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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4

2 COMUNICAÇÃO ........................................................................................ 5

2.1 Estilos de comunicação ........................................................................ 8

2.1.1 Agressivo........................................................................................ 8

2.1.2 Passivo ........................................................................................... 9

2.1.3 Manipulador.................................................................................. 10

2.1.4 Assertivo....................................................................................... 10

3 FALAR EM PÚBLICO .............................................................................. 11

3.1 Conhecer o público-alvo ..................................................................... 12

3.2 Escolher o tema ................................................................................. 12

3.3 Determinar objetivos........................................................................... 13

3.4 Tempo disponível para a apresentação ............................................. 13

3.5 Data de realização do evento ............................................................. 13

3.6 Local da apresentação e sua infraestrutura ....................................... 14

3.7 Desenvolver as ideias ........................................................................ 14

3.8 Recursos audiovisuais........................................................................ 15

4 ORATÓRIA ............................................................................................... 16

4.1 Medo de falar em público ................................................................... 18

4.2 Lidando com o nervosismo................................................................. 20

4.3 Comunicação clara, objetiva .............................................................. 22

4.4 Fala verbal e corporal ......................................................................... 23

4.5 Cuidados com a voz ........................................................................... 24

4.6 Falhas de linguagem .......................................................................... 26

4.7 Comunicação em reuniões empresariais ........................................... 27

5 MARKETING PESSOAL .......................................................................... 29


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5.1 Técnicas e aplicabilidades do marketing pessoal ............................... 30

5.1.1 Imagem pessoal ........................................................................... 31

5.1.2 Linguagem corporal ...................................................................... 31

5.1.3 Vestimenta ................................................................................... 31

5.1.4 Posturas corporais ....................................................................... 32

5.1.5 As maneiras de olhar.................................................................... 32

5.2 Networking ......................................................................................... 32

5.2.1 Elaborando networking ................................................................. 33

5.2.2 Formas de expandir o networking ................................................ 34

5.3 Autopromoção .................................................................................... 35

5.4 Conduta ética ..................................................................................... 36

5.5 Habilidade para falar em público ........................................................ 36

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................ 38

3
1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante


ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável -
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que
lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 COMUNICAÇÃO

Fonte: politize.com.br

A boa comunicação é uma das habilidades mais valorizadas e admiradas no


mundo dos negócios e também uma das mais úteis na vida social. Trata-se, portanto,
de uma habilidade crucial no âmbito das organizações. As pessoas que conseguem
comunicar efetivamente se destacam em seus campos de atuação, seja por suas
capacidades de se expressarem adequadamente para que os outros as conheçam
melhor ou por conseguirem influenciar ideias e comportamentos por meio da utilização
adequada de palavras.
Comunicar bem é algo que pode ser aprendido, desenvolvido e aprimorado,
conforme necessidades e objetivos delimitados. Existem técnicas e conhecimentos
que podem ser úteis nesse sentido. Eis, um dos objetivos da nossa exposição:
oportunizar ao estudante o conhecimento de técnicas e dispositivos teóricos que
possam iniciá-lo na tarefa necessária e fundamental da busca da boa comunicação.
Assim, começaremos por observar o que significa o ato de comunicar e como ele se
constitui como fenômeno fundamental da existência humana. Penteado (2012) explica
que a palavra comunicar:

[...] vem do latim “communicare” com a significação de “pôr em comum”.


Comunicação é convivência. Está na raiz de comunidade, agrupamento
caracterizado por forte coesão, baseada no consenso espontâneo dos
indivíduos. Consenso quer dizer acordo, consentimento, e tal acepção supõe
a existência de um fator decisivo na Comunicação humana: a compreensão

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que ela exige, para que se possam colocar, em “comum”, ideias, imagens e
experiências. A Comunicação humana, portanto, por meio da compreensão,
põe ideias “em comum”. Seu grande objetivo é o entendimento entre os
homens. Para que exista entendimento, é necessário que os indivíduos que
se comunicam se compreendam mutuamente (PENTEADO, 2012, p.1).

O autor acrescenta que a comunicação só existe quando o interlocutor é capaz


de compreender o significado dos sons articulados, associando-o com sua experiência
anterior. Para isso, é necessário que os símbolos, no caso os sons, tenham
significação comum para os indivíduos envolvidos, que são “o emissor, ou destinador,
ou remetente, ou enunciador, ou codificador e o receptor, ou destinatário, ou ouvinte,
ou enunciatário, ou decodificador” (PENTEADO, 2012, p.1) Observe o processo de
comunicação na (Figura 1).

Figura 1 - Processo de comunicação

Comunicação VERBAL

RECEPTOR
EMISSOR

Comunicação NÃO-VERBAL

Fonte: Penteado, 2012

A comunicação é uma necessidade humana desde os primórdios da civilização.


No entanto, com o passar do tempo, a comunicação deixou de ter uma conotação
apenas de socialização e compartilhamento de impressões e percepções dentro de
um grupo. No mundo moderno, à medida que o capitalismo se desenvolveu, ela
passou a ser uma atribuição importante também nas relações comerciais.
Nesse contexto, a comunicação é um componente essencial. Saber conduzir
uma apresentação de forma didática e clara, transmitir seu ponto de vista a um grupo
6
sem deixá-lo desconfortável, obter parcerias e motivações são aspectos cruciais para
uma organização onde os processos de comunicação exercem função fundamental.
Assim, conhecer os elementos determinantes para uma boa comunicação é
fundamental para ter sucesso nos negócios.

A comunicação acontece em todas as direções e o tempo todo: entre


pessoas, entre instituições, entre pessoas e instituições, entre membros de
um grupo fechado, em uma multidão, entre conterrâneos, entre estrangeiros,
entre indivíduos pertencentes a um mesmo grupo de conhecimento, entre
pessoas de diferentes gêneros ou credos, etc. (PIMENTEL; RODRIGUES,
2018, p. 19).

A comunicação, é, portanto, ainda segundo os autores, a base das relações


sociais. Refere-se a um componente formador e propulsor dos grupos sociais, de
modo que cada um, apresentando um perfil de indivíduos específicos, possua códigos
e expressões próprias, que muitas vezes são compreendidos apenas por aqueles que
estão inseridos. Isso ajuda a estreitar o vínculo entre essas pessoas, aumentando a
cumplicidade e a parceria entre elas. Entende-se, assim, que é através da
comunicação, as pessoas compartilham significados, informam-se acerca de aspectos
da vida cotidiana, geram dados para chegar a um local específico, entre outros
aspectos da vida social onde a comunicação é determinante.
Vale salientar que o conceito de comunicação humana como forma de
interação social abrange três esferas: a comunicação interpessoal, a comunicação de
massa e a comunicação organizacional. Para Pimentel e Rodrigues (2018) a
comunicação interpessoal é aquela desenvolvida por todos os indivíduos em diversos
momentos do dia. Refere-se à uma conversa informal entre amigos, conhecidos ou
familiares, por exemplo. Essa conversa pode ocorrer pessoalmente ou ser mediada
por algum meio de comunicação ou tecnologia, como rede social ou telefone.
A comunicação de massa, por outro lado, necessita de um método para atingir
um número considerável de pessoas ao mesmo tempo. Trata-se de um tipo de
comunicação que ocorre sempre mediada, podendo ocorrer por uma rede social, um
artigo de jornal ou conteúdo de televisão, por exemplo. Ao se comunicar com um
grande grupo de pessoas, é necessário usar um vocabulário direto e democrático para
evitar falhas de comunicação.
Já a comunicação organizacional, como o próprio nome indica, ocorre dentro
do contexto dos negócios, ou em um ambiente organizacional. Esse tipo de
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comunicação é geralmente formal e exige que um intermediário seja usado na maioria
das vezes. É a comunicação pensada para dentro e para fora da organização
(PIMENTEL; RODRIGUES, 2018).
No mundo dos negócios, por exemplo, é fundamental entender as principais
formas de comunicação. Isso porque é por meio delas que a comunicação, para uma
apresentação ou negociação, por exemplo, poderá ser planejada. Os quatro principais
estilos mais comuns são: assertivo, agressivo, passivo e manipulador.

