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Motivação no Ensino Superior: Metas de

Realização e Estratégias de Aprendizagem


Motivação no Ensino Superior: Metas de Realização
e Estratégias de Aprendizagem
Autora: Vera Melis Paolillo
Como citar este documento: PAOLILLO, Vera Melis. Motivação no Ensino Superior: Metas de Realização
e Estratégias de Aprendizagem. Valinhos, 2015.

Sumário
Apresentação da Disciplina 03
Unidade 1: Fatores Motivacionais 06
Assista a suas aulas 20
Unidade 2: Motivação Intrínseca e Extrínseca 28
Assista a suas aulas 40
Unidade 3: O Ambiente de Aprendizagem – Estímulos 47
Assista a suas aulas 60
Unidade 4: Teoria Cognitiva e Sociocognitiva 67
Assista a suas aulas 85

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Motivação no Ensino Superior: Metas de Realização
e Estratégias de Aprendizagem
Autora: Vera Melis Paolillo
Como citar este documento: PAOLILLO, Vera Melis. Motivação no Ensino Superior: Metas de Realização
e Estratégias de Aprendizagem. Valinhos, 2015.

Sumário
Unidade 5: Teoria da Autodeterminação 93
Assista a suas aulas 107
Unidade 6: Metas de Realização 115
Assista a suas aulas 124
Unidade 7: Uso de Estratégias de Aprendizagem e a Percepção do Ambiente de Aprendizagem 132
Assista a suas aulas 146
Unidade 8: Estratégicas Cognitivas e Metacognitivas 154
Assista a suas aulas 166

3
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Apresentação da Disciplina
Esta disciplina foi estruturada de forma a situações cotidianas em sala de aula, na
apresentar teorias e temas para discussão perspectiva de fortalecer a aprendizagem
sobre motivação no ensino superior e, dos estudantes.
assim, atender às necessidades docentes.
Entretanto, ao longo das unidades
Sabemos que, por vezes, especialistas
organizadas, orientações e recomendações
assumem a docência de uma disciplina
estarão presentes, colaborando para a
no ensino superior, com domínio total
tomada de decisões.
do conteúdo, entretanto sem uma
especialização didática. Esperamos que, para cada unidade
apresentada, o docente possa revisitar seu
Mas seria necessário um estudo sobre
planejamento, considerar as estratégias
a arte da motivação para garantir um
para uma aprendizagem significativa
resultado eficaz?
e identificar-se com teorias que estão
Que tal conhecer sobre como ocorre a presentes na educação. Apresentamos,
aprendizagem e como auxiliar/apoiar os nesta disciplina, conceitos, definições e
estudantes neste processo? orientações resumidas à luz dos estudos de
A proposta desta disciplina é tratar do especialistas na área.
tema sob o ponto de vista pedagógico e Esse conhecimento não será útil apenas
colaborar para que o docente compreenda para a organização da docência no ensino
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superior, mas também para a vida como
um todo. Um dos pilares da educação é
aprender a aprender. Atitude que cada
ser humano deve exercitar e vivenciar,
em todas as situações, especialmente
no ensino superior. O objetivo principal
desta disciplina é fornecer aos alunos
de pós-graduação, com base em teorias
contemporâneas e nas pesquisas,
ferramentas que os habilitem a
diagnosticar problemas de motivação e
adotar linhas de ação compatíveis.
Boa leitura e bons estudos.

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Unidade 1
Fatores Motivacionais

Objetivos

1. Definir fatores motivacionais.


2. Identificar os fatores internos
e externos que impactam na
motivação.
3. Conhecer sobre a teoria das
inteligências múltiplas.

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Introdução

A motivação é um aspecto intrínseco às pessoas, pois ninguém pode


motivar ninguém. A mesma passa a ser entendida como fenômeno
comportamental único e natural e vem da importância que cada um dá
ao seu trabalho, do significado que é atribuído a cada atividade desse
trabalho e que cada pessoa busca o seu próprio referencial de autoestima
e autoidentidade (BERGAMINI, 1997, p.54).
Todo docente universitário enfrenta um dilema: nossos alunos estão aqui por estarem
devidamente motivados? Estão na universidade porque escolheram e, assim, estão motivados
em aprender e conquistar o tão esperado diploma. Será mesmo?
No cotidiano imposto pela rotina das aulas e tarefas pessoais, a motivação que irá permitir
a presença física e emocional nos alunos nas disciplinas vai além do desejo explicitado no
vestibular. É uma tarefa contínua.
Mas o que é motivação no ensino superior? Quais os fatores motivacionais que poderemos
considerar nesse processo?

7/174 Unidade 1 • Fatores Motivacionais


Motivação é considerada como tudo o que Esse ciclo demonstra que fatores
é significativo e interessante para o sujeito, emocionais produzem efeitos duradouros
que permanece mais tempo na memória e de satisfação, aumento na produtividade e
pode ser recordado com facilidade. Refere- na excelência. Inicialmente, consideramos
se às forças que agem sobre um organismo, dois fatores motivacionais que
ou dentro dele, para iniciar e direcionar o influenciam diretamente a aprendizagem
comportamento. e, posteriormente, o desempenho
Se a motivação é fraca, os jovens precisam profissional.
de reforços que podem surgir da iniciativa
de pais e professores ou do próprio 1 Fatores Internos e Externos
estudante.
Fatores internos: são as necessidades,
Dessa forma, temos a presença de fatores das qualidades, o comprometimento
motivacionais que influenciam nossa de cada pessoa que direciona a
aprendizagem. A presença positiva de realização das tarefas. Uma força, um
fatores emocionais traz ao aluno uma sentimento que a impulsiona a buscar
satisfação, enquanto a ausência de alguns seu autodesenvolvimento e conquista da
fatores pode gerar a insatisfação. realização pessoal ou profissional.

8/174 Unidade 1 • Fatores Motivacionais


Fatores externos: são estímulos oferecidos A motivação é um conjunto de variáveis
pelo ambiente, por vezes favoráveis, outras que ativam a conduta e a orientam em
desfavoráveis, o que caracteriza a ausência determinado sentido para poder alcançar
de fatores motivacionais. um objetivo.
Um fator motivacional pode ser um motivo, Quando a sociedade não oferece muitas
um estímulo, e não apenas a realização de saídas aos jovens e as perspectivas
uma satisfação imediata. de encontrar trabalho ao sair da
A motivação está relacionada à escola são poucas, parece que toda a
aprendizagem, ao interesse e à responsabilidade de motivar os alunos
necessidade que cada aprendiz carrega recai nos professores. A tarefa não é fácil,
dentro de si. Entretanto, para que haja mas é necessária.
desenvolvimento pleno, a aprendizagem Será que existe uma receita que melhore a
significativa inclui fatores internos como motivação de nossos alunos?
emoção e conhecimento sobre como Devemos considerar que o professor,
aprender, encorajando a autonomia e o por meio da sua prática e experiência,
pensamento crítico. possui a capacidade de tentar melhorar a
motivação dos alunos.

9/174 Unidade 1 • Fatores Motivacionais


Entretanto, todo professor universitário contemplando o ciclo motivacional de uma
deseja uma mudança visível nos alunos de aula.
cada semestre. Dessa forma, podemos criar oportunidades,
A atuação dos professores passa a interferir rever atividades propostas e ressignificar
diretamente no comportamento dos seus esforços, incentivando-os a vencer os
alunos, incidindo positivamente ou não, em desafios que se apresentam a cada turma
sua motivação. de alunos nos cursos universitários.
Portanto, estudar motivação e fatores Como síntese desta leitura inicial,
motivacionais se torna importante para apresentamos uma estrutura básica que
que os objetivos acadêmicos e profissionais de imediato pode auxiliar uma aula com
possam ser alcançados pelos alunos. conteúdos específicos necessários à
Esse estudo contempla teorias formação profissional e que é o primeiro
de aprendizagem, os fatores que passo para um fator motivacional.
influenciam a aprendizagem, a cognição Denominamos esse ciclo de AIDA.
e autodeterminação e que contribuam Ou seja, toda aula deve chamar a ATENÇÃO
para a elaboração de estratégias de apoio que desperta o INTERESSE. Em seguida,
aos professores na elaboração de aulas, o próximo fator interno que ocorre é o

10/174 Unidade 1 • Fatores Motivacionais


DESEJO e, como consequência, teremos o que queremos ensinar. Eles verão que
uma AÇÃO estruturada. o que estaremos oferecendo poderá
Esse ciclo acontece através da desenvolver em cada um a opinião própria,
comunicação estruturada pelo professor. a criatividade, melhor interação no grupo,
mas, principalmente, que o processo
Só um professor motivado consegue ensino-aprendizagem trará naturalmente
motivar os seus alunos! Ou seja, o a vontade de aprender.
interesse do aluno a aprender.
Sua aprendizagem se tornará mais
Devemos ter claro que cada atividade prazerosa e será possível ver em cada
desenvolvida deverá ter como base atividade uma função social.
elementos como: a integração, a
socialização, o estímulo, a aprendizagens 2 Conhecendo Sobre as
e metodologias diversificadas. Criando
Inteligências Múltiplas
desafios, incentivando a descoberta
e constituindo outros caminhos Uma teoria muito utilizada como referência
metodológicos... A partir de então, para selecionar estratégias e reconhecer
poderemos deixar de nos queixar que os as necessidades intrínsecas dos alunos
alunos não têm interesse em aprender é conhecida como teoria das múltiplas
11/174 Unidade 1 • Fatores Motivacionais
inteligências de Howard Gardner. Essa Seu modelo é inovador porque se
teoria se apoia em novas descobertas baseia em pesquisas realizadas numa
neurológicas procedidas em Harvard e ampla variedade de campos, incluindo
outras universidades dos EUA, mudando as antropologia, psicologia cognitiva,
linhas de conhecimento neurológico sobre psicologia de desenvolvimento e
a mente humana. neuroanatomia. Howard Gardner,
O cérebro humano possui uma diversidade psicólogo da Universidade de Harvard,
de inteligências e pode operar para define Inteligência como a habilidade
diferentes ações, diferentes competências. para resolver problemas ou criar produtos
A teoria inclui essencialmente aquilo que que sejam significativos em um ou mais
os bons professores sempre fizeram em seu ambientes culturais.
ensino: ir além do texto e do quadro negro Essa teoria apresenta diferentes tipos de
para despertar a mente dos alunos. inteligências:
Todos os indivíduos normais são capazes • Inteligência linguística
de uma atuação em pelo menos sete
• inteligência lógica matemática
diferentes habilidades e, até certo ponto,
independentes áreas intelectuais. • inteligência espacial

12/174 Unidade 1 • Fatores Motivacionais


• inteligência sonora ou musical Não existe um conjunto de estratégias de
• inteligência cinestésico-corporal ensino que funciona melhor para todos
os alunos. Cada indivíduo tem inclinações
• inteligência naturalista diferentes nas inteligências identificadas,
• inteligências pessoais: intrapessoal e de modo que qualquer estratégia será
interpessoal muito bem-sucedida com um grupo de
alunos e nem tão bem-sucedida com
• inteligência existencial
outros.
Entretanto, essa teoria inclui
essencialmente aquilo que os bons Para Gardner, as pessoas apresentam
professores sempre fizeram em seu ensino: traços integrados de diferentes
ir além do texto e do quadro negro para inteligências e, dessa forma, não é possível
despertar a mente dos alunos. enquadrar os alunos em apenas uma ou
duas.
Ajuda os professores a expandirem seu
atual repertório de ensino, de modo a Mas, observando atitudes e preferências
incluir uma variedade mais ampla de dos alunos, podemos identificar o jeito
métodos, materiais e técnicas e atingir que cada um aprende melhor ou prefere
uma gama cada vez maior e mais diversa estudar. Essa teoria ajuda aos professores a
de aprendizagem. expandirem seu atual repertório de ensino,
13/174 Unidade 1 • Fatores Motivacionais
de modo a incluir uma variedade mais
ampla de métodos, materiais e técnicas e
atingir uma gama cada vez maior e mais
diversa de aprendizes. Oferece também
uma maneira para todos os professores
refletirem sobre seus métodos de
ensino e compreenderem por que esses Para saber mais
métodos funcionam ou porque funcionam Para saber mais sobre inteligências múltiplas:
positivamente para alguns alunos e para
SMOLE, Kátia S. “Inteligências múltiplas”. São
outros não.
Paulo: ATTA MÍDIA E EDUCAÇÃO, (Vídeo) (1996).

14/174 Unidade 1 • Fatores Motivacionais


Glossário
Fatores internos: são as necessidades, as qualidades, o comprometimento de cada pessoa que
direciona a realização das tarefas.
Fatores externos: são estímulos oferecidos pelo ambiente.
Inteligência: como a habilidade para resolver problemas ou criar produtos que sejam
significativos em um ou mais ambientes culturais
Motivação: é um conjunto de variáveis que ativam a conduta e a orientam em determinado
sentido para poder alcançar um objetivo.

15/174 Unidade 1 • Fatores Motivacionais


Para saber mais
• O paradigma educacional emergente:
implicações na formação do professor e nas
práticas pedagógicas

MC Moraes – aberto, Brasília, ano, 1996

Disponível <http://twingo.ucb.br/jspui/
handle/10869/530>

• Estratégias de avaliação em ambientes


virtuais de aprendizagem: um estudo sobre o
uso das inteligências múltiplas

MP de Assis – 2008

Disponível em <http://www.abed.org.br/
congresso2003/docs/anais/TC25.pdf>

16/174 Unidade 1 • Fatores Motivacionais


?
Questão
para
reflexão

Comente esta afirmação: a atuação dos professores


passa a interferir diretamente no comportamento
dos alunos, incidindo positivamente ou não em sua
motivação.
Como você pode identificar em sua atividade docente
a presença de fatores internos, determinando o
desempenho dos estudantes?

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Considerações Finais

É importante estudar motivação e fatores motivacionais para que os objetivos


acadêmicos e profissionais possam ser alcançados;
existem múltiplas inteligências, mas não existe um conjunto de estratégias de
ensino que funcione melhor para todos os alunos;
devemos considerar fatores internos e externos para entender e compreender
a motivação dos estudantes;
a motivação está relacionada à aprendizagem, ao interesse e à necessidade
que cada aprendiz carrega dentro de si.

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Referências

ANTUNES, Celso. Inteligências Múltiplas E Seus Estímulos (as). São Paulo. Papirus, 1998.
BALESTRO, C.; MANTOVANI, Ana Margô. Hiperhistórias-ambiente multimídia estimulador das
inteligências múltiplas. In: Universidade La Salle, Actas do V Congresso Iberoamericano de
Informática Educativa, Viña del Mar, Chile. 2000.
BRONFENBRENNER, U. The ecology of human development. Cambridge: Harvard University
Press, 1979.
GARDNER, Howard. As múltiplas inteligências. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

19/174 Unidade 1 • Fatores Motivacionais


Assista a suas aulas

Aula 1 - Tema: Fatores Motivacionais - Bloco I Aula 1 - Tema: Fatores Motivacionais - Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
f23da489e10fcd6b89dbbfe5874a584f>. e5c49313a08d40fb9b76506377fe15b7>.

