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Aula/Texto 6 - Psicologia de Aprendizagem Docente: JS REGINALDO, PhD_EC/PsicP.

A Motivação e a Psicologia de Aprendizagem


Ao terminar esta lição, deverá ser capaz de: definir a motivação; diferenciar Motivo e Motivação; explicar
os tipos de motivação; mencionar os factores que podem influenciar a motivação; Identificar estratégias que
estimulem a motivação nos alunos.
Conceito:
A palavra motivo significa algo que faz mover; actua como é uma condição interna que leva o
indivíduo a persistir num comportamento orientado para uma determinada finalidade. O motivo
muitas vezes é causa das acções e manifestações (in)voluntárias. Em consequência, motivar
significa provocar movimento, actividade no indivíduo. Sendo, portanto, considerado como um
processo que conduz tais condições e ou manifestações.
A motivação é um processo que se desenvolve no interior do indivíduo e o impulsiona a agir
mental ou fisicamente em função de alguma manifestação. A motivação resulta no interesse,
concentração da atenção, actividade produtiva e eficiente da classe. A falta de motivação conduz
a problemas disciplinares, aborrecimento, fadiga e aprendizagem pouco eficiente.
Só aprende quem quer aprender. Esta é a primeira lei da educação. Você pode, talvez, ensinar uma
pessoa contra sua vontade. Fazer isso, porém não é aconselhável. A esse desejo de aprender os
educadores e psicólogos chamam motivação.
A motivação envolve duas esferas: (1) saber o que se deve aprender e (2) entender por que tal
aprendizagem é conveniente. Se houver esses dois elementos da motivação, o processo da
aprendizagem pode ter um bom início.
A compreensão do valor da motivação passa por reflectir em volta sua própria experiência. P.ex:
Talvez tenha acompanhado um amigo a uma conferência na qual você não tivesse o menor interesse, e,
além disso, não visse nenhuma utilidade nem para si mesmo nem para o seu trabalho. Você sentou-se,
ouvindo atenciosamente, mas sem entusiasmo e sem interesse. Ao reflectir sobre tal experiência, o que
“você” acredita que tenha mudado em seu comportamento em consequência desta experiência?
“Provavelmente nada”.
Confronte essa experiência com outra. “Você” tem uma oportunidade de progredir. Isso
significa elevação de status, melhor salário, melhores condições de trabalho. O supervisor reúne
um grupo de possíveis candidatos para este posto. Você é um deles. A palestra começa. Desta
vez “você” não tem nada de apático. “Você” ouve atentamente. Captar cada palavra, reflectir
sobre elas significam seu futuro. Em tal situação não há dúvida quanto à sua motivação. Trata-se
de uma palestra, como a outra que “Você” assistiu, mas que diferença de reacção / “Você” está
motivado, não há dúvida; está motivado porque quer aprender.
Os psicólogos acreditam que algum tipo de motivação seja talvez o único elemento mais
importante para uma aprendizagem eficiente. Sendo, no entanto, o factor que impulsiona para
uma situação na qual outros factores do processo de aprendizagem podem começar a operar e
finalmente combinar-se para levar a eleito a aprendizagem chamada significativa.
Tipos de motivação na aprendizagem escolar
A) Com referência ao objecto da aprendizagem, isto é, a matéria a ser aprendida, a motivação
classifica-se em:
• Motivação intrínseca: é inerente ao objecto da aprendizagem, a matéria a ser aprendida, a
actividade a ser executada, não dependendo de elementos externos para actuar na
aprendizagem. Cabe o professor apontar aos alunos os aspectos significativos da matéria a ser
estudada para desperta os motivos próprios do estudante, que se vai dedicar ao estudo da
mesma.
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• Motivação extrínseca: é a motivação externa à própria actividade da aprendizagem, não


resulta do interesse da matéria em si. É determinada por factores externos à própria matéria a
ser aprendida.
B) Quanto aos efeitos produzidos, a motivação pode ser de dois tipos:
• Positiva: é a motivação que resulta do emprego de recursos motivadores que não cria
perturbações na personalidade do aprendiz com, por exemplo, o elogio, o envolvimento do ego
(o estudante sente e aceita um certo desafio).
• Negativa: é a motivação que conduz a aprendizagem, sendo contudo, antipsicológica e
deseducativa, porque trás perturbações à personalidade do aluno. Por exemplo, o castigo, a
ameaça, constituem incentivos eficazes, mas levam o aluno a se tornar inseguro, tímido,
violento, etc.

