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SUMÁRIO
Apresentação
UNIDADE I - Motivação e desempenho escolar
Por que começo, contínuo e termino uma atividade ou deixo de fazê-la?
Aprendizagem e motivação;
Aprendizagem significativa;
Processo de Ensino-Aprendizagem;
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O professor como transmissor de valores;
O professor como membro de uma equipe;
Metodologia motivadora;
Fatores motivacionais;
Estratégias de aprendizagem dos alunos;
Utilização didática do erro;
Medidas organizacionais para ajudar a motivação e a
aprendizagem;
Técnicas de Motivação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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APRESENTAÇÃO
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UNIDADE I
MOTIVAÇÃO E DESEMPENHO ESCOLAR
Por que Começo, contínuo e termino uma atividade ou deixo de
fazê-la?
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Pode ficar tenso ao perceber que não é capaz de acompanhar
a explicação e pensar que vai ter dificuldades com essa
matéria.
Pode ocorrer que, mesmo entendendo a explicação, não veja
importância no que é explicado.
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E, sobretudo, uma vez que é chave para poder ajudar aos
alunos, de que dependem que os alunos adotem
preferencialmente um tipo ou outro de padrão?
A resposta à primeira pergunta é afirmativa.
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“havia”. nota?) nos resultados e
A: Obrigado, não vou mais considera o professor
esquecer. um juiz hostil.
Mas como vou saber se se (Voltando para seu lugar e O aluno A procura a
trata de um verbo ou dirigindo-se a um colega): O informação que lhe
outro? que ele falou para você? permita aprender;
Prof.: Se substituir “havia” Corrigiu-lhe quatro erros? A enquanto o aluno B
por “existiam”, o sentido mim só um. procura uma que lhe
continua o mesmo. permita salvar sua auto-
estima.
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Ao contrário, o aluno que tende a conservar sua auto-estima
diante dos outros, começa encarando a tarefa de outro modo. Antes
de tudo, ao se pôr a tarefa, está alerta principalmente à
possibilidade que tem de realizá-la corretamente:
“Sou capaz de entender sem problemas?
Aprendo com facilidade?
Sei resolver esse tipo de problema?”
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grande esforço, porque então, a única conclusão a que se chega é
que não se tem valor.
O segundo ditado a que nos referimos é: “Quem persevera
alcança”. Como se pode comprovar, esse ditado encerra uma idéia
diametralmente oposta à anterior.
Aqui, tudo se pode conseguir desde que se ponha o esforço
necessário para buscar e levar a termo a estratégia adequada. Essa
ideia favorece muito mais a motivação, a aprendizagem e as
conquistas escolares.
Se o êxito é uma questão de estratégia e dedicação, a
atenção se concentra nos passos dados, nos processos seguidos,
especialmente quando alguém se encontra em dificuldades. Não
importa - ao menos não tanto como no caso anterior que se
cometam erros ou que as coisas deem errado, porque se considera
que “errar é humano” e leva ao aprendizado.
A segunda razão para buscar determinada meta ao realