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Conceitos de Oratória e Retórica

Conceitos de Oratória e Retórica

Professora: Camila Mercatelli

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Conceitos de Oratória e Retórica

Sumário
Fundamentos da Qualidade e Produtividade 3

A Questão da Qualidade 3

Conceitos de Clientes 8

Processos e Controles 9

Qualidade Total 11

Métodos de Relacionamento com Clientes 14

Qualidade Total Conceitos 15

Qualidade e Produtividade em Serviços 18

A Gestão da Qualidade como premissa estratégica 19

Conceito de Serviços Profissionais 21

Características do Serviço 21

Grau de clientelização das características do serviço 22

Componentes do Serviço 23

Qualidade do serviço e do atendimento 25

Natureza do serviço e produtividade 27

Classificação Relacionada à Natureza do Ato de serviço 27

Determinantes da qualidade de serviço 28

Custos da Qualidade do Serviço 30

Referências Bibliográficas 31

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Conceitos de Oratória e Retórica

Prezados alunos e alunas, bem-vindos à exige que as pessoas/ profissionais possuam


disciplina de Comunicação Educacional! habilidades e competências comunicativas.
A comunicação torna-se, desta forma, uma
Esta disciplina tem como objetivo apre- valiosa ferramenta. Cabe ao profissional que
sentar um panorama sobre a comunicação quer se destacar no mercado de trabalho
docente. buscar uma capacitação específica no que
diz respeito à forma correta de se comunicar
As aulas abordarão temas e conceitos fun- nos mais variados contextos.
damentais sobre a Comunicação Humana,
Oratória e retórica para o professor, bases
para a comunicação profissional, voz e ex-
pressividade do professor, técnicas de ensi-
no, o uso do jornal em sala de aula e feed-
back, persuasão e rapport na comunicação
docente.

Bom início de módulo a todos!


A expressividade na comunicação é a ca-
Com carinho, pacidade de um indivíduo tornar vivo seu
pensamento pela linguagem e pela expres-
Camila Mercatelli são corporal, e assim procurar argumentos e
figuras que suscitem no outro a vontade de
1. Introdução pensar junto, de construir uma ideia (Stier,
2005).
1.1. Conceitos fundamentais de
comunicação humana As pessoas tendem a complicar o processo
de comunicação. Pela etimologia da palavra,
A comunicação pode ser considerada o Comunicar significa pôr em comum. O gran-
processo social básico, primário, porque é de desafio, entretanto, é comunicar-se com
ela que torna possível a própria vida em so- eficácia. A eficácia não acontece por moti-
ciedade. Viver em sociedade, por sua vez, vos tranquilamente solucionáveis. Usar um
significa trocar, promover intercâmbio entre vocabulário adequado para cada receptor do
as pessoas. E, tudo isso, só se realiza através que se deseja comunicar é uma das melho-
da comunicação. res práticas para compreensão. A seguir, veja
uma síntese do processo de comunicação:
A forma como nos comunicamos pas-
sa muitas informações a nosso respeito, de EMISSOR: é quem transmite a mensa-
como vemos e lidamos com as situações que gem. Primeiramente, antes de tentar trans-
a vida nos proporciona. O objetivo básico da mitir aquilo que deseja à outra parte, o
comunicação, desde os primórdios, é promo- próprio emissor deve certificar-se de que en-
ver integração, troca mútua de conhecimen- tendeu o que pretende transmitir. Repetidas
to e, com isso, propiciar o desenvolvimento vezes acontece que o emissor, ao receber
das pessoas tanto no contexto pessoal, como uma mensagem para repassar aos demais,
no profissional. Cada vez mais a sociedade não a compreende, sem perceber que, dessa

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Conceitos de Oratória e Retórica

forma, também passará mensagens disso- deu exatamente o que eu lhe disse?” e ainda
nantes a todas as outras pessoas que pre- “Certo, então vamos rever o que entendeu”.
tende comunicar.

MENSAGEM: é o que se transmite. Não


se limita a dizer a mensagem, mas sim, se
fazer entender por meio dessa mensagem.
A maioria de nós sabe apenas retransmitir
mensagens, sem dar a devida orientação a
quem a recebe, ou como agir. É claro que
algumas mensagens não precisam ser com-
plementadas exaustivamente. Por exemplo:
“João, por gentileza, junte aquele papel ao
lado da sua mesa e o coloque na lata de lixo.”
É uma mensagem simples e de fácil compre-
ensão.
Muitos erros acontecem por falhas na co-
RUÍDOS: são todas as interferências no municação. Não devemos presumir que o re-
processo de comunicação entre emissor e ceptor entendeu a mensagem. O que deve
receptor que prejudicam a compreensão da ser feito para que a comunicação seja efetiva
mensagem. e que atinja o resultado esperado, é investi-
gar se a outra parte compreendeu ou não a
RECEPTOR: é quem receberá a mensa- mensagem.
gem, devendo compreendê-la.
São vários os meios para se certificar. Al-
Muitos erros costumam acontecer em em- guns previnem problemas, outros, apenas os
presas, por exemplo, por ausência de comu- corrigem. Os melhores, como tudo na vida,
nicação eficaz, aquela que cumpre o papel são os que previnem. Não há tempo nem
pretendido pelo emissor e receptor. Um gran- recursos suficientes para somente resolver
de problema de comunicação é a falta de li- problemas. Portanto, é melhor preveni-los. A
derança ou de referência desta. Muitos man- comunicação eficaz é uma ferramenta extra-
dam, e pior, cada um de forma diferente. Os ordinária para a prevenção de problemas.
receptores ficam sem saber a quem obede-
cer. Além disso, muitos deles sentem receio Algumas pessoas têm mais habilidade em
de pedir explicações acerca do que está se se comunicar de maneira convincente e na-
tentando comunicar, uma vez que não com- tural que outras. Normalmente são extro-
preendem essa comunicação. vertidas, articuladas e conseguem adequar
seu discurso ao tipo de público e situação de
Várias são as vezes que apenas informa- comunicação. É consenso que para ser um
mos e não formamos a ideia do que quere- bom comunicador é preciso, antes de tudo,
mos que a outra parte faça. É importante in- ser um bom ouvinte.
vestigar se sua mensagem foi compreendida.
Essa técnica pode ser entendida como feed- A forma como nos comunicamos ofere-
back. Algo simples como: “Você compreen- ce inúmeras e diferentes informações sobre

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nós, como características de nossa persona- de situações em que precisa se comunicar


lidade, saúde, estado emocional, marcadores profissionalmente. Na maioria das vezes,
sociais, educacionais e culturais. A fala é uma esses profissionais nem sabem, ao certo, o
função aprendida, portanto pode e deve ser que é necessário modificar enquanto padrão
treinada e aperfeiçoada. Uma mudança no comunicativo. Apenas anseiam por estraté-
padrão de comunicação exige conscientiza- gias práticas e de resultados imediatos, que
ção, força de vontade e treinamento dirigido. aumentem a eficiência de seus discursos. É
importante que entendam que soluções má-
gicas “não existem”, a não ser que suas difi-
culdades relacionadas à performance comu-
nicativa sejam simples e pontuais.