2.1 Estilos de comunicação

A tendência dos indivíduos de se comunicarem uns com os outros por meio de


padrões singulares ou combinações de vários componentes é conhecida como estilo
de comunicação. Refere-se a um padrão ou conjunto de características que o
indivíduo possui e emprega ao falar (HODGE; PADERSON; WALKER, 2015).
Segundo Rego (2016), o estilo pode influenciar significativamente em um
componente crucial para a comunicação: a resposta recebida. Como resultado, é
fundamental entender cada uma desses estilos, para assim poder interagir com eles
e alcançar resultados positivos.

2.1.1 Agressivo

As pessoas com o estilo agressivo de comunicação, também conhecidas como


“do contra” têm a convicção de que os outros estão sempre contra elas e que precisam
se proteger e defender o seu ponto de vista a qualquer custo. Para isso,
frequentemente ameaçam e realizam ataques pessoais aos seus interlocutores.
Essa comunicação frequentemente tenta dominar outras pessoas em sua
constante busca por desvalorizá-las. Alguns sinais, como desinteresse, frieza e
intolerância, são perceptíveis quando se utiliza esse tipo de abordagem.
Comunicadores agressivos muitas vezes se tornam insubordinados e se rebelam
contra o que lhes é falado quando precisam responder a alguém, como um gerente,
por exemplo.
Comumente pessoas com esse estilo de comunicação falam alto e tendem a
interromper os outros quando estão falando. Além disso, quando têm a oportunidade

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de falar, eles o fazem segurando suas palavras por mais tempo do que seria
confortável.
Em situações de conflito, os comunicadores agressivos podem ser úteis. Isso
ocorre porque eles geralmente se sentem à vontade nesses tipos de circunstâncias e
estão cientes de como reagir em situações tensas. No entanto, em circunstâncias
normais, sua atitude pode levar a sentimentos desconfortáveis e criar situações
delicadas, que precisam ser gerenciadas. Para Rego (2016, p. 303), uma pessoa com
este estilo gera “desconfianças, inimizades e, mais cedo ou mais tarde, induz
respostas igualmente agressivas nos seus interlocutores”. Essa postura pode resultar
de sentimentos de vulnerabilidade e falta de confiança. Por vezes alguém é agressivo
porque foi passivo por um tempo e acabou transbordando (REGO, 2016).

2.1.2 Passivo

Geralmente as pessoas que usam esse estilo de comunicação tendem a se


sentir bloqueadas ou paralisadas diante de um desafio. Por sentirem receio de
importunar os outros acabam deixando de fazer considerações significativas. Além
disso, acabam não tomando algumas decisões, uma vez que frequentemente alguém
fica decepcionado ou chateado com decisões tomadas, e os passivos não sabem lidar
com esse tipo de rejeição. Uma pessoa passiva, segundo Rego:

[...] comporta-se tímida e retraídamente. Tem dificuldade em defender os


seus interesses, em comunicar o que pensa e em discordar dos outros. Acaba
por encorajar as pessoas a tomar vantagem sobre si e desrespeitarem-na.
Daqui resulta que, por vezes, se sente incompreendida e julga que os outros
é que deveriam saber onde chegar (REGO, 2016, p. 311).

Geralmente as pessoas que se comunicam dessa maneira tendem a lutar com


baixa autoestima, especialmente porque não se sentem capazes de ter suas próprias
opiniões sobre determinadas situações ou de se impor aos outros. No entanto,
pessoas com este estilo não têm muita consideração por parte dos colegas.
As pessoas que são passivas normalmente exibem alguns hábitos e
comportamentos comuns, como revirar os olhos, misturar as pernas e bater com os
dedos na mesa. Muitas pessoas que usam esse estilo de comunicação também
sofrem de ansiedade e insônia. Na oratória, acabam usando linguagem ambígua e
não são decisivas em suas respostas.
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2.1.3 Manipulador

O estilo de comunicação de um manipulador tende a ser estratégico,


valorizando seu público por meio de palavras e frases precisas em um esforço para
mostrar inteligência e cultura. Geralmente exagera ou distorce as informações
fornecidas por outros, podendo repeti-las de forma distorcida ou descontextualizada,
atendendo aos seus próprios interesses.
Pessoas deste estilo frequentemente utilizam a simulação como instrumento
para manipular os demais, seja negando fatos ou inventando histórias, ou cenários
que os farão concordar com eles. É alguém que geralmente fala por meias-palavras,
favorecendo a ambiguidade, muitas vezes utiliza a culpa do seu interlocutor como
arma a seu favor, justamente para no futuro poder se valer dela. Também é comum
este indivíduo explorar as tradições, convicções e os escrúpulos das pessoas, bem
como realizar a chamada chantagem moral.

2.1.4 Assertivo

A capacidade de expressar opiniões, desejos e sentimentos é o que define o


comportamento de quem se comunica dessa forma. Além disso, aqueles que adotam
esse estilo respeitam e apoiam as afirmações dos outros. O comunicador assertivo
normalmente usa uma linguagem direta, visando oportunizar o diálogo e criar uma
situação que beneficie todos os envolvidos. Eles são indivíduos que ouvem
atentamente as opiniões dos outros e que podem expressar honestamente as suas.
Conforme Rego, uma pessoa assertiva:

[...] defende a esfera individual de forma direta, aberta e honesta, sem abusar
da esfera individual do interlocutor. Baseia-se no princípio segundo o qual é
incorreto violar os nossos próprios direitos, assim como os direitos dos outros
em expressarem-se e serem tratados com dignidade e respeito (REGO, 2016,
p. 328).

Na maioria das vezes, são confiantes e decididos, preferem o diálogo e a


negociação que geralmente resultam deles, do que a agressão ou mesmo a fuga,
como fazem as pessoas de estilos diferentes. Habitualmente são respeitados pelos
demais que os respeitam e consideram seu ponto de vista.
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Apesar de buscarem o compromisso, os comunicadores assertivos conseguem
assumir uma posição forte e sabem usar a palavra “não” quando necessário para
proteger os interesses de seus representados. Pessoas com esse perfil constroem
relações de confiança com a outra parte, o que pode levar a um relacionamento sólido
e duradouro entre as partes após o término da negociação.
Conforme Rego (2016, p. 313) “[...] o estilo de comunicação habitualmente
considerado o mais desejável é o assertivo”. No entanto, a eficácia da comunicação,
no sentido de obter melhores resultados em uma negociação, ainda depende da
capacidade do indivíduo de adequar o seu estilo de acordo às circunstâncias que
surgem (HODGE; PADERSON; WALKER, 2015). O indivíduo que é capaz de exercer,
em momentos específicos, um pouco de cada um dos estilos de comunicação, obtém
resultados mais satisfatórios em uma negociação.

3 FALAR EM PÚBLICO

Fonte: thespeaker.com.br

A exposição ao público é um dos maiores desafios para as pessoas,


principalmente para quem não tem experiência dessa atividade. Requer mais do que
ter conhecimento; deve-se também planejar e organizar a apresentação, bem como
controlar, dominar as emoções e os fatores internos que possam influenciar na
atividade oral. Além disso, é importante utilizar algumas técnicas de comunicação e
os recursos audiovisuais (FRANÇA, 2015).
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Construir um pequeno projeto ou plano que aborde perguntas-chave é o
primeiro passo para quem deseja ter sucesso em qualquer apresentação. As
respostas dessas perguntas são cruciais para alcançar o sucesso desejado:

• Quem é o público-alvo da apresentação? O que você sabe sobre esse grupo?


• Qual é o tema a ser apresentado? Qual enfoque desse tema é mais motivador
e interessante para o público-alvo?
• Quais são os objetivos dessa apresentação?
• Qual é o tempo disponível para a exposição ou da sua fala?
• Quando será o evento?
• Em que local será realizado? E que infraestrutura dispõe para apresentações?
• Na relação tempo x tema, como pretende desenvolver suas ideias?
• Que recursos audiovisuais serão usados na apresentação? (FRANÇA, 2015,
p. 138).

Na produção desse projeto é fundamental explicar o que envolve cada etapa,


para esclarecer o que cada pergunta precisa ter como resposta, para cumprir com o
bom planejamento para o ato de falar em uma audiência.

3.1 Conhecer o público-alvo

Trata-se de identificar para quem será feita a apresentação e adequar o


vocabulário ao público. Para tanto, é necessário pesquisar e fazer um levantamento
sobre o perfil dos ouvintes presentes no evento antes de pensar no tema e nas ideias.
O sucesso depende da linguagem adequada ao nível cultural dos participantes.

3.2 Escolher o tema

O orador deve escolher o tema que seja de seu domínio, pois ele precisa ter
conhecimento amplo sobre o que será explanado, tanto em termos de fundamentação
teórica do tema, quanto das práticas que deram origem ao estudo da temática.
Com isso, é necessário ler estudar muito sobre o tema, estudar, com a
finalidade de escolher a melhor abordagem a ser adotada, considerando as

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características do público. Um tema pode ser abordado em vários enfoques, portanto,
é indicado escolher aquele que mais interessa e motiva o público e é relevante para o
apresentador.

3.3 Determinar objetivos

Os objetivos são direcionamentos que devem ser alcançados através da


apresentação. Estabelecer a intenção ao abordar esse tema é crucial. Pode-se
motivar, persuadir, informar ou apresentar a solução de um problema, mas esses
objetivos, mesmo que conjugados, devem ser previamente elaborados neste
planejamento. O objetivo funciona como uma bússola para a apresentação.

3.4 Tempo disponível para a apresentação

O tempo é um fator delimitador das ações a serem realizadas na apresentação


ou em qualquer atividade oral. O horário previsto para a apresentação não pode ser
ignorado, pois, se terminar antes ou ultrapassar, será notório a falta de planejamento
e organização. Ao terminar no tempo hábil, mostrará ao público profissionalismo e
dedicação ao evento oral realizado.

3.5 Data de realização do evento

É preciso determinar com bastante observação a data para uma apresentação


que deseja êxito. Embora, nem sempre o apresentador terá autonomia para escolher,
mas quando houver a possibilidade, conforme França (2015), alguns fatores devem
ser cuidadosamente considerados:

• Não ser uma data anterior a um dia de feriado, pois o fato provoca diminuição
do público presente ao evento;
• Marcar com antecedência, para haver boa divulgação e preparação do orador;
• Não ser coexistente a outro evento público que ocorra no mesmo dia (jogo de
final de campeonato, atividade de trabalho, eventos sociais importantes etc.).
Além de diminuir o público, coloca os participantes e o orador em situação de

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estresse só pelo fato da locomoção e trânsito até chegar ao local do evento.

3.6 Local da apresentação e sua infraestrutura

O local para o evento interfere sobre a atividade. Conhecer o local com


antecedência e atentar para a infraestrutura de apoio facilita ao orador e lhe permite
planejar melhor a sua apresentação.
O ambiente físico, os recursos audiovisuais disponíveis, a posição do público,
incluindo se há ou não palco e púlpito, afetam como se deve posicionar frente ao
público. O planejamento deve considerar os cenários ambientais, espaciais e
logísticos da apresentação.

3.7 Desenvolver as ideias

Segundo França (2015), as ideias devem ser organizadas dentro de uma


estrutura lógica, cronológica e coerente, com a consideração básica do orador, naquilo
que se chama de qualidade de estilo. Dessa forma, é essencial prestar atenção a três
qualidades relevantes na estrutura das ideias:
• Unidade e Concisão, uma só ideia predominante e delimitada no enfoque
escolhido;
• Coerência, relação entre a ideia principal e as ideias que decorrem dela, com
comprovação e com argumentos;
• Objetividade e Clareza, é preciso transmitir completamente a ideia, realizando
a comunicação imediata sem redundâncias, de forma simples e direta.

Fazer uma lista de tópicos com ideias sobre o que será dito em cada tópico e
como ele se desenvolverá de forma lógica e significativa, facilita muito o trabalho do
apresentador. Além disso, este guia de ideias pode ser usado para compor uma ficha
que poderá ser usada durante o tempo da apresentação. Vale ressaltar que, apesar
de em alguns casos se dispor de recursos tecnológicos, algumas vezes eles falham,
necessitando usar apenas a guia como possibilidade de auxílio na hora do evento.
Planejar as ideias a serem desenvolvidas e os argumentos a serem
apresentados faz toda diferença ao falar em público.

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3.8 Recursos audiovisuais

Fonte: kingscomunicacao.com.br

É necessário determinar os recursos que serão utilizados, e isso tem relação


direta com a infraestrutura do local. Deve-se saber antecipadamente se o
equipamento é apropriado ou não. Além disso, cada tipo de apresentação, requer o
uso de um ou mais recursos (FRANÇA, 2015).
Espera-se que o expositor utilize recursos visuais e/ou audiovisuais para
facilitar sua comunicação com o público-alvo. O apresentador deve estar familiarizado
com a operação do equipamento que terá à sua disposição, para evitar situações
constrangedoras, por exemplo, quando o apresentador liga o Datashow e a imagem
é projetada de forma inadequada ou retrocede os slides ao invés de avançá-los
(CARMO; PRADO, 2005).
Os slides da apresentação devem ser organizados de forma clara e objetiva,
atentando para não exibir uma quantidade excessiva de informações na mesma tela
e evitar qualquer tipo de conflito entre o que é dito e o que é projetado. O conteúdo da
projeção precisa ser um auxiliar da exposição, não um concorrente. Da mesma forma,
as dimensões e requisitos de iluminação do espaço onde será realizada a
apresentação necessita ser considerado; isso ajudará decidir sobre especificidades
como o tamanho do texto, das figuras e o esquema de cores a ser usado. Visto que
nem sempre é possível obter tais informações antecipadamente, dispor de sugestões
gerais é indicado (CARMO; PRADO, 2005).

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Em relação ao uso de cores, é necessário um estudo de caso, pois depende
do tipo de apresentação e da área. Se a apresentação for para um experimento
científico, um contraste básico como preto e branco funcionará, mas se for para
marketing ou promoção de produtos, um contraste de cores mais exóticas funcionará.
No entanto, se for enfatizar o valor estético da apresentação usando cores, escolha
as claras para o segundo plano e as escuras para o primeiro.
Os recursos gráficos que incluem tipos diferentes de letras e outros elementos
como efeitos 3D, sombreamento, conjuntos e formas geométricas requer moderação,
escolha sempre a simplicidade e o bom senso ao aderir um padrão.
É fundamental que a fala e o conteúdo que está sendo apresentado estejam
sincronizados, pois é possível que ocorram projeções de informações que não tenham
relação com o que está sendo apresentado, seja porque o apresentador simplesmente
esqueceu de usar o auxílio visual ou porque a informação apropriada não foi projetada
no momento certo. Provavelmente, esta dificuldade decorre de uma falta de
planejamento adequado, da inabilidade do expositor, ou em razão do aparelho estar
sendo operado por outra pessoa, sem um acerto prévio entre expositor e operador
acerca dos detalhes da apresentação (CARMO; PRADO, 2005).
Por mais clara que seja a exposição, a compreensão do ouvinte pode não
corresponder exatamente ao que está sendo abordado. Isso é comum, portanto,
lembre-se: clareza é imprescindível. Por isso, ao preparar uma apresentação, tente
visualizar a expectativa do público. Isso poderá ajudar a prever possíveis dúvidas e
dificuldades.

4 ORATÓRIA

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Fonte: marketingdeautoridade.org

A maneira como se expressa e comunica constrói a reputação do indivíduo,


gera impressões e influência nas relações com os outros. Sobre o conceito de oratória
argumenta Moreira:

Parece clichê, mas não há conceito melhor para definir oratória como “a arte
de falar em público”, primeiro, porque a oratória é composta de métodos de
comunicação e linguagens (verbais e não verbais), segundo, porque envolve
nesse processo a persuasão como um ponto central, e persuadir-se a si
mesmo ou alguém, é um desafio, uma arte quase teatral, cheia de entonação,
expressão, articulação, postura e empatia, sim, empatia, é preciso
conhecer seu público, conectar-se a ele, criar laços afetivos, e para
isso, ser carismático (MOREIRA, 2020, p.2).

Falar em público corretamente e sem inibições requer a compreensão de como


transmitir, comunicar e expressar adequadamente, sabe-se que o orador precisa
adequar a mensagem aos interesses do público-alvo. Por esta razão, desenvolver a
sensibilidade demanda habilidades e experiência de oratória (POLITO, 2015).
A comunicação é o fator imprescindível para o exercício da função em qualquer
área e está diretamente ligada ao sucesso ou insucesso da carreira escolhida. Saber
o que e quando falar transmite sentidos muito mais avançados do que apenas
expressar bem, inclui o poder de influenciar com as próprias ideias outras pessoas.

A Comunicação ou o ato de comunicar-se bem é uma atribuição


imprescindível para todos os profissionais em suas respectivas áreas de
atuação, mas principalmente para o profissional de secretariado executivo,
esse é um ato primordial e que deve ser executado com clareza por este
profissional, que é um agente de relações públicas. Algumas pessoas
acreditam que entendem tudo sobre comunicação pelo simples fato de a
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praticarem, mas na verdade este processo que parece obvio é muito mais
complexo do que se pensa. Comunicar-se bem exige esforços, para que se
possa transmitir pensamentos, ideias e conhecimentos com clareza na
organização (SOUZA, 2011, p.15).

Na oratória é preciso atender o interesse do público, visando compreender a


problemática do assunto discorrido, as razões históricas pelas quais geram
curiosidades e levam o público a procurar uma prerrogativa essencialmente relevante
para ‘comprar’ a ideia do orador. Sendo assim, a comunicação é fundamental para
todas as carreiras.

4.1 Medo de falar em público

O medo é a sensação que todo ser humano sente quando algo o ameaça, nota-
se que está exposto a um fator desconhecido, proporciona um estado físico e
psicológico de nervosismo e pavor perante algo que possa ser prejudicial, seja um
medo real ou fruto da imaginação. Pode ser definido como a alteração psíquica que
se manifesta no instinto de autopreservação e autodefesa. O mesmo tem a função
moderadora de disciplinar as pessoas em seu ambiente social (TULLIO; DE BARROS;
VALIGURA, 2016).

Fonte: hipnosenapratica.com.br

Nas áreas das comunicações, falar em público pode despertar muitas inibições
causadas principalmente por sentimentos de inadequação e vergonha. Acrescentam-
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se a isso os complexos de inferioridade ou de superioridade, o perfeccionismo
exagerado, as inseguranças quanto à autoimagem, o medo da rejeição, a baixa
estima, a preocupação excessiva com a crítica alheia, e pronto: está completo o
bloqueio da comunicação. O medo proporciona submissão que impede a
autoexpressão, calando a voz do emissor.
A crítica é uma alimentadora do medo e muitas vezes é interpretada como algo
negativo de caráter agressivo. Nessa perspectiva, entende-se que diante da plateia o
orador é sempre julgado sobre suas ideias e conhecimentos que não atendem as
expectativas dos ouvintes. No entanto, ser criticado não significa que o orador falhou;
ele deve ter em mente a fonte primária dessa crítica e se ela tem fundamento ou não,
pois sem argumentos não passará de uma opinião. Por exemplo, a crítica intelectual
é baseada em conhecimentos somados da plateia; refere-se a algo quase sempre não
observado pelo o orador, que deve ser investigado pelo mesmo, buscando entender
seus aspectos construtivos, postos na perspectiva de um elemento para evolução do
orador. Tornando-se, assim, uma maneira eficaz de subjugar obstáculo (TULLIO; DE
BARROS; VALIGURA, 2016).
Quando colocado em uma situação nova com muitas pessoas, faz parte da
natureza humana sentir medo ou inibição. Surgem uma certa ansiedade que vem da
perspectiva de iniciar uma ação inovadora diante do público. No entanto, é necessário
controlar os excessos, pois a insegurança exagerada pode ter efeitos negativos em
todos os aspectos da vida, principalmente nas atividades relacionadas ao trabalho ou
estudo (FRANÇA, 2015).
Falar em público é uma necessidade constante. Seja ao participar de uma
reunião, fazer um relatório, apresentar um trabalho acadêmico ou fazer uma avaliação
oral de uma disciplina, ou curso. Diante do exposto, sabe-se que falar em público é
inevitável e, por isso, deve-se realizar da melhor forma possível.
Segundo França (2015), em uma situação de estresse, o corpo só tem duas
respostas possíveis: fugir ou lutar. Uma postura de luta deve ser imediata, pois falar
com as pessoas é inevitável, e essa conscientização é muito importante. Há apenas
uma opção: lutar, embora muitas reações aconteçam com o corpo devido o estresse.
O controle dessas reações, somado aos outros elementos de planejamento de uma
apresentação, é que transforma essa atividade oral em grande desafio.

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Existem remédios que podem diminuir os efeitos de quem vai falar em público,
até mesmo terapias, como a acupuntura emocional, mas o melhor mesmo é realizar
essa luta em si mesmo e conquistar êxito para a batalha atual e as futuras. Além disso,
é fundamental enfatizar que os medicamentos podem ter efeitos colaterais que pioram
a atividade oral, como o bloqueio de ideias, trazer sono, dar fraqueza, etc. Abaixo
segue algumas frases que constituem pensamentos que levam ao controle do medo:

• “Sou capaz, pois estudei muito e tenho vivências, por isso, estou pronto para
realizar essa atividade”.
• “Tenho domínio sobre mim e sei perfeitamente que posso fazer o melhor, pois
sou capaz”.
• “Estou preparado tanto tecnicamente como psicologicamente para a
apresentação”.
• “Só tenho pensamentos positivos, e tudo vai dar certo, pois tenho domínio e
sou capaz”.
• “Sei bastante sobre o tema, e nenhum dos presentes conhece mais que eu
sobre o assunto, sou capaz”.
• “É necessário que eu fale em público e me saia bem, é fundamental para a
minha vida pessoal e profissional” (FRANÇA, 2015, p. 142).

