Você está na página 1de 51

Modulo 01

PSICOLOGIA DA
APRENDIZAGEM

1
Introdução

 A educação ocupa um lugar imprescindível no


desenvolvimento das capacidades humanas,
razão pela qual mereceu a devida atenção por
parte de vários pensadores desde os tempos
remotos que se dedicaram ao estudo deste
importante fenómeno.

 
2
Introdução

 Os resultados dos seus estudos foram a


medida do tempo sistematizados e hoje
constituem sem dúvidas uma ciência que se
dedica ao estudo e aprofundamento do
fenómeno educativo, que é a Pedagogia.

3
Objectivos de Aprendizagem
No fim deste módulo, os participantes devem ser
capazes de:
Dominar os principais conceitos pedagógicos
e didácticos.
Conhecer os principais tipos e estilos de
aprendizagem.
Reconhecer os níveis de aprendizagem.

4
Pedagogia
O que é Pedagogia?  

 Pedagogia é um campo de conhecimentos


que investiga a natureza das finalidades da
educação numa determinada sociedade,
bem como os meios apropriados para a
formação dos indivíduos, tendo em vista a
sua preparação para as tarefas da vida
social.
Didáctica

 O que é Didáctica?
 
 Didáctica é um conjunto de procedimentos
e normas destinados a dirigir o processo de
ensino e aprendizagem de maneira mais
eficiente possível, por isso, também
consideramos que seja a arte de ensinar.

6
Psicologia de Aprendizagem

 O que é Psicologia de Aprendizagem?

 A Psicologia de Aprendizagem estuda a


maneira como o indivíduo aprende, as
condições necessárias para aprender, o
que aprende e o que faz com que ele
realmente aprenda.

7
Aprendizagem

 O que se entende por aprendizagem?

 A aprendizagem é uma construção pessoal,


fruto de um processo da experiência interior à
pessoa e que se traduz numa modificação de
comportamento relativamente estável.

8
Aprendizagem significativa
 A aprendizagem significativa, é favorecida
pelos processos interactivos que se
estabelecem, em relação aos quais o
formador tem um papel importante, na
medida em que:

 A aprendizagem deve processar-se num


clima de confiança e abertura que propicie a
partilha de experiências e vivências, visando
um enriquecimento mútuo.
9
Aprendizagem significativa
 A aprendizagem não deve ser estanque
mas negociada, os objectivos de
aprendizagem devem ser explícitos e
partilhados.

 A aprendizagem deve situar-se


relativamente a um quadro de referência,
apelo às experiências e vivências dos
formandos, no sentido de os motivar e
implicar (comprometer).
10
Os teóricos que contribuíram para a
aprendizagem
David Ausubel Jerome Bruner Frederic Skinner

Jean Piaget Robert Gagné Urie Bronfenbrenner

11
David Ausubel

 Para Ausubel a escola deveria proporcionar


aprendizagem de matérias significativas
para os formandos, pois, matérias sem
sentido, decoradas ou mecanicamente
aprendidas tem pouco sentido para a
aprendizagem dos formandos.
12
Jerome Bruner

e Jean Piaget

 Para estes dois autores, o objectivo do


ensino seria na sua essência para resolver
problemas de vida real.
 Para eles a linguagem desempenha um
papel crucial na aprendizagem, visto que
representam factores extremamente fortes
para promover o progresso do formando.
13
Robert Gagné

 Gagné enfatiza a importância dos pré-


requisitos (capacidades já adquiridas) para
que a aprendizagem possa ocorrer.
 Gagné destaca também a grande importância
que a motivação tem na aprendizagem do
formando (a disposição do formando para
entrar na situação de aprendizagem).
14
Frederic Skinner

 Para Skinner, aprender é evidenciar


comportamento observável por meio das
respostas do formando.
 A aprendizagem só ocorre quando realmente
existe reforço, ou seja, sempre que o formando
apresentar o comportamento desejável, o
formador deve reforçá-lo de forma que este
comportamento desejável apresentado passe a
ser habitual.
15
Urie Bronfenbrenner

Na Teoria Ecológica, Brofenbrenner


transmite-nos a ideia de que a aprendizagem é
um processo de mudanças comportamentais
nas pessoas devido a interacções que elas
estabelecem com o meio ou contexto social em
que o estão inseridas (no Hospital, na Escola,
em Casa, na Igreja, na Comunidade, etc.) no
curso da sua vida.
16
Pontos-Chave
 Para garantir uma boa aprendizagem e de forma duradoura
torna-se indispensável que o formador, parta dos pré-
requisitos e proporciona tarefas de acordo com nível de
desenvolvimento dos formandos.
 A comunicação com os formandos sobre os seus resultados
de aprendizagem deve ser feita de forma pontual.
 O formador deve criar nos formandos um espírito de
competitividade positiva.
 O formador deve seleccionar conteúdos que sejam
relevantes e que sejam significativos.
 Torna-se fundamental que no processo de ensino e
aprendizagem o formador use uma linguagem simples.

17
Unidade didáctica 3

Motivação e suas Implicações Pedagógicas no


PEA

18
Motivação e suas Implicações
Pedagógicas no PEA
 Educadores, Pedagogos e Psicólogos
chegaram às seguintes conclusões:

 Não há aprendizagem sem motivação (seja


ela intrínseca ou extrínseca).
 A motivação torna-se indispensável e
importante em todas as fases da
aprendizagem.
 Os elogios funcionam muito melhor que os
castigos, punições e censura no PEA
19
Motivação e suas Implicações
Pedagógicas no PEA

 A competição poderá funcionar como


elemento estimulador dos formandos;

 O êxito inicial numa tarefa poderá funcionar


como uma boa fonte de motivação.

 Muitas das vezes, a motivação aumenta


quando o formando sabe do objectivo da
tarefa a desenvolver.
20
Fontes de incentivação para os
formandos no PEA

 No processo de ensino e aprendizagem


podemos encontrar as seguintes fontes de
incentivação:

Método de ensino usado


 Recursos de ensino e aprendizagem
 A personalidade do formador
 Conteúdos de ensino e aprendizagem

21
Método de ensino usado pelo
formador no PEA

 O formador deve seleccionar métodos que


facilitem a aprendizagem do formando,
devem ser métodos activos que
proporcionam a actividade do formando e
que tenha possibilidades de aplicar o que
foi aprendido.

22
Conteúdos de ensino

 O conteúdo bem estruturado,


experiências significativas, matérias
relacionadas às aspirações individuais dos
formandos, bem como a forma de
apresentação, são realmente grandes
catalisadores da motivação dos formandos.

23
Recursos de ensino e aprendizagem

 Os recursos ajudam a estimular o interesse


dos formandos para aprendizagem de um
determinado tema, como também permitem
chamar atenção e motivar os formandos,
neste sentido, o formador deve saber
seleccionar recursos de ensino que se
adaptem as características do grupo de
formandos.

24
A personalidade do formador

 O formador representa sem dúvidas a maior


fonte de incentivação para os formandos no
processo de ensino e aprendizagem, neste
caso, recomenda-se que seja, interessado pela
aprendizagem dos formandos (gosta dos
formandos), dinâmico, criativo, exemplar e que
demonstre ser capaz.

25
Características de um formador
dinâmico

 Apresenta uma introdução eficaz.


 Comunica os objectivos como parte da
introdução da aula.
 Apresenta um resumo eficaz.
 Mantêm um bom contacto visual.
 Prepara com antecedência as aulas.
 Usa uma voz audível e perceptível.

26
Características de um formador
dinâmico
 Incentiva perguntas por parte dos formandos.
 Recapitula no final de cada sessão.
 Faz uma ligação lógica do tema estudado
com o próximo a desenvolver.
 Usa uma sequência lógica na apresentação
dos conteúdos.
 Usa os recursos audiovisuais como meios
indispensáveis de ensino.

