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Dificuldades e possibilidades do trabalho docente

durante a pandemia do coronavírus

José Angelo Farias Moraes1

Resumo
O objetivo geral do estudo foi investigar as dificuldades e possibilidades do trabalho docente durante
a situação atual em decorrência da pandemia do coronavírus, buscando assim trazer aspectos positivos
e negativos que a pandemia nos trouxe para o ensino. A indagação norteadora foi: quais mudanças a
pandemia trouxe a vida docente, tanto em aspectos positivos e negativos? A investigação é de
natureza bibliográfica e qualitativa (OLIVEIRA, 2020) a fundamentação teórica resultou do diálogo
com os seguintes autores: (FERREIRA, 2021); (SANTOS, A. G. M, 2021); (DANTAS, 2020). Os
achados iluminam mudanças nessas perspectivas que a pandemia trouxe para a vida do docente, desse
modo o estudo buscar enfatizar o cenário atual e possibilidades futuras.

Palavras-chave: Pandemia. Ensino. trabalho docente.

1. INTRODUÇÃO
Este trabalho trata as dificuldades e possibilidades do trabalho docente durante a pandemia do
coronavírus, buscou de forma específica, caracterizar como se deu essa experiência docente no
contexto atual, destacando assim as mudanças e adaptações desse docente nesse cenário.
O estudo nos conduziu à seguinte indagação: quais mudanças a pandemia nos trouxe a vida
docente, tanto em aspectos positivos e negativos? A intenção da indagação não é fornecer uma
resposta, mas sim propor algumas reflexões e análises sobre o cenário atual, e talvez trazer a tona
outros questionamentos.
Nos fundamentamos teoricamente em (OLIVEIRA, 2020), quanto à pesquisa de natureza
qualitativa e de cunho bibliográfico (MINAYO, 2001), destacando aspectos como interpretação e
compreensão sobre os assuntos discutidos.
Logo a fundamentação teórica resultou do diálogo com os seguintes autores: (FERREIRA,
2021) e (SANTOS, 2021), que faz argumentações com base nas dificuldades e desafios durante o
ensino remoto na pandemia, (DANTAS, 2020), (re)significação da prática docente na pandemia por
covid-19: ensino remoto emergencial, novos sentidos, novas perspectivas.

1
Trabalho elaborado como exigência da disciplina Estágio Supervisionado I- História/UFPI/CCE/DMTE
2
Graduando em História pela UFPI. E-mail: joseangelo@ufpi.edu.br
2. A PRÁTICA DOCENTE NA PANDEMIA DO CORONAVÍRUS

Em 2020 todo o mundo parou por conta da pandemia do coronavírus, e em relação a educação
não foi diferente, em decorrência das práticas de contenção da pandemia se fundamentaram no
isolamento social, no Brasil não foi diferente, em 20 de março de 2020, de acordo com o Decreto
Legislativo n° 6 de 2020, o país entra em calamidade pública. Logo em seguida veio a Medida
provisória n° 936, 1° de abril de 2020, instituindo o Programa Emergencial de Manutenção do
Emprego e Renda que permitia a redução proporcional da jornada de trabalho e salário e a suspensão
do contrato de trabalho. Logo como podemos ver os educadores irão sofrer de começo com as
mudanças decorrente da pandemia, fatores negativos começam a aparecer, como podemos ver de
acordo com o autor, Oliveira (2020), ele afirma:

A rede privada paraibana de ensino acompanhou o contexto e antecipou as férias coletivas,


assim como a rede estadual. O retorno após o dia 20/04/2020 ocorreu com atividades remotas.
Se já não bastasse essa grande mudança na vida dos educadores, a maioria dos patrões
oportunistas aproveitou a MP 936 para reduzir os salários e a jornada de trabalho dos
professores, que na prática estão trabalhando muito mais. (OLIVEIRA, Vítor Lins, 2020, p.
6.)

As redes de ensino, principalmente a privada, irão se aproveitar do contexto da pandemia para


atacar a classe docente, justificando-se com as aulas remotas, que os professores trabalhariam menos,
que sua jornada de trabalho não seria igual ao modo presencial.
Professores tiveram que se adequar aos novos métodos de ensino remoto, e também a ajudar
os alunos a se inserirem nesse ensino, como podemos ver de acordo com a autora, Dantas (2020), ela
afirma:

Nesse cenário, sob a orientação e normatização do Ministério da Educação (MEC), as


instituições de ensino suspenderam suas atividades escolares presenciais e, estudantes e
professores, transitaram de forma imediata, abrupta, do ensino presencial para o ensino remoto
emergencial (ERE). Mudança na percepção do tempo e do espaço da prática docente. Os
profissionais da educação se viram obrigados a se adaptar adequando a sua prática profissional
a uma nova maneira de ensinar e de aprender. Os professores se viram diante dos limites e
possibilidades do ensino remoto emergencial (ERE) que exigia novos sentidos e novas
perspectivas no processo educativo. (DANTAS, Suzyneide Soares, 2020, p. 2).

2
Como podemos ver foi de forma abrupta, que todo o planejamento de ensino foi mudado,
dessa forma afetando toda a comunidade escolar. Podemos ver de certa forma que o sistema
educacional não estava preparado para enfrentar uma pandemia e consequentemente o ensino remoto,
o acesso ao ensino no Brasil como sempre, foi de certo modo precário, muitos alunos de baixa renda
e docentes sem conhecimento e experiência em aulas remotas tiveram grandes dificuldades.

3. MUDANÇAS NA VIDA DOCENTE

A nova realidade fez com que professores e alunos se adaptassem as novas condições de
ensino, com o ensino remoto e seus desafios. Como sabemos toda a comunidade escolar sofreu com
essas mudanças. Como podemos ver, o professor de começo foi o mais afetado, em relação ao seu
modo e métodos de ensinar, como afirma o autor:
Mas, finalmente, este quadro se alterou com a pandemia do coronavírus! Muitos professores
viram que seus computadores estavam defasados e seus planos de internet não eram tão bons
assim. Tiveram que investir financeiramente e aprender a utilizar as tecnologias digitais em
poucos dias para poder continuar trabalhando e garantindo o seu sustento com a volta às aulas
pós-recesso/férias de abril. (OLIVEIRA, Vítor Lins, 2020, p. 7).

Os professores tiveram que se adequar rapidamente aos novos métodos de ensino remoto,
investindo com seus próprios recursos, seu ambiente de trabalho muda, seus métodos de avaliação,
aulas. Essa mudança para as aulas remotas remeteu o educador a uma exposição, como por exemplo
a aula gravada e assistida ao vivo dentro das casas dos estudantes, junto aos seus pais e responsáveis,
professores se sentem acuados por alunos e pais que seguem ideologias e que repreendem qualquer
forma de pensamento que difere dos mesmos, como nos chama atenção o autor Vítor Lins, de que “
Sabemos que, infelizmente, em nosso país, alguns cidadãos defendem projetos como “Escola sem
Partido”, com o seguinte slogan: “Se você ou seu filho foi ou está sendo vítima de algum militante
disfarçado de professor, denuncie.” (OLIVEIRA, 2020, p. 7).

4. DIFICULDADES E APRENDIZADOS

Diante desses novos aspectos que o professor teve que enfrentar, veio outras dificuldades
para o docente, em meio a uma crise sanitária devido a pandemia, os educadores sofrem com a saúde
física e mental diante dessas novas perspectivas de ensino, como nos mostra o autor, Oliveira (2020):

3
Os educadores ainda têm que suportar a pressão psicológica imposta pelo sistema para
ministrar as melhores aulas remotas possíveis, independentemente de seu estado de saúde
mental. Essa é outra questão delicada, cujos impactos só serão avaliados após o término da
pandemia. (OLIVEIRA, Vítor Lins, 2020, p. 8).

Com a quarentena, toda a comunidade escolar sofreu psicologicamente, a saúde mental dos
educadores deve ser levada em consideração, com essas mudanças repentinas, os educadores se
sentiram pressionados, com cobranças pessoais e por parte dos alunos e gestores escolares.
Professores cada dia mais sobrecarregados com esses novos métodos de ensino, logo porque não
tiveram como se preparar para tal. Desse modo podemos ver de acordo com os autores, ao afirmarem:

Diante de todas circunstâncias, os profissionais da educação estão sobrecarregados, cresce a


ansiedade e receio quanto ao futuro, por exemplo, em quando retornarão para as aulas
presenciais, as incertezas quanto a continuar nas aulas remotas, modos de avaliação da
aprendizagem dos alunos durante a pandemia. Além disso, a carga excessiva de trabalho
imposta pelo ensino remoto tem afetado a saúde mental dos professores e isso tem contribuído
diretamente na qualidade de vida destes profissionais. (FERREIRA, Silvânia Feitosa.
SANTOS, A. G. M, 2021, p. 5)