O indivíduo que se comunica com frequên-


cia em público, pode até ter consciência de
que a forma como se expressa é tão impor-
tante quanto o conteúdo que transmite, mas
nem sempre sabe fazer como melhorar sua
performance, mesmo estando ciente de que
existem pontos a serem melhorados.

Quando nos comunicamos, passamos ima-


gens que podem ser positivas ou negativas.
Uma voz com intensidade baixa, por exem-
plo, pode transmitir para o outro a ideia de
que o falante não está muito seguro do que
está dizendo. Quando a intensidade utilizada
é a alta, por sua voz, a imagem recebida pelo
interlocutor é de um falante agressivo ou in-
vasivo. O uso constante de barreiras verbais
e corporais, por sua vez, é um fator que con-
tribui muito para que um indivíduo seja acei-
Bloch (2002) relata que para falar melhor to ou rejeitado pelo ouvinte.
é preciso realizar uma análise profunda do
indivíduo, considerando-se desde as carac- Entendemos por barreiras verbais certas
terísticas físicas mais básicas, anatômicas palavras ou frases que provocam uma res-
e funcionais, até as questões emocionais e posta emocional negativa no ouvinte, geral-
circunstanciais do discurso, procurando-se mente imediata, limitando, dificultando ou
personalizar a mais impessoal das apresen- até mesmo comprometendo definitivamen-
tações. te a eficiência da transmissão. Temos como
exemplo de barreiras verbais o emprego ex-
Os profissionais que procuram um traba- cessivo de gírias, de nomes insultuosos, em-
lho de aperfeiçoamento vocal ou de comu- bora ditos em tom amistoso, de palavras que
nicação, muitas vezes o fazem por conta de denotam intimidade quando não se é íntimo,
um aumento de demanda do uso da voz e entre outras.

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cansada”, “menas meninas“, dentre tantos


outros. Como gírias, podemos citar: boazuda;
paguei o maior mico; ele é massa; vou dar
um rolê; tô muito duro. Quanto às palavras
estrangeiras, podemos referir o uso constante
de: estou fazendo meu book; tenho um per-
sonal trainer; foi um hapenning; segue docu-
mento atachado no e-mail; vou a um meeting.

2. Certos nomes insultuosos, embora ditos em


tom amistoso. Exemplos: boa vida, tubarão,
vigarista, vagabundo, pilantra.

3. Uso de palavras sérias, embora ditas em tom


jocoso. Exemplo: chefinho, senhor, mestre,
meu guia, filósofo.

4. Expressões que constituem flagrantes de mal


dissimulados desafios. Exemplos: você está
completamente enganado; isso é o que você
pensa; quero ver se você é capaz de; estou
pagando pra ver.
Já as barreiras corporais são constituídas por
gestos que destoam da apresentação do sujei- 5. Palavras ditas constantemente. Exemplos: né,
to ou chamam particular atenção do ouvinte, tá, ok, tá bom, é ou não é, então, daí, meu,
desviando, muitas vezes, o foco do discurso. tipo assim.
Como exemplos, podemos citar o hábito de
6. Palavras excessivamente familiares e que de-
algumas pessoas tocarem o interlocutor cons-
notem uma intimidade inexistente entre os
tantemente enquanto falam ou, simplesmente, interlocutores. Exemplos: querida, fofa, bem,
não realizarem gesto nenhum durante a fala. meu bem, amor, linda, paixão, gracinha, quan-
do ditas ao telefone com alguém que não se
Whitaker Penteado (1977, p. 45) exem- conhece.
plifica uma lista de exemplos das principais
barreiras verbais: 7. Expressões que menosprezam a capacida-
de do ouvinte ou sua inteligência. Exemplos:
1. Uso inadequado do idioma, sem o domínio Entendeu?; está acompanhando meu racio-
das regras básicas de gramática, com vícios cínio?; quer que eu repita?; percebeu?; vou
de linguagem, erros de pronúncia, empregos simplificar pra vocês.
de gírias ou excesso de uso de palavras es-
trangeiras quando há correspondentes nacio- 8. Uso excessivo de exemplos pessoais, contex-
nais. Alguns dos desvios mais frequentemente tualizados ou não. Exemplos: eu..., em casa...,
ouvidos incluem: “de modos que”, faz parte uma vez aconteceu comigo; deixe-me contar
do “pograma”, estou “sastifeito”, “pesicóloga”, o meu caso. Tal situação pode ser agravada se
“adevogado”, “te falei pra você”, “não tem po- vier precedido de riso por quem fala, ao iniciar
um caso qualquer, quase que exigindo da pla-
brema/poblema”, “não pude vim”, “tóchico”,
teia que também ache a mesma graça.
“a nível de”, “vi ele”, “pra mim fazer”. “tô meia

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9. Uso de palavras que se referem à nacionalida- 2. Toques e empurrões constantes no outros,


de, raça, apelidos ou tipos regionais e deriva- o que faz que o interlocutor se afaste, fique
dos. Exemplos: judeu, negro, negrada, turco, constrangido ou até mesmo venha a terminar
carcamano, baianada, caipira, jacu, cabeça- a conversa.
-chata.
3. Corpo com desvio de postura, que pode ser
10. Uso de palavras que fazem referência a de- excessivamente curvado, o que é associado
feitos e características físicas. Exemplo: gor- à imagem de perdedor ou de cansaço extre-
ducho, magrela, miúdo, tampinha, gaguinho, mo, ou excessivamente estendido, associado
à imagem de militar agressivo.
zarolho, cegueta, baixinho etc.

4. Gostos exagerados ou repetidos em excesso,


que cansam a plateia, sem contribuir para a
eficiência da comunicação. Exemplos: apontar
para os interlocutores; pôr e tirar a mão no
bolso; mexer na cabeça, na orelha ou coçar
o nariz; enrolar os fios de cabelo ou ajeitar a
franja; tirar e colocar um anel (que poderá cair
e piorar a situação do falante), ou óculos; es-
talar dedos e ossos do corpo, espreguiçar-se.

5. Desviar o olhar do interlocutor, olhando para


os lados, para baixo ou para cima; fixar o
olhar firmemente nos olhos ou em qualquer
parte do corpo do interlocutor (até quase sem
piscar); mover constantemente os olhos; pis-
car frequentemente ou manter os olhos se-
micerrados ou cerrados por alguns instantes,
enquanto se fala. O olhar deve ser natural,
lembrando-se que sorrir com o olhar é uma
das mais poderosas ferramentas de contato.

6. Movimentos tensos durante a fala como andar


constantemente de um lado para o outro (pior
ainda se falando com a cabeça baixa), tambo-
Ainda de acordo com Withaker; Pentea- rilar na mesa ou chacoalhar pernas e pés; ou o
do (1977, p. 47), para entender melhor os extremo oposto, falar absolutamente parado,
exemplos das principais barreiras corporais à não encarando ninguém ou encarando fixa-
comunicação, veja o quadro abaixo: mente alguém da plateia ou seu interlocutor.