Funções da Motivação
• Função energética: com o espírito concentrado e a atenção polarizada no valor a ser alcançado,
o indivíduo intensifica sua actividade, (re)duplica suas energias e esforços para conquistá-lo;
• Função direccional: em função do valor apreendido, o indivíduo imprime uma direcção
definida a todos os seus actos e trabalho, até atingir a meta desejada;
• Função Selectiva: a apreensão do valor leva o indivíduo a concentrar a atenção no campo
específico de interesse criado pelo valor, afastando distrações, excluindo procedimentos
operacionais inúteis; e
• Função de equilíbrio e integração da personalidade: a assimilação de novos valores possibilita
uma melhor integração da personalidade e o adequado ajustamento às exigências sócio-
culturais e outras.

Regras de motivação dos alunos


• Finalidades: com foco na colocação precisa dos objectivos da aula;
• Clareza e sustentabilidade: no uso das estratégias indutiva-dedutiva e meios de ensino que
promovam a motivação;
• Suporte do aprendizado (reforço): considerar as contribuições dos alunos; promover o
raciocinar com lógica e coerência;
• Avaliação: emprego frequente de testes ou outros processos de verificação da
aprendizagem
• Divulgação: dos conhecimento adquiridos vs. resultados do trabalho

Alguns elementos básicos a serem tomados em consideração na motivação no PEA


1. Atenção
A atenção define-se como o estado psíquico que consiste na orientação da actividade psíquica
para um objecto com inibição das outras zonas do cérebro.
Tipos de Atenção:
- Voluntária: forma-se de forma intencional para certos objectos e finalidades; e
- Involuntária: é provocada por estímulos fortes do exterior ou do interior.
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Distração: surge quando o indivíduo não consegue a sua atenção para um objecto. Há
instabilidade da actividade psíquica que se manifesta em vários objectos, não se concentrando
num único.
A concentração focaliza toda a intensidade de sua atenção numa situação específica de
aprendizagem. A motivação é claro, dá suporte nesse processo de focalização; mas a natureza
altamente energética da concentração é fundamental. Não confunda, por exemplo, o simples
prestar atenção com a complexidade da concentração. Fazer essa confusão é perder o sentido
das coisas e deixar de compreender o carácter singular da concentração.
Concentração produz resultados. Há bastante diferença, por exemplo, entre a quantidade da
aprendizagem que uma pessoa adquire num período de treinamento, quando apenas presta
atenção, e quando se concentra totalmente no que está sendo apresentado pelo professor. Você
está realmente aprendendo quando devota toda a energia mental que possui, na aprendizagem,
de um determinado assunto.
Infelizmente, a relação entre aprendizagem e atenção não é directamente proporcional.
Cinquenta por cento de atenção não resulta em cinquenta por cento de aprendizagem e assim
por diante. Aliás, a curva da aprendizagem desce na maior parte do período de pouca atenção e
sobe abruptamente nos limites máximos da concentração. Onde a simples atenção cessa e
começa a concentração, a curva sobe quase verticalmente; a partir daí, quanto mais intensa a
concentração, mais rápida e eficiente a aprendizagem.
Na ausência de concentração, o material apresentado tende a fixar-se apenas vagamente. A
impressão pode ser suficientemente clara para a pessoa entender o que está sendo visto ou
ouvido, mas não suficientemente forte para causar impressão vivida e duradoura.
Todos tivemos a experiência de ler uma página inteira, palavra por palavra, sem reter o mínimo
do que se leu. Essa condição resulta, com frequência, da falta de concentração e ilustra a
importância desse factor em todo o processo de aprendizagem.
Regras de manutenção da atenção na sala de aula
• Colocar os objectivos da aula;
• Utilizar métodos que promovam o raciocínio do aluno;
• Utilizar meios de ensino considerando o contraste, as formas, as cores, o tamanho;
• Entoação da voz de forma variada consoante a importância;
• Variar as actividades dos alunos;
• Chamar atenção aos alunos verbalmente;
• Dar intervalo aos alunos;
Aptidão
O aluno deverá estar apto para aprender. Se a matéria ensinada está em nível demasiadamente
elevado deve ser dada uma instrução preparatória, visando prepará-lo para assimilação do
assunto em nível mais elevado. Deve-se evitar a sobre-exigência (exigir acriança mais do que é
capaz de fazer) ou sub exigência (exigir a criança menos do que está em condições de realizar na
base do seu estádio de desenvolvimento).

Tarefa individual:
Elaborar o resumo da sessão (em 2 páginas) e apresentar, assim como descrever as dimensões da
concentração e intensidade, recorrendo a um exemplo ou a uma situação prática/específica de
aprendizagem.

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