desenhado por
Diogo de Torralva, é uma obra-prima do renascimento mundial inspirada nos modelos da
arquitetura italiana, tendo a particularidade de se sobrepor ao claustro original de João de
Castilho, de forma a refletir uma inflexão de gosto, passando-se do primeiro renascimento
castilhiano para um classicismo mais sofisticado. O resultado é um corpo de galerias e uma
grande transparência, solução inédita na península ibérica, em que os jogos de luz e sombra
das superfícies acentuam a expressão solene e a grandiosidade de escala.
A Capela dos Reis Magos, de recorte quadrangular, destinava-se ao oratório dos
noviços que se preparavam para confessar, sendo que inspirou a Ermida de Nossa Senhora da
Conceição, próxima do convento, que terá sido (segundo proposta do historiador Rafael
Moreira), concebida como igreja-mausoléu para D. João III e os seus familiares (esse desejo
testamentário do rei não seria, no entanto, cumprido pelos seus sucessores). Iniciada por
Castilho, e terminada por Torralva, é outra obra notável do renascimento, revelando uma
requintada decoração que compõe um dos mais belos interiores da arquitetura portuguesa,
sendo que a sua configuração interior é em tudo idêntica à da Capela do Noviciado, embora
neste caso totalmente em pedra. A sua intrigante perfeição, especialmente no interior, é de
uma harmonia ímpar na arquitetura portuguesa e peninsular, fazendo dela um verdadeiro
exemplo da linguagem renascentista. A monumentalidade e a escala têm aqui um papel
decisivo através da cuidadosa proporção dos vãos e dos elementos portantes. O resultado é um
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corpo de galerias de uma transparência diáfana, de uma suave luminosidade, reverberada pela
pedra branda de cor quente; os valores de luz e sombra são acentuados pelo jogo de
cromatismo das superfícies, que empregam maioritariamente o calcário amarelo, em contraste
com o mármore negro dos planos reentrantes.
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Claustro da Hospedaria (fachadas oeste e norte) feito por João de Castilho e Claustro de D. João III executado
por Diogo de Torralva
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para as passagens aéreas da conduta, terminando com uma fiada de grandes arcos adossados à
fachada sul do convento. Após a Restauração da Independência, D. Pedro II ordenou a
construção do corpo do hospital, num estilo despojado e simples, tendo sido o derradeiro
acrescento ao conjunto monástico. A Mata dos Sete Montes forma a cerca conventual e
estende-se por trinta e nove hectares murados. Além da sua mítica ligação aos templários, o
Convento de Cristo mantém ainda hoje a integridade do espaço conventual e o encanto de
uma envolvente paisagística singular.
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Decoração em estuque e aplicação de policromia nos elementos ornamentais. Técnica do Trompe-l'oeil presente
no Convento de Cristo, Tomar, sécs. XV-XVI. Fonte da Imagem, Foto de Vitor Oliveira, 29 de Janeiro de 2017.
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num tempo dominado pelo românico (seria interrompida devido a graves escaramuças com os
almóadas); a segunda, de finalização do templo, cerca de quatro décadas mais tarde (c.
1230-1250), já em fase de plena afirmação da linguagem gótica em Portugal, sendo que o
resultado é uma obra que cruza elementos de ambos os estilos. A estrutura fortificada revela
soluções inéditas importadas do médio oriente, como a base da muralha inclinada, designada
alambor como já referimos anteriormente, e a torre de menagem, uma das primeiras a ser
construída em solo português. Com a forma invulgar de rotunda, a charola era a igreja do
convento, sendo que as muralhas envolviam a almedina, antiga povoação arabe que foi
transferida para o exterior no século XVI, por ordem de D. Manuel.
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Convento de Cristo, Tomar, sécs. XII-XIII linhas de construção que podem ter servido de
Fonte da Imagem
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claro contraste entre a arquitetura fortemente militarizada do exterior – sóbrio e destituído de
qualquer ornamento – e o elegante interior. A edificação seria alvo de adaptações ao longo
dos tempos, nomeadamente a nível do acesso, que de início se localizava a nascente e que
passaria, no reinado de D. Manuel I, a realizar-se a poente, através de um arco triunfal (de
João de Castilho) de comunicação com a nova igreja manuelina, numa alteração formal e
funcional que transformou a Charola na capela-mor do novo templo.