1. Proximidade excessiva do interlocutor, deixan- 7. Atenção corporal não genuína, quando deve-
do-o desconfortável: geralmente mantemos ria mostrar uma postura de escuta atenta. Por
uma distância ao redor de um metro quando exemplo: cantarolar e fazer ruído de voz ou
falamos com as pessoas, espaço que é menor fala durante uma conversa ou apresentação;
quando somos íntimos do outro; forçar uma não desviar o texto de uma leitura enquanto
distância maior pode inibir o outro, colocando- alguém lhe dirige a palavra, mesmo que diga
-o em uma situação constrangedora. que você ouve com os ouvidos e não com os

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Conceitos de Oratória e Retórica

olhos; falar com o garçom mantendo o olhar gregas, onde se fazia mercado e se reuniam
no cardápio, com a cabeça baixa e não se di- as assembleias do povo para discutir ques-
rigindo ao interlocutor; afastar o corpo para tões relativas aos interesses da cidade.
trás ou virar o rosto enquanto se fala.

8. Mexer constantemente nas roupas, ajeitando


a blusa, saia, comprimento do vestido, cavalo
da calça, alça da blusa ou da roupa de bai-
xo, colar, brincos e pulseiras. Avaliar antes de
sair de casa se a roupa é adequada para o
ambiente que você vai, lembrando-se de que
menos é melhor que demasiado, quando se
trata de roupa e maquiagem, ou seja, roupas
e acessórios discretos. Evitar todo e qualquer
acessório barulhento quando você vai falar em Na Grécia antiga, as ciências, as artes e
público ou quando a comunicação é importan-
as letras despertaram simultaneamente. O
te, mesmo que você seja apenas um ouvinte
povo grego voltou-se fortemente para a arte
entre tantos.
da palavra como meio de expor suas ideias,
9. Uso inadequado de vareta apontadora ou ca- pensamentos e aspirações. Eles acreditavam
neta à laser em apresentações, o que geral- que para ser considerado um ser digno, todo
mente ocorre com pessoas nervosas ou muito cidadão devia apreender não só a falar, mas
excitadas, que batem constantemente a vare- a falar bem. O teatro, a poesia e a oratória
ta ou movimentam frequentemente a seta à exerceram o maior fascínio nas artes da an-
laser por toda a parede e até mesmo na pla- tiguidade grega.
teia, levando-a a risos ou ao constrangimento
de se desviar da luz ou da vareta. Como descrito anteriormente, Córax e Tí-
sias são, na literatura, os nomes mais anti-
10. Uso inadequado de microfone, falando muito gos encontrados como sendo autores de um
baixo ou muito alto, fazendo modulações ex- tratado de retórica que veio ao domínio pú-
cessivas, brincando com o fio e com o pedestal, blico na cidade grega de Siracusa, ainda no
checando o tempo todo a amplificação com pi-
século V a.C. Acredita-se que eles foram os
garros e batidas de dedo em sua cápsula.
primeiros estudiosos a falar sobre as divisões
do discurso, dados esses que não chegaram
2. Conceitos básicos de Oratória e aos nossos dias, provavelmente por serem
Retórica relatos orais.

Os primeiros dados históricos concernen- Por volta de 466 a.C. a democracia, forma
tes à oratória têm sua origem na Grécia, de governo em que os próprios cidadãos se
nas cidades-estado. A cidade de Atenas foi pronunciavam sobre seus destinos e o destino
o maior centro de estudos de oratória, tan- da nação, foi instaurada na Grécia. Para Halli-
to em retórica quanto em eloquência. Desde day (1990), muitas pessoas, que na época
essa época, por volta de cinco séculos antes da tirania haviam sido exiladas, começaram
de Cristo, os homens se reuniam para ou- a retornar à sua terra natal. Como ainda não
vir discursos veementes em local apropriado, existiam documentos escritos que comprova-
na “ágora”, praça central das antigas cidades vam a posse de suas antigas propriedades, o

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Conceitos de Oratória e Retórica

governo iniciou um sistema jurídico, em que formação do indivíduo, principalmente das


as partes envolvidas pudessem resolver seus famílias mais privilegiadas economicamente.
problemas por meio da conversação. Com as
assembleias do povo, organizadas para fazer Alguns dos grandes sofistas foram respon-
leis e eleger os chefes de governo, instituiu- sáveis, em parte, pela associação da filosofia
-se a oratória política, a mais importante de com a oratória. Os mestres da oratória come-
toda a antiguidade. Como havia ampla liber- çaram, então, a se multiplicar, e como cada
dade de pensamento e de discussão entre cidadão precisava defender-se por si próprio,
cidadãos, a oratória dependia do melhor uso nasceu também outra nova profissão: a dos
da palavra. logógrafos. Estes eram conhecidos pela ela-
boração dos discursos escritos, decorados e
pronunciados pelos interessados que os en-
comendavam.

Dessa forma surgiram os primeiros pro-


fessores da arte de expor razões e defender
causas. Esses são os indivíduos conhecidos
como sofistas, que se tornaram famosos por Os sofistas foram os primeiros a dominar
dominar a palavra com certa facilidade. O com facilidade a palavra; entre os objetivos
termo sofisma surgiu nesta época, referindo- que possuíam visando a uma completa for-
-se à argumentação usada por essas pessoas mação, três eram procurados com maior in-
que, partindo de pressupostos verdadeiros tensidade: adestrarem-se para julgar, falar e
e com argumentos aparentemente válidos, agir. Os sofistas desenvolviam seu aprendi-
mas carregados de má-fé, induziam terceiros zado na arte de falar, praticando leituras em
a conclusões falsas. Os sofistas ensinavam público, fazendo comentários sobre os poe-
de tudo, principalmente a arte de convencer. tas, treinando improvisações e promovendo
Orgulhavam-se de persuadir com verdades debates.
ou mentiras, com o bem ou com o mal, fa-
zendo do termo “sofista” um termo pejorati- Nascido em 384 a.C., em Estagira, antiga
vo com o passar do tempo. colônia jônica da Calcídica de Trácia, o filóso-
fo Aristóteles foi para Atenas por volta dos 17
Deve-se aos sofistas o mérito dos primeiros anos de idade e lá permaneceu por 20 anos.
estudos na organização dos conhecimentos e Foi discípulo de Platão (428-348 a.C), grande
do trabalho intelectual. Eles influenciaram a filósofo grego, tornando-se o predileto deste,
educação de Atenas, colocando o ensino da que o denominava de “o Espírito”, “a Inte-
retórica como disciplina fundamental para a ligência”, “o Entendimento”. Foi, sobretudo,

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Conceitos de Oratória e Retórica

filósofo, considerado como o maior da anti- ótica do ouvinte. Já o terceiro e último livro
guidade, mas também metafísico, moralista contém dezenove capítulos e é destinado à
e político, discorrendo sobre quase todas as compreensão da mensagem. Refere-se ao
matérias que, em sua época, eram objeto estilo e à disposição das partes do discurso.
de meditação dos grandes pensadores. Foi o
primeiro a deixar o legado escrito a respeito
da oratória e da retórica, apesar dos esfor-
ços de alguns teóricos anteriores em estudar
o discurso e suas partes. Aristóteles buscou
embasamento filosófico nos ensinamentos
de Platão, discípulo de Sócrates, e um dos
maiores filósofos gregos, que ensinavam
oralmente seus seguidores.