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Questão 1
1. Por que estudar motivação e os fatores motivacionais?

a) Para se manter motivado como professor.


b) Para identificar o processo de aprendizagem apoiando os estudantes.
c) Para apoiar a instituição na carreira dos alunos.
d) Para reconhecer a aprendizagem e refazer a avaliação.
e) Para despertar a atenção.

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Questão 2
2. Definimos como fator motivacional um motivo, um estímulo e não ape-
nas a realização de uma satisfação imediata. Para isso, devemos considerar
a individualidade de cada estudante. Escolha abaixo a resposta que comple-
menta essa definição:

a) Não será possível, pois o grupo deverá alcançar os mesmos resultados.


b) Correto, pois cada aluno tem sua história de vida e experiências que impactam a
aprendizagem.
c) Pode ser um estímulo, mas irá variar de acordo com as necessidades internas.
d) A motivação será a recompensa imediata.
e) Não há motivação no ensino superior.

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Questão 3
3. Como a teoria das inteligências múltiplas auxilia o professor?

a) Identificando os tipos existentes na sala de aula e diversificando as estratégias.


b) A expandirem o repertório de ensino, de modo a incluir uma variedade mais ampla de
métodos, materiais e técnicas e atingir uma gama cada vez maior e mais diversa de
aprendizes.
c) Não ajuda, pois não é uma teoria científica.
d) Amplia a motivação individual.
e) Fortalece a aprendizagem.

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Questão 4
4. Como podemos considerar a afirmação de que a presença positiva de
fatores emocionais traz ao aluno uma satisfação, enquanto a ausência de
alguns fatores pode gerar a insatisfação?

a) Sem motivação não há aprendizagem.


b) A motivação interna pode ser inibida pelos estímulos externos.
c) Há ausência de fatores motivacionais é provocada pela união das necessidades internas e
externas.
d) Satisfação positiva está diretamente relacionada à presença de fatores motivacionais
positivos.
e) Nenhuma das respostas.

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Questão 5
5. Como o ciclo conhecido como AIDA auxilia o professor?

a) Preparando a seleção dos conteúdos bimestral.


b) Motivando os estudantes.
c) Motivando o professor a estudar as teorias.
d) Organizando o pensamento dos estudantes para a aprendizagem.
e) Não auxilia, só é uma dica.

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Gabarito
1. Resposta: D. diferenciada para aprender, memorizar,
interagir e produzir. Assim, cabe ao
Estudar motivação e fatores motivacionais professor usar estratégias variadas para
se torna importante para que os objetivos ensinar de forma a contemplar todos os
acadêmicos e profissionais possam ser estudantes.
alcançados pelos alunos.
4. Resposta: D.
2. Resposta: B.
Como vimos no texto, há uma relação
A motivação contempla as necessidades direta na motivação do aluno. As teorias
internas e externas provindas do ambiente. de aprendizagem informa-nos que os
Mas cabe ao docente identificá-las e fatores que influenciam a aprendizagem, a
considerá-las em sua metodologia. cognição, autodeterminação e a satisfação
acontece quando há um plano orientador
3. Resposta: B. para elaboração de estratégias para as
aulas, contemplando o ciclo motivacional
A questão não é identificar as inteligências de uma aula.
múltiplas, mas reconhecer que cada
indivíduo pode usar uma forma
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Gabarito
5. Resposta: D.

Atenção, interesse, desejo e ação. Esse


ciclo ajuda de forma continuada a manter
estudantes motivados.

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Unidade 2
Motivação Intrínseca e Extrínseca

Objetivos

1. Apresentar as teorias sobre


motivação intrínseca e extrínseca.
2. Reconhecer as diferenças básicas
entre Maslow e Herzberg.
3. Contribuir para uma reflexão para o
professor revisitar suas aulas.

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“Para compreender o comportamento humano é fundamental o
conhecimento da motivação humana. Motivo é tudo aquilo que
impulsiona a pessoa a agir de determinada forma, isto é, tudo aquilo
que dá origem a alguma propensão a um comportamento específico”
(CHIAVENATO, 1982, p. 414).

1 Teorias

Nas teorias presentes no tema motivação intrínseca e extrínseca, encontramos duas vertentes
que influenciam diretamente esse estudo:
a) teoria da hierarquia das necessidades de Maslow;
b) teoria dos dois fatores de Frederick Herzberg.
Vamos conhecer um pouco mais sobre as teorias:

29/174 Unidade 2 • Motivação Intrínseca e Extrínseca


A teoria da hierarquia das necessidades de 1. Autorrealização; necessidades de
Maslow autorrealização, em que o indivíduo
A hierarquia de necessidades de Maslow, procura tornar-se aquilo que ele
também conhecida como pirâmide pode ser: “O que os humanos podem
de Maslow, é uma divisão hierárquica ser, eles devem ser: Eles devem
proposta por Abraham Maslow, em que as ser verdadeiros com a sua própria
necessidades de nível mais baixo devem ser natureza”; estímulo ao completo
satisfeitas antes das necessidades de nível comprometimento, o trabalho como
mais alto. Cada um tem de escalar uma dimensão importante na vida do
hierarquia de necessidades para atingir empregado.
a sua autorrealização. Maslow define um 2. Autoestima: cargos que permitam
conjunto de cinco necessidades descritas realização, autonomia, e
na pirâmide. Morgan (1996) sugere o responsabilidade, trabalho que
uso da teoria de Maslow nas empresas valoriza a identidade.
a fim de atingirem a motivação de seus 3. Sociais: necessidades de estima,
colaboradores. que passam por duas vertentes:
Na teoria de Maslow, conhecida também o reconhecimento das nossas
como pirâmide, temos: capacidades pessoais e o
30/174 Unidade 2 • Motivação Intrínseca e Extrínseca
reconhecimento dos outros, face
à nossa capacidade de adequação
às funções que desempenhamos;
estímulos à interação com os
colegas no trabalho, possibilidade
de atividades sociais e esportivas, e
reuniões sociais que ocorram fora da
organização.
4. Segurança: simples necessidade
de sentir-se seguro dentro de uma
casa a formas mais elaboradas
de segurança como um emprego
estável, um plano de saúde ou um
seguro de vida; estabelecimento e
divulgação do plano de carreira.
5. Fisiológicos (básicas): tais como
a fome, a sede, o sono, o sexo, a
excreção, o abrigo.
31/174 Unidade 2 • Motivação Intrínseca e Extrínseca
32/174 Unidade 2 • Motivação Intrínseca e Extrínseca
Teoria da motivação de Frederick Herzberg Nessa teoria, os fatores higiênicos são
A teoria dos dois fatores foi desenvolvida aqueles necessários para evitar que o
pelo americano Frederick Herzberg e teve funcionário fique insatisfeito em seu
como objetivo identificar os fatores que trabalho, porém eles não são capazes de
causavam a satisfação e a insatisfação dos fazer com que ele se sinta completamente
empregados no ambiente de trabalho. satisfeito. Para o autor, o oposto de
satisfação não é a insatisfação, mas
Herzberg, então, apresenta sua teoria nenhuma satisfação. Bem como o oposto
em dois fatores: motivacionais (os de insatisfação não é a satisfação, mas sim
que agradavam) e higiênicos (os que nenhuma insatisfação.
desagradavam). Diferentemente de
Abraham Maslow, que estudou a satisfação Fatores higiênicos
das necessidades das pessoas em diversos
campos de sua vida, Herzberg procurou Dizem respeito às condições físicas do
estudar o comportamento e a motivação ambiente de trabalho, salário, benefícios
das pessoas dentro das empresas, sociais, políticas da organização, clima
especificamente. organizacional, oportunidades de
crescimento etc. Segundo Herzberg, esses
fatores são suficientes apenas para evitar
33/174 Unidade 2 • Motivação Intrínseca e Extrínseca
que as pessoas fiquem desmotivadas. A ausência desmotiva, mas a presença não é elemento
motivador. São chamados fatores externos, também conhecidos como extrínsecos ou ambientais.

Fatores motivacionais

Referem-se ao conteúdo do cargo, às tarefas e às atividades relacionadas com o cargo em si.


Incluem liberdade de decidir como executar o trabalho, uso pleno de habilidades pessoais,
responsabilidade total pelo trabalho, definição de metas e objetivos relacionados ao trabalho
e autoavaliação de desempenho. Essa presença produz motivação, enquanto a ausência não
produz satisfação.
Quadro 2 – Quadro comparativo

Fatores que levam à insatisfação Fatores que levam à satisfação


Política da Empresa Crescimento
Condições do ambiente de Trabalho Desenvolvimento
Relacionamento com outros funcionários Responsabilidade
Segurança Reconhecimento
Salário Realização
Fonte: Do autor (2016)

34/174 Unidade 2 • Motivação Intrínseca e Extrínseca


2 Motivação Extrinseca e seus interesses, os seus gostos. Nesse
Intriseca tipo de motivação, não há necessidade
de receber recompensas, representa um
A motivação extrínseca tem origem interesse próprio do sujeito, algo que ele
em fatores externos ao indivíduo, gosta ou está querendo muito. Esse tipo
como qualquer recompensa monetária. de motivação não depende de fatores
O indivíduo faz a tarefa para ser externos. A tarefa não é considerada uma
recompensado ou para não ser castigado. obrigação, mas um atalho para atingir
A punição ou a recompensa é o seu objetivo que por si só já seria uma
“combustível” que faz mobilizar o sujeito. recompensa. Podemos concordar com
O indivíduo não gosta da tarefa em si, mas vários autores de que essa motivação está
gosta da recompensa que a tarefa ao ser relacionada com a felicidade.
executada lhe pode trazer, o que implica Dentro de um contexto educacional, é
necessariamente pouca satisfação e pouco importante que o estudo ou o processo
prazer na execução da tarefa. de aprendizagem proposto tenha um
A motivação intrínseca tem origem significado, estimulando o aluno a
em fatores internos ao indivíduo e aprender a aprender e ter prazer em
relaciona-se com a sua forma de ser, os executar uma tarefa proposta.
35/174 Unidade 2 • Motivação Intrínseca e Extrínseca
Claro que nesse raciocínio reconhecemos
que o aluno precisa estar sempre motivado
para aprender, mas cabe ao professor
identificar estratégias que despertem o
interesse, o desejo dos alunos e busquem
contextos para atuar.

36/174 Unidade 2 • Motivação Intrínseca e Extrínseca


?
Questão
para
reflexão

Como as teorias de Maslow e Herzberg podem ser utilizadas na


sala de aula visando um comprometimento dos estudantes?

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Considerações Finais

Motivação extrínseca tem origem em fatores externos ao indivíduo,


como qualquer recompensa monetária;
motivação intrínseca tem origem em fatores internos ao indivíduo e
relaciona-se com a sua forma de ser, os seus interesses, os seus gostos;
dentro de um contexto educacional, é importante que o estudo ou o
processo de aprendizagem proposto tenha um significado, estimulando
o aluno a aprender a aprender e ter prazer em executar uma tarefa
proposta;
o aluno precisa estar sempre motivado para aprender, mas cabe ao
professor identificar estratégias que despertem o interesse, o desejo dos
alunos e busquem contextos para atuar.

38/174
Referências

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. Rio de Janeiro: Elsevier Brasil,
2003.
BORUCHOVITCH, J.; BZUNECK, J. A motivação do aluno: contribuição da psicologia
contemporânea. Petrópolis: Vozes, 2001.
NOT, Louis. As pedagogias do conhecimento. São Paulo: DIFEL, 1993.
TAPIA, Jesus. A motivação na sala de aula. São Paulo: Loyola, 1999.

39/174 Unidade 2 • Motivação Intrínseca e Extrínseca


Assista a suas aulas

Aula 2 - Tema: Motivação Intrínseca e Extrínse- Aula 2 - Tema: Motivação Intrínseca e Extrínseca
ca - Bloco I - Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f- pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
1d/52b98fefa6491b5b0bdf432371c6f843>. d91ce6aabc5949c5affb365ccaf1ba55>.

40/174
Questão 1
1. Qual a origem da motivação intrínseca?

a) Necessidades internas, considera a sua forma de ser de cada estudante.


b) Os seus interesses e os seus gostos.
c) Não há necessidade de receber recompensas, representa um interesse próprio do sujeito.
d) Um prêmio por aprender.
e) Está relacionada os desejos externos.

41/174
Questão 2
2. Qual a teoria que identifica os fatores que causam a satisfação e a
insatisfação dos empregados no ambiente de trabalho?
a) Os fatores externos e higiênicos.
b) A teoria de Maslow.
c) A teoria de Herzberg.
d) A teoria da motivação.
e) A teoria dos fatores intrínsecos.

42/174
Questão 3
3. Maslow apresenta a teoria em forma de pirâmide e a divide em duas
partes: necessidades básicas e de crescimento. Assinale a alternativa que
representa as necessidades de crescimento:

a) Fisiológicas, afetivos e autoestima.


b) Autoestima, autorrealização e social.
c) Afetivo, autoestima e autorrealização
d) Segurança, fisiológica e social.
e) Todas as anteriores.

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Questão 4
4. Como manter o aluno sempre motivado?

a) Oferecer estímulos diários.


b) Identificar estratégias que despertem o interesse, o desejo dos alunos e busquem
contextos para atuar;
c) Diversificar projetos.
d) Considerar a situação educacional do país.
e) Aplicar somente técnicas de ensino individualizadas.

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Questão 5
5. Qual a diferença entre a teoria sobre fatores motivacionais de Maslow e
Herzberg?

a) Herzberg divide entre fatores higiênicos e motivacionais, e Maslow estudou as situações de


vida.
b) Maslow e Herzberg usam denominações diferentes como necessidades e recompensas.
c) As duas não consideram fatores internos e externos.
d) Herzberg procurou estudar o comportamento e a motivação das pessoas dentro das
empresas, especificamente, e Maslow estudou a satisfação das necessidades das pessoas
em diversos campos de sua vida.
e) Não há diferença entre nenhuma teoria estudada.

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Gabarito
1. Resposta: A. 4. Resposta: B.

Motivação intrínseca tem origem em O cotidiano da disciplina deve prever a


fatores internos ao indivíduo e relaciona-se inclusão de estratégias que despertem o
com a sua forma de ser, os seus interesses, interesse dos alunos, o desejo de aprender
os seus gostos. e de comprometer-se.

2. Resposta: C. 5. Resposta: D.

Herzberg dividiu a sua teoria em dois Herzberg procurou estudar o


fatores: motivacionais (os que agradavam) comportamento e a motivação das pessoas
e higiênicos (os que desagradavam). dentro das empresas, especificamente,
e Maslow estudou a satisfação das
3. Resposta: C. necessidades das pessoas em diversos
campos de sua vida. Essas teorias
A pirâmide demonstra esta ordem: afetivo- apoiam os estudos sobre motivação e
social, autoestima e autorrealização. colaboram para uma auto-observação e
direcionamento na conquista de metas.

46/174
Unidade 3
O Ambiente de Aprendizagem – Estímulos

Objetivos

1. Apresentar uma reflexão sobre


o impacto da organização dos
ambientes e a aprendizagem.
2. Identificar os fatores positivos e
negativos presentes na docência que
impactam na motivação.
3. Apresentar estímulos possíveis para a
motivação dos estudantes.

47/174
Introdução

Quando pensamos em ambientes de 1 O Ambiente como Aliado


aprendizagem, podemos imaginar espaços
organizados, materiais estruturados e O ambiente de aprendizagem deve
recursos disponíveis para o aluno realizar propiciar ao aluno desenvolver e
com eficácia suas atividades previstas e reconhecer a sua autonomia no
solicitadas. processo de aprender, expressando sua
autoria naquilo que aprende fazendo,
Ensinar é organizar situações de
estabelecendo novas relações, vivenciando
aprendizagem, fornecer informações
conflitos e buscando a sistematização de
relevantes e favorecer a elaboração de
conceitos.
conteúdos que propiciem a aprendizagem
significativa. O ambiente pode ser estimulante,
rico e prazeroso, como também
Organizar ambientes de e para a promoção
influenciar negativamente o processo de
de aprendizagem está relacionado a esses
aprendizagem. Escolhas, atitudes e gestos
fatores, entre outros, mas é o professor
do cotidiano são elementos fundamentais
organizador das oportunidades o
na organização dos ambientes promotores
protagonista da situação favorável de
de aprendizagem.
aprendizagem.

48/174 Unidade 3 • O Ambiente de Aprendizagem – Estímulos


Vamos observar o Quadro 3 abaixo:
Quadro 3 - Aprendizagem

Aumentam a motivação Aumentam a apatia e o ressentimento

Escolha Obrigatoriedade
Escolher conteúdos, tempo, colegas de Atividade 100% dirigida, trabalho individual
trabalho, projetos, ambientes e recursos
Relevância Irrelevância
Estabeleça relações pessoais, utilize o humor, Conteúdos fora do contexto que serão
a emoção etc. decorados e esquecidos depois da prova
Envolvimento Passividade
Utilizar a participação do aluno e estimular Aulas expositivas; vídeos cansativos; só a voz
sua curiosidade e participação do professor; sempre o mesmo recurso
Fonte: Do autor (2016)

Ao analisarmos o quadro, podemos identificar fatores positivos que aumentam a motivação


para a aprendizagem. Escolher conteúdos que atendam às necessidades pessoais e do futuro
49/174 Unidade 3 • O Ambiente de Aprendizagem – Estímulos
profissional contribui para o professor ressentimento, desmotivação é o uso de
identificar a relevância da disciplina. aulas expositivas, vídeos cansativos e
Evidentemente, essa demonstração atividades 100% dirigidas pelo professor.
de relevância deve ser acompanhada Essa situação parece familiar, não é
de estratégias didáticas, como humor, mesmo?
imagens, entre outros recursos.
Como ensinar jovens do século XXI dentro
Contudo, o envolvimento pessoal do de ambientes que não colaboram para uma
professor com a disciplina irá determinar aprendizagem significativa?
o interesse dos alunos. Assim, essa atitude
estimula a participação dos estudantes nas Como fazer com que aqueles conteúdos
atividades e projetos propostos. que julgamos ser importantes sejam
compreendidos e assimilados?
No quadro, podemos observar também
o que pode ocorrer quando o ambiente
2 O Cone da Aprendizagem
de aprendizagem causa uma apatia e
desmotivação. Para ampliar este estudo, vamos retomar
Observem no quadro apresentado que a pirâmide de Maslow já apresentada na
um dos aspectos que causa apatia, leitura sobre fatores motivacionais.

50/174 Unidade 3 • O Ambiente de Aprendizagem – Estímulos


Esta teoria traz uma imagem conhecida como cone do aprendizado, conforme vemos na figura
abaixo.
Figura 1 – Cone de aprendizagem

51/174 Unidade 3 • O Ambiente de Aprendizagem – Estímulos


Inicialmente, considerarmos os recursos aprendizagem significativa dos alunos.
que o professor utiliza para focalizar e As estratégias selecionadas e indicadas
manter a atenção dos alunos durante pela autora podem ser introduzidas
uma aula. Denominamos de estratégias como apoio em textos acadêmicos, assim
ou recursos atividades fundamentais para como na dinâmica do ensino (exposição,
o desenvolvimento de qualquer ato de negociação, discussão etc.) ocorrida na
aprendizagem. classe.
Algumas estratégias podem ser incluídas Considere as seguintes estratégias para
no processo de aula com perguntas tornar sua aula interessante e despertar
inseridas, uso de ilustrações, vídeos, o interesse dos alunos, lembrando-se do
exemplos e estudos de casos e mesmo um ciclo AIDA. Atenção é o primeiro passo.
ambiente virtual que a instituição possa Para finalizar esta leitura, o professor
disponibilizar. deverá, no uso de qualquer técnica, definir
O texto a seguir traz as orientações antecipadamente:
didáticas elaboradas por Juliana Maria 1. Qual o objetivo da aula?
Carvalho. A autora orienta o docente
2. Quanto tempo eu tenho?
a empregar algumas estratégias de
ensino, com a intenção de facilitar a
52/174 Unidade 3 • O Ambiente de Aprendizagem – Estímulos
3. Quanto o aluno já conhece do generalidade e inclusão superior ao
assunto? do conteúdo principal. Estenda uma
4. Qual o ZOOM que queremos dar? ponte cognitiva entre a informação
nova e a prévia;
• É importante deixar claro seus
objetivos: prepare um enunciado que • ilustrações: devem funcionar como
estabeleça condições e deixe clara a representações visuais dos conceitos,
forma de avaliação da aprendizagem objetos ou situações de uma teoria
do aluno. Resumos, sínteses e ou tema específico (fotografias,
abstração da informação relevante desenhos, esquemas, gráficos,
de um discurso oral ou escrito devem dramatizações etc.);
ser estimulados. Deve-se enfatizar • analogias: são proposições que
conceitos-chave, princípios, termos e indicam que uma coisa ou evento
argumento central; (concreto e familiar) é semelhante a
• organização prévia: ofereça outro (desconhecido e abstrato ou
informação de tipo introdutório complexo);
e contextual. Essa informação é • perguntas intercaladas: perguntas
elaborada com um nível de abstração, inseridas na situação de ensino ou

53/174 Unidade 3 • O Ambiente de Aprendizagem – Estímulos


em um texto mantêm a atenção e
favorecem a prática, a retenção e a
obtenção de informação relevante;
Para saber mais
Em uma turma comum:
• pistas topográficas e discursivas: são
sinalizações que se fazem em um 46% são aprendizes visuais, 35% aprendizes
texto ou na situação de ensino para sinestésicos e 19% aprendizes auditivos.
enfatizar e/ou organizar elementos Como aprendemos:
relevantes do conteúdo por aprender;
70% do que discutimos, 80% do que
• mapas conceituais e redes
experimentamos e 95% do que ensinamos para
semânticas: são representações
outra pessoa.
gráficas de esquemas de
conhecimento (indicam conceitos,
proposições e explicações);
• uso de estruturas textuais:
Link
O cone da aprendizagem segundo Edgar Dale
organizações retóricas de um
discurso oral ou escrito que <http://recreationdesign.wordpress.com/>
influenciem em sua compreensão e <https://en.wikipedia.org/wiki/Edgar_Dale>
memorização.
54/174 Unidade 3 • O Ambiente de Aprendizagem – Estímulos
Glossário
Ambiente de aprendizagem: organizado para propiciar ao aluno desenvolver e reconhecer a
sua autonomia no processo de aprender, expressando sua autoria naquilo que aprende fazendo,
estabelecendo novas relações, vivenciando conflitos e buscando a sistematização de conceitos.
Ensinar: é organizar situações de aprendizagem, fornecer informações relevantes e favorecer a
elaboração de conteúdos que propiciem a aprendizagem significativa.
Cone da aprendizagem: demonstra os níveis de aprendizagem relacionados à organização do
ambiente educativo e enfatiza a importância da participação ativa dos estudantes e, portanto,
o cuidado docente nas escolhas das atividades propostas.

55/174 Unidade 3 • O Ambiente de Aprendizagem – Estímulos


Para saber mais
Sobre a organização de uma aula:

56/174 Unidade 3 • O Ambiente de Aprendizagem – Estímulos


?
Questão
para
reflexão

Tendo em mente a análise sobre o ambiente como


agente de estímulos, como organizar uma aula
considerando esses fatores?

57/174
Considerações Finais

Nossas aulas devem ser:


• Sempre um momento novo;
• Dinâmicas. Não se pode ter a sensação de que na próxima tudo vai
acontecer da mesma forma;
• Significativas - não ensine o que é fácil ou não é importante;
• Uma aventura – assim como o casamento a sala de aula não resiste a
uma rotina (a geração X resiste);
Além disso, previsibilidade/planejamento é coisa da geração X. E mais
proveitoso em sala de aula é provocar boas emoções, aliando a sensação de
prazer ao conhecimento.

58/174
Referências

BORUCHOVITCH, J.; BZUNECK, J. A motivação do aluno: contribuição da psicologia


contemporânea. Petrópolis: Vozes, 2001.
FRANCO, Marcelo Araújo; CORDEIRO, Luciana Meneghel and CASTILLO, Renata A. Fonseca
del. The virtual learning environment and its adoption at the University of Campinas –
Unicamp. Revista Educação e Pesquisa. vol.29 no.2 São Paulo; July/Dec. 2003
OLGUÍN, Carlos José Maria et al. O uso de agentes em ambientes de aprendizagem
colaborativos. XI Simpósio Brasileiro de Informática na Educação, Maceió, Brasil, 2000.

59/174 Unidade 3 • O Ambiente de Aprendizagem – Estímulos


Assista a suas aulas

Aula 3 - Tema: Ambientes de Aprendizagem e Aula 3 - Tema: Ambientes de Aprendizagem e Es-


Estimulos - Bloco I timulos - Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f- pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
1d/6476691a026799a169f74335a4804054>. c8cc0cac4eb3e2dc3e149bd350f36ea1>.

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Questão 1
1. Como podemos considerar o ambiente como agente de aprendizagem?

a) Quando apresenta escolhas, atitudes e gestos no cotidiano educacional, elementos


fundamentais em ambientes promotores de aprendizagem.
b) Quando está organizado para propiciar ao aluno desenvolver e reconhecer a sua
autonomia.
c) Quando a vivência de conflitos é mediada pelo professor.
d) Quando estimula os alunos à leitura em casa.
e) Quando atende aos horários solicitados.

61/174
Questão 2
2. Como denominamos os recursos para aprendizagem?

a) São estratégias de ensino com a intenção de facilitar e melhorar o ensino.


b) Um acervo de técnicas e dinâmicas.
c) Recursos que o professor utiliza para focalizar e manter a atenção dos alunos durante uma
aula.
d) Os recursos utilizados no ensino superior devem ser diferentes para cada aula.
e) Recursos devem ser oferecidos pela instituição.

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Questão 3
3. Identifique os fatores positivos que aumentam a motivação para a
aprendizagem:

a) Apresentar objetivos e regras institucionais.


b) Relevância do conteúdo para problemas sociais.
c) Aulas expositivas e trabalhos individuais.
d) Aulas direcionadas para projetos realizados em casa.
e) Conteúdos significativos, relevância, estímulo à criatividade, participação e envolvimento
dos alunos.

63/174
Questão 4
4. Sobre a contribuição do cone do aprendizado para a docência, é correto
afirmar:

I. Alerta aos docentes o índice de aprendizagem de acordo com o grau de atividade ou


passividade durante as aulas.
II. Demonstra o que um indivíduo aprende, dependendo das estratégias que são utilizadas no
processo de aprendizagem.
III. Relaciona os órgãos do sentido e a aprendizagem.
IV. Demonstra o grau de retenção, considerando as estratégias de ensino utilizadas pelo
docente.
Estão corretas as afirmativas:
a) Apenas I.
b) Apenas IV.
c) Apenas II e III.
d) Apenas I e IV.
e) I, II, III e IV.
64/174
Questão 5
5. Como podemos definir o ensinar no ensino superior?

a) É considerar os fatores motivacionais internos e organizar os externos, além de organizar


situações de aprendizagem.
b) É transformar o ensino básico em ensino aprofundado.
c) É fornecer informações relevantes e favorecer a elaboração de conteúdos que propiciem a
aprendizagem significativa.
d) É considerar o histórico da Instituição e os fatores motivacionais do ambiente educacional.
e) É garantir um bom desempenho e alcançar as metas institucionais.

65/174
Gabarito
1. Resposta: A. 3. Resposta: E.

O professor deve, sempre que puder, No quadro exposto nessa leitura, vocês
fazer boas escolhas e demonstrar poderão reler os fatores importantes que
atitudes motivadoras no cotidiano determinam o aumentam da motivação.
educacional, refletido na organização dos
ambientes promotores de aprendizagem 4. Resposta: E.
para propiciar ao aluno desenvolver e
O cone do aprendizado é um ótimo recurso
reconhecer a sua autonomia no processo para analisarmos a prática docente e rever
de aprender. as estratégias utilizadas. Nessa análise,
podemos encontrar algumas respostas
2. Resposta: C. sobre o desempenho dos alunos.
Todos os recursos utilizados pelo professor
devem focalizar e manter a atenção dos
5. Resposta: A.
alunos durante uma aula.
Precisamos organizar o ambiente ou
situações de aprendizagem, fornecendo
informações relevantes sobre o conteúdo
da disciplina.
66/174
Unidade 4
Teoria Cognitiva e Sociocognitiva

Objetivos

1. Apresentar as teorias cognitivas e


sociocognitivas que orientam as
escolhas metodológicas.
2. Conhecer as teorias acerca da
construção de aprendizagem e seus
principais teóricos.
3. Conhecer os principais teóricos que
contribuem para este estudo.