Diante disso, podemos ver ao que acarretou um dos principais problemas ao docente, afim de
que desse modo afeta todo o trabalho e ensino, os educadores precisam de sua saúde física e mental
para conseguir desenvolver 100% seu trabalho. Como podemos ver nem todos os docentes em sua
grande maioria não estavam preparados para essas mudanças bruscas, e isso acarretou prejuízos e
dificuldades aos educadores.
Diante do aprendizado, é indiscutível que os professores superaram as dificuldades
enfrentadas durante a pandemia, de certo modo a tecnologia ajudou nesse período emergencial,
professores que foram obrigados a se adequarem a essa situação sem nenhum apoio, principalmente
do setor público, mas que superaram as expectativas e conseguiriam de certo modo fazer seu oficio
que é ensinar. De acordo com o autor podemos ver isso bem situado em uma pesquisa feita:

Ao serem questionados se tinham conhecimento sobre o conceito de ensino remoto, observou-


se que 95,2% afirmaram que conheciam esse modelo. Apenas 4,8% dos professores disseram
ter experiência em ministrar aulas remotas no período anterior a pandemia, mas 95,2% já
conheciam esse conceito de ensino remoto, isso nos faz refletir sobre a necessidade de
capacitação ou treinamento. Com isso, os educadores buscaram formas para melhorar sua

4
forma de ensino online, seja através de pesquisas na internet ou através de curso de capacitação
oferecidas as instituições de ensino (públicas e privadas do município). (FERREIRA, Silvânia
Feitosa. SANTOS, A. G. M, 2021, p. 7)

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir do que foi trabalhado e diante das dificuldades e possibilidades que a pandemia do
coronavírus trouxe ao trabalho docente, podemos ver que o docente teve que se reinventar de forma
abrupta e sem quase nenhuma ajuda das redes de ensino tanto privada ou pública. O ensino remoto
trouxe consequências boas e ruins para a forma de trabalho do docente.
De certo modo vemos que os educadores em sua maioria já usam da nossa chamada
tecnologia, mas nem todos já vivenciaram ou estavam preparados para esse ensino remoto. É
indiscutível que o ensino remoto nos remeteu ao avanço tecnológico do ensino, mas por outro lado
trouxe marcas negativas e que podem perdurar. Professores podem sofrer futuramente com essa
ganância dos empresários pelo ensino remoto, por ser mais rentável e com menos gastos, ainda assim
o professor é submetido à um trabalho que lhe busca mais horas de dedicação e muita das vezes com
seus próprios recursos, isso acarretando sérios problemas a sua saúde mental.
Por outro lado, se tem a questão dos alunos, que muitas das vezes enfrentam os mesmos
problemas, sem apoio e que tiveram que se adaptar ao ensino remoto, isso causando um problema
grave no modo de aprendizado. É indubitável que a pandemia vai deixar marcas e estruturas que irão
se perpetuar futuramente no modo de ensino, seja de forma positiva ou negativa. Desse modo, é
importante toda a comunidade escolar ficar atenta a essas mudanças e tentar minimizar essas
estruturas negativas que o ensino remoto nos trouxe, e também saber aproveitar os pontos positivos
do mesmo.

5
REFERÊNCIA

DANTAS, Suzyneide Soares. (Re)significação da prática docente na pandemia por covid-19:


ensino remoto emergencial, novos sentidos, novas perspectivas. Disponível
em:<https://editorarealize.com.br/editora/anais/conedu/2020/trabalho_ev140_md1_sa1_id5596_130
92020105717.pdf> Acessado em: 30/09/2021.

FERREIRA, Silvânia Feitosa.. SANTOS, A. G. M. DIFICULDADES E DESAFIOS DURANTE


O ENSINO REMOTO NA PANDEMIA: UM ESTUDO COM PROFESSORES DO MUNICÍPIO
DE QUEIMADAS – PB. Revista Científica Semana Acadêmica. Fortaleza, ano MMXXI, Nº.
000207, 26/04/2021. Disponível em: <https://semanaacademica.org.br/artigo/dificuldades-e-
desafios-durante-o-ensino-remoto-na-pandemia-um-estudo-com-professores-do.> Acessado em:
30/09/2021.

MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa Social: Teoria, método e criatividade. 18 ed.
Petrópolis: Vozes, 2001

OLIVEIRA, Vítor Lins. “O ofício do historiador nos tempos da pandemia do coronavírus”. Anais
do XIX Encontro de História da Anpuh-Rio, 2020. Disponível em:
<https://www.encontro202.rj.anpuh.org/resources/anais/18/anpuh-rj-
erh2020/1601138077_ARQUIVO_57dc7657748044728b93c70128a192a2.pdf>. Acessado em:
30/09/2021.

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