O mesmo autor ainda aponta que a retórica


de Aristóteles é uma obra plausível, aplicando
não aquilo que é, mas aquilo que o público
supõe possível. Segundo seu pensamento, a
retórica é a faculdade de ver teoricamente o
que, em cada caso, pode ser capaz de gerar
a persuasão. Aristóteles, entretanto, não foi
orador. Dedicou-se apenas ao estudo e ao en-
sino da oratória, sem proferir discursos.

Schopenhauer (2003) acredita que o poder


da retórica é tão grande que pode levar al-
guém convencer mesmo que não tenha razão
Polito (1998) comenta que em Os Tópi- alguma. Conta em sua obra que Aristóteles di-
cos, um dos tratados reunidos com os tra- vidiu os elementos que devem ser observados
balhos lógicos na sua obra Organon, serviu em um discurso em três grupos:
de alicerce para Aristóteles escrever a Arte
Retórica, composta de três livros, a mais an- Ethos, o primeiro, refere-se à credibilidade
tiga que chegou aos nossos dias. O primeiro que todo orador deve transmitir à sua audi-
livro contém quinze capítulos e é destinado ência. Essa credibilidade pode estar inserida
à compreensão daquele que fala. Tem como no discurso com a finalidade de despertar a
ponto forte a elucidação sobre a linha de ar- confiança dos ouvintes ou implícita, quando o
gumentação utilizada pelo orador levando interlocutor já conhece quem fala e acredita
em consideração a receptividade do ouvinte. naquilo que ouve.
Já o segundo livro, composto por vinte e seis
capítulos, é destinado à compreensão daque- Pathos, a segunda base de elementos dis-
le que ouve. Refere-se aos aspectos emocio- cursivos definida por Aristóteles; diz respeito
nais e aborda a linha de argumentação sob a ao conteúdo emocional do discurso, que deve

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Conceitos de Oratória e Retórica

ter a capacidade de despertar compaixão, postula que a estrutura vocal básica, pura-
simpatia ou até medo, dependendo do objeti- mente individual e natural, constitui algo que
vo do orador. não pode ser desfeito, mas que deve ser re-
velado nas estruturas sociais e individuais.
Logos é última e terceira base de elemen- Segundo o autor, a comunicação é o verda-
tos e se refere à lógica do discurso. São os deiro objeto do discurso e ela só se efetua
argumentos que o orador deve escolher e de maneira eficiente quando as percepções
sequenciar para que seu discurso seja trans- auditivas de quem ouve são vertidas para
mitido e faça sentido para quem ouve. Para uma série apropriada de imagens, de pensa-
Aristóteles, essa é a parte mais importante do mentos, ou dos dois combinados.
discurso, mas precisa estar conectada às de-
mais, porque sozinha não tem valor algum.

3. Bases para comunicação profissional


3.1. O papel social da fala

Há um número considerável de sons arti-


Viver é estar se comunicando, emitindo si- culados à disposição do mecanismo da fala;
nais, demonstrando participar do mundo. Na cada língua faz uma seleção explícita e eco-
verdade, vivemos hoje na sociedade da co- nômica deste rico acervo; e cada um dos
municação. Aparelhos, máquinas, fibras ópti- sons vocais é articulado em conjunto durante
cas, torres concretizam uma relação do ho- a produção. A voz tem o poder de impres-
mem com o outro. Por isso, a comunicação sionar nas ideias que são ditas. Sapir (1927)
não se reduz à linguagem, menos ainda a classificou diferentes níveis de fala: o linguís-
uma língua. Para Marcondes Filho (2004), a tico, o social e o individual. O autor ainda
comunicação se faz também no silêncio, nos relata que a fala é um processo dinâmico e
contatos sociais. porque vivemos em sociedade, com regras
estabelecidas, julgamos a fala a todo o mo-
Para Sapir (1927), a fala é social, e é dife- mento. Há diferentes níveis de fala.
rente da individual. Não existimos sem a so-
ciedade, que dita padrões de comportamento. Podemos citar o nível de fala “leve”, que
O individual é a marca da variação de fala no consiste na primeira impressão que temos de
nível social. Mudanças de acento na fala, por alguém. Também estão envolvidos nos níveis
exemplo, marcam a individualidade. O autor de fala: a entonação, o ritmo, a pronúncia/

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Conceitos de Oratória e Retórica

articulação/ prosódia, o vocabulário e o es- A voz exerce um papel fundamental na co-


tilo; a personalidade também é refletida na municação e no relacionamento humano, en-
escolha das palavras. riquecendo a transmissão da mensagem arti-
culada, acrescentando à palavra o conteúdo
emocional, a entonação e a expressividade
(Pedroso, 2000).

Quando a expressividade está em pauta, é


imprescindível que o profissional perceba sua
importância no cotidiano. Será que um cola-
borador de Call Center tem ideia de quanto
a forma como ele falar pode, de fato, aproxi-
mar ou afastar um cliente? Ou um professor,
o quanto o uso de sua expressividade verbal
e corporal poderia contribuir para uma maior
atenção por parte de seus alunos? O empre-
go maior ou menor de pausas ao falar, a du-
ração delas, a velocidade com que se fala, o
uso de elevação de loudness e pitch, o alon-
Há diferenças no vocabulário devido à nor- gamento das sílabas, a repetição de padrões
mas sociais e diferenças pelas próprias pa- melódicos, a precisão ou não da articulação
lavras escolhidas pelo indivíduo, de acordo são aspectos que devem ser avaliados e tra-
com as situações vivenciadas. As variações balhados a fim de que o profissional perceba
individuais existem, mas são suavizadas de- a coerência ou não de seu emprego.
vido às normas sociais. Portanto, podemos
afirmar que as variações da expressividade Os profissionais que usam a voz como
têm um limite, imposto socialmente. instrumento de trabalho dependem de cer-
ta qualidade vocal específica e/ou produção
Para Barros Filho; Lopes; Belizário (2004, vocal para sua sobrevivência profissional.
p.97), a voz tem a mesma origem social da Fussi; Magnani (1994) apontam que, quando
palavra, que só pode integrar um enunciado se pensa em voz profissional, a associação
em um discurso porque foi anteriormente per- mais forte é feita com as vozes artísticas;
cebida. Portanto, o uso da voz advém de um contudo, uma visão global da categoria inclui
aprendizado. E esta consciência sobre as pa- também vozes não-artísticas, que é a maio-
lavras é constituída ao longo das experiências, ria desses indivíduos. Podemos considerar
de encontros no mundo social. O autor afirma como exemplo de voz não artística o profes-
ainda que a voz é regulada pela sociedade e sor que, apesar de sua grande demanda vo-
que toda emissão vocal está submetida ao cal, não necessita de características especí-
espaço, à posição e à situação social do fa- ficas de voz do ponto de vista artístico para
lante. Salienta-se que não é relevante somen- exercer sua profissão. Já o cantor precisa,
te o que é dito e como é dito, mas também de acordo com o gênero musical que esco-
“quem” diz. Posições e distâncias sociais defi- lheu, de ajustes musculares específicos que
nem as manifestações das palavras. determinam ou caracterizam tal gênero.