67/174
Introdução

Num contexto educacional, várias é responsável, mas também a didática


alternativas metodológicas são testadas utilizada para o aprendizado do aluno.
e as dificuldades de aprendizagem Essas escolhas determinam o processo
apresentadas pelos alunos persistem. da construção de conhecimento do aluno
Ocorre que, como professores, deveríamos em relação ao conteúdo da disciplina,
entender como os indivíduos aprendem e, como também o resultado esperado nas
sobretudo, como se dá o desenvolvimento avaliações.
mental do estudante. Essas informações
oferecem subsídios orientadores para um 1 As Teorias de Aprendizagem
planejamento e uma implementação de
práticas instrucionais. As principais teorias podem ser
enumeradas:
Conhecer as teorias de aprendizagem
que, ao longo da história da educação, • Corrente comportamentalista: o
contribuíram para a seleção de aprendiz é visto como um objeto da
metodologias, materiais e intervenção aprendizagem.
acadêmica faz parte da função docente, • Corrente cognitivista: o aprendiz é
pois todo educador não deve apenas visto como sujeito; a cognição é um
dominar o conteúdo da disciplina pela qual processo.
68/174 Unidade 4 • Teoria Cognitiva e Sociocognitiva
• Corrente humanística: o aprendiz é externo, e os comportamentos resultantes
visto como sujeito, mas a ênfase é a desse processo podem ser mensuráveis.
sua autorrealização. A busca é o resultado ou um
Vamos dedicar um tempo para a comportamento desejado. Dessa forma,
leitura e estudo sobre algumas das não leva em consideração o que ocorre
teorias correspondente às correntes dentro da mente do indivíduo durante o
citadas, lembrando que nem sempre processo de aprendizagem.
o teórico nos indica procedimentos de Principais teóricos nessa corrente: Pavlov,
ensino e aprendizagem únicos e quase John Watson, Skinner e Gagné.
sempre podemos identificar o uso de Dentre esses teóricos, foi Skinner que
procedimentos estratégicos que refletem contribuiu para a educação de forma
uma ou duas teorias. mais sistematizada por meio da instrução
programada quer tem como princípios
Corrente comportamentalista/ básicos:
behaviorista 1. Pequenas etapas: a informação é
apresentada através de pequenas e
Segundo essa corrente, o aluno responde fáceis etapas; cada etapa constitui
a estímulos fornecidos pelo ambiente um “quadro” (frame).
69/174 Unidade 4 • Teoria Cognitiva e Sociocognitiva
2. Resposta ativa: o aluno aprende um processo de estímulo e resposta,
melhor se participa ativamente da mas também processos internos de
aprendizagem. aprendizagem. Estes são os princípios
3. Verificação imediata: o aluno aprende básicos de Gagné:
melhor quando verifica a resposta 1. Obter atenção (recepção).
rapidamente. 2. Informar o objetivo para os
4. Ritmo próprio: o aluno deve trabalhar aprendizes (expectativa).
no ritmo que desejar. 3. Estimular a lembrança do
5. Testagem do programa: se a aprendizado anterior (recuperação).
apresentação de um quadro estiver 4. Apresentar o estímulo (percepção
muito extensa ou pouco clara, seletiva).
isso se refletirá nas respostas dos
5. Fornecer orientação de aprendizado
estudantes.
(código semântico).
Em termos de teorias do ensino, Gagné
6. Obter desempenho (resposta).
contribui para uma passagem entre o
behaviorismo e o cognitivismo, pois 7. Fornecer feedback (reforço).
indica em seus estudos a presença de

70/174 Unidade 4 • Teoria Cognitiva e Sociocognitiva


8. Avaliar o desempenho (recuperação). Ocupa-se particularmente dos processos
9. Aumentar a retenção e a mentais.
transferência (generalização). Principais expoentes dessa linha: Piaget,
Ausubel, Vigotsky.
Corrente cognitivista
Jean Piaget (1896- 1980), em seus estudos
O aprendiz é visto como sujeito; a cognição e pesquisas, distinguiu quatro períodos
é um processo. gerais do desenvolvimento cognitivo, que
se subdividem, por sua vez, em estágios ou
Essa corrente entende que o processo
níveis:
de cognição ocorre à medida que o ser
humano se situa no mundo, estabelece • sensório-motor (do nascimento até
relações de significação, ou seja, atribui cerca de 2 anos de idade);
significados à realidade em que se • pré-operacional (2 a 6-7 anos);
encontra. Preocupa-se com o processo
de compreensão, transformação, • operacional-concreto (6-7 a 11-12
armazenamento e uso da informação anos);
envolvida na cognição, e procura identificar • operacional-formal (da pré-
regularidades (padrões) nesse processo. adolescência até a idade adulta);
71/174 Unidade 4 • Teoria Cognitiva e Sociocognitiva
A contribuição para o processo de Esse processo contínuo produz a
ensino-aprendizagem é o fato de que o equilibração e o desequilíbrio. Ensinar,
crescimento cognitivo da criança se dá por assim, significa desequilibrar a mente para
meio de assimilação e acomodação. Ou que ela busque o reequilíbrio (equilibrarão
seja: assimilação é um processo mental majorante) e, por consequência,
pelo qual se incorporam (integram) aprenda, mas sempre considerando a
os dados das experiências aos esquemas etapa cognitiva da criança. Embora seus
de ação e aos esquemas existentes. estudos tenham sido muito utilizados
Quando a criança tem novas experiências, para compreender como a criança
ela tenta adaptar esses novos estímulos
aprende, todo professor, entendendo
às estruturas cognitivas que já possui.
essa teoria, organiza sua aula para que as
Acomodação é um processo mental pelo
informações sejam sempre testadas. Piaget
qual os sistemas existentes vão modificar-
acreditava, ainda, que o ensino deve ser
se em função das experiências do meio. Ela
acontece quando a criança não consegue acompanhado de ações e demonstrações
assimilar um novo estímulo, ou seja, e, sempre que possível, se deve dar ao
não existe uma estrutura cognitiva que aluno a oportunidade de agir por meio de
assimile a nova informação em função das atividades práticas.
particularidades desse novo estímulo.
72/174 Unidade 4 • Teoria Cognitiva e Sociocognitiva
A teoria de Ausubel (1918-2008), assim aprendido de uma forma ou de outra ligar-
como a de outros cognitivistas, baseia-se se a conceitos relevantes ancorados em
na premissa de que existe uma estrutura na informações obtidas anteriormente.
qual a integração e organização de novos Outro conceito importante na teoria da
conhecimentos se processam. aprendizagem significativa de Ausubel
Sua contribuição foi apresentar o é o dos organizadores prévios, que são
processo da aprendizagem significativa materiais introdutórios apresentados
(ou meaningful learning), ou seja, toda antes do material a ser aprendido em
informação deverá se ancorar nos si (conhecimentos específicos). Sua
conceitos relevantes já existentes e principal função é a de servir como “pontes
apropriados pelo indivíduo. Quando isso cognitivas” entre o que o aprendiz já sabe
não ocorre, a aprendizagem é apenas um e o que ele deve saber, de forma que o
armazenamento arbitrário de informações material possa ser aprendido de forma
(rote learning ou aprendizagem significativa.
mecânica), ou seja, voltamos à teoria Para teoria de Lev Vigotsky (1896-1934), as
comportamentalista. interações interpessoais têm um papel de
Ausubel nos indica que a aprendizagem destaque na aprendizagem. A linguagem,
só se torna significativa se o conteúdo essencialmente interativa, intervém no
73/174 Unidade 4 • Teoria Cognitiva e Sociocognitiva
processo de desenvolvimento intelectual para o aluno avançar. Oferecer experiências
da criança desde o nascimento – sozinha, muito avançadas, além dessa zona, pode
não seria capaz de adquirir aquilo que ser prejudicial, enquanto experiências
obtém por intermédio de sua interação aquém do potencial podem se tornar
com os adultos e com as outras crianças, desinteressantes ou inócuas.
num processo em que a linguagem é
fundamental. Um termo relacionado a Corrente humanística
esse teórico é zona de desenvolvimento
proximal. Nessa corrente, o aprendiz é visto
como sujeito, mas a ênfase é a sua
Vygotsky apresenta a noção de que o bom
autorrealização. Principais expoentes dessa
aprendizado é aquele que considera o nível
linha: Carl Rogers, Jerome Bruner e Henri
de desenvolvimento potencial ou proximal,
Wallon.
ou seja, o que as crianças são capazes de
realizar com e sem a ajuda externa. Na teoria de Jerome Bruner (1915), a tarefa
de ensinar um determinado conteúdo a
Ao conhecer essa zona de
uma criança, em qualquer idade, é a de
desenvolvimento, o educador, como
representar a estrutura desse conteúdo
mediador entre o aluno e o meio social,
em termos da visualização que ela tem
pode oferecer as experiências necessárias
74/174 Unidade 4 • Teoria Cognitiva e Sociocognitiva
das coisas. Ele é famoso por ter dito que Além disso, enfatiza que a aprendizagem
“é possível ensinar qualquer assunto a ocorra pela descoberta, porém de
qualquer criança em qualquer estágio do maneira dirigida para que a exploração
desenvolvimento”. de alternativas não seja caótica ou cause
Bruner destaca o processo da descoberta, angústia no aluno.
através da exploração de alternativas, e o Para Carl Rogers (1902-1987), ensinar
currículo em espiral, em que um mesmo é mais que transmitir conhecimento – é
tópico é visto mais de uma vez, mas em despertar a curiosidade, é instigar o desejo
diferentes níveis de profundidade e em de ir além do conhecido. É desafiar a
diferentes modos de representação. pessoa a confiar em si mesma e a dar um
Concentra sua atenção na predisposição novo passo em busca de mais. É educar
para explorar alternativas, a qual está para a vida e para novos relacionamentos.
envolvida em três fatores: ativação (o que A teoria nos indica que toda aprendizagem
dá início ao processo), manutenção (avaliar organizada por tarefas, solicitando do
que os benefícios excedem os seus riscos aluno apenas operações mentais, não
ou dificuldades) e direção (ter consciência considera o indivíduo como um todo. Esse
do objetivo para que a exploração não seja tipo de aprendizado é esquecido com o
caótica; o seu objetivo dever estar claro). tempo, pois não tem relevância com os
75/174 Unidade 4 • Teoria Cognitiva e Sociocognitiva
sentimentos do educando, e não provoca • autenticidade: qualidade que
uma curiosidade que leve o indivíduo a conquista o respeito dos educandos.
aprofundar mais e mais. É preciso se mostrar pessoa como
Sua teoria conduz o educador a uma eles também são: com defeitos e
reflexão sobre a tempo de validade qualidades, sentimentos e desejos,
de determinados conhecimentos e alegrias e tristezas. Um ser real e
orienta que o ensino seja voltado para comum com sua própria história de
a formação humana. O professor passa vida;
a ser considerado um facilitador da • apreço, aceitação e confiança: é
aprendizagem, não mais aquele que
necessário ter carinho pelo estudante
transmite conhecimento, e sim aquele
e por tudo que ele representa;
que auxilia os educandos a aprender a
considerar suas ações e reações e
viver como indivíduos em processo de
aceitá-los como pessoas reais;
transformação, já que o mundo está
em constante mudança. Foi o primeiro • compreensão empática: ocorre
teórico a escrever sobre o ensino centrado quando o facilitador deixa o
no aluno. Entretanto, para atuar como julgamento de lado e compreende o
professor à luz dessa teoria, é preciso que o educando, cultivando a capacidade
profissional desenvolva atitudes como: de olhar o outro de seu ponto
76/174 Unidade 4 • Teoria Cognitiva e Sociocognitiva
de vista, o que será de extrema da construção da pessoa quanto na
importância para a aprendizagem. construção do conhecimento. Relaciona
Henri Wallon (1879-1962) desenvolve a psicogênese e a história do indivíduo,
a teoria do desenvolvimento humano demonstrando, assim, a estreita relação
centrada na pessoa completa. Desenvolve entre as interações humanas e a
seus estudos sobre os campos funcionais e constituição da pessoa, propondo um
o desenvolvimento psicológico da criança, estudo integrado do desenvolvimento
identificando quatro fatores para explicar humano, definindo seu projeto teórico
o desenvolvimento psicológico e sua como uma elaboração da psicogênese
aprendizagem: da pessoa completa. Para Wallon, é por
meio da emoção que o ser biológico se
• a emoção; converte em ser social. Como Piaget,
• a pessoa; Wallon também contribui com suas
pesquisas apresentando os estádios de
• o movimento (de ação e atividade);
desenvolvimento infantil.
• a inteligência.
Para o teórico, a dimensão afetiva ocupa
lugar central tanto do ponto de vista

77/174 Unidade 4 • Teoria Cognitiva e Sociocognitiva


1) Impulsivo-emocional 3) Personalismo
• Ocorre no primeiro ano de vida: 0-1 • Por volta dos três aos seis anos.
anos. • Principais funções: consciência
• Principais funções: a emoção pode e afirmação da personalidade na
construir uma simbiose emocional construção de si mesmo.
com o ambiente. 4) Pensamento categorial
2) Sensório-motor e projetivo
• Entre os 6 e 11 anos.
• Inicia-se por volta de um ano e se • Função principal: conquistar e
estende até os três anos de idade. conhecer o mundo exterior.
• Função dominante: atividade 5) Puberdade e adolescência
sensório-motora tem dois objetivos
básicos: o primeiro é a manipulação • Idade: a partir dos 15 anos.
de objetos e o segundo é a imitação. • Função dominante: contradição
entre o conhecido e entre o que se
deseja conhecer.

78/174 Unidade 4 • Teoria Cognitiva e Sociocognitiva


Veja o Quadro 4 com uma síntese das palavras-chave:
Quadro 4 – Pensadores

Behaviorismo Cognitivista Humanista


Pavlov, John Watson, Skinner e Gagné. Piaget, Ausubel, Vigotsky Wallon, Roger, Bruner.

Estímulo/ Interação Emoções, afetividade

Resposta/resultado/ Indivíduo e meio Currículo espiral

Comportamento Assimilação e acomodação Professor facilitador

Equilíbrio Ativação, manutenção e direção.

Aprendizagem significativa
Instrução programada Aluno ativo Centrado no aluno

Condicionamento operante Participante Aprendizagem social

Cognitivo

Fonte: Do autor (2016)

79/174 Unidade 4 • Teoria Cognitiva e Sociocognitiva


Glossário
Teoria da aprendizagem sociocognitiva: estudo dos processos de pensamento subjacentes
à aprendizagem, uma vez que esta envolve pensamento, memória e processamento de
informação (como no caso da observação). A aprendizagem não resulta só de associação entre
estímulos, respostas (por condicionamento) e reforços.
Zona de desenvolvimento proximal: é a noção de que o bom aprendizado é aquele em que
se considera o nível de desenvolvimento potencial ou proximal, ou seja, o que as crianças são
capazes de realizar com e sem a ajuda externa.
Organizadores prévios: são materiais introdutórios apresentados antes do material a ser
aprendido em si (conhecimentos específicos). Sua principal função é a de servir como “pontes
cognitivas” entre o que o aprendiz já sabe e o que ele deve saber, de forma que o material possa
ser aprendido de forma significativa.