27
Características de um formador
dinâmico

 Da feedback construtivo para os formandos.


 Mantém o grupo de formandos focados nas
tarefas de aprendizagem.
 Fornece instruções claras acerca das tarefas a
serem desenvolvidas.
 Verifica se as suas instruções foram
compreendidas.
 Mantém uma atmosfera positiva e usa humor
positivo.
28
Características de um formador
dinâmico
 Tem domínio de conteúdo a desenvolver.
 É educador, sempre que possível, educa os
formandos.
 Demonstra actualidade científica.
 Demonstra responsabilidade e compromisso
com o PEA.
 Demonstrar espírito de justiça.
 Demonstra conhecimento de cultura geral.
 Sabe ser amigo dos formandos.
29
Contribuições teóricas sobre motivação
e suas implicações pedagógicas

 David Ausubel
 Jerome Bruner
 Frederic Skinner
 Carl Rogers
 Robert Gagné

30
Principais implicações pedagógicas
da teoria de David Ausubel

a) Não é necessário esperar a motivação para se dar


início ao processo de ensino e aprendizagem;
b) A motivação aumenta na medida em que o
formando é informado sobre os objectivos;
c) As tarefas de ensino e aprendizagem
proporcionadas para os formandos devem estar
ajustadas ao seu nível de desenvolvimento.
31
Principais implicações pedagógicas
da teoria de Jerome Bruner

 O formador deve seleccionar conteúdos de


ensino desafiantes para os formandos, pois
devem ser úteis e relevantes;
 O formador deve de forma contínua dar o
feedback acerca do desempenho do formando
e reforçar os seus comportamentos.

32
Principais implicações pedagógicas
da teoria de Frederic Skinner

 O formador não deve usar punições (reforços


negativos) no PEA;

 O formador deve controlar o comportamento


observável do formando e reforçar em função da
situação de forma a torná-lo habitual;
33
Principais implicações pedagógicas
da teoria de Carl Rogers

 O formador deve apresentar e valorizar os objectivos


educacionais de forma a despertar no formando
interesse em aprender;
 Na medida que os objectivos do formador e dos
formandos convergem, a motivação aumenta
significativamente;
 Enfatizar a importância da motivação intrínseca (o
formando deve querer aprender pelo prazer).
34
Principais implicações pedagógicas
da teoria de Robert Gagné

 O formador deve procurar captar a atenção do


formando, usando métodos de ensino mais
adequados, fazendo a apresentação dos objectivos
da aula de forma didáctica;

 O formador deve informar ao formando sobre os


seus progressos na aprendizagem (dar feedback).
35
Principais Implicações Pedagógicas da
Teoria Urie Bronfenbrenner

 
Do ponto de vista pedagógico, a Teoria Ecológica de
Aprendizagem tem uma implicação muito forte ao enfatizar a
relação que o sujeito aprendente (formando) estabelece com o
meio (hospital, escola, família, etc). A participação do formando
em vários ambientes, enriquece as suas oportunidades de
aprendizagem.
Assim, os formadores devem na planificação e condução do
ensino, criar maior variedade possível de actividades, para
dinamizar e enriquecer as experiências de aprendizagem dos
seus formandos, levando-os a uma aprendizagem efectiva.
36
Pontos-Chave
 A Motivação e incentivação são indispensáveis e importantes
em todas as fases do PEA.
 Uma das formas de garantir o interesse dos formandos para
a aprendizagem é apresentar de forma didáctica e
pedagógica os objectivos do estudo dos temas.
 A forma como o formador apresenta os conteúdos de ensino
e aprendizagem devem servir de grandes incentivadores
para os formados.
 O formador deve ser modelo, deve exemplar, correcto e um
alto profissional comprometido com o processo de ensino e
aprendizagem.
 Sendo o método de ensino uma das principais fontes de
motivação, o formador deve prestar atenção na sua
selecção, adequar as características dos formandos.
37
Tipos, Estilos, Fases e Domínios
de Aprendizagem

38
Tipos de Aprendizagem

 Aprendizagem por Memorização


 Aprendizagem por Ensaio-Erro
 Aprendizagem por Demonstração
 Aprendizagem por Imitação ou Modelagem
 Aprendizagem por Reflexão

39
Aprendizagem por Memorização

 A aprendizagem por memorização tem


fundamentalmente como base a influência do
significado que o conteúdo tem para o
formando.