A valorização litúrgica foi então efetivada através de uma intervenção abrangente e
multifacetada que incluiu um exuberante programa decorativo que incluiu a adição de
decoração em estuque, a aplicação de policromia a diversos elementos ornamentais, o
douramento das nervuras, a execução parietal de pintura a têmpera, a talha, as esculturas,
entre outros aspetos. Fernão Anes foi responsável por pinturas murais no tambor central com
representações dos instrumentos da Paixão de Cristo; a cúpula da charola (que poderá ter sido
então reconstruída, na sequência da queda de um raio que, em 1509, destruiu a lanterna e o
coruchéu da charola), recebeu decoração em estuque; a oficina do pintor régio Jorge Afonso
produziu um conjunto de tábuas de grande dimensão com episódios da Vida e Paixão de
Cristo, que foram integrados na face exterior do deambulatório; Olivier de Gand, assistido por
Fernão de Muñoz, criou imagens esculpidas em madeira que foram instaladas sobre mísulas.
O programa decorativo haveria de prosseguir ao longo do século XVI com a integração de
obras de Gregório Lopes ou com as intervenções dos pintores maneiristas Simão de Abreu e
Domingos Serrão.
Toda a zona do Arco Triunfal é uma intervenção posterior à construção da Charola. O
friso apresenta uma tentativa de colocação de folha de ouro por cima de uma outra camada, o
que lhe conferia um tom acastanhado. Ao intervencionar essa zona, os restauradores não
voltaram a usar folha de ouro, apenas cobriram as lacunas com pintura. A intervenção
centrou-se em restabelecer a unidade e leitura estética da composição, através da reintegração
e tratamento cromático das lacunas da pintura. Relativamente aos tramos intervencionados na
primeira campanha, era o 16 que apresentava uma pintura mural em pior estado.
As pinturas murais existentes na Charola do Convento de Cristo constituem
exemplares únicos e excecionais em contexto nacional pela sua monumentalidade e técnica
pictórica e o presente estudo dos seis anjos do octógono reforça precisamente esta convicção.
Por se tratar de pinturas murais a seco executadas diretamente sobre a alvenaria de rocha
calcária aparelhada demonstra uma mestria pouco usual para uma época em que a técnica
mural predominante era por excelência a do fresco. A utilização de camadas de imprimaduras
cinzentas, a presença extensiva de laca de garança, de pigmentos de chumbo e da técnica de
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base oleosa sugerem que os pintores eram versados em pintura de cavalete, tendo transposto
com sucesso o procedimento e os materiais de pintura correntes nesta técnica para as paredes
do octógono. Particularmente relevante nos resultados obtidos é também o facto de estarem
em concordância com os resultados obtidos para as pinturas sobre madeira do deambulatório,
reforçando a noção de uma obra total avançada recentemente pela historiografia de arte.
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Programa Decorativo no Interior da Charola Templária, Convento de Cristo, Tomar. Sécs. XV-XVI
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Fonte da Primeira Imagem - Autor Desconhecido, Fonte da Segunda Imagem - Foto de Paulo Pereira
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presença de catorze esculturas de madeira, à escala natural, com figuras da Igreja e do Novo
Testamento distribuídas ao longo das colunas. E claro, as esplendorosas aplicações em talha
dourada para os baldaquinos, mísulas, nervuras, pendentes, pedras de fecho, que têm todas as
semelhanças com o retábulo-mor da Sé de Coimbra. Todas estas intervenções na antiga
Rotunda foram acompanhadas pela construção de uma nova ala na parte ocidental da igreja,
dando um corpo rectangular ao edifício com dois pisos: um semi-enterrado, onde funcionava
a sala do capítulo, e outro superior, onde se instalou um coro alto. Esta ampliação da igreja era
necessária para acomodar o coro da igreja, dando seguimento a uma expansão menor
realizada no período do Infante D. Henrique, menos grandiosa. O novo volume, portanto,
estava dotado de um coro-alto com um imponente cadeiral, a respeito do qual podemos ter
uma ideia aproximada olhando para o cadeiral da Catedral do Funchal. Infelizmente este
cadeiral foi destruído durante as Invasões Francesas e tudo o que sobrou dele foram alguns
registos gráficos. A nudez desta parte do edifício hoje em dia, na sua limpidez, é uma pobre e
triste imagem daquilo que foi um interior feérico, pejado de personagens do cristianismo, uma
vez que os espaldares das cadeiras tinham a escultura de um santo à escala natural.