Conforme estudos psicopedagógicos, a repetição é a chave para a


aprendizagem; por isso, é fundamental repetir essas frases como pensamentos e, se
necessário, como expressões verbalizadas para que as ideias se fixem. É crucial
continuar, pois o medo é uma percepção que pode ser mudada (FRANÇA, 2015).

4.2 Lidando com o nervosismo

Em vez de tentar eliminar todo e qualquer traço de medo de falar em público, o


indicado é procurar transformá-lo de uma força negativa em uma potência que
especialistas chamam de nervosismo positivo, onde a sensaçao de nervosismo pode
se dar como uma experiência de sentimentos prazerosos, entusiásticos e animados,
acompanhado de uma ligeira agitação. Continua sendo nervosismo, mas a sensação

20
é diferente, porque não é mais vitimado por ele; ao contrário, é vitalizado por ele
(LUCAS, 2013).
Não assuma que tem medo de falar em público. Em vez disso, conceba como
“instigação” ou “entusiasmo”, isso pode ajudar a concentrar e revigorar da mesma
maneira que ajuda atletas, músicos e outros a se prepararem para um jogo ou um
concerto.
Conforme Lucas (2013, p. 30-33), existe seis métodos consagrados para
transformar a força negativa do nervosismo em positiva:

• Adquira experiência em oratória;


• Prepare-se; outra maneira de ganhar confiança é escolher temas para palestrar
pelos quais tem de fato interesse e, em seguida, prepará-los meticulosamente,
para que assim o êxito seja garantido.
• Pense de forma positiva; a confiança é o poder mais conhecido do pensamento
positivo.
• Utilize o poder da visualização; está intimamente relacionada com o
pensamento positivo. Ela é utilizada por atletas, músicos, atores, oradores e
outras pessoas para melhorar o desempenho em situações estressantes.
• Grande parte do nervosismo não é visível; muitos oradores principiantes temem
que o público perceba. É difícil falar com equilíbrio e confiança quando
reconhece que está tenso e inseguro. Uma das constatações mais valiosas que
terá ao longo de sua trajetória como palestrante é que apenas uma fração da
ansiedade sentida internamente se evidencia de forma externa.
• Não espere perfeição; talvez também ajude saber que não existe discurso
perfeito. Até certo ponto, em toda apresentação, o orador diz ou faz alguma
coisa que não sai exatamente como ele planejou. Felizmente, esses momentos
não costumam ser visíveis para o público. Porque o espectador não sabe o que
o orador pretende dizer. Ele ouve apenas o que é falado.

Ao elaborar uma apresentação oral, procure prepará-la minuciosamente e fazer


todo o possível para que a mensagem transmitida chegue aos ouvintes como
esperado. No entanto, não fique ansioso com relação a ser perfeito ou com o que

21
ocorrerá se cometer um erro. Assim a mente é aliviada desses fardos, será bem mais
fácil encarar as apresentações com confiança e, até mesmo, com entusiasmo.
Para lidar com o nervosismo em suas primeiras apresentações, é importante:

• Estar em sua melhor forma física e mental. Não é aconselhável ficar até as três
horas da madrugada festejando com amigos ou estudar impacientemente para
uma prova antes de uma apresentação. O mais apropriado é ter uma boa noite
de sono.
• Enquanto aguarda o momento de se apresentar, contrair e relaxar calmamente
os músculos das pernas ou apertar as mãos uma contra a outra, soltando-as
em seguida, são procedimentos que ajudam a diminuir a tensão porque dão
vazão ao excesso de adrenalina.
• Antes de começar a falar, respire lenta e profundamente algumas vezes.
Quando as pessoas estão tensas, elas costumam fazer uma respiração curta
e superficial, e isso aumenta a ansiedade. A respiração profunda interrompe
esse ciclo de tensão e ajuda a aliviar o nervosismo.
• Dedique-se especialmente à introdução. Pesquisas demonstram que o nível de
ansiedade do orador começa a diminuir de forma significativa após os primeiros
30 a 60 segundos de uma apresentação. Assim que passar da introdução,
provavelmente prosseguirá sem dificuldades no restante do caminho.
• Faça contato visual com os ouvintes. Lembre-se de que eles são indivíduos, e
não uma massa disforme e sem rosto.
• Preocupe-se em se comunicar com os ouvintes, e não com seu medo de falar
em público. Ao se envolver com o que está falando, o público também se
envolverá.
• Utilize recursos visuais. Eles geram interesse, tirando o palestrante do centro
das atenções e ajudando diminuir o constrangimento (LUCAS, 2013, p. 34).

4.3 Comunicação clara, objetiva

Clareza, objetividade, entusiasmo e espontaneidade são pré-requisitos básicos


para um bom orador que venha traduzir de forma simples e ordenada a mensagem a
ser passada. Segundo, Bezerra (2012) a credibilidade; a voz; o vocabulário; a
22
expressão corporal e a aparência também são fatores importantes. Alguns requisitos
que diferencia um bom orador:

• Expressões faciais e os gestos.


• Volume, ritmo e inflexão da voz.
• A clareza e objetividade do texto.
• Interação com o público alvo.
• Utilização de recursos audiovisuais e como eles complementam o que está
sendo dito através da voz.
• Os recursos utilizados para prender a atenção dos telespectadores.
• Improvisação de maneira previamente pensada, fato que pode ser comprovado
em jornais reconhecidos.
• Vestimenta adequada.

Ao fazer uma apresentação, a ansiedade é inevitável, mesmo os


apresentadores experientes podem sentir desconforto, suar frio e ficar apreensivos. É
uma reação perfeitamente natural face a uma situação aparentemente ameaçadora.
Estar perante o que considera ser uma ameaça libera adrenalina, dilata as pupilas,
torna os músculos tensos e provoca uma resposta de “fugir ou lutar”.
Os bons apresentadores tendem a concentrar-se no que pode correr bem, nos
aspectos favoráveis da sua mensagem e de que forma podem usá-la a favor da
apresentação. Assim que detectam uma resposta positiva dos seus ouvintes, usam
essa percepção para reforçar a sua autoconfiança, segurança, e acreditam que serão
bem-sucedidos.

4.4 Fala verbal e corporal

Conforme Servilha e Costa (2015), como o próprio nome diz, comunicação


verbal é realizada através da voz, enquanto a linguagem corporal é feita por intermédio
do corpo, utilizando gestos, posturas, mãos, olhares, roupas, etc. As principais
funções são:

23
• Voz: é fundamental na comunicação verbal, podendo ser grave, média ou
aguda. O ritmo pode ser lento, normal ou rápido.
• Olhar: cria uma ligação entre o comunicador e os seus ouvintes, podendo
sensibilizar, agredir, comover, passar confiança, simpatia, etc.
• Gestos: ampliam o poder da palavra, facilitando o entendimento da
mensagem. Durante uma apresentação, evitar fazer gestos abaixo da linha da
cintura ou em demasia, pois tiram a força da comunicação.
• Mãos: devem ficar abaixadas, ao longo do corpo ou em forma de “conchas”,
até necessitar das mesmas para criar gestos.
• Postura corporal: ao falar em pé, o corpo deve estar ereto e o peso dividido
entre as duas pernas.
• Roupas: vestir-se de maneira adequada ao seu público.

A linguagem corporal e verbal de uma pessoa deve transmitir credibilidade ao


ouvinte, ao mesmo tempo em que combinam com o código de vestimenta de sua profissão
e a postura a ser adotada. Uma função de voz apropriada apoia a comunicação eficaz, a
autoestima e promove as habilidades de aprendizagem. Considerando-se que a
exposição oral tem sido a estratégia didática mais utilizada em sala de aula, o que
eleva a demanda vocal é imprescindível que a voz seja inteligível, acessível,
motivadora, assertiva e eficaz. Isso porque a capacidade de manter a atenção dos
ouvintes pode ser impactada negativamente pela monotonia da voz, fraqueza ou tensão
sistemática, bem como por qualquer desvio da velocidade ou fluência da fala. Como
resultado, a voz é extremamente exigente em termos de comunicação, e seu bom
funcionamento é requisito básico para a profissão (SERVILHA; COSTA, 2015).

4.5 Cuidados com a voz

A voz é uma ferramenta crucial para preparadores físicos de futebol, oradores


e outros profissionais. Essas profissões enfrentam altas demandas de uso vocal em
situações que causam emoções intensas, pressão, ansiedade e estresse.

24
Os oradores persuasivos ajustam a voz para que ela seja ouvida claramente
por toda a plateia. Além disso, adotam uma postura mais ereta e evitam maneirismos
e hábitos verbais que provocam distrações (LUCAS, 2013).
A voz existe pelo desejo que o ser humano possui de verbalizar pensamentos,
opiniões e emoções, sendo parte integrante da identidade. É uma das extensões mais
fortes da personalidade, muitas vezes é possível reconhecer alguém apenas pela voz.
A voz transmite simpatia, ansiedade, tensão, emoção, inclusive a idade e experiência
de vida. O uso inadequado pode resultar em disfonia, que é um sintoma de dificuldade
na emissão normal da voz, podendo causar alterações nas cordas vocais (hiperemia,
edema, nódulo, pólipo, etc.).

Voz é metáfora da expressão. Quer ser aqui um pensamento que adquira sua
expressão (não concordância, nem mero acordo), pela sensibilização das
palavras pela voz. A voz não é algo dado, mas algo que dever ser produzido.
Ela equivale à entrada do corpo na política. É por que me expresso por meio
de minha voz que alcanço o outro, que estabeleço com ele um laço. Todo
laço, toda relação é política, em seu melhor sentido, toda antirrelação é
destrutiva da política (TIBURI, 2016, p. 47- 48).

Segundo Matuck e da Silva (2005), o equilíbrio entre os parâmetros vocais, são


aqueles representados pelas qualidades vocais e consistem em: ressonância, tipo de
voz, intensidade, frequência, articulação, velocidade de fala, pronúncia e aspectos
relacionados à emissão, é necessário para uma produção vocal adequada. Esse
equilíbrio nem sempre existe e é responsável por características como rouquidão,
ansiedade, tensão, entre outras, que podem ser detectadas tanto na voz de um adulto
quanto de uma criança.
O posicionamento correto da respiração, sem tensão ou relaxamento das
cordas vocais, é necessário para produzir a voz corretamente. Estas devem ter uma
tonicidade "ideal" para que sua movimentação ocorra normalmente. A respiração
deverá ter uma coordenação entre inspiração e expiração, coordenação
fonorespiratória, movimentos livres da musculatura da região torácica e do músculo
diafragmático. Uma respiração ideal provoca o alargamento da base dos pulmões,
permitindo maior entrada de ar e menor contração da musculatura torácica, pescoço
e parte inferior da face (mandíbula e língua) (MATUCK; DA SILVA, 2005).

25
4.6 Falhas de linguagem

Fonte: alunosonline.uol.com.br

Segundo Brasileiro (2016), os vícios linguísticos são desvios das normas da


língua padrão, provocados pela falta de conhecimento por parte do falante. Os vícios
de linguagem se classificam em:

• Barbarismo: desvio da norma quanto à grafia, pronúncia, morfologia,


semântica e todas as formas de estrangeirismo são consideradas, por
diversos autores, barbarismo.
• Arcaísmo: emprego de palavras ou estruturas antigas que deixaram de ser
usadas.
• Neologismo: emprego de novas palavras que não foram incorporadas pelo
idioma.
• Solecismo: erros de sintaxe contra as normas de concordância, de regência
ou de colocação.
• Ambiguidade: ocorre quando uma frase causa duplo sentido de
interpretação.
• Cacófato: refere-se ao mau som que resulta na união de duas ou mais
palavras no interior da frase.
• Eco: ocorrência de terminações iguais.
• Pleonasmo: redundância desnecessária de informação.

26
Concordância: Sobrou muitas vagas (em vez de sobraram).
Regência: Hoje assistiremos o filme (em vez de ao filme).
Colocação: Me empresta o carro? (Em vez de empresta-me).

Segundo Brasileiro (2016), vícios linguísticos são notórios por serem


desagradáveis, podem ser descobertos na fala e, em casos mais graves, na escrita.
“Tipo assim”, " meio que" e " cara " são alguns cacoetes de linguagem frequentemente
ouvidos na fala.
Essa forma de raciocínio geralmente aparece fora de contexto e sem
significado, ou seja, estão presentes na frase, mas não possuem formalmente nenhum
valor linguístico. Em alguns casos, os cacoetes de linguagem são vistos como
“trapaça comunicacional”. Isso acontece quando o falante utiliza termos
desnecessários apenas para rebuscar o discurso, deixando-o assim mais impactante.
Mas, na maioria das vezes, eles entram em foco naturalmente, agindo como uma
espécie de mecanismo de autocorrelação de fala.
Vale salientar que os diversos aspectos, como as variações linguísticas, a
influência do coloquialismo e o dinamismo da comunicação devem ser observados. O
objetivo principal da linguagem é facilitar as interações sociais e a compreensão. É
fundamental se adequar aos tipos de linguagem de acordo com o contexto
comunicacional e ser poliglota em seu próprio idioma.

4.7 Comunicação em reuniões empresariais

É imprescindível a importância das reuniões no mundo dos negócios e o quanto


elas podem ser úteis para o cotidiano das empresas. Conforme Carmo e Prado (2005)
ao solicitar uma apresentação durante a reunião, alguns conceitos devem ser
abordados. A duração da apresentação deve seguir as normas previamente definidas
para o evento, evitando extrapolar o tempo previsto, para não prejudicar a exposição
dos demais apresentadores. O olhar deverá ser direcionado ao público, não se
prendendo apenas à uma pessoa, ao contrário, deverá percorrer toda a plateia. A

27
altura da voz precisará ser adequada às dimensões do ambiente, ao número de
pessoas na audiência e a acústica do ambiente.
É importante atentar para a postura adequada nas reuniões, bem como a
pronúncia das palavras, respiração, gestos, contato visual, entre outros, e até mesmo
as pausas que permitem a reflexão e a reprodução de ideias em resposta ao que está
sendo apresentado.
O discurso deve identificar as partes e atuar como um facilitador para a
transmissão de argumentos por meio de roteiros previamente organizados. O
profissional proficiente em todas as formas de expressão, seja verbal ou escrita, é
mais interessante para a empresa do que um membro da equipe que apenas domina
a oratória.
No ambiente empresarial, a comunicação é o que acontece entre uma
organização e o mercado, fornecedores, concorrentes, consumidores, entre outros. É
um componente crucial desse relacionamento, pois, mais do que um processo, é a
base das relações interpessoais. Assim, a comunicação empresarial é uma
ferramenta essencial para o desenvolvimento e crescimento das organizações e, se
for eficaz, pode produzir resultados relevantes para o resultado final da organização.
Portanto, a capacidade de se comunicar efetivamente é um pré-requisito para
gerentes, supervisores e líderes no desempenho de suas funções. Isso significa que,
para realizar suas tarefas de planejamento, organização, direção e controle, bem
como seus processos interpessoais, informacionais e decisórios, esses profissionais
devem possuir habilidades de comunicação efetivas (FERREIRA; MALHEIROS,
2016).