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Conceitos de Oratória e Retórica

4. A voz do professor tem a instalação na laringe de uma patologia


como nódulos ou pólipos, por exemplo, e só
aí é que o professor se dá conta da importân-
cia de cuidar da sua voz.

Soma-se à grande demanda vocal desses


profissionais, uma alta dose de estresse alia-
da a cobranças e condições desfavoráveis de
trabalho. A junção desses fatores contribui,
e muito, para o adoecimento vocal dos pro-
fessores.

São muitos os profissionais que utilizam a Além desses fatores, existem os que são
voz como instrumento de trabalho. Podemos inerentes ao próprio sujeito e que são, por
citar como exemplos os cantores, atores, sua vez, também considerados como inimi-
professores, jornalistas, radialistas, advoga- gos da voz. Temos como exemplos as alte-
dos, leiloeiros, entre tantos outros. rações advindas com a idade, alergias, infec-
ções de vias aéreas superiores, influências
Os professores são, da categoria dos pro- hormonais, medicações, etilismo, tabagismo
fissionais da voz falada, os que mais apresen- e falta de hidratação (Boone, 1992).
tam quadros de disfonia, ou seja, apresen-
tam alguma alteração vocal que comprometa A disfonia, além de ser causada pelo uso
a eficiência da comunicação. inadequado e abusivo da voz, também pode
ser causada por fatores psicológicos/ emo-
Muitos deles são acometidos de ansiedade cionais. No caso dos professores, tais fatores
e angústia, uma vez que devido a essas al- seriam a frustração profissional advinda da
terações, constantemente são afastados de baixa remuneração e pouco reconhecimen-
suas funções laborais e isso afeta não só a to profissional. Muitas vezes, por não sabe-
sua vida profissional, como a pessoal tam- rem lidar com esses fatores estressantes, re-
bém. correm ao uso excessivo de medicamentos
como anfetaminas e tranquilizantes.
Infelizmente, nem sempre os professores
têm, em sua formação acadêmica, orienta-
Por também serem responsáveis pela for-
ções específicas quanto à anatomia e fisiolo-
mação de cidadãos de um país, teoricamente
gia da produção da voz, bem como seu uso
os professores necessitam ser bons comuni-
adequado na esfera profissional. Isso faz que
a utilizem de maneira abusiva e os sinais e cadores. Entretanto, esses profissionais atu-
sintomas vocais só são percebidos efetiva- am sem preparação vocal e as condições de
mente por eles quando a voz falha e, desta trabalho não favorecem a saúde de sua voz e
forma, passa a não cumprir mais o seu papel acabam, por vezes, desenvolvendo uma dis-
básico de transmissão das mensagens. fonia. Como a remuneração nem sempre é
satisfatória, são poucos os recursos que têm
Quando isso acontece, ou seja, quando a pra se tratar. Desta forma, ou continuam le-
voz dá sinais de fadiga, muitas vezes já se cionando e piorando suas condições ou re-

13
Conceitos de Oratória e Retórica

duzem sua carga horária de trabalho e pas- te evitando a exposição a correntes de ar e,


sam a ganhar ainda menos. consequentemente, à instalação de quadros
gripais; alimentar-se adequadamente e não
ficar longos períodos sem ingerir alimentos;
hidratar-se adequadamente para evitar o res-
secamento da mucosa que reveste o trato vo-
cal; não fumar ou ingerir bebidas alcoólicas;
não automedicar-se e fazer acompanhamento
médico sempre que necessário.

Almeida (2000, p.9) aponta que, sendo o


educador um modelo para seus alunos – um
verdadeiro formador de opiniões – a preocu-
pação com a voz e as repercussões negativas
que isso traz, tanto para o docente quanto
para os alunos, tem sido motivo para diversos
trabalhos nesta área.
Todas essas recomendações não são so-
Sabe-se da forte influência que o professor mente importantes para a saúde vocal dos
exerce sobre seus alunos sendo, muitas ve- professores, mas também de todos os pro-
zes, imitados por eles. Sendo assim, é funda- fissionais da voz que a utilizam de maneira
mental que o professor adquira e mantenha excessiva. Seguindo-as à risca, qualquer indi-
uma postura correta que facilite a produção víduo agirá no sentido da prevenção dos dis-
de sua voz, bem como domine os recursos túrbios vocais.
vocais que deixam sua fala mais expressiva.
O uso correto da comunicação não-verbal, O corpo exerce importante papel na comuni-
principalmente dos gestos, complementam a cação. Vários estudos apontam a participação
efetividade da transmissão dos conteúdos. do corpo na retenção da mensagem falada.
Para se ter uma ideia, quando isso acontece,
Almeida (2000, p.16) afirma que a voz do a retenção das informações chegam a 30%.
professor é suscetível a inúmeras interferên- Quando a mensagem é apenas falada e não
cias, tais como: abusos vocais, condições cli- há a participação do corpo, o indivíduo retém
máticas, vícios, alimentação, hormônios, dis- na memória apenas 10% do que foi dito a ele.
túrbios respiratórios e inadequada hidratação.
Para manter uma boa saúde vocal, o profes- Polito (1996, p.35) descreve que, como
sor deve, segundo a mesma autora, cumprir recurso didático para poupar a voz, quanto
algumas recomendações, como: falar em in- maior a sala, levando em consideração a série
tensidade e frequência de voz habituais re- e o conteúdo, maiores e mais largos deverão
duzindo, desta forma, o esforço na hora de ser os gestos, enfatizando o que o profes-
produzir a voz; agasalhar-se adequadamen- sor considerar necessário dentro do contexto

14
Conceitos de Oratória e Retórica

dado. Porém, o mesmo autor salienta que os 4.1. A expressividade e a voz do professor
gestos devem ser apenas indicados, usados
para reforçar o que o professor deseja, ao in- Expressividade refere-se à forma como
vés de usar a voz para tal. Muitos gestos aca- o falante faz uso dos seus recursos comu-
bam por tirar a atenção do aluno ao que está nicativos que podem gerar impressões aos
sendo ensinado. ouvintes, não importando se serão interpre-
tados por esses como positivos ou negativos,
inadequados ou adequados, agradáveis ou
desagradáveis, contextualizados ou fora de
contexto. Para Viola (2006), a fala expressiva
deve transmitir emoções e atitudes de toda
a natureza, tanto positiva, quanto negativa.

