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Tera encomendado a obra do palacete ao arquiteto bracarense André Soares (1720-1769), seu

conhecido da Irmandade de Santa Maria Madalena da Falperra. Assumindo-se como O "mais


requintado palacete rocaille do Norte de Portugal" nas palavras de Robert Smith, a fachada do
edifício, profusamente decorada, distingue-se pela organização simétrica, quebrada apenas
pela exuberante decoração, e harmoniosa organização dos vãos, cada um deles emoldurado
por cantaria ricamente esculpida com volumes plasticos de conchas, embrechados e
folhagens.
A fachada principal encontra-se verticalmente definida pelas pilastras dos cunhais e pelos
rasgos dos vãos e ordenada horizontalmente por varandas, entablamento e balaustrada com
fogaréus e àntoras nos extremos.
Duas colunas antecedem a porta principal, cujas folhas se abrem obliquamente para os lados,
conjunto complementado pelos dois putti que estão sobre a varanda, como que à conVidar o
visitante a entrar. Destacam-se ainda os trabalhos em ferro forjado das varandas,
apresentando-se a varanda principal muito ondulada. A fachada ostenta o brasão de João
Duarte de Faria, também desenhado por André Soares.
No interior, uma ampla escadaria da acesso ao andar nobre, caracterizando-se pelos bojudos
vasos e pela escultura de uma figura exótica de granito no piso intermédio, também da autoria
de André Soares, comummente chamada de "turco" que na mão direita segura uma espada e
na esquerda uma luminária, parecendo acolher o visitante ao mesmo tempo que guarda o
palacete, dada a sua localização estratégica.
Ao nível decorativo destacam-se ainda os exuberantes painéis de azulejo que ornamentam a
escadaria, com motivos rocaille nas cercaduras, representando cenas de caça e cenas galantes
ao gosto do século XVIII.

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