28
5 MARKETING PESSOAL

Fonte: portalolhardinamico.com.br

Conforme Rizzo (2015), no mundo globalizado o processo de mudança e


adaptação é constante, dada a sensação de redução de espaço e tempo e a
aproximação e contato com outras culturas desperta novas expectativas e
necessidades, fazendo com que as organizações se preocupem em manter ou criar
vantagens competitivas. Nesse grande desafio de desenvolvimento de ideias e
inovações que estejam em consonância com a modernidade, o profissional tem por
obrigação situar-se com as características voltadas para este contexto, buscando por
informações e capacitações. Por isso o marketing pessoal se torna um requisito chave
para alcançar boas colocações. Segundo Kotler (2003, p. 91), o marketing pessoal é:

“[...] uma nova disciplina que utiliza os conceitos e instrumentos do marketing


em benefício da carreira e das vivências pessoais dos indivíduos, valorizando
o ser humano em todos os seus atributos, características e complexa
estrutura”.

Em outras palavras, é possível dizer o marketing pessoal implica dar valor à


própria imagem. Muito mais do que autopromoção, é um conjunto de ações e atitudes
que vão ajudar as pessoas a verem o profissional com muito mais respeito.

[…] conjunto de ações planejadas que facilitam a obtenção de sucesso


pessoal e profissional, seja para conquistar uma nova posição no mercado
de trabalho, seja para manter sua posição atual. Essas ações compreendem
não só a divulgação de uma melhor imagem de nós mesmos, mas também o
29
aprimoramento de nossas deficiências e o investimento em nossas
qualidades (Ritossa, 2009, p. 17).

A velocidade das ações indica uma diminuição acentuada do ciclo de vida das
coisas como um elemento útil e contemporâneo. Hoje a permanência de um produto
no mercado é instável, pois cada vez mais as pessoas procuram sanar suas carências
e necessidades encontradas no dia a dia e facilitar seu serviço, assim o profissional
tem que buscar atender essas prioridades.
Tal como acontece com as marcas, as pessoas cada vez mais fazem jus à
reputação que têm nos mercados em que atuam. Posto isto, é fundamental que essa
imagem seja associada a algo positivo na mente das pessoas, de forma que, se um
atributo é considerado relevante para uma função específica e o indivíduo não o
desenvolveu, é recomendável que ele trabalhe para fazê-lo, em vez de apenas afirmar
que o tem.
O marketing pessoal tem como objetivo construir uma imagem positiva do
indivíduo, incentivando as pessoas a apoiar as ideias apresentadas por eles, seja
oferecendo-lhe um cargo, uma promoção ou, fechando um negócio. Este resultado é
alcançável utilizando adequadamente as estratégias de marketing pessoal
necessárias. Com pesquisa, planejamento, e utilizando os argumentos adequados é
possível que o indivíduo desenvolva uma imagem coerente e consistente, para a qual
as pessoas à sua volta façam associações psicológicas positivas. Desse modo,
obtém-se a visibilidade necessária para que o indivíduo se torne uma referência em
seu ambiente e assim possa influenciar e participar dos projetos de vida das pessoas
(DOIN, 2007).

5.1 Técnicas e aplicabilidades do marketing pessoal

Conforme Kotler (2000), o marketing pessoal utiliza as ferramentas tradicionais


de marketing para beneficiar a carreira e a vida particular das pessoas, valorizando o
ser humano em todos as suas qualidades, estrutura e características. O
reconhecimento dos atributos de um indivíduo é, portanto, um dos principais
componentes da marca pessoal.

30
5.1.1 Imagem pessoal

A apresentação pessoal é um cartão de visita. Os profissionais que exploram a


aparência de maneira correta promovem a valorização da imagem profissional. No
mercado de trabalho, uma das características mais marcantes de uma pessoa é a
aparência: entre dois candidatos com igual qualificação, sem dúvida, a vaga ficará
com aquele com a aparência mais bem cuidada (PALMEIRA, 2014).
Mesmo que a empresa tenha um ambiente organizacional mais descontraído
existem cuidados que devem ser mantidos. Nessas horas, vale o bom senso de
compreender onde está. Além disso, não é necessário comprar roupas grife para
trabalhar o marketing pessoal, mas, sim, tomar cuidado com a linguagem corporal,
pois o comportamento transmite a mensagem que deseja passar para os outros. Para
os homens, manter barba bem aparada, e para as mulheres, usar roupas sem muito
decote (SBCOACHING, 2018).

5.1.2 Linguagem corporal

O corpo expressa mais do que se pode imaginar. Inconscientemente, as


pessoas usam a linguagem não verbal conhecida como linguagem corporal para
comunicar ou expressar suas emoções. A partir da linguagem corporal, é possível
reconhecer ansiedade, insegurança e fobia, que, muitas vezes não são expressas em
palavras.

5.1.3 Vestimenta

Um componente relevante do marketing pessoal é vestir-se adequadamente


com a ocasião e as exigências da profissão. Visto que cada circunstância tem
características próprias, o objetivo deve ser vestir da melhor forma possível para cada
momento específico. Por exemplo, em muitos casos, o salto é importante, mas há
ocasiões em que ele pode atrapalhar. Como tal, a imagem deve estar baseada em
quatro princípios:

• Equilíbrio: sem excessos;

31
• Bom senso;
• Adequação: a roupa e os acessórios devem estar adequados ao lugar e às
circunstâncias;
• Elegância: não é questão de vestir roupas de grifes, mas de saber comportar-
se de acordo com a ocasião.

5.1.4 Posturas corporais

Cruzar os braços ao conversar transmite a imagem de uma pessoa que está


na defensiva. As mãos na cintura mostram falta de classe, nos bolsos demonstram
insegurança e timidez. Sentar na ponta da cadeira gera a impressão de querer
encerrar a conversa. Além disso, é importante evitar balançar os pés, pois demonstra
impaciência.

5.1.5 As maneiras de olhar

Os olhos são as janelas do corpo e podem transmitir uma variedade de


emoções, incluindo felicidade, medo, tristeza, preocupação, raiva e motivação.
Especialistas em comportamento humano podem dizer quem está mentindo apenas
observando a expressão do olhar. Ao falar com alguém, o olhar deve estar voltado em
sua direção, pois quem não o faz pode dar a entender que mentindo ou inseguro.
Outras inconveniências em relação ao contato visual incluem o uso de lentes escuras
em ambientes fechados e olhar uma pessoa da cabeça aos pés, demonstrando
grosseria e falta de respeito.

5.2 Networking

Há algumas décadas, boa parte dos profissionais permaneciam toda ou quase


toda, a sua carreira profissional na mesma empresa. O emprego das pessoas era mais
estável e havia mais preocupação com a produção do que com as relações
interpessoais.