Ainda Almeida (2000, p. 24) refere que a


maioria dos professores, por força de ocasião,
costuma falar ininterruptamente por horas e
horas seguidas, às vezes gritando e manten-
do a intensidade aumentada tentando, com a
voz, superar o ruído ambiental. Estes profissio-
nais ainda apresentam, com relativa frequência,
uma postura inadequada e um padrão respira-
tório insuficiente para o bom desempenho de
sua profissão.

Como consequência, estes profissionais apre-


sentam sintomas muito peculiares como cansa-
ço e fadiga vocal, perda da intensidade, ensur-
decimento do timbre, rouquidões e afonias e,
com o passar dos anos, ao exame otorrinolarin- Sabemos que os padrões de expressivi-
gológico, nódulos, edemas, hiperemia e pólipos dade oral podem interferir no julgamento
são frequentemente encontrados. dos alunos. Arruda (2003), em seu estudo,
submeteu exemplos de fala de professores
O estresse está presente na vida e na voz dos à análise de ouvintes capazes de atribuir ca-
professores. Diante dele, o corpo humano rea- racterísticas psicológicas e físicas aos docen-
ge de diferentes maneiras. Uma das descrições tes por meio de análise de trechos de fala;
mais antigas em relação à resposta do organis- assim concluiu que a velocidade da fala, o
mo à presença de situações estressantes é a de emprego de pausa, a qualidade da voz e a
“lutar” ou “fugir”. intensidade vocal foram aspectos valorizados

15
Conceitos de Oratória e Retórica

pelos alunos e determinantes na escolha da tica, o processo educativo, a educação para


ordem de preferência das professoras. adultos, o papel do multiplicador, o plano de
aula, as apresentações, materiais didáticos,
Já Servilha (2000), analisou três professo- dinâmicas de grupo, o uso de recursos au-
res e observou que eles realizavam modula- diovisuais, as avaliações, preparação de pa-
ções vocais específicas com diferentes inten- lestras e oficinas, aulas expositivas, dialoga-
ções comunicativas, procurando gerar certos das, seminários, estudo de texto e os estilos
efeitos na interação com os alunos. A autora de aprendizagem. Com base nesta apostila,
pontuou que as modulações foram diferen- elaborada em 2009 pela equipe de capaci-
tes para os momentos de explicações ou so- tação do Ministério do Desenvolvimento So-
licitações, de súplica para redução de ruído cial, esses itens serão mais detalhados, como
ambiental, uso de interrogativas, não com o pode ser visto a seguir:
sentido de obter respostas, mas para manter
a atenção dos alunos, entre outro. • Didática: é a ciência que visa ocupar-
-se das estratégias de ensino, das
Dragone (2000), em entrevistas com pro- questões práticas relativas à metodo-
fessores, faz referência que eles próprios logia e das estratégias de aprendiza-
assumem usar conscientemente variações gem. Para o INEP (2008) as técnicas
no comportamento vocal, que buscam a ex- didáticas são ferramentas “utilizadas
pressividade como: intensidade, entoação, em sala de aula ou em outra situação
frequência, ritmo, ressonância e articulação, de ensino por agentes que exercem
sendo a intensidade a variação de maior uma autoridade (professores, instru-
destaque, aspecto esse importante para o tores, auxiliares), a fim de criar condi-
controle da disciplina em sala de aula e para ções favoráveis à aprendizagem”.
chamar a atenção do aluno. Segundo a au-
tora, para o professor, sua voz é um recurso
• Processo educativo: engloba a escola-
didático que estabelece um elo nas relações
rização e todos os seus aspectos teó-
estabelecidas com os alunos.
ricos e práticos, como o processo de
aprendizagem, os métodos de ensino,
5. Técnicas de ensino o sistema de avaliação da aprendiza-
gem e o sistema educacional como um
Os métodos de ensino são operacionaliza-
todo. Nesse contexto, está incluído a
dos por meio de procedimentos conhecidos
didática.
como técnicas de ensino. Podemos definir
técnica como um jeito, uma maneira ou habi-
lidade especial de fazer ou executar alguma • Educação para adultos: é a arte ou ci-
coisa. ência de orientar adultos a aprender.
Dever ser caracterizada por aborda-
A equipe de capacitação do Ministério do gens e métodos apropriados que ga-
desenvolvimento Social, em 2009, elaborou rantam o maior sucesso possível das
uma apostila cujo objetivo é formar instru- atividades educativas, partindo do
tores de Capacitação a partir da discussão mundo já conhecido pelo adulto, con-
de técnicas de apresentação e comunicação. siderando seus contextos, vivências,
Incluem nesse conteúdo temas como a didá- experiências e aprendizagens.

16
Conceitos de Oratória e Retórica

• Papel do multiplicador: o multiplicador pode seguir a regra geral de uma es-


é a pessoa responsável por dissemi- trutura de três partes. No começo, in-
nar conteúdos específicos no ambien- troduz-se o tema que se quer apresen-
te organizacional. É ele quem assume tar. Este será inserido no meio e para
o papel de mediador entre a cultura finalizar, faz-se um resumo do que foi
elaborada, o coletivo da sociedade e apresentado. Portanto, uma apresen-
o individual do aluno. Entre suas fun- tação tem começo, meio e fim.
ções, estão: facilitar os conhecimentos
acumulados em sua área e torná-los
• Materiais didáticos: são o suporte ao
acessíveis aos seus pares; organizar
ensino e à aprendizagem, por exem-
o processo educativo de maneira que
plo, textos de apoio, apostilas, estu-
possa compartilhar seu conhecimen-
dos de caso, exercícios e outros. Veja
to; atender às necessidades dos indi-
alguns exemplos:
víduos relativas ao seu desempenho
profissional, o qual depende de deter-
minado conhecimento, habilidade ou 1. Apostila: é um material mais completo sobre
atitude e, atender às necessidades da o conteúdo explanado que deve ser entre-
organização se prontificando a disse- gue para consultas futuras ou apoio durante
minar seu conhecimento acumulado e a aula.
as boas práticas institucionais.
2. Textos de apoio: textos complementares para
ampliar a visão do aluno sobre o tema expla-
nado. O multiplicador deve buscar os textos
para leitura prévia ou disponibilizá-los ao final
do curso.

3. Estudos de caso: são situações práticas do


dia a dia dos participantes e um ótimo recur-
so para trabalhar com adultos.

