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As formas e práticas de interação entre professores e

alunos

Interação entre professores e alunos = uma das dimensões da didática.

Senso comum:

Didática: métodos e técnicas de ensino

Escola: instituição que transmite o conhecimento.

Senso comum foi derivado do enfoque dado nos anos 70 pelos estudiosos.

Didática  torna-se uma área do conhecimento.


Analisar o contexto social, as mudanças ocorridas pela escola e as
condições do exercício profissional são tarefas do professor, uma vez que
exercem influência no planejamento e desenvolvimento do processo didático.

Elementos básicos da didática:

 Aluno
 Professor
 Conteúdo

Ensino = apreensão da realidade. Logo, não se pode desconectá-lo de um


contexto social.

História da Didática:
pós-64: educação como desenvolvimento.
racionalização e eficácia do processo.
busca-se integrar os professores com o projeto desenvolvementista do
país.
perspectiva técnica de formação do professor (o professor não precisa
dominar o conhecimento científico, mas apenas aquele prático técnico derivado
deste primeiro).

I Seminário Didática em Questão

1982 : compromisso com as camadas populares, busca transformação social,


tem um viés político.
Crítica a didática puramente técnica e neutra, sendo que deve haver uma
articulação com o contexto social no qual a prática se dá.
72 – Pensa a didática em seu próprio processo interior, sem conexão com o
mundo (didática pensada).

82 – Pensa a didática baseada no exterior, na prática. (didática vivida)

 Criticam 72, mas devem ultrapassar a pura recepção crítica e avanãr


para propor soluções.

Escola como instituição de socialização do conhecimento (de dar o


conhecimento erudito e sistematizado à população pobre).

Vs.

Escola como alteradora das relações sociais.

Nesse embate o processo educativo figura como elemento educativo, muito


mais do que sua finalidade está em jogo.
“No fazer gera-se o saber”  isto é, a partir da prática poderemos criar o
conhecimento.

No fim o aluno é visto não como determinado por um momento histórico, mas
um indivíduo que pode dominar os conhecimentos e portanto deve ser levado a
aprender a aprender.

Relações entre professores e alunos:


A intencionalidade educativa:
Método: elemento unificador e sistematizador do processo de ensino.
Técnica: instâncias intermediárias, componentes operacionais de cada
proposta metodológica.

Comênio (séc. XVII): método único de ensinar tudo a todos.


Homem como tábula rasa: receptor passivo de informações.
Mundo: externo ao indivíduo, transmitido ao seu interior por meio da educação.
Nesse modelo de ensino a ênfase está na transmissão do conteúdo produzido
e acumulado historicamente pela humanidade, por meio do professor. O aluno
deve aprender o conteúdo.
Esse método:
Preparação do aluno
Apresentação do conteúdo (aula expositiva)
Assimilação do conteúdo (por comparação com aquilo que já foi
aprendido)
Generalização (indentificação dos fenômenos relacionados com o
conteúdo apreendido)
Aplicação (aplicação deste conhecimento recém-adquirido)
Neste processo o professor é o centro do processo.

Relação aluno-professor no “aprender a aprender”:


Transmissão do conteúdo é substituido por uma redescoberta do
conhecimento (pois o homem é um ser social, inserido em um mundo já dado).
Mais importante do que aprender o conteúdo é compreender o método de se
chegar ao conhecimento.
O foco da relação entre professor-aluno recai sobre o aluno nesse caso.

Relação aluno-professor no “aprender a fazer”:


Professor  professores.
Homem é um produto do meio.
Neste caso o homem deve aprender o conhecimento até o ponto de
poder aplicá-lo materialmente com total eficácia.
Universais da situação de ensino
Situação de ensino: trabalhar em uma instituição, receber um salário, ter
colegas, respeitar o currículo e dar aula pra vários alunos.
Universais: características relacionadas à própria natureza do ensino, sem que
dependa de alguma particulariedade local.
Adendo: estes universais podem ser puramente ocidentais, mas o texto não
busca ser uma conclusão, apenas levantar um debate.

Os universais:
Devem estar enraizados em universais: logo relacionado com a condição
humana.
Nascer = entrar inacabado em um mundo já dado. A humanidade não é
algo que um indivíduo traz consigo quando nasce, mas sim o que é produzido
pela espécie conforme sua história avança.
Educação = torna o animal-homem um humano.
Logo, o filhote do homem é educável, é passível de educação.
Cada um se educa, dado que encontramos um mundo que já está ai e
nos educa.
Primeiro universal: dialética interior x exterior.

Segundo universal: ninguém pode aprender sem mobilização pessoal.


O professor não produz o saber no aluno, ele realiza algo para que o
aluno realize o trabalho intelectual.
Relação de dependência do mestre perante o aluno (o professor detêm
o conhecimento, mas é o aluno quem detêm a chave última do sucesso).

Terceiro Universal: relação com o outro.


O outro é um conjunto de valores e representações (sujeito,
representante da escola, etc).
Relação de ensino: relação entre duas gerações. O jovem necessita do
antigo, do velho.
O ser humano apropria-se de uma parte apenas do patrimônio da
humanidade.

Educação:
Processo de humanização (tornar-se ser humano)
Socialização (tornar-se membro de tal sociedade e de tal cultura)
Singularização (tornar-se único).
Essas três dimensões são indissociáveis.

O ensino se dá em uma situação de tensão (como provam os universais).

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