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Niterói – RJ
2021
LUANA FARAH ALVES
Niterói – RJ
2021
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO _________________________________________________________4
QUESTÃO NORTEADORA
2. OBJETIVOS ________________________________________________________6
1. GERAL
2. ESPECÍFICOS
3. JUSTIFICATIVA_____________________________________________________6
4. METODOLOGIA ____________________________________________________7
6. CRONOGRAMA ___________________________________________________10
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1. INTRODUÇÃO
Durante o ano de 2020, a educação se deparou com um dos maiores desafios da
contemporaneidade: transformar a sala de aula física em virtual, às pressas. Essa mudança, por
si só, já seria carregada de insegurança, porém, aliada à submersão ao contexto pandêmico, se
potencializou. Como lidar com as frustrações diante de pouca ou quase nenhuma proximidade
humanizada? Como se comunicar de maneira empática, sadia e motivadora quando há milhares
de pessoas adoecendo e perdendo as suas vidas? Como acalmar os jovens quando todos estão,
também, desesperados?
No ambiente escolar, é comum escutar que o ano de 2020 foi desafiador, mas, na
verdade, foi abruptamente transformador. Sendo assim, se faz necessário compreender se essa
transformação foi positiva ou não para o professor, tanto no âmbito profissional quanto no
pessoal. O intuito do presente projeto é trazer uma reflexão com enfoque acerca da saúde
mental, a partir da modificação da sua estrutura laboral, do professor da educação básica durante
e pós-pandemia.
Diante das medidas de lockdown e isolamento social como alternativas coletivas para o
combate à doença e, enquanto a vacina não era descoberta e distribuída à população, o trabalho
de muitas pessoas foi impossibilitado, pois dependiam de atividades relacionadas à circulação
de pessoas. Essa condição exacerbou ainda mais as consequências do capitalismo global,
impactando na desigualdade social, na multiplicação do trabalho precário e na exploração do
trabalhador.
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De acordo com Harvey (2020), esse é um cenário com enormes consequências para o
emprego já que produz vulnerabilidades sociais, das quais o desemprego em massa, em alguns
setores, se evidenciam. Para Castel (2015), a instabilidade do trabalho, a inadequação dos
sistemas de proteção social, as novas configurações do trabalho, o desemprego, a informalidade,
têm conduzido trabalhadores a um lugar marcado pela precariedade, vulnerabilidade e
incerteza.
Diante desse panorama, muitas pessoas precisaram manter seus respectivos empregos.
Para isso, a que tiveram que se submeter? Suspensão de certos direitos do trabalhador, como
pagamento de horas extras trabalhadas, exaustão, “efeitos colaterais” das condições de trabalho,
dentre outras questões. Em particular, os professores tiveram que se adaptar, rapidamente, à
nova configuração escolar. Totalmente virtual e utilizando plataformas, para muitos,
desconhecidas.
Muitos professores não tinham conhecimento desse mundo virtual, pois, no dia-a-dia, o
contato com o aluno se faz na própria sala de aula. Até antes do início da pandemia, o Ministério
da Educação não permitia o ensino remoto para a educação básica. Porém, o fato de muitos
alunos ficarem sem acesso à educação durante o isolamento social, já que as aulas presenciais
estariam suspensas por tempo indeterminado em todo o território nacional (Brasil, 2020a), fez
com que medidas fossem tomadas para minimizar o impacto educacional nesse período.
Dessa forma, eles passaram a trabalhar em tempo integral em suas próprias casas,
expostos às condições de trabalho improvisadas, cada qual com a estrutura que conseguiu, e às
jornadas exaustivas. Passaram a fazer as suas tarefas, inesperadamente, através de plataformas
digitais e aparatos tecnológicos sem que fossem treinados e preparados ou tivessem recebido
instrumentos materiais para tal reorganização das atividades. Essa exigência levou a uma
adaptação abrupta e, para muitos professores, dolorosa.
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Além de ter que administrar a nova forma de lidar com as atividades laborais, os
professores precisaram conciliar tais práticas com a demanda doméstica, que incluiu
organização e limpeza da casa, alimentação, dinâmica familiar (com filhos, companheiros,
parentes), dentre outras demandas simultâneas. Obviamente, a jornada de trabalho, que já não
era pequena, se tornou ainda maior e as responsabilidades intensificaram.
De acordo com Pizzinga (2020), esse limite, historicamente não estabelecido, entre a
jornada de trabalho e aquele destinado aos demais âmbitos da vida se mostrou, no contexto
pandêmico, um limiar ainda mais tênue. Olhando sob outro viés, a centralização de todas as
ocupações para dentro das suas próprias casas trouxe consequências ainda não muito exploradas
para a saúde mental dos professores, tendo em vista que eles sustentaram por um bom tempo,
simultaneamente, os compromissos profissionais e pessoais.
Dessa forma, se faz necessário problematizar essas mudanças laborais ocorridas e suas
repercussões relacionadas à saúde do professor, buscando o bem-estar da classe e afirmando os
seus direitos profissionais. Sendo assim, questiona-se: Tendo em vista o contexto da
desvalorização e robotização da educação, como proteger a saúde mental dos professores da
educação básica diante das consequências trazidas com a pandemia?
2. OBJETIVOS
3. JUSTIFICATIVA
4. METODOLOGIA
A pesquisa tem caráter exploratório, pois o principal objetivo da mesma, segundo Gil
(2002), é “o aprimoramento de ideias ou descoberta de intuições”. Além disso, é descritiva
por se conduzir de maneira a apresentar os dados exatamente da forma em que se encontram.
Para tanto, foi realizada a busca por publicações que contemplassem a temática da
saúde do professor. As bases de referência de dados foram Google Acadêmico
(https://scholar.google.com.br/), Scientific Electronic Library Online – Scielo
(http://scielo.org/php/index.php) e no portal de Periódicos da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes (http://periodicos.capes.gov.br/). O
recorte temporal foi de 2008 a 2020.
5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Em relação ao trabalho, ele pode trazer tanto prazer quanto sofrimento, pode também
inspirar na metamorfose de sofrimento em prazer, pois, além de corroborar para a sobrevivência
material, organiza e estrutura a vida das pessoas e proporciona a elas um significado, uma
identidade (Bridges, 1995). O ato de trabalhar é a maneira do homem se constituir socialmente.
Entretanto, Dejours (1992) considera que o trabalho nem sempre resulta em realização
profissional, podendo, ao contrário, causar desde insatisfação até exaustão.
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O termo burnout apareceu a partir das análises do médico alemão Freudenberger em
1974, que assistiu o processo de desgaste de profissionais de uma clínica de reabilitação de
dependentes químicos, até a evidenciação do quadro de exaustão, caracterizado pela presença
de sintomas insalubres tanto físicos quanto psíquicos (Carlotto, 2002). Dessa forma, o contexto
da síndrome perpassa pela multiplicidade que tange à etiologia e à manifestação do estado
máximo de esgotamento mental e físico gerada por questões relacionadas diretamente ao
trabalho.
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), no art. 32, “o
ensino fundamental será presencial, sendo a modalidade de ensino a distância utilizada como
complementação da aprendizagem ou em situações emergenciais'' (Brasil, 1996). Porém, com
o cenário pandêmico, o MEC (Brasil, 2020b) reconhece como legal a carga horária de ensino
remoto como alternativa para suprir as necessidades educacionais durante esse período crítico.
A questão é que essa nova configuração implica novos acordos contratuais, tendo em
vista que o processo de trabalho docente nesse âmbito pode oferecer riscos para a saúde dos
professores, uma vez que essa forma laboral não veio complementada de medidas diferenciadas
de regulamentação e de proteção do trabalhador (Souza, 2021). Mesmo considerando a
importância do isolamento social, Souza (2021) destaca que
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“O processo de ensino por plataformas processa-se tanto por aulas
em tempo real (síncronas), diretamente entre professor e aluno,
quanto por aulas gravadas (assíncronas), com a exibição do material
para a turma, disponibilizado por meio de plataformas tecnológicas.
Ademais, deve-se mencionar a modalidade de atendimento
personalizado à distância, com atenção individual aos alunos, uma
espécie de trabalho tutorial”.
A reflexão acerca das “aulas remotas” se faz necessária, considerando que o contexto
virtual é um âmbito pouco explorado pelos docentes do ensino fundamental e educação básica
e, consequentemente, tinham pouco domínio sobre o mesmo. Ainda assim, se viram
inesperadamente obrigados a repensar seus processos de trabalho, substituindo-os por um
ambiente virtual e por plataformas de videoconferência que eram privadas ao ensino superior
(Souza, 2021).
6. CRONOGRAMA
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DEFINIÇÃO DO TEMA X
LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO X
MOTIVAÇÃO X
QUESTÃO NORTEADORA X
OBJETIVOS X
JUSTIFICATIVA X
METODOLOGIA PROPOSTA X
INTRODUÇÃO X
REFERENCIAL TEÓRICO X
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS X
ENTREGA FINAL X
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
REDAÇÃO X
PRÉ-TEXTUAL
INTRODUÇÃO X
CAP 1 X X
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CAP 2 X X
CAP 3 X X
REVISÃO X
REDAÇÃO X
PÓS- TEXTUAL
ENTREGA X
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394
de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível
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2020.
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GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6ª edição. São Paulo: Atlas, 2008.
HARVEY, David. Condição pós-moderna: uma pesquisa sobre as origens da mudança cultural.
17. ed. São Paulo: Loyola, 2008.
https://www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/---dgreports/---
dcomm/documents/briefingnote/wcms_824092.pdf
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https://www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/---dgreports/---
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