4. Exercícios: são simulações sobre o tema tra-


balhado. Servem para quebrar a rotina da
• Plano de aula: trata-se de um instru- aula e praticar o conteúdo que está sendo
mento de trabalho docente que espe- estudado.
cifica os comportamentos esperados
do aluno e os meios (conteúdos, pro- 5. Laboratório: pode ser utilizado para praticar
cedimentos e recursos) que serão uti- exercícios e estudos de caso. É utilizado em
lizados para sua realização, buscando situações específicas que requeiram seu uso
sistematizar todas as atividades que como navegação em sistemas, por exemplo.
se desenvolvem no período em que o
6. Vídeos: devem ser utilizados para ilustrar o
professor e o aluno interagem.
assunto desenvolvido, de forma objetiva ou
por meio de analogia. Devem ser preferen-
• Apresentações: uma apresentação cialmente curtos e o instrutor precisa atentar
pode ser dividida em várias partes, ou para os equipamentos necessários e verificar

17
Conceitos de Oratória e Retórica

se a acústica do ambiente é ideal para a uti- tivos e na interpretação desses dados


lização desse recurso. com base em critérios previamente de-
finidos (HAIDT, 2003). De maneira sim-
plificada podemos dizer que avaliar é
basicamente verificar o que os alunos
conseguiram aprender e o que o pro-
fessor conseguiu ensinar.

• Preparação de palestras e oficinas:


antes de preparar uma palestra é ne-
cessário verificar os seguintes pontos:
quem é o público-alvo? Quais são as
• Dinâmica de grupo: são simulações lú-
necessidades do público-alvo? O que
dicas da realidade, não podendo assim
eles mais desejam aprender sobre
serem contextualizadas como brinca-
determinado assunto? Depois de ave-
deiras. Independente das suas metas
riguar esses pontos importantes, é
específicas, as dinâmicas de grupo con-
necessário preparar cuidadosamente
tribuem definitivamente para facilitar
o conteúdo, adequando a linguagem
e aperfeiçoar a ação dos grupos, em
ao tipo de público, além de se atentar
virtude do seu poder de ativação dos
para o material de apoio, à confecção
impulsos e motivações individuais e de
dos slides do Power Point e do material
estimulação tanto da dinâmica interna
de apoio como apostilas, por exemplo.
(indivíduo – grupo) como da externa
Outros aspectos tão importantes quan-
(grupo – grupos), de forma a potencia-
to estes dizem respeito à sala/auditório
lizar a integração das forças existentes
em que apresentação será feita. O am-
no grupo e melhor direcioná-las para
biente precisa estar preparado adequa-
os objetivos estabelecidos pelo ins-
damente para propiciar ao aluno um
trutor para determinado conteúdo. As
aprendizado adequado. As oficinas são
dinâmicas devem ser utilizadas para
atividades práticas em grupos peque-
facilitar e promover a integração entre
nos, em que os participantes deverão
pessoas e a melhor assimilação do as-
produzir ou analisar um conhecimento
sunto.
ou realizar uma atividade prática, como
um estudo de caso. Deve ter um obje-
• Recursos audiovisuais: São instrumen- tivo claro de resolver determinada situ-
tos utilizados no processo de ensino ação e este deve estar claro para todos
aprendizagem e servem como suporte os participantes.
a ação do instrutor. Dentre os recursos
mais usados, temos: data show, retro
• A aula expositiva: consiste numa pre-
projetor, flip chart, DVD e quadro bran-
leção verbal utilizada principalmente
co.
para apresentação de um conteúdo
novo, para dar uma visão global de
• Avaliações: a avaliação consiste na co- determinado assunto, para motivar os
leta de dados qualitativos e quantita- alunos a estudarem determinados tópi-

18
Conceitos de Oratória e Retórica

cos. O aluno assume postura passiva e • Estudo de texto: é uma leitura analíti-
o papel do professor é privilegiado. ca de um texto com o objetivo de de-
senvolver no aluno sua capacidade de
compreensão, análise, síntese, crítica,
associação, dedução.

• Estilos de aprendizagem: refere-se à


maneira pela qual se prefere aprender.
Ele simplesmente descreve como nos-
so cérebro funciona para assimilar no-
vas informações. Existem três estilos
de aprendizagem e estratégias pró-
prias para cada um: visual, auditivo e
• Aula dialogada: por meio do diálogo
cenestésico.
com os alunos, o professor conduz a
aula dando explicações, fazendo e res-
pondendo perguntas. O professor pro- 6. O uso do jornal em sala de aula
põe o assunto da aula e dá uma visão
geral sobre ele, relacionando-o com o
que vem sendo tratado. O desenvol-
vimento do assunto é feito por meio
de perguntas aos alunos, fazendo que
eles próprios cheguem às conclusões
antecipadas pelo professor ou a no-
vas conclusões. É importante que es-
tas perguntas sejam planejadas, num
sentido geral, para que o diálogo não
se perca. Os alunos também podem Para Alves; Tonini (2000) o uso do jornal
formular perguntas dentro do assun- em sala de aula contribui na formação de
to, que serão respondidas pelo próprio cidadãos mais informados e participantes,
professor ou pela classe. Ao final do além de permitir ao aluno uma leitura mais
trabalho o professor faz uma síntese crítica dos acontecimentos do mundo e a
do assunto com as conclusões finais. consciência da realidade dos problemas so-
ciais vivenciados pela nossa sociedade. Para
Esta síntese também poderá ser feita
os autores, o jornal, por ser um material di-
em conjunto com os alunos.
ário, oferece a possibilidade de informação
atualizada e, por isso, a utilização do jornal
• Seminário: nesta situação, a instrução tem de ser viabilizada pelo professor de ma-
é que um grupo de alunos investigue neira muito responsável, pois vale lembrar
ou estude intensivamente um assunto que, mesmo tentando ser isento de algum
e relate os resultados, em uma sessão critério de valor, o jornal representa, de cer-
conjunta da classe, para discussão e ta forma, o momento histórico-social e, por
crítica. isso, ele não deve fechar-se em opiniões,

19
Conceitos de Oratória e Retórica

mas possibilitar ao aluno a reflexão e o ques- gico, é capaz de oportunizar o conhecimento


tionamento. do mundo e de suas adversidades, e a escola
pode sim fazer uso deste recurso, para que
Pavani; Junquer; Cortez (2007) comentam através das informações veiculadas, seja pos-
que o professor, ao trabalhar com a leitura e sível interpretá-las e converter as informações
análise do jornal em sala de aula, possibili- adquiridas em conhecimentos.
tará ao aluno o contato com os vários gêne-
ros jornalísticos como: notícias, reportagens, Em sua prática pedagógica, os educadores
editoriais, crônicas, charges, entrevistas etc. estão cientes do valor da TV como veículo in-
Para as autoras o acesso às informações por formativo, entretanto, não usam este recurso
diferentes linguagens como texto, fotografia, e, menos ainda, utilizam sua programação;
desenho e gráficos contribuem para o desen- sabem da importância e da gama de infor-
volvimento da competência da leitura e será mações absorvidas pelos alunos diante desta
base para a criação de um pensamento crítico mídia de forte influência, mas esbarram em
e reflexivo sobre o que se lê, preparando o diversos medos de se utilizarem deste meio
aluno para o exercício da cidadania.
(Souza, 2009).