80/174 Unidade 4 • Teoria Cognitiva e Sociocognitiva


Para saber mais
Saiba mais analisando este esquema:

Figura 2 – APRENDIZAGEM

ESTÍMULOS
Processamento
Internos de MEMÓRIA
Externos INFORMAÇÃO

81/174 Unidade 4 • Teoria Cognitiva e Sociocognitiva


?
Questão
para
reflexão

Os teóricos apresentados nesse tema, como Piaget,


Wallon, Vigotsky, iniciaram seus estudos e pesquisas
com crianças, mas seus princípios contribuíram para
o processo de ensino e educação escolar. A partir da
leitura do Quadro 4, descreva uma situação de aula em
que podemos identificar uma proposta humanista de
educação.

82/174
Considerações Finais

Corrente comportamentalista: o aprendiz é visto como um objeto da


aprendizagem;
corrente cognitivista: o aprendiz é visto como sujeito; a cognição é um
processo;
corrente humanística: o aprendiz é visto como sujeito, mas a ênfase é a sua
autorrealização;
ensinar é mais que transmitir conhecimento – é despertar a curiosidade, é
instigar o desejo de ir além do conhecido.

83/174
Referências

AUSUBEL, D.P. Aquisição e retenção de conhecimentos: Uma perspectiva cognitiva. Tradução


de Teopisto, L. Revisão científica, Teodoro, V.D. Lisboa. Editora Plátano. 1ª edição. PT – 467 –
Janeiro de 2003.
DE LA TAILLE, Yves; DE OLIVEIRA, Marta Kohl; DANTAS, Heloysa. Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias
psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus editorial, 1992.
MOREIRA, Marco Antonio. Teorias de aprendizagem. São Paulo: Editora Pedagógica e
Universitária, 1999.
REGO, Maria C. Vygotsky: uma perspectiva histórico cultural da educação. Petrópolis, RJ: Vozes,
2000.

84/174 Unidade 4 • Teoria Cognitiva e Sociocognitiva


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1d/20aa00a76df0270883cfb11993371d34>. 538a3542ddba5f78ec821db880dc21>.

85/174
Questão 1
1. Por que conhecer as teorias de aprendizagem que ao longo da história
da educação?

a) Para desempenhar melhor a função de professor universitário.


b) Essas escolhas determinam o processo da construção de conhecimento do aluno em
relação ao conteúdo da disciplina, como também o resultado esperado nas avaliações.
c) Para a seleção de materiais e intervenção acadêmica.
d) Para compreender os problemas dos alunos.
e) Para planejar aulas.

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Questão 2
2. Pavlov, John Watson, Skinner e Gagné contribuíram com qual
referência teórica?

a) Compreendem que a aprendizagem está diretamente relacionada a uma mudança de


comportamento
b) Não levam em consideração o indivíduo.
c) Contribuíram para a construção de um sistema de educação sistematizado por meio da
instrução programada.
d) Corrente comportamentalista quando o aprendiz é visto como um objeto da aprendizagem.
e) Corrente comportamentalista espera resultados mensuráveis.

87/174
Questão 3
3. Como a corrente cognitivista concebe o processo de aprendizagem?

a) Descreve o processo de cognição sem relação com a aprendizagem.


b) Preocupa-se com o fracasso da compreensão, transformação, armazenamento e uso da
informação.
c) Adota a premissa de que não existe uma estrutura individual e cada aluno deve conhecer
seu processo interno.
d) Apresenta a noção de que o bom aprendizado é aquele que considera o nível de
desenvolvimento potencial ou proximal, ou seja, o que os estudantes são capazes de
realizar com e sem a ajuda externa.
e) A corrente cognitivista é utopia.

88/174
Questão 4
4. Ensinar é mais que transmitir conhecimento – é despertar a
curiosidade, é instigar o desejo de ir além do conhecido. É desafiar a
pessoa a confiar em si mesma e a dar um novo passo em busca de mais.
Essa afirmação pertence ao teórico:

a) Ausubel e sua teoria humanista;


b) Carl Rogers e sua teoria humanista;
c) Piaget e sua teoria cognitivista;
d) Piaget, Wallon e Bruner;
e) Bruner e sua teoria humanista.

89/174
Questão 5
5. Identifique o(s) teórico(s) que desenvolveu(ram) seus estudos sobre
os campos funcionais e o desenvolvimento psicológico da criança e sua
aprendizagem.

a) Piaget e Wallon.
b) Henri Wallon.
c) Wallon e Ausubel.
d) Ausubel e Bruner.
e) Nenhuma das alternativas.

90/174
Gabarito
1. Resposta: B. 3. Resposta: D.

Na educação, as teorias de aprendizagem A contribuição para o processo de


têm contribuído para a compreensão ensino-aprendizagem é o fato de que
sobre o processo de construção do o crescimento cognitivo se dá por meio
conhecimento, auxiliando a tomada de de assimilação e acomodação. Ou seja:
decisão dos professores nas metodologias. assimilação é um processo mental
pelo qual se incorporam (integram)
2. Resposta: C. os dados das experiências aos esquemas
de ação e aos esquemas existentes. Este
Todas as alternativas encaminham processo inclui etapas importantes que
corretamente para a corrente ocorrem a partir de interações, hipóteses e
comportamentalista, porém a última descobertas de conteúdos.
apresenta o papel do aluno frente à
concepção do professor que adota essa 4. Resposta: B.
corrente.
Carl Rogers e sua teoria humanista destaca
o aprendiz como sujeito, mas a ênfase é

91/174
Gabarito
a sua autorrealização e não o conteúdo.
As relações sociais, o afeto e as emoções
fazem parte do processo de aprendizagem.

5. Resposta: B.

Henri Wallon identificou quatro fatores


para explicar o desenvolvimento
psicológico da criança e sua aprendizagem:
a emoção, a pessoa, o movimento (de ação
e atividade) e a inteligência.

92/174
Unidade 5
Teoria da Autodeterminação

Objetivos

1. Apresentar a teoria da
autodeterminação.
2. Reconhecer o processo de aquisição
de conhecimento.
3. Retomar o conceito acerca da
motivação e o desempenho.

93/174
Introdução

Nesta unidade, vamos estudar sobre metas de realização é uma das versões
a teoria da autodeterminação e sua contemporâneas da tradicional linha de
relação com o conhecimento e a estudos sobre motivação à realização.
excelência. Segundo o psicólogo Jorge A teoria da autodeterminação teve origem
Eloi (www.psicologiafree.com), a teoria da no final do século XX por Deci e Ryan, e essa
autodeterminação é das mais recentes, é talvez a teoria sobre a motivação mais
consistentes e reconhecidas teorias da válida e reconhecida depois da teoria de
motivação. Maslow, como já estudamos na unidade 2.
Mas o que essa teoria nos diz sobre a Segundo Jorge Eloi, essa teoria, ao
motivação? contrário das concepções anteriores de
Tudo o que é significativo e interessante motivação extrínseca e intrínseca que as
para o sujeito permanece mais tempo separavam, neste estudo percebemos que
na memória e pode ser recordado com as duas formas de motivação (motivos
facilidade. Se a motivação é fraca, os internos e motivos externos) constituem
jovens precisam de reforços que podem um mesmo continuum.
surgir da iniciativa de pais e professores
ou do próprio estudante. A teoria de

94/174 Unidade 5 • Teoria da Autodeterminação


Vejamos a contribuição de Jorge Eloi: Motivação intrínseca: interesse, prazer,
Continuum da teoria da divertimento. Satisfação inerente.
autodeterminação: Valorização consciente. Importante
pessoalmente.
Amotivação: falta de intencionalidade,
competência e controle. Segundo essa teoria, existem seis “níveis”
Motivação extrínseca: de motivação, desde a motivação que
corresponde à ausência total de motivação
Externa: obrigação externa. Procurar e intencionalidade até a motivação
recompensas e evitar castigos.
intrínseca, em que a atividade representa
Introjectada: pressão interna. Evitar interesse, prazer, sendo importante
sentimentos negativos. Expectativas de pessoalmente.
autoaprovação. Envolvimento para o ego.
Essa teoria também pressupõe três
Identificada: valorização consciente. necessidades básicas centrais que, quando
Importante pessoalmente. Identificação satisfeitas, é possível “interiorizar” a
com os objetivos.
motivação:
Integrada: congruente com outras
Necessidade de competência: refere-
necessidades. Incorporado no self (faz
se à necessidade de se sentir útil. De que
parte da sua vida).
95/174 Unidade 5 • Teoria da Autodeterminação
sabe “fazer”. Mais do que reconhecimento motivação extrínseca e afirma que,
externo, reconhecer-se valor em si mesmo satisfazendo as três necessidades básicas
através da competência. centrais, irá aumentar ou interiorizar a
Necessidade de autonomia: refere-se à motivação.
liberdade de executar a atividade à sua Dessa forma, consideramos que os
“maneira”, tendo em conta os seus valores, princípios da teoria da autodeterminação
seguindo os seus princípios consoante o apontam que as motivações dos indivíduos
seu método. diferem, sendo determinadas e orientadas
Necessidade de vínculo: refere- por contextos que dão subsídios a
se à necessidade de ter vínculos, necessidades psicológicas com diferentes
relacionamentos significativos. Alguma manifestações, o que torna a motivação
pessoa ou pessoas que se importem para dos estudantes para a aprendizagem “um
além da atividade. fenômeno complexo, multideterminado,
que pode apenas ser inferido mediante
Além de não existir uma fronteira tão a observação do comportamento, seja
evidente entre a motivação intrínseca e em situações reais de desempenho ou de
extrínseca, essa teoria defende também autorrelato” (GUIMARÃES; BZUNECK, 2008,
a possibilidade de “intrinsecar” uma p. 111).
96/174 Unidade 5 • Teoria da Autodeterminação
O que o aluno quer aprender? pressões grupais, aceitação, exclusão ou
O que o professor quer ou precisa ensinar? inclusão social entre outras.

Qual o contexto motivador? Dessa forma, se o professor conhecer as


motivações dos estudantes, bem como se
Quem entende o que está estudando as instituições também as conhecerem,
aprende de maneira mais prazerosa e poderão juntos atuar no sentido de
eficaz. estimular os estudantes de forma contínua
a “aprender a aprender” e evitar que este
1 A Contribuição dessa Teoria nível de motivação diminua ao longo do
curso. Como sugestão, o professor pode
A contribuição dessa teoria da
refletir sobre a disciplina pela qual é
autodeterminação propõe que o professor
responsável a partir de duas questões:
conheça os processos de motivação
de seus alunos frente à sua disciplina e POR QUE devo ensinar ou POR QUE alunos
destaque sua relevância em sala de aula. devem aprender?
Como já estamos estudando, o ambiente PARA QUE devo ensinar ou PARA QUE os
universitário tem seu comportamento alunos devem aprender?
influenciado por inúmeros fatores, como

97/174 Unidade 5 • Teoria da Autodeterminação


Essa reflexão poderá auxiliar na condução das aulas, criando um cenário interessante ao longo
do curso.
Como estudamos na unidade 2, um estímulo, seja externo ou interno, não irá perdurar ou
vencer todas as barreiras que um curso universitário oferece aos estudantes.
Faz-se necessário o uso constante dessa fórmula na docência e garantir uma realização aos
atores desta ação docente.
Figura 3 – A pessoa

Fonte: do Autor (2016)

A proposta do ensino superior é que todos os alunos aprendam e vivenciem o conhecimento


que é criado por meio da interação entre o conhecimento tácito e o conhecimento explícito.
98/174 Unidade 5 • Teoria da Autodeterminação
Conhecimento tácito: é algo pessoal, • O feedback deve ser descritivo e não
formado dentro de um contexto social avaliativo. Descrever o que sentiu,
e individual, além de derivado de e não fazer julgamentos sobre a
experiências e vivências pessoais, podendo conduta dos outros;
ser transmitido de forma vaga e sua • o feedback deve ser específico e não
transferência é pouco eficiente. geral. Mencionar fatos concretos,
exemplos precisos e fugir das
Conhecimento explícito: envolve o
generalizações vagas.
conhecimento dos fatos e é adquirido pela
informação e educação formal. Finalizando, mas não concluindo,
afirmamos que a base da teoria da
Com essa informação, ampliamos autodeterminação é a concepção do ser
a discussão sobre motivação e humano como organismo ativo, dirigido
acrescentamos essa ação no contexto para o crescimento, desenvolvimento
escolar, determinando o nível de qualidade integrado do self com as estruturas
da aprendizagem e desempenho. sociais. Tem como objetivos desenvolver
Para complementar, destacamos a habilidades e exercitar capacidades, buscar
importância de o docente oferecer um e obter vínculos sociais, assim como obter
um sentido unificado do self por meio de
feedback sobre o desempenho dos alunos.
experiências interpessoais.
99/174 Unidade 5 • Teoria da Autodeterminação
A promoção do interesse dos estudantes 1) Raciocínio: o cotidiano educacional
pela aprendizagem, valorização da deve estimular o pensar criativo
educação e confiança nas próprias para gerar ideias novas e poderosas;
capacidades e atributos deve ser pensar crítico e analítico para
considerada no planejamento das aulas, assegurar-se de que as ideias (suas
considerando as contribuições dos estudos próprias e de outros) sejam as boas;
sobre motivação. Vamos utilizar a nosso pensar prático para executar as ideias
favor e ao sucesso dos alunos. e para persuadir outro do valor dessa
ideia; pensar sábio para assegurar-se
de que as ideias ajudem construir um
2 Um Pouco Sobre a Excelência
bom comum.
Há uma contribuição muito interessante 2) Responsabilidade: dimensão ética e
nas questões educacionais discutindo moral do desenvolvimento humano
os três erres sobre excelência que auxilia e sua relação com o conteúdo que
na seleção de estratégias e atitudes que está sendo estudado; ética: distinguir
favoreçam uma aprendizagem. Conheça os o certo do errado; sabedoria como
três erres: equilíbrio de seus interesses e dos
outros; empatia acerca do saber
conviver, saber o certo, fazer o certo.
100/174 Unidade 5 • Teoria da Autodeterminação
3) Resiliência: estimular a paixão em c. Estimular o pensamento crítico.
perseguir os objetivos e superar d. Avalie o pensar criativo aplicado
dificuldades, participando das a uma base de conhecimento,
experiências desafiadoras para reconhecendo que o conhecimento é
os estudantes que exercitarem a espinha dorsal para a criatividade.
a resiliência. Resiliência é um
importante componente para o
sucesso escolar.
E como o professor pode se utilizar desta
contribuição para ensinar e garantir uma
excelência?
a. A excelência deve ser para todos e em
todos os níveis.
b. Forneça elementos para o aluno
aprender usando múltiplas
modalidades.

101/174 Unidade 5 • Teoria da Autodeterminação


Glossário
Teoria da autodeterminação é a concepção do ser humano como organismo ativo, dirigido
para o crescimento, desenvolvimento integrado do self com as estruturas sociais.
Conhecimento tácito: é algo pessoal, formado dentro de um contexto social e individual.
Derivada de experiências e vivências pessoais. Pode ser transmitido de forma vaga e sua
transferência é pouco eficiente.
Conhecimento explícito: envolve o conhecimento dos fatos e é adquirido pela informação e
educação formal.
Feedback: retorno aos aluno sobre seu desempenho deve ser descritivo e não avaliativo.
Deve ser específico e não geral. Mencionar fatos concretos, exemplos precisos e fugir das
generalizações vagas.

102/174 Unidade 5 • Teoria da Autodeterminação


?
Questão
para
reflexão

Nesta unidade, estudamos mais um tópico que auxilia


o nosso planejamento das aulas no ensino superior.
Sabemos que todos os alunos aprendem e vivenciam o
conhecimento que é criado por meio da interação entre
o conhecimento tácito e o conhecimento explícito.
Como o professor poderá organizar esse ciclo?

103/174
Considerações Finais

• Estimule o pensamento crítico;


• avalie o pensar criativo aplicado a uma base de conhecimento,
reconhecendo que o conhecimento é a espinha dorsal para a
criatividade;
• conheça as motivações dos estudantes, bem como as instituições.
Além disso, o ambiente universitário tem seu comportamento influenciado
por inúmeros fatores, como pressões grupais, aceitação, exclusão ou inclusão
social, entre outras.

104/174
Para saber mais
Para saber mais acerca dos modos de conversão do conhecimento:

• socialização: quando o conhecimento ocorre pela socialização é denominado: tácito para tácito.
Esse processo ocorre pela observação, imitação e prática;

• externalização: ou modo de converter o conhecimento é a escrita, ou seja, a comunicação. Esse


processo converte o conhecimento tácito em explícito. Isso produz uma situação de diálogo e
conduz a uma reflexão coletiva;

• combinação: um terceiro modo de converter o conhecimento é a própria sistematização dos


conceitos aprendidos, como, por exemplo, as aulas e estrutura de um curso em forma de pós-
graduação;

• internalização: esse modo implica na transformação do conhecimento explícito para o tácito. É um


processo que relaciona a teoria à prática.

105/174 Unidade 4 • Teoria Cognitiva e Sociocognitiva


Referências

MEURER, Simone Teresinha; BENEDETTI, Tânia Rosane Bertoldo. MAZO, Giovana Zarpellon.
Teoria da autodeterminação: compreensão dos fatres motivacionais e autoestima de idosos
praticantes de exercícios físicos”. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde 16.1, p. 18-24,
2012.
OLIVEIRA, Plícia Araújo de, et al. Motivação sob a perspectiva da Teoria da Autodeterminação:
um estudo da motivação de alunos do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Estadual
de Montes Claros. Congresso USP de Iniciação Científica em Contabilidade, v. 7. 2010.
PSICOLOGIA FREE. Disponível em: <www.psicologiafree.com/jorge-eloi/>. Acesso
em:15/01/2016

106/174 Unidade 4 • Teoria Cognitiva e Sociocognitiva


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Aula 5 - Tema: Teoria da Auto Determinação - Aula 5 - Tema: Teoria da Auto Determinação -
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f8d565c33303a6940eb5512efa357c91>. 021377c49d2b0e6603978dad3ad8a>.

107/174
Questão 1
1. Quais as contribuições da teoria da autodeterminação?

a) Não há contribuição para o ensino.


b) A autodeterminação está presente nos resultados das avaliações do ensino.
c) É a concepção do ser humano como organismo ativo, dirigido para o crescimento,
desenvolvimento integrado do self com as estruturas sociais.
d) Tem como objetivo desenvolver habilidades profissionais.
e) Contempla os processos de motivação de seus alunos frente a uma disciplina e destaca sua
relevância em sala de aula.

108/174
Questão 2
2. Como deve ser o processo de feedback durante a aprendizagem?

a) Deve referir-se ao comportamento pessoal e não à pessoa em si.


b) Deve ser descritivo, específico e individual.
c) Deve ser diário.
d) Deve orientar a revisão das aulas.
e) Deve ocorrer ao final do ano letivo.

109/174
Questão 3
3. Qual a relação da percepção com a teoria da autodeterminação?

a) Não há relação entre a teoria e a percepção de si mesmo.


b) Há uma relação com a maneira como nos vemos, julgamos, conceituamos, qualificamos,
tanto nós mesmos – percepção pessoal – quanto as outras pessoas – percepção
interpessoal.
c) Há uma relação entre o papel que o indivíduo desempenha e a sua percepção como pessoa.
d) A percepção une as motivações internas e externas.
e) Nenhuma das alternativas está correta.

110/174
Questão 4
4. Conhecimento tácito é algo pessoal, formado dentro de um contexto
social e individual. O conhecimento explícito envolve o conhecimento
dos fatos e é adquirido pela informação e educação formal. Identifique
a reposta correta sobre a contribuição desse estudo para a docência?

a) Incluir as duas modalidades no conteúdo da disciplina, tornando-a relevante e motivadora.


b) Reconhecer a importância e discutir com os alunos.
c) Considerar o estudante como um organismo ativo, dirigido para o crescimento.
d) Não devemos associar o conhecimento tácito com o conhecimento de vivência.
e) Não há comprovação teórica.

111/174
Questão 5
5. Criatividade, argumentação, aprender a fazer pelo bem comum está
relacionado a qual item da excelência na educação?

a) Resiliência e empatia.
b) Raciocínio.
c) Raciocínio e responsabilidade.
d) Responsabilidade e resiliência.
e) Raciocínio, responsabilidade e resiliência.

112/174
Gabarito
1. Resposta: C. 3. Resposta: B.
A teoria da autodeterminação é um Há uma relação com a maneira como
fenômeno complexo que auxilia o nos vemos, julgamos, conceituamos,
professor a rever constantemente o valor qualificamos, tanto nós mesmos –
da disciplina pela qual é responsável, percepção pessoal – quanto as outras
valorizando mais o para quê do que o pessoas – percepção interpessoal. Essa
porquê. percepção interfere diretamente em nossas
escolhas e atitudes. Entretanto, muitas
2. Resposta: B. vezes, essa percepção de si é construída
pelo ambiente escolar nada motivador.
Feedback é um recurso muito motivador
para os estudantes, mas deve ser claro,
4. Resposta: C.
objetivo, sem julgamentos de desempenho
e nem quanto à pessoa. Além desses dois exemplos de
conhecimento, destacamos que todo
indivíduo constrói ao longo de sua
vida: conhecimento intraindividual:

113/174
Gabarito
conhecimento de si próprio marcado pelos
interesses e atitudes. Interindividual:
refere-se a diferenças entre si próprio e
os outros, construído nas relações sociais.
Universal: todo conhecimento dominante
numa cultura que transmite a ideia de
aprendizagem

5. Resposta: B.

Raciocínio. Os e erres para o ensino de


excelência destaca o raciocínio como
elemento fundamental para uma
aprendizagem significativa, ativa e
permanente. Está diretamente relacionado
ao estilo do professor e às estratégias que
utiliza.

114/174
Unidade 6
Metas de Realização

Objetivos

1. Apresentar o estudo sobre metas


de realização e a relação com a
motivação dos alunos.
2. Reconhecer os tipos de estudantes à
luz das metas pessoais.
3. Apresentar a metáfora das caixas.

115/174
Introdução

As metas a que se refere são propósitos 1 Conheça os Quatro Tipos de


qualitativamente definidos, ou orientações Metas
gerais, quando estão em jogo realizações
acadêmicas ou situações em que se deve Procure refletir sobre sua conduta pessoal
apresentar um desempenho. como aluno, bem como reconhecer a
Em virtude da meta de realização de um presença de tipos diversos de estudantes
aluno, assim será o grau e a qualidade do em sua sala de aula.
envolvimento nas tarefas escolares, de 1) Aproximação de domínio:
modo que cada meta possui tipicamente
• Demonstram sua competência
um valor explicativo, respondendo à
com compreensão e domínio do
pergunta “Por quê?”. Ou seja, por que se
material de estudo, que orienta sua
envolve, se esforça etc.
aprendizagem;
Vamos utilizar essa teoria para
• esses alunos demonstram essa
compreender e explicar por que os alunos
competência desenvolvendo
se envolvem em cenários acadêmicos
uma habilidade ou ganhando
e ressaltar o enfoque pedagógico dos
conhecimento;
professores.

116/174 Unidade 6 • Metas de Realização


• estão sempre atentos ao seu 4) Evitação de desempenho:
progresso e avaliam este progresso
• O aluno tenta evitar maus
em relação as suas tarefas.
julgamentos e se preservará
2) Evitação de domínio: de parecer inferior quando for
• Quando o aluno tenta direcionar a comparado aos outros;
sua atenção para evitar o que não foi • Usam padrão interpessoal e definem
entendido; competência, se comparando aos
• evitar o não aprender. Usa estratégias outros.
pessoais e às vezes emocionais, pois Considera-se também como influência
não quer demonstrar que não domina nessa teoria de metas a percepção do
a tarefa. aluno sobre a cultura escolar. A cultura
3) Abordagem de desempenho: escolar interfere, impacta e afeta as
concepções dos professores sobre ensino,
• O aluno tenta parecer competente
práticas, competências.
quando se compara com outros e
tenta ser o melhor de todos ou ao Outro aspecto importante a ser ressaltado
menos melhor do que alguém na sala é que as metas de realização do professor
de aula. afetam as expectativas dos alunos.
117/174 Unidade 6 • Metas de Realização
As escolas devem mudar de uma metáfora conhecida como caixa fechada,
cultura altamente competitiva e de caixa aberta e fora da caixa.
desempenho orientado para uma cultura Caixa fechada: utilizamos esse termo
que fomentasse a aprendizagem, o quando o docente mantém o foco no
desenvolvimento pessoal, o domínio e conteúdo e utiliza pouca inovação
o interesse intrínseco em compreender metodológica. Essa concepção pode por
e domínio de tarefas de aprendizagem vezes apresentar uma desmotivação
desafiadoras, Os professores são agentes ao longo do curso por mais estratégias
mais importantes para fazer esta mudança utilizadas.
mudança (LENS; MATOS; VANSTEENKISTE,
2007). Caixa aberta: essa concepção demonstra
a preocupação do docente em direcionar
2 Metáfora das Caixas o conteúdo da disciplina ou do projeto em
desenvolvimento para um futuro próximo.
Outra reflexão importante que ajudará na Assim, apresentam-se estímulos externos
identificação das motivações existentes em organizados, procurando atender as
sala de aula é a concepção que temos de motivações dos alunos. O docente, para
aluno e educação formal. Vamos utilizar da isso, utiliza-se de recursos tecnológicos
conhecidos e dominados pelos estudantes.
118/174 Unidade 6 • Metas de Realização
Fora da caixa: pensar em uma educação
fora da caixa significa ter como
compromisso a ampliação do repertório
cultural e linguístico dos estudantes
dentro e fora do conteúdo da disciplina,
estimulando a criatividade na resolução
de problemas e conflitos. Para tanto, o
docente vai além do conteúdo e utiliza-se
de estratégias que estimulem e fortaleçam
o pensamento lógico e reflexivo.

119/174 Unidade 6 • Metas de Realização


Glossário
Metas de realização: são propósitos qualitativamente definidos, ou orientações gerais,
quando estão em jogo realizações acadêmicas ou situações em que se deve apresentar um
desempenho.
Aproximação de domínio: um tipo identificado na categorização na unidade metas de
realização. Esses estudantes demonstram sua competência com compreensão e domínio do
material de estudo, que orienta sua aprendizagem.
A cultura escolar: a cultura escolar interfere, impacta, afeta as concepções dos professores
sobre ensino, práticas, competências. Considera-se também como influência nessa teoria de
metas a percepção do aluno sobre a cultura escolar.

120/174 Unidade 6 • Metas de Realização


?
Questão
para
reflexão

Considerando que as metas de realização do professor


afetam as expectativas dos alunos, reflita sobre as suas
metas e o impacto visível em seus alunos.

121/174
Considerações Finais

A cultura escolar interfere, impacta, afeta as concepções dos professores


sobre ensino, práticas, competências;
a metáfora das caixas apresenta a concepção de educação que são
percebidas pelos estudantes;
o docente deve ir além do conteúdo e utilizar de estratégias que estimulem e
fortaleçam o pensamento lógico e reflexivo;
não devemos categorizar os alunos, mas auxiliar o autoconhecimento e
despertar seu compromisso.

122/174
Referências

BZUNECK, José Aloyseo. Uma abordagem sociocognitivista à motivação do aluno: a teoria de


metas de realização. Psico-USF 4.2, p. 51-66, 1999.
CARDOSO, Luzia Rodrigues; BZUNECK, José Aloyseo. “Motivação no ensino superior: metas de
realização e estratégias de aprendizagem. Motivação no ensino superior.” Psicologia Escolar e
Educacional 8.2 p. 145-155, 2004.
ZENORINI, Rita da Penha Campos; ACÁCIA Aparecida Angeli dos Santos. Teoria de metas de
realização: fundamentos e avaliação. Motivação para aprender: aplicações no contexto educativo,
p. 99-125, 2010.
ZENORINI, R. P. C. Avaliação das metas de realização e das estratégias de aprendizagem em
universitários. 2002 Dissertação (Mestrado em XXX) – Universidade São Francisco, Itatiba, 2002.

123/174 Unidade 4 • Teoria Cognitiva e Sociocognitiva


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Aula 6 - Tema: Metas da Realização - Bloco I Aula 6 - Tema: Metas da Realização - Bloco II
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b74fc9ba3c4efe7e1b774344b6b0cb96>. a24596f426799b74b0d6ef4517654086>.

124/174
Questão 1
1. Em uma pesquisa realizada na Faculdade Capixaba da Serra,2013,
detectou-se que embora metade dos professores tenha dito que, a Escola
faz de tudo para motivar o aluno, e a outra metade tenha entrado em
contradição. Todos concordaram que as aulas de Educação Física e Artes
oferecidas pela Escola são maneiras de motivar o aluno. É importante frisar
que, a motivação é tudo aquilo que faz despertar o interesse no aluno,
isto quer dizer que, as formas de motivá-lo faz parte da realidade das
Escolas, visto que, os professores estão sempre buscando uma maneira de
despertar o interesse do aluno para a aprendizagem. Embora a motivação
faça parte do cotidiano da Escola, esta, nos documentos mais importantes
da Educação.

Tendo em vista os resultados acima, conclui-se que a Motivação predomina no contexto


Escolar, mesmo que com outra significação.

125/174
Questão 1
Como você analisa esta situação à luz dos estudos apresentados:
a) Há uma falta de informação acerca dos fatores motivacionais pelo docente e o impacto na
aprendizagem dos estudantes.
b) Não se considera relevante o tema
c) Há informações contraditórias sobre as teorias de motivação escolar
d) Não há elementos que comprove a relação entre motivação e aprendizagem
e) Motivação faz parte do cotidiano.

126/174
Questão 2
2. Considerando os quatro tipos presentes no texto sobre metas de
realização, em qual poderemos incluir o aluno que está sempre atento ao
seu progresso e demonstra competência desenvolvendo habilidade ou
ganhando conhecimento?

a) Abordagem de desempenho.
b) Evitação de domínio.
c) Aproximação de domínio.
d) Evitação de desempenho.
e) Aproximação do desempenho.

127/174
Questão 3
3. Complemente esta afirmação:

Metas de realização do professor afetam as expectativas dos alunos _______________________.


a) quando o professor gosta do que ensina
b) quando o professor faz bom uso de estratégias de aprendizagem envolvendo os estudantes
em um comprometimento cognitivo
c) quando a cultura determina o conteúdo
d) quando o professor deve incentivar a criatividade
e) ) quando há um compromisso social com a profissão

128/174
Questão 4
4. Qual a contribuição da metáfora “fora da caixa”?

a) Pensar em uma educação fora da caixa significa ter como compromisso a ampliação do
repertório cultural e linguístico.
b) Significa que o docente vai além do conteúdo e utiliza-se de estratégias que estimulem e
fortaleçam o pensamento lógico e reflexivo.
c) Utilizar estratégias que estimulem a participação dos estudantes
d) Não seguir o planejamento determinado pela instituição.
e) Indicar novos caminhos para a profissão.

129/174
Questão 5
5. As escolas devem mudar de uma cultura altamente competitiva
e de desempenho orientado para uma cultura que fomentasse a
aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, o domínio e o interesse
intrínseco em compreender e domínio de tarefas de aprendizagem
desafiadoras. Essa afirmação que apresentamos no tema estudado
remete a uma nova proposta educacional. Escolha a resposta que se
relaciona com o tema:

a) Concepção de humanista com o foco no aprender a aprender.


b) Concepção social de educação pensando na comunidade.
c) Concepção de aprendizagem.
d) Uma concepção teórica.
e) Concepção de ensino individual.

130/174
Gabarito
1. Resposta: A. experiências profissionais e até mesmo seu
compromisso com a instituição. Entretanto,
Muitos professores universitários deve fazer uso de boas estratégias
desconhecem os estudos sobre motivação de ensino para uma aprendizagem
e assim não atribuem falhas no ensino a significativa.
falta de motivação dos estudantes ou o
impacto negativo do contexto. 4. Resposta: B.

2. Resposta: C. Ir além do conteúdo é dar oportunidades


para o aluno pensar.
O aluno se sente seguro e demonstra essa
segurança. Muitas vezes, é usado como 5. Resposta: A.
modelo para outros como também para
comparar desempenhos. Essa mudança exige um novo projeto
educativo da instituição que impacte a
3. Resposta: B. cultura presente na sociedade competitiva.

O professor influencia o seu grupo de


estudantes pela história de vida, suas
131/174
Unidade 7
Uso de Estratégias de Aprendizagem e a Percepção do Ambiente de Aprendizagem

Objetivos

1. Definir o conceito de estratégias de


aprendizagem.
2. Debater o papel do professor
como mediador no processo de
aprendizagem.
3. Apresentar algumas estratégias para
aprendizagem.

132/174
Introdução

Nesta unidade, iremos iniciar o estudo duração. Ocorre que muitos docentes no
definindo o conceito de estratégias nível superior não possuem uma formação
de aprendizagem. As estratégias pedagógica que lhes permita selecionar
de aprendizagem são técnicas ou e usar adequadamente estratégias
métodos que os alunos usam para para o ensino e, consequentemente,
adquirir a informação e os professores aprendizagem. Dessa forma, optam
como sequências de procedimentos pelos métodos tradicionais contrapondo
ou atividades que se escolhem com as contribuições das teorias sócio
o propósito de facilitar a aquisição, construtivistas, já estudadas nesta
o armazenamento e/ou a utilização disciplina, que valorizam as interações
da informação. As estratégias de diversas com os objetos de estudo.
aprendizagem podem ser consideradas O professor como mediador desse processo
como qualquer procedimento adotado deverá propor e coordenar estratégias
para a realização de uma determinada que proporcionem uma apropriação
tarefa (DA SILVA; SÁ, 1997). ativa e consciente dos alunos acerca
Quanto mais recursos forem empregados dos conteúdos propostos. Por isso,
na transmissão de uma informação, como já vimos, a ação docente não está
melhor ela se fixará na memória de longa nem deveria estar restrita uma simples
133/174 Unidade 7 • Uso de Estratégias de Aprendizagem e a Percepção do Ambiente de Aprendizagem
exposição de conteúdos. Porém, necessita 1 Estratégias de Aprendizagem
do domínio de técnicas diversificadas.
A implementação de estratégias de Apresentamos um resumo das estratégias
aprendizagem em sala de aula é uma das de ensino-aprendizagem organizadas e
soluções mais eficazes para: adaptado de Anastasiou; Alves (2007);
• engajar ativamente os estudantes em Marion e Marion, 2006 e Bravo, 2009,
seus processos de aprendizagem; que podem ser conferidas no site: <http://
estrategiasensinoaprendizagem.blogspot.
• contribuir para a formação de
com.br/2011/06/ensino-aprendizagem.
profissionais mais criativos.
html>
O uso de estratégias de aprendizagem irá
favorecer a aprendizagem ativa por parte
do aluno. Aprendizagem ativa é qualquer
processo através do qual o estudante deixa
de ser audiência para ser o ator principal
do seu processo de aprendizagem.
É qualquer método instrucional que
engaja os estudantes em seu processo de
aprendizagem.
134/174 Unidade 7 • Uso de Estratégias de Aprendizagem e a Percepção do Ambiente de Aprendizagem
Quadro 5 – Estratégias de aprendizagem

135/174 Unidade 7 • Uso de Estratégias de Aprendizagem e a Percepção do Ambiente de Aprendizagem


136/174 Unidade 7 • Uso de Estratégias de Aprendizagem e a Percepção do Ambiente de Aprendizagem
137/174 Unidade 7 • Uso de Estratégias de Aprendizagem e a Percepção do Ambiente de Aprendizagem
Fonte: Adaptado de Warr e Allan (1998)
138/174 Unidade 7 • Uso de Estratégias de Aprendizagem e a Percepção do Ambiente de Aprendizagem
Em resumo, o docente utiliza-se de desejo de aprender. Lembre-se de que um
estratégias para introduzir um conceito, professor motivado influencia o estudante.
sensibilizar ou sistematizar o conteúdo
de forma que os estudantes posam 2 As Cinco Mentes do Futuro
pensar sobre o conceito, exercitar a
argumentação e aplicá-lo em outras Como citamos na aula desta unidade,
situações. Independente das estratégias, Howard Gardner, responsável pela teoria
que necessitam de uma leitura e preparo das múltiplas inteligências, apresenta, em
do docente, existem algumas sugestões seu livro Cinco mentes para o futuro, uma
simples, como: crie um acesso virtual boa reflexão que pode auxiliar a analisar,
com os alunos, use e abuse de recursos escolher e definir o uso das estratégias para
visuais como fotos, objetos e gráficos. o ensino e aprendizagem. Vamos pensar em
Negocie regras para o desenvolvimento formar profissionais e pessoas que tenham
de trabalhos propostos e nunca faça a mente:
comparações e/ou avaliações negativas e 1. Disciplinada: aquela que dominou
ameaçadoras à autoestima dos estudantes. pelo menos uma forma de pensar
Lembrando que queremos manter o grupo – um modo distintivo de cognição
motivado, ou seja, interessado e com que caracteriza uma determinada
139/174 Unidade 7 • Uso de Estratégias de Aprendizagem e a Percepção do Ambiente de Aprendizagem
disciplina acadêmica, um ofício ou uma profissão. Essa mente sabe como trabalhar de
forma permanente, ao longo do tempo, para melhorar a habilidade e o conhecimento.

Então, se quisermos mudar a mente dos aprendizes, se quisermos que


eles usem as descobertas feitas por acadêmicos disciplinares ao longo
dos séculos, precisamos dedicar anos a educar os alunos nos segredos
das disciplinas. Da minha perspectiva esta é a principal razão de se
permanecer na escola (GARDNER, ANO, p.)
2. Sintetizadora: recebe informações de diversas fontes, entende e avalia objetivamente
essas informações e as reúne de maneira inteligível.

Sintetizar o atual estado de conhecimento, incorporar novas descobertas


e delinear novos dilemas fazem parte integrante do trabalho de qualquer
profissional que deseja permanecer atualizado em seu ofício. (GARDNER,
ANO, p.)

140/174 Unidade 7 • Uso de Estratégias de Aprendizagem e a Percepção do Ambiente de Aprendizagem


3. Criadora: é aquela que a partir próprios de forma generosa para a
da disciplina e da síntese rompe melhoria de todos. “O homem não
barreiras: apresenta novas ideias, tece a teia da vida: é antes um dos
propõe questões desconhecidas, seus fios. O que quer que faça a essa
evoca formas inéditas de pensar, teia, faz a si próprio” (Letter From
chega a respostas inesperadas. Está Chief Seattle to President Pierce,
pelo menos um passo adiante. 1885, p.).
4. Respeitosa: observa e acolhe Estude, renove e ouse nas estratégias
diferenças entre seres humanos em suas aulas!
e entre grupos humanos, tentam
entender esses “outros” e busca
trabalhar de forma eficaz com eles.
Todos estamos interligados!
5. Ética: reflete sobre a natureza
do próprio trabalho e sobre as
necessidades e os desejos da
sociedade em que vivemos. Como
trabalhar além dos interesses
141/174 Unidade 7 • Uso de Estratégias de Aprendizagem e a Percepção do Ambiente de Aprendizagem
Glossário
Aprendizagem ativa: é qualquer processo através do qual o estudante deixa de ser audiência
para ser o ator principal do seu processo de aprendizagem. É compreendido como qualquer
método instrucional que engaja os estudantes em seu processo de aprendizagem.
Estratégias de aprendizagem: são técnicas ou métodos que os alunos usam para adquirir a
informação e os professores como sequências de procedimentos ou atividades que se escolhem
com o propósito de facilitar a aquisição, o armazenamento e/ ou a utilização da informação.
Recursos: quanto mais recursos forem empregados na transmissão de uma informação, melhor
ela se fixará na memória de longa duração.

142/174 Unidade 7 • Uso de Estratégias de Aprendizagem e a Percepção do Ambiente de Aprendizagem


?
Questão
para
reflexão

Selecione quatro estratégias de aprendizagem que será


incluída em seu plano de aula, considerando a proposta
de desenvolver mentes para o futuro.

143/174
Considerações Finais

Crie situações imaginárias para vencer o medo ou a ansiedade dos


estudantes para comprometer-se com o conteúdo da disciplina e/ou curso;
renove e ouse nas estratégias em suas aulas;
use recursos para garantir uma aprendizagem significativa como fazer
associações, escrever um slogan, oferecer um problema a cada dia, ilustrar
sempre com imagens variadas as aulas;
envolver ativamente os estudantes em seus processos de aprendizagem para
contribuir para a formação de profissionais mais criativos.

144/174
Referências

ARAÚJO, J.B.; CHASWICK, C. Aprender e Ensinar. 9. ed. Brasília: IAB, 2008.


BOMFIN, DAVID. Pedagogia no treinamento: correntes pedagógicas no ambiente de
aprendizagem nas organizações. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004.
BRORUCHOVITCH, Evely. Estratégias de aprendizagem e desempenho escolar: considerações
para a prática educacional. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S0102-79721999000200008>. Acesso em: 15 de janeiro de 2016.

CARDOSO, L. R. Uso de estratégias de aprendizagem e suas relações com metas de realização:


um estudo no ensino superior. In: Uso de estratégias de aprendizagem e suas relações com metas
de realização: um estudo no ensino superior, 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S1984-02922013000300008>. Acesso em: 15 de janeiro de 2016.

DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez, 1998.


HERNÁNDEZ, Fernando. Transgressão e mudança na educação: os projetos de trabalho. Porto
Alegre: Artmed, 1998.

145/174 Unidade 4 • Teoria Cognitiva e Sociocognitiva


Assista a suas aulas

Aula 7 - Tema: Uso das Estratégias de Aprendi- Aula 7 - Tema: Uso das Estratégias de Aprendiza-
zagem - Bloco I gem - Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/pA-
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f- piv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/bae-
1d/5e531176c3cbe3d94089b3db8ec06912>. 4e238ef80b408c444d298a74c7215>.

146/174
Questão 1
1. O que são estratégias de aprendizagem?

a) Estratégias de aprendizagem são técnicas ou métodos que os alunos usam para adquirir
a informação e os professores como sequências de procedimentos ou atividades que se
escolhem com o propósito de facilitar a aquisição, o armazenamento e/ ou a utilização da
informação.
b) Estratégias são recursos motivacionais para a aprendizagem dos alunos.
c) Estratégias de aprendizagem são técnicas.
d) Não há estratégias de aprendizagem para o ensino superior.
e) Estratégias de aprendizagem são de responsabilidade do aluno.

147/174
Questão 2
2. Como definimos a aprendizagem ativa? Escolha duas respostas
corretas:

a) Aprendizagem ativa é qualquer processo através do qual o estudante deixa de ser


audiência para ser o ator principal do seu processo de aprendizagem.
b) Aprendizagem ativa é qualquer método instrucional que engaja os estudantes em seu
processo de aprendizagem.
c) Aprendizagem ativa é algo individual.
d) Aprendizagem é a capacidade de o professor transmitir o seu conhecimento.
e) Aprendizagem acontece o tempo todo na vida.

148/174
Questão 3
3. No livro Cinco mentes para o futuro, encontramos uma boa reflexão
que auxilia a análise, escolha e definição do uso das estratégias para o
ensino e aprendizagem para formar mentes:

a) Criadora, disciplinada, sintetizadora, respeitosa e ética.


b) Autônoma, disciplinada, criadora e ética.
c) Autodesempenho, relacional, lúdica.
d) Criadora e competente.
e) Disciplinada, respeitosa, ética e cuidadosa.

149/174
Questão 4
4. Identifique as estratégias de aprendizagem que favorecem uma
aprendizagem ativa e direcionada para o futuro a serem utilizadas pelo
professor.

a) Demonstrar o conteúdo por meio de ações.


b) Estabelecer metas individuais e dar atenção ao aluno, mostrando que se importa com o
progresso dele.
c) Relacione o conteúdo das aulas com as questões sociais emergentes do país.
d) Mostre entusiasmo e seja um animador.
e) Utilizar vídeos.

150/174
Questão 5
5. Em caso de emergência docente (momento em que os estudantes
estejam dispersivos), quais recursos estratégicos o professor poderá
utilizar para motivar o aluno, despertando seu compromisso com a
disciplina?

a) Não fique muito tempo na mesma posição, movimentando-se a cada cinco minutos.
b) Saiba ouvir, pergunte e ouça com atenção, demonstre seu interesse.
c) Faça a sua aula repleta de surpresas.
d) Direcione o olhar aos estudantes que mais atrapalham.
e) Use sinais sonoros.

151/174
Gabarito
1. Resposta: A. 3. Resposta: A.

Estratégias de aprendizagem são técnicas As mentes para o futuro identificadas


ou métodos que os alunos usam para por Gardner alertam para uma escolha
adquirir a informação. São extremamente diferenciada de estratégias para o ensino-
úteis aos professores para a organização aprendizagem. Não é viável continuar
de sequências de atividades, auxiliando os usando recursos que não contribua
estudantes no processo de aprendizagem. socialmente no futuro.

2. Resposta: A. 4. Resposta: B.
A implementação de estratégias de Todas as estratégias simples demonstradas
aprendizagem ativa em sala de aula é nessa questão poderão fazer muita
uma das soluções mais eficazes para: diferença no nível motivacional dos
engajar ativamente os estudantes em seus estudantes.
processos de aprendizagem para contribuir
para a formação de profissionais mais
criativos

152/174
Gabarito
5. Resposta: B.

Veja outras dicas importantes nas


videoaulas.

153/174
Unidade 8
Estratégicas Cognitivas e Metacognitivas

Objetivos

1. Introduzir o conceito de
metacognição.
2. Sugerir estratégias para o docente
orientar o processo de pensar sobre o
pensamento.
3. Apresentar uma sugestão para uma
aula que privilegie a metacognição.

154/174
Introdução

Vamos retomar a definição de cognição: conhecer-se a si mesmo e de autorregular


refere-se a um tipo específico de a própria aprendizagem, isto é, planificar
representação dos objetos e fatos (isto estratégias para cada situação, aplicá-las
é, representações proposicionais) e, facilitando a educação da própria pessoa e,
num sentido lato, a qualquer tipo de como consequência, detectar as possíveis
representação da informação proveniente falhas do indivíduo. Implica ser capaz de
do meio, incluindo todos os tipos de tomar consciência do funcionamento de
representações multidimensionais (Ex.: nossa maneira de aprender e compreender
imagens espaciais). os fatores que explicam que os resultados
A metacognição diz respeito, entre outras de uma atividade, sejam positivos ou
coisas, ao conhecimento do próprio negativos.
conhecimento, à avaliação, à regulação Metacognição significa “pensar sobre o
e à organização dos próprios processos próprio pensamento”, o que ocorre por
cognitivos. As metacognições podem meio da reflexão sobre a maneira como
ser consideradas cognições de segunda se aprende. Pode-se repensar sobre os
ordem: pensamentos sobre pensamentos. processos de pensamento individual. A
Conceitua-se, então, a metacognição metacognição tem vários aspectos, sendo
como a capacidade de um indivíduo de que alguns incluem consciência do nosso
155/174 Unidade 8 • Estratégicas Cognitivas e Metacognitivas
modo preferencial de aprendizagem, aprendizagem, dentro e fora da escola.
compromisso com as tarefas e persistência Por meio da consciência metacognitiva,
na sua realização, estabelecimento o aluno é estimulado a fazer escolhas,
de objetivos, atitudes em relação à aprimorando o seu desempenho escolar.
aprendizagem, correr riscos e prestar
atenção. 1 A Atuação Docente
Por meio de reflexões, discussões e
Como poderá o professor auxiliar o aluno
questionários, o aluno é levado ao
neste processo? Lembrar que pensar sobre
autoconhecimento como aprendiz, ou o próprio pensamento não é uma atividade
seja, o uso diferenciado de estratégias que esperada apenas no ensino superior,
favoreçam a auto-observação e a própria mas em todo o processo educacional. A
percepção de sua aprendizagem, permitem seguir, uma sugestão de aula com vista à
um aperfeiçoamento como também uma metacognição:
tomada de consciência.
a) O professor faz uma introdução
Nesse processo, ocorre um continuum a uma habilidade ou processo
planejamento, uma previsão e de pensamento demonstrando
monitoramento para aprender a a importância de levá-lo a cabo
autorregular junto às situações de corretamente;
156/174 Unidade 8 • Estratégicas Cognitivas e Metacognitivas
b) o professor guia com diretrizes Como ilustração, utilizamos a
explícitas os alunos na prática correta representação de uma escada que auxilia
do raciocínio em vez de aprender tanto o aluno como o professor no
conceitos, dados e procedimentos exercício do pensar. Frente a um conteúdo
dos conteúdos curriculares; apresentado e estudado, quatro perguntas
podem ser feitas. Imagine uma escada
c) o professor faz perguntas reflexivas com quatro degraus que permitam a sua
que ajudam os alunos a distanciarem- escalada a partir das respostas às questões
se do que estão pensando, de modo apresentadas:
que possam avaliar a maneira como
1. Estou consciente do meu
o fazem e desenvolver um plano para
pensamento? (auto-observação e
fazê-lo corretamente;
tomada de consciência).
d) o professor reforça as estratégias 2. Que passos dei para isso?
de pensamento, proporcionando (identificação do processo interno
oportunidades aos estudantes que realizei para aprender o novo).
para levar a cabo o mesmo tipo de
3. Para que isso me serviu? (visão
raciocínios por si mesmos. estratégica do para quê ao invés do
somente por quê).

157/174 Unidade 8 • Estratégicas Cognitivas e Metacognitivas


4. Em que outras ocasiões poderei Faça uso nas aulas de perguntas
utilizar esse conhecimento? inovadoras e provocativas, incentive a
(aplicabilidade e memória de longa criação de projetos interdisciplinares e
duração). transdisciplinares, envolva os alunos em
desafios por meio de simulações, estudos
de casos, um debate e até mesmo um júri
simulado. Situações que irão envolver os
estudantes a pensar sobre o conteúdo e
exercitar o pensar, aprender a aprender,
como fazer para aprender e como se faz
Use sempre essa escada imaginária para para fazer.
conferir a efetividade da disciplina e a
promoção da auto-observação acerca da 2 Estratégias Metacognitivas
aprendizagem.
Aqui, apresentamos algumas estratégias
Esse processo contínuo ocorre com a metacognitivas para a docência:
utilização de estratégias que permitem
uma reflexão que nos leve à metacognição. • Inclua exercícios que auxiliem a
organização das tarefas.
158/174 Unidade 8 • Estratégicas Cognitivas e Metacognitivas
• promova aprendizagem duradoura • ajude os estudantes a reconhecer
que leve a resultados eficazes o percurso de sua aprendizagem e
utilizando estratégias para além da reorganizá-la.
sala de aula;
• minimize as deficiências do ensino
médio, estimulando o aluno a pensar
e identificar suas metas;
• auxilie o estudante a compreender
e controlar seu processo de
aprendizagem;
• promova uma comparação do
desempenho acadêmico por semestre
por meio de feedback;
• auxilie a identificação dos
pontos fracos e fortes e use seu
conhecimento sobre os fatores
motivacionais;
159/174 Unidade 8 • Estratégicas Cognitivas e Metacognitivas
Figura 4 – Aprendizado

APRENDER A APRENDER A APRENDER A APRENDER A


CONHECER: FAZER: VIVER COM OS SER:
- CULTURA GERAL - RELACIONAR– SE EM
OUTROS: - AGIR COM
ESPÍRITO GRUPO AUTONOMIA
- RESOLVER SABER COMPREENDER
- INVESTIGATIVO - EXPRESSAR
PROBLEMAS O OUTRO
VISÃO CRÍTICA OPINIÕES
- QUALIFICAR–SE SABER RESOLVER
- APRENDER A - ASSUMIR
PROFISSIONALMENTE CONFLITOS
APRENDER RESPONSABILIDADES
RESPEITO
PESSOAIS
AO OUTRO

Fonte: do Autor (2016)

160/174 Unidade 8 • Estratégicas Cognitivas e Metacognitivas


Glossário
Metacognição: é a capacidade que tem um indivíduo de conhecer a si mesmo e de autorregular
a própria aprendizagem, isto é, planificar estratégias para cada situação, aplicá-las facilitando
a educação da própria pessoa e, como consequência, detetar as possíveis falhas do indivíduo.
Metacognição: implica ser capaz de tomar consciência do funcionamento de nossa maneira
de aprender e compreender os fatores que explicam que os resultados de uma atividade, sejam
positivos ou negativos.
Consciência metacognitiva: quando o aluno é estimulado a fazer escolhas, tomar consciência
de seu desempenho escolar.

161/174 Unidade 8 • Estratégicas Cognitivas e Metacognitivas


?
Questão
para
reflexão

Reflita sobre as estratégias metacognitivas que você


como docente tem utilizado em suas aulas. Elabore
um quadro com algumas sugestões para incluir em seu
planejamento.

162/174
Considerações Finais

Para garantir a aprendizagem com reflexão, que nos leve à metacognição,


devemos incluir em nossas aulas estratégias como:
• perguntas que permitam o pensar;
• projetos profissionais e sociais;
• desafios;
• simulações;
• estudo de caso;
• debate ou júri simulado;
• exercícios individuais para acompanhamento do progresso.

163/174
Para saber mais
Metacognição

<www.metacognicao.com.br>

Aqui você pode acompanhar o caminho


percorrido pelo grupo de pesquisadores,
obter dicas de leituras, vídeos, sites, eventos,
bibliografia. Afinal, esse é um tema motivador!

164/174 Unidade 8 • Estratégicas Cognitivas e Metacognitivas


Referências

ANDRETTA, Ilana; et all. Metacognição e Aprendizagem: como se relacionam? Psico, Porto


Alegre, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. v.41, n.1, jan.-mar. 2010.
ARAUJO,J.B.;CHASWICK,C. Aprender e Ensinar. 9. ed. Brasília. IAB, 2008
DELOURS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez, 1998.
MAYOR, J., SUENGAS, A, MARQUÉS, J. Estratégias Metacognitivas. Aprender a Aprender y
Aprender a Pensar. Madrid: Síntesis, 1995.
PORTILHO, Evelise Maria Labatut. Um olhar sobre a metacognição na aprendizagem. Revista
Olho Mágico. Porto Alegre, RS. Ano 6 (2004).
RIBEIRO, Célia. Metacognição: um apoio ao processo de aprendizagem. Psicologia: reflexão e
crítica 16.1, p. 109-116, 2003.

165/174 Unidade 8 • Estratégicas Cognitivas e Metacognitivas


Assista a suas aulas

Aula 8 - Tema: Estratégias Cognitivas e Meta- Aula 8 - Tema: Estratégias Cognitivas e Metacog-
cognitivas - Bloco I nitivas - Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
e0ad8eee003da443a4e8dd3ca608a0a3>. f8b04b551c4b3913565baa81debba904>.

166/174
Questão 1
1. Como podemos considerar as metacognições?

a) Processo de aprendizagem que ensina a pensar


b) Metacognições relacionadas a uma concepção de ensino.
c) Uma capacidade extrínseca.
d) Metacognição está relacionada às metas de autorealização.
e) Metacognição está relacionada à autoestima.

167/174
Questão 2
2. Considerando que a metacognição significa “pensar sobre o próprio
pensamento”, como isso pode ocorrer em sala de aula?

a) Quando há atendimento às necessidades do professor.


b) Está relacionada ao horário de aula.
c) Considera o uso diferenciado de estratégias que favoreçam o auto-observação e a própria
percepção de sua aprendizagem.
d) Quando há um uso de recursos virtuais, pois é moderno.
e) Quando há planejamento do professor

168/174
Questão 3
3. Aprender a aprender, a fazer, conviver e a ser constituem um
referencial para a um plano de ensino e aprendizagem. Como são
identificados na área educacional?

a) Pilares da Terra.
b) Pilares da Educação.
c) Pilares da Motivação.
d) Pilares da Aprendizagem.

169/174
Questão 4
4. Por que estudar e conhecer as estratégias metacognitivas para a
docência?

a) Para promover resultados eficazes no futuro.


b) Para auxiliar o estudante a estudar o conteúdo da disciplina.
c) Para minimizar as deficiências do ensino médio.
d) Para ajudar os estudantes a reconhecer o percurso de sua aprendizagem e reorganizá-la.
e) Para controlar o curso e os conteúdos.

170/174
Questão 5
5. Existe diferença entre estratégias de aprendizagem e estratégias
metacognitivas?

a) Não, ambas objetivam a promoção da aprendizagem e motivação do aluno.


b) Sim, pois diferem quanto aos objetivos propostos.
c) Não, pois são recursos para motivar.
d) Sim, pois a primeira destina-se ao professor e a segunda aos alunos.
e) Não, pois são diferentes teorias.

171/174
Gabarito
1. Resposta: A. 3. Resposta: B.

Consideramos que as metacognições Pilares da Educação, presentes no Relatório


podem ser consideradas cognições de Delours no livro Educação: um tesouro a
segunda ordem: pensamentos sobre descobrir, editora UNESCO. Esses pilares
pensamentos, pois faz parte do processo constituem os pilares para a elaboração de
cognitivo. projetos, planos educacionais em todos os
segmentos.
2. Resposta: C.
4. Resposta: D.
Por meio da consciência metacognitiva,
o aluno é estimulado a fazer escolhas, Conhecer sobre metacognição contribui
aprimorando o seu desempenho escolar. para que o professor reveja suas técnicas
Esse processo favorece a auto-observação de ensino, ampliando o seu acervo de
e percepção de sua aprendizagem. estratégias que focam estas intenções.
Atuar, portanto, como um organizador de
oportunidades para o aprender, que implica
muito mais do que assistir aulas, realizar
trabalhos e memorizar dados.
172/174
Gabarito
5. Resposta: A.

Nas estratégias metacognitivas, o


professor guia com diretrizes explícitas
os alunos na prática correta do raciocínio
em vez de aprender. O professor faz
perguntas reflexivas que ajudam os alunos
a distanciarem-se do que estão pensando,
de modo que possam avaliar a maneira
como o fazem e desenvolver um plano
para fazê-lo corretamente. As estratégias
de aprendizagem são recursos didáticos
para apresentar, sistematizar, desenvolver
competência, entre outras habilidades. A
diferença é envolver aluno no exercicio de
pensar sobre seu pensamento e assumir a
responsabilidade pela sua aprendizagem.

173/174

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