32
Atualmente, os profissionais estão com as suas carreiras mais dinâmicas. É
difícil para um profissional trabalhar em apenas uma empresa durante toda a sua
carreira, destacando assim a necessidade do networking. Trabalhar e ampliar a rede
de relacionamentos é uma dica fundamental, onde conseguir bons trabalhos, exige a
quebra de paradigmas e uma boa estratégia de marketing pessoal.
Vale ressaltar alguns pontos para pensar sobre networking para o mercado de
trabalho:
• Estima-se que 70% dos empregos disponíveis não são anunciados em
qualquer tipo de mídia. São anunciados internamente nas empresas ou
preenchidos por conhecidos dos funcionários da empresa. A possibilidade de
conseguir um emprego por meio de anúncios de vagas é de apenas 7%.
• As empresas que anunciam para os funcionários recebem tantos pedidos que
é praticamente impossível analisar todos os candidatos. Segundo pesquisa
feita no site vagas.com, a média de candidatos por vaga para o cargo de
administrador é de 500 inscritos por vaga. Devido à alta demanda, as empresas
acabam contratando especialistas em seleção e recrutamento que escolhem
os candidatos com base em especificações extremamente rígidas.

Portanto, o networking é a maneira mais eficaz de procurar novas


oportunidades de trabalho. Além disso, essa rede de conexões precisa ser
configurada o mais rápido possível, principalmente enquanto a pessoa ainda estiver
empregada. Para Passos e Najjar (1999), é importante trabalhar as competências
relacionadas ao networking como:

• Pensamento sistêmico, visão do todo;


• Capacidade de criar e manter relacionamentos interpessoais de qualidade;
• Capacidade de buscar informações e rapidamente processá-las,
transformando-as em conhecimento e gerando resultados.
• Flexibilidade e rapidez de raciocínio.

5.2.1 Elaborando networking

Para elaborar um networking é necessário:


33
• Fazer um exercício de brainstorming listando os nomes, sem crítica e sem se
importar com a origem e os eventuais benefícios que o nome possa vir a trazer.
• Iniciar uma triagem dos contatos e relacionar os que são mais prováveis de
auxiliá-lo profissionalmente, atualmente ou no futuro.
• Analisar a listagem observando o seguinte:
A quantidade de contatos é razoável?
Sua rede precisa ser ampliada?
Os contatos existentes podem ajudá-los profissionalmente?
Como manter a rede ativa?

Algumas sugestões incluem ligar pelo menos uma vez por mês, enviar
mensagens sobre temas de interesses das pessoas (evitando, excessos), convidar as
pessoas para eventos sociais e/ou profissionais e enviar cumprimentos em datas
específicas.

5.2.2 Formas de expandir o networking

• Participe de congressos, seminários, feiras, cursos e ações de formação.


Nesses tipos de evento, costumam estar presentes pessoas que são
referência na sua área de interesse. Um bom momento de aproximação é na
hora do “coffee break” do evento, em que as pessoas estão mais à vontade
para conversar.
• Participe dos eventos da empresa, que são importantes momentos para
conhecer pessoas de diferentes cargos e áreas da organização.
• Esteja conectado nas mídias sociais. Gostando ou não, as redes sociais
vieram para ficar e permitem reencontrar pessoas e expandir a rede de
contatos. Dependendo do objetivo, vale a pena investir mais profundamente
nas redes sociais para expandir o marketing pessoal.
• Sempre que possível, participe de projetos de voluntariado.
• Faça parte de associações profissionais da área de atuação.

34
5.3 Autopromoção

É de suma importância, sempre que possível, expor suas habilidades, pois


qualquer produto necessita de propaganda, e isso não poderia ser diferente na área
profissional. Assim, é possível criar fatos que virem notícias e divulgá-las, estar
sempre presente, visível e acessível com o mundo, com as pessoas, sem esquecer
de que tudo deve ser feito com moderação e bom senso. Mas cuidado: exageros na
autopromoção devem ser evitados.
Para receber os benefícios almejados, a autopromoção precisa ser realizada
da forma correta, já que fazer esse trabalho da maneira errada pode prejudicar a
imagem e dificultar o crescimento. Por isso, recomenda-se traçar um plano com
objetivos bem definidos.
Cada profissional deve saber a melhor forma de vender seu próprio trabalho, e
isso vai além de simplesmente dizer qual é a profissão. Assim, é necessário pensar
naquilo que o diferencia dos demais e, a partir disso, elaborar um resumo daquilo que
há de mais valioso no seu trabalho. Deve-se tomar cuidado para usar termos que
realmente chamem atenção para o seu valor e, a partir do resumo, elaborar um “Pitch”,
que é uma apresentação rápida, em torno de 3 minutos, das características pessoais
mais relevantes e das principais atividades profissionais que já realizou.
Para praticar a autopromoção, é necessário pensar como se fosse um produto.
Para isso, um dos aspectos fundamentais é a escolha dos canais de comunicação
que serão utilizados: “in loco” no trabalho, na faculdade, na associação de moradores,
em plataformas como Facebook, Youtube, blogs, entre outros canais, deve-se
escolher aquelas que têm identificação com o seu público-alvo. Ultimamente, muitas
pessoas têm optado por fazer sua autopromoção exclusivamente nas mídias sociais
de forma, muitas vezes, exaustiva e, em alguns casos, de forma muito diferente do
que corresponde à realidade.
Um exercício fundamental para que a autopromoção seja eficaz é aprender a
lidar com as críticas e, nesse sentido, não aceitar críticas pode ser prejudicial para o
marketing pessoal. Assim, é preciso encarar cada feedback negativo como
possibilidade de melhorar. Caso seja um comentário grosseiro e ofensivo, deve-se
manter a calma e a compostura e seguir o caminho.

35
Assim, o marketing pessoal está ligado às ações e, portanto, é necessário
cultivá-las, tendo em mente a credibilidade no mercado em que atua. Além de evitar
envolver-se em confusões, também é importante participar de boas ações, como
projetos sociais, mas cabe ressaltar que a aproximação deve ser por vontade própria,
estando a autopromoção em segundo plano.

5.4 Conduta ética

Não adianta saber “se vender” bem se não se tem valores e princípios éticos.
É importante lembrar que o indivíduo é um reflexo do que faz, e, do mesmo modo que
observa os comportamentos dos outros, também será observado. Logo, a ética deve
ser entendida como um conjunto de princípios básicos que visa disciplinar e regular o
costume, a moral e a conduta das pessoas. “Cada cidadão deve ter ações e atitudes
éticas na sua atividade profissional, pois cada indivíduo é responsável por contribuir
positivamente para a construção de uma sociedade dentro dos princípios éticos”
(PORTAL EDUCAÇÃO, 2019).
O caráter e a conduta ética do profissional são tão importantes quanto suas
habilidades e competências profissionais, e a discrição, a honestidade e o equilíbrio
emocional são qualidades muito valorizadas pelas instituições. Assim, a conduta e a
ética são ações de marketing pessoal utilizadas para formar um profissional de
sucesso (SANTOS, 2002).

5.5 Habilidade para falar em público

Enfim, sabe-se que falar em público é um dos maiores desafios enfrentados


diariamente. Onde o medo de expor é algo normal e recorrente, o que, às vezes,
dificulta a vida profissional das pessoas. Em um mundo competitivo, esse medo pode
causar sérios danos. O aumento da competitividade mundial faz com que as pessoas
busquem melhorar seu desempenho em suas profissões, gerando profissionais mais
competentes e bem preparados. Nessa busca por ser “o melhor”, está a capacidade
de expressão e de falar em público, considerada uma competência essencial no
marketing pessoal. Se as competências, ou seja, a soma de conhecimentos,
habilidades e atitudes, forem fracas em comunicação, a vida pessoal ou empresarial

36
pode sofrer grandes prejuízos, pois uma apresentação inadequada pode causar
danos ao marketing pessoal (PALMEIRA, 2014).

37
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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de Falar em Público, Fortaleza, 2012.

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Informações Gerenciais da Justiça Federal, n. 14, 2007.
FERREIRA, P. I.; MALHEIROS, G. Comunicação empresarial: planejamento,
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