Souza (2009), em seu trabalho sobre mídias


da educação, escreve que o uso do veículo Em relação à utilização das mídias digitais
televisivo é importante no âmbito do espaço em sala de aula, Valente (2003) escreve que
escolar, na tentativa de integrar os conteúdos Internet geralmente é utilizada em suas três
curriculares aos veiculados neste meio de co- dimensões de aprendizagens: pesquisa, para
municação, considerado um dos mais eficien- a busca de informações e da comunicação
tes no processo de educação informal. Para assíncrona (e-mail) e síncrona (bate-papo) e
a autora, o uso da TV não pode ser ignorado representação de conhecimento, no processo
no ambiente escolar, pois este ensina de for- de construção de páginas. Isto significa que
ma prazerosa e totalmente voluntária, levan- para a utilização dos recursos computacionais,
do em consideração que ninguém, seja adul- como de outras mídias, é fundamental que o
to ou criança, é obrigado a observar, criticar, professor tenha conhecimento técnico e, ao
agir, pensar. A autora comenta ainda que a mesmo tempo, entenda suas implicações pe-
escola, como um instrumento de formação de dagógicas para orientar novos encaminha-
opiniões, não pode ficar omissa a esta reali- mentos que permitam ao aluno compreender
dade, pois a televisão, como recurso pedagó- o que está fazendo.

20
Conceitos de Oratória e Retórica

Ainda sobre as mídias digitais, Melo (2011) ferentemente em seus textos. Atualmente,
comenta que novos recursos tecnológicos e na “nova retórica”, os termos distinguem-se
novos softwares são incorporados cada vez quanto à argumentação.
mais à prática educativa, e os alunos se en-
volvem cada vez mais com o espaço virtual,
criando redes de amigos de acordo com seus
interesses.

Nestas redes, para a autora, observa-se


o uso frequente da escrita, horas e horas se
passam diante do teclado e da tela do com-
putador. Professores são instigados para que
participem de formações com o uso de am-
bientes virtuais e aprender a navegar e aces-
sar os recursos destes ambientes é impres-
cindível para um bom desempenho no curso. A argumentação e a persuasão fazem par-
Aprender a utilizar os gêneros digitais sele- te do cotidiano, estando presentes em edito-
cionados para as interações on-line torna-se riais, discursos políticos, jurídicos, publicitá-
fator de extrema importância para a aprendi- rios e até em alguns textos que se pretendem
zagem em rede. neutros, mas não resistem a uma análise que
desmascare as ideias ali defendidas (Koch,
Ainda existem muitos professores que re-
2002). Não é de hoje que a argumentação
sistem a esta incorporação e uso de tecnolo-
e a persuasão despertam curiosidade e cha-
gias na escola, mas a tendência é que tam-
mam atenção de pesquisadores. Já nos pri-
bém estes que ainda resistem façam uso das
mórdios da civilização ocidental, era tradição
tecnologias digitais, mesmo que seja de for-
que governantes e membros das famílias
ma inicial, utilizando as mídias digitais como
mais importantes de quase todos os povos
suportes para suas aulas (Melo, 2011).
ocidentais recebessem, como parte obriga-
tória de sua educação, instruções que pos-
7. Feedback, persuasão e rapport na sibilitassem a fala não só de forma correta,
Comunicação docente mas de maneira a tentar convencer, persu-
adir. Assim, os tribunos romanos ensaiavam
Podemos entender o discurso como uma seus discursos.
exposição de pensamentos e raciocínios pre-
parada com determinada ordem a fim de Mesmo que nem sempre apresentemos o
convencer os ouvintes. brilho que os tribunos ostentavam em seus
discursos, a argumentação continua perme-
O termo convencer, na nossa Língua, ori- ando o nosso cotidiano. A todo o momento
ginou-se do latim convincere e significa “per- nos esforçamos para convencer, argumen-
suadir com razões, argumentos ou fatos a tar e persuadir. Sendo esses processos uma
reconhecer alguma coisa; adquirir certeza; via de mão dupla, da mesma forma somos
persuadir-se”. Na “retórica antiga”, tempo de assaltados pela mídia, por diversos organis-
Aristóteles, (384-322 a.C.), os termos con- mos, tentando nos levar a aderir a inúmeras
vencer e persuadir apresentavam-se indi- ideias, às quais abraçamos, e algumas vezes

21
Conceitos de Oratória e Retórica

lutamos truculentamente por elas como se Uma das maneiras de cativar uma sala de
fossem nascidas do nosso íntimo. aula e estabelecer empatia com os alunos é
desenvolver uma habilidade conhecida como
rapport. Um dos objetivos do rapport é bus-
car a harmonia entre as pessoas que estão
se comunicando.

Ele facilita o desenvolvimento dos relacio-


namentos porque estabelece uma relação de
identificação e confiança entre as partes. Um
professor que age como um líder terá mais
facilidade de levar os estudantes a seguirem
É inconcebível uma cotidianidade sem que suas sugestões.
a persuasão e a argumentação participem
dela. Das relações mais sublimes às mais ba-
nais, se é que assim podem ser classificadas,
sempre há o propósito de gerar persuasão.
Exemplos: numa relação familiar: filho com a
mãe, num idílio; o namorado com a namora-
da, o professor com o aluno; no trabalho, o
patrão com empregado, torcedores de deter-
minados times, e outros.

Quem fala, questiona ou reivindica algo, Para Grinder; Blander (1984), o “contato”
em geral, espera uma resposta. Ainda que ou rapport/ empatia podem ser construídos
nem sempre esta possa ser dada no mes- à base de comportamentos que combinam.
mo instante da conversa, Guimarães (2012) Discordar de pessoas, falar mais depressa do
aponta para a importância de se dar um re- que os outros possam ouvir ou falar a respei-
torno, ou feedback, não apenas para aumen- to de sentimentos ou sensações quando as
tar a eficácia da comunicação, mas também pessoas estão fazendo imagens visuais não
para manter uma boa manutenção no pro- formará contato.
cesso da contínua construção das relações
interpessoais. Mas, segundo os autores, se conseguirmos
calibrar o andamento de nossa voz pela taxa
Feedback, que significa retroalimentação, da respiração do nosso interlocutor, se pis-
é fundamental, na medida em que se torna carmos na mesma velocidade que os outros
um instrumento indispensável em qualquer piscam, se balançarmos a cabeça afirmativa-
tipo de relação humana, pois ajuda a melho- mente com a mesma velocidade em que eles
rar o desempenho nas organizações; assim, balançam e se dissermos as coisas que na
aumenta e torna mais efetiva a comunicação realidade devam mesmo ser pertinentes, ou
interpessoal, seja familiar, social ou nas rela- as coisas que sentirmos que têm a ver com
ções de trabalho. a situação, estaremos formando o contato.

22
Conceitos de Oratória e Retórica

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