 Os conteúdos relevantes e significativos, são


memorizados facilmente pelos formandos e
podem mais tarde serem utilizados em novas
situações de aprendizagem por transferência.

40
Aprendizagem por Ensaio-Erro

 Neste tipo de aprendizagem, o formando


aprende fazendo tentativas que podem
levar à aprendizagem certa.

 Quando ele não acerta numa primeira


tentativa, irá certamente ensaiar muitas
vezes até encontrar a solução certa.

41
Aprendizagem por Demonstração

 Este tipo de aprendizagem é muito usado


em disciplinas relacionadas as ciências
exactas e permite sem dúvidas desenvolver
e aperfeiçoar o saber fazer, o saber ser e
estar.

42
Aprendizagem por Reflexão

 A aprendizagem por reflexão, refere-se à


forma de conhecimento adquirido à luz da
razão que a sustentam ou fundamentam . 

 A reflexão na solução de problemas conduz à


generalizações compreensíveis, cujo valor
máximo reside na transferência desse saber,
para novas situações.
 

43
Estilos de Aprendizagem

Estilo Visual Estilo Auditivo

Estilo Cinestésico Estilo Lógico

44
Estilo Visual

Refere-se aos formandos que aprendem


melhor por meio da observação.

As actividades mais eficazes para a sua


aprendizagem são as demonstrações e a
leitura individual.

45
Estilo Auditivo

 Refere-se aos formandos que aprendem


melhor quando recebem a informação
oralmente e quando podem falar e explicar
esta informação para outro colega.

 Estes formandos têm facilidade com as


palavras e expressam suas emoções
verbalmente.
46
Estilo Cinestésico

 Refere-se aos formandos que aprendem por


meio de actividades físicas. Gostam de tocar e
por meio disso descobrir como as coisas
funcionam.

 Os formandos cinestésicos aprendem através


do toque, da acção e da prática. Para estes
formandos as actividades de ensino e
aprendizagem mais eficazes são a
experimentação activa e o trabalho em grupo.
47
Estilo lógico

 O estilo lógico, refere-se aos formandos que


aprendem por meio do raciocínio, por meio do
pensamento, por meio da análise das teorias.

 As actividades eficazes para estes formandos


lógicos são os estudos de caso, os debates, as
discussões, as actividades de planificação e
ainda as actividades de resolução de problemas.

48
Fases de Aprendizagem

 Primeira Fase: Aquisição de Conhecimentos

 Segunda Fase: Retenção de Conhecimentos

 Terceira Fase: Aplicação de Conhecimentos

49
Domínios de Aprendizagem
1. Domínio Cognitivo/Comportamental –
Conhecimentos, reconhecimentos, ideias,
informações, noções, etc. (SABER).

2. Domínio Psicomotor – Habilidades, capacidades,


hábitos… (SABER FAZER).

3. Domínio Afectivo – Atitudes, convicções,


sentimentos, emoções, motivos, desejos… (SABER
SER/SABER ESTAR).

50
Pontos-Chave
 No PEA, o formador deve estar atento para os estilos,
tipos, niveis e fases de aprendizagem, os objectivos
de aprendizagem e adoptar melhores estratégias.

 Por exemplo: Para os formandos auditivos, deve-se


providenciar gravações de aulas, palestras,
seminários e criar condições para que ele escute
periodicamente, na sala de aulas os textos em voz
audível, deve-se usar uma linguagem clara, simples e
que esteja ao alcance dos formandos auditivos, deve-
se criar condições para que eles conversem sobre os
conteúdos estudados.
51

Você também pode gostar