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Técnicas de Facilitação de Sessões

de Ensino-Aprendizagem
Algumas Constatações verificadas
nas formações
 Falta de planificação prévia das sessões e demasiados
improvisos.
 Falta de preparação do ambiente de aprendizagem.
 A introdução não tem ajudado a captar maior interesse
(não se problematiza o conteúdo).
 Os objectivos de aprendizagem não são apresentados
de forma didáctica.
 Falta de feedback pontual às respostas dos
participantes.
 Falta de uma avaliação contínua e permanente.
 As formas de questionamento incentivam respostas em
“CORO”.
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Objectivos de Aprendizagem
No fim desta unidade, os participantes devem ser capazes
de:
• Justificar a importância e vantagens da planificação
do PEA.
• Identificar as etapas/momentos de uma sessão de
aprendizagem dinâmica.
• Usar as principais fontes de motivação de forma a
criar um clima de aprendizagem positivo.
• Implementar técnicas de introdução de conteúdos no
PEA.
• Implementar técnicas de abordagem eficaz do
conteúdo.
• Usar as técnicas efectivas de questionamento.
• Adoptar características de um facilitador dinâmico.
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Quais são as principais
etapas/momentos de uma sessão de
aprendizagem/aula?

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Etapas de uma Sessão de Aprendizagem

Estas etapas são denominadas de Funções Didácticas


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Introdução
e Motivação

A introdução e motivação é a primeira função


didáctica que deve ser seguida dentro do marco
de uma sessão de aprendizagem.
Deste modo, contar uma experiência vivida ou
apresentar um caso ou problema curioso
constituem excelentes formas de motivar o
partcipante.
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Mediação e
Assimilação

Esta é uma função didáctica muito visível dentro


do processo. A função do facilitador é de mediar o
processo de construção do conhecimentos por
parte dos participantes. Exige-se que o formador
assuma na sua íntegra o papel de facilitador,
organizador e orientador do PEA.
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Domínio e
Consolidação

 Esta fase é representada pelos exercícios de


consolidação, que podem seguir diferentes
formas e modalidades. Nesta fase é preciso que
os conhecimentos sejam organizados,
aprimorados e fixados pelos formandos.

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Controlo
e Avaliação

 A função didáctica controlo e avaliação visa


informar como está decorrendo a aprendizagem
dos participantes, visa informar como eles estão
a ser conduzidos.

 A avaliação esta presente de forma contínua no


decorrer da sessão, de modo a acompanhar na
íntegra o processo.
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O que motiva os participantes para a
aprendizagem (Fontes de Motivação)?

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Fontes de Motivação Durante a Formação

Existem quatro principais fontes de motivação que


garantem a aprendizagem dos participantes:

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Conteúdo de Ensino

 Para o conteúdo constituir uma real fonte de


motivação, ele deve:
• Estar pedagogicamente estruturado (coerência).
• Estar relacionado com os objectivos de
aprendizagem.
• Conter experiências significativas, que estejam
relacionadas às aspirações dos formandos, que
satisfaçam as suas necessidades e expectativas.
• Possuir uma boa apresentação/ ser aprazível.

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Método de Ensino usado
 O facilitador deve seleccionar métodos activos
que permita ao participante:
• Demonstrar, Debater, Expor, Questionar,
Justificar, Avaliar, Analisar, Etc.

Para os construtivistas os formandos aprendem


de forma rápida e duradoira quando o formador
usa uma variedade de métodos activos que lhes
coloca sempre em actividades desafiadoras.

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Quais são os principais métodos activos
usados no âmbito das formações em
saúde?

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Alguns Métodos Activos a usar na
Formação
 No âmbito da formação de profissionais de
saúde, recomenda-se o uso dos seguintes
métodos:

1. Método de Estudo de Caso.


2. Método de Trabalho em Grupo.
3. Método de Demonstração.
4. Método de Dramatização.
5. Método de Chuva de Ideias.

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Recursos de Ensino-Aprendizagem

 O facilitador deve de forma inteligente


seleccionar recursos que permitam:

• Apresentar temas e conceitos duma maneira


objectiva, clara e precisa.
• Estimular o interesse dos participantes para a
aprendizagem.
• A prática e desenvolvimento de habilidades.

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A Personalidade do Facilitador

 O facilitador representa sem dúvidas a maior fonte


de motivação para os participantes, neste caso,
recomenda-se que ele seja:

• Comprometido, interessado, dinâmico, criativo,


crítico, humilde, respeitoso, comunicativo e
empático.

 Estas características irão influenciar


positivamente no desempenho dos participantes.

O facilitador deve ser exemplar! 17


Quais são as técnicas que geralmente os
facilitadores usam de modo a garantir uma
introdução eficaz de um tema?

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Propósito de uma Introdução

 A introdução é o momento crucial para qualquer


apresentação.

 Ela permite:
• Captar o interesse e preparar psicologicamente
os participantes para a sessão.
• Tornar os participantes conscientes das
expectativas do facilitador.
• Ajudar a promover um clima de aprendizagem
positivo.
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Técnicas de Introdução Eficaz (1)

 Analisar objectivos de aprendizagem


propostos.
• Introduzir o tema com um simples resumo dos
objectivos torna os participantes conscientes de
que se espera deles no fim da sessão.
Exemplo:
“Nesta sessão vamos discutir as principais
características de um líder eficaz, é fundamental que
ao final da sessão adoptemos as tais características
uma vez que lideramos pessoas no nosso dia a dia.”

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Técnicas de Introdução Eficaz (2)

 Fazer uma série de questões sobre o tema:


• É importante antes de mais, fazer uma avaliação
diagnóstica para saber o que os participantes
sabem acerca do tema.

Exemplo:
“Alguém pode dar um exemplo de uma
característica de um líder eficaz?”

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Técnicas de Introdução Eficaz (3)
 Relacionar o tema com conteúdos
previamente abordados:
• Isto permite que os participantes percebam a
continuidade dos conteúdos bem como a sua
relação.
Exemplo:
“Na sessão passada falamos dos estilos de
liderança. Hoje vamos falar de equipa de alto
desempenho e iremos analisar qual dos líderes será
o mais indicado para construir uma equipa de alto
desempenho.”

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Técnicas de Introdução Eficaz (4)

 Partilhar uma experiência pessoal, que tenha


relação com o conteúdo.
• Na verdade, os participantes gostam bastante de
ouvir este tipo de abordagens, isto lhes motiva
para a aprendizagem.

Exemplo:
Gostaria de partilhar convosco uma experiência
muito pessoal. Foi a minha primeira visita a US no
distrito de ...”

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Técnicas de Introdução Eficaz (5)

 Lançar uma questão desafiadora para os


participantes de forma a provocar uma
reacção dos mesmos.
• A discussão que se seguir aumentará o interesse
pelo tema a ser apresentado.

Exemplo:
“Peço um voluntário por favor para alistar as cinco
principais práticas de uma liderança exemplar”

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Técnicas de Introdução Eficaz (6)
 Relacionar o tema com futuras experiencias
de trabalho.
• Geralmente o interesse dos participantes
aumenta quando vêem uma relação entre o
conteúdo e o seu trabalho.

Exemplo:

“Nesta sessão vamos abordar alguns aspectos


de liderança que vocês podem de certeza
adoptar no dia a dia no vosso trabalho”.
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 Quais as técnicas que os facilitadores
usam para uma apresentação eficaz do
conteúdo (abordagem do conteúdo)?

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Técnicas de Abordagem do Conteúdo (1)

 Comunicar de forma fácil:

• O facilitador deve usar palavras e expressões


familiares de forma a permitir a fácil
compreensão por parte dos participantes.

• O facilitador deve questionar sempre durante


a apresentação do conteúdo.

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Técnicas de Abordagem do Conteúdo (2)

 O facilitador deve:
 Observar os participantes de forma a poder
“LER” as expressões faciais. Esta é uma
excelente técnica para estabelecer relações e
obter retorno sobre a aprendizagem dos
formandos.

 Usar uma voz audível de forma a cobrir todos os


participantes. Varie o tom de voz para chamar
atenção aos participantes.
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Técnicas de Abordagem do Conteúdo (3)

 O facilitador deve:

 Demonstrar entusiasmo sobre o tema,


movimentando-se na sala de aula com energia
e interagir com os participantes.

• O entusiasmo e a excitação do facilitador são


contagiantes e afectam directamente aos
participantes.

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Técnicas de Abordagem do Conteúdo (4)

 O facilitador deve:

 Movimentar-se pela sala de forma a garantir o


contacto com a turma e com cada um dos
participantes em particular.

• Os participantes são encorajados a participar e


interagir quando o facilitador se move entre eles
e mantém contacto directo.

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Técnicas de Abordagem do Conteúdo (5)

 Durante a apresentação do conteúdo o


facilitador deve fazer críticas positivas aos
participantes.

Exemplo:

“Excelente ponto de vista Raúl”.


“Obrigado Raúl por partilhar a sua experiência,
foi bastante interessante”.
“O Hugo fez uma excelente análise do tema”.

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Técnicas de Abordagem do Conteúdo (6)

 Durante as sessões procure chamar os


participantes pelos seus próprios nomes tanto
quanto possível.
• Isto promove um clima de aprendizagem positivo
e eleva o nível de concentração dos
participantes.

Exemplo:
“José e Lucília, vocês podem
partilhar a vossa experiência na
US?
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 Quais são as técnicas efectivas de
questionamento que o formador deve adoptar
nas sessões de aprendizagem?

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Técnicas de Questionamento (1)

 Faça uma pergunta a todo o grupo e garanta


que as respostas sejam individuais (deve-se
evitar ao máximo que as respostas dos
participantes sejam em “CORO”).

Exemplo:
Quais são as 7 componentes de Prevenção
Positiva?
Um voluntário por favor para responder a
questão!
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Técnicas de Questionamento (2)
 Dirija uma pergunta a um determinado
estudante usando o seu próprio nome antes
mesmo de fazer a questão.
 Fazer a pergunta, dar uma pausa e depois dirigir
a um participante específico.

Exemplo:
Muito bem Carlos, responda a seguinte questão!
Quais são os objectivos do Aconselhamento e
Testagem?

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Técnicas de Questionamento (3)

 Repetir a resposta correcta dos participantes


sempre que for pertinente.

Exemplo:
“O Mucavel está certo, o líder democrático é o mais
indicado para a formação de uma equipa de alto
desempenho”.

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Técnicas de Questionamento (4)
 Dar reforço positivo às respostas de forma a
manter os participantes interessados na
apresentação.

Exemplos:
“Eu não poderia dizer melhor, o Mateus tirou-me as
palavras da boca.”
“Boa resposta Hugo.”
“Realmente gostei da forma como o Rui explicou
as vantagens do líder democrático.”

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Técnicas de Questionamento (5)

 Quando a resposta de um participante for


parcialmente correcta, o formador deve premiar
a parte correcta e então melhorar a parte
incorrecta.

Exemplo:
“Concordo plenamente com a primeira parte da sua
resposta Rui, mas poderia me explicar melhor as
desvantagens do líder liberal?”

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Técnicas de Questionamento (6)
 Quando a resposta de um participante for
incorrecta o formador deve tornar a fazer a
pergunta para conduzir o participante à
resposta correcta.

Exemplo:
“Ok José, deixe-me reformular novamente a
questão. Qual dos estilos de liderança apresenta
maior nível de motivação dos colaboradores?”

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Técnicas de Questionamento (7)
 Quando um participante não tenta responder a
questão, o facilitador pode dirigir a questão para
um outro. Após receber a resposta desejada,
assegure-se de trazer de novo o primeiro
participante de volta para a discussão.

Exemplo:
“Jorge, pode repetir ou acrescentar uma outra
característica tendo em conta as que Matola
alistou?”

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Importância do Feedback!

 É importante que os facilitadores desenvolvam


capacidades para dar Feedback de modo a:
• Elevar o nível de motivação dos estudantes para
aprendizagem.
• Valorizar os pontos fortes e o empenho dos
estudantes no desenvolvimento das actividades.
• Informar sobre o ponto de situação acerca da
aprendizagem de cada um.
• Apontar os pontos a serem melhorados.

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Uma vez que vocês trabalham com
estudantes adultos, quais são as suas
fontes de motivação?

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Fontes de Motivação no Ensino de
Adultos (1)
 Das várias fontes, no caso do Ensino de Adultos,
destacam-se fundamentalmente, os seguintes:

• Promoção Pessoal
• Bem-Estar Social e Económico
• Relações Sociais e Estimulação
• Interesse Cognitivo
Fontes de Motivação para o Adulto (2)
 Promoção Pessoal
• Alcance de um estatuto mais elevado.
• Realização pessoal (prestígio)
• Ascenção profissional e social.

 Bem-Estar Social e Económico


• Melhorar as suas condições materiais.
• Melhorar a sua capacidade de servir aos outros.
• Melhorar a sua participação na vida social, cívica e
comunitária.
Fontes de Motivação para o Adulto
 Relações Sociais e Estimulação
• Fazer novos amigos.
• Proporcionar uma pausa na rotina de trabalho e
da família.
• Desenvolver relações sociais, etc.

 Interesse Cognitivo
• Buscar novos conhecimentos.
• Desenvolver sua mente.
• Aprender por aprender, etc.
Elementos a ter em Conta num Programa
de Ensino de Adultos
 Ambiente de aprendizagem seguro.
 Consideração das suas experiências conhecimentos
 Fomento da experiência e criatividade.
 Respeito pelas opiniões.
 Reconhecimento de que, docentes também
aprendem com eles e de eles.
 Criação de actividades que exigem o seu
envolvimento activo;
 Planificação conjunta das actividades.
 Valorização das decisões pessoais.

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Características de um Docente/Facilitador
Dinâmico
 Prepara com antecedência as sessões, evitando
improvisos.
 Discute os objectivos como parte da introdução da
sessão.
 Mantêm um bom contacto visual com os
participantes.
 Faz a ligação lógica do tema estudado com o
próximo a desenvolver demonstra sua relevância.
 Dá feedback construtivo para os participantes.
 Demonstra responsabilidade e compromisso com o
Processo.
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O que o docente/facilitador NÃO
DEVE FAZER?
 O formador NÃO DEVE:

• Dar costas aos formandos quando fala/explica um


determinado assunto (Falar para o quadro).

• Ficar fixo num único canto da sala ou mover-se


demasiadamente e de forma desnecessária na sala
de aula.

• Ignorar os comentários e feedback dos formandos


(verbal e não verbal).
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Pontos-Chave
 O ambiente em que ocorre a aprendizagem tem
um impacto significativo na qualidade final.

 É indispensável uma boa planificação antes de


iniciar a sessão de forma a garantir um clima de
aprendizagem positivo.

 O facilitador dá um toque diferente a sessão:


• A forma como ele apresenta a informação é a
chave para estabelecer e manter um clima de
aprendizagem positivo durante a sessão.
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Pontos-Chave

 No ensino de adultos, a relação entre o Professor e


o Aluno deve privilegiar uma abordagem de
reciprocidade. Nela, o aluno deve assumir um
papel activo, participativo.

 Portanto, o adulto deve ser o sujeito de construção


de seu próprio conhecimento, sendo que, o
Professor, assume um papel de orientador da
aprendizagem.
Pontos-Chave
 Geralmente os adultos aprendem:

• Quando o conteúdo for relevante.

• Quando as suas ideias são reforçadas e


valorizadas/retorno positivo.

• Quando o facilitador adopta métodos que


estimulem a sua participação e envolvimento
activo no processo.
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