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Vista para a Charola Templária do Convento de Cristo, Tomar, Portugal, sécs. XII-XIII.
Foto de Márcio, 9 de setembro de 2013 Fonte da Imagem
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Espaço Central Octogonal em torno do qual se desenvolve a Charola constituído por pinturas parietais a têmpera
e colunas também pintadas. Deambulatório do Convento de Cristo, Tomar, sécs. XII-XIII. Fonte da Imagem
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Durante a sua longa história, a Rotunda teve diferentes significados, dos Templários à
atualidade. Em muitos aspetos desse percurso, várias incertezas teimam em permanecer, como
um desafio constante. Hoje, sendo difícil compreender a espiritualidade da milícia que a
ergueu, continua a ser problemático classificar a Rotunda tomarense e sua envolvente
próxima, alteradas significativamente entre o século XV e a Idade Moderna. Ela permanece
como uma das melhores provas desse fervor ascético, sendo única no contexto da arquitetura
militar portuguesa e internacional, embora, cremos, por razões distintas das que têm vindo a
ser maioritariamente defendidas. Por fim, não deixa de ser paradoxal que este edifício, de
cunho religioso, à imagem do Templum Domini, seja, porventura, o símbolo máximo da ação
guerreira e da teologia combatente da Ordem do Templo.
Concluindo, o estudo da Rotunda de Tomar projeta nos nossos dias diferentes
horizontes na compreensão da arquitetura erguida pelos Templários e, através dela, do
pensamento cristão e das mentalidades dos séculos XII e XIII.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS E PROBLEMÁTICAS
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Com esta abordagem mais específica sobre o tema, procuramos sempre relacionar a
evolução das formas arquitetónicas ao longo dos séculos, acompanhando os gostos estéticos
dos diversos movimentos artísticos, com a evolução das ordens militares e cristãs,
estreitamente ligadas a muitas figuras importantes na história de Portugal. Deste modo, o
Convento de Cristo na sua homogeneidade conseguiu atingir o propósito de D. Manuel I:
celebrar as descobertas marítimas portuguesas, a mística da Ordem de Cristo e da Coroa numa
grandiosa manifestação de poder e de fé, tornando-se detentor de um imenso poderio
espalhado por todo o império português ao seu ser o palco de importantes obras de ampliação
e beneficiação, que se entrosam com o espírito que preside ao reinado desse monarca.
Para que fosse possível a realização deste trabalho académico, foi imprescindível a
busca por imagens da sua planta, os cortes e o alçado, fotografias atuais de como o mesmo se
encontra, de forma a ser visível as transformações que sofreu, tal como a pesquisa em
variados sites - sendo o que mais informação nos deu sobre este caso de estudo a
Direção-Geral do Património Cultural -, que promoveram um melhor conhecimento histórico
e científico sobre esta obra maior da arquitetura portuguesa e europeia, e nos permitiram
descobrir toda a simbologia e significado por trás deste monumental edifício, repleto de
história e cultura, que conseguimos compreender graças à leitura cuidada do livro “A Charola
do Convento de Cristo. História e Restauro”, o qual fomos de propósito pessoalmente
requisitar à biblioteca da nossa faculdade, que nos fez adquirir vastas informações acerca da
edificação da Charola Templária e a forma como se enquadra no contexto da cidade de Tomar.
Deste modo, durante o processo de levantamento de bases para a concretização desta
investigação, deparamo-nos com certas dificuldades na fidelidade dos dados digitais e
limitações no âmbito da bibliografia do objeto artístico em questão, visto que a maioria não
era possível visualizar online em formato pdf de forma gratuita, o que complicou a descoberta
de informações específicas sobre o mesmo. No entanto, procuramos vencer essa barreira que
nos foi imposta, convertendo estas adversidades num núcleo positivo de conhecimento e
curiosidade, que esperamos ter conseguido refletir neste trabalho, e que nos levou a descobrir
toda a simbologia e significado por trás desta obra de arte, repleta de história e cultura.
Em suma, o estudo presente proporcionou-nos um novo olhar e o entendimento sobre
o que ali foi produzido e o “porquê?” de assim o terem executado, onde procuramos sempre
compreender a interação entre o resultado final e o projeto, assente em inovadoras técnicas
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arquitetónicas, ainda que com ferramentas pouco precisas na altura, com a produção assente
numa mão de obra bastante extensa, o que acaba por refletir o poder económico do nosso país
na altura. Podemos concluir que o Convento de Cristo funcionou como um veículo de união
com a sociedade portuguesa, no qual os arquitetos pensaram abstratamente, passaram para o
papel as suas ideias através do desenho e converteram-nas em criações tridimensionais,
conseguindo, assim, se posicionar criticamente diante de uma realidade.
BIBLIOGRAFIA E WEBGRAFIA
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Pereira, Paulo (2009). Convento de Cristo, Tomar (guia oficial). Lisboa: SCALA; Ministério
da Cultura; IGESPAR. ISBN 978-1-85759-563-5
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Convent of Christ - DGPC
Charola
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Localização: Portugal, Santarém, Tomar, União das freguesias de Tomar (São João
Baptista) e Santa Maria dos Olivais.
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betão armado, lajedo, azulejo, mármore, madeira, ferro, vidro, telha.
Áreas do edifício: Castelo, charola, convento, igreja, aqueduto, enfermaria, sete claustros,
dormitórios, salas do noviciado e bloco da portaria nova.
Proteção: Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 10-01-1907, DG, 1.ª série, n.º
14 de 17 janeiro 1907, Decreto de 16-06-1910, DG, 1.ª série, n.º 136 de 23 junho 1910 /
ZEP / Zona "non aedificandi", Portaria, DG, 2,ª série, n.º 265 de 14 novembro 1946 *1 /
Património Mundial - UNESCO, 1983
Enquadramento: Peri-urbano. Implantado em terreno com declive para O., no alto de uma
elevação sobranceira à planície onde se estende a cidade de Tomar, dominando-a
visualmente; circundado a E. e S. pelas muralhas do Castelo (v. PT03141812006) e pela
mata da cerca (v.PT031418120016). Antecede a igreja um terreiro com escadório de 3
lanços convergentes, ao fundo, a que se acede por porta rasgada na muralha do Castelo, a
E.. A O. localiza-se o Aqueduto dos Pegões (v. PT031418040008).
E-mail: geral@ccristo.dgpc.pt
Website: http://www.conventocristo.gov.pt/pt/index.php
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Imagem:
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Anexo 1: Quadro Cronológico das Principais intervenções na Charola: do último quartel do séc. XX
até à atualidade retirado do livro “A Charola do Convento de Cristo. História e Restauro”. Lisboa:
Direção-Geral do Património Cultural (2014); Biblioteca da Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
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ANEXO 2: Esquemas iconográficos da fachada sul da Igreja do Convento de Cristo em Tomar. Imagem
retirada da obra literária de Paulo Pereira, denominado “De Aurea Aetate: o Coro do Convento de Cristo em
Tomar e a Simbólica Manuelina. Lisboa” (2003) - IPPAR; Ministério da Cultura. ISBN 972-8736-22-3
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ANEXO 3: INFORMAÇÕES GERAIS DAS PARTES ESTRUTURANTES
DO CONVENTO DE CRISTO EM TOMAR
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Anexo 3: Informações gerais das partes estruturantes do Convento de Cristo em Tomar. Imagem
retirada da obra literária de Paulo Pereira, denominado “De Aurea Aetate: o Coro do Convento de Cristo em
Tomar e a Simbólica Manuelina. Lisboa” (2003) - IPPAR; Ministério da Cultura. ISBN 972-8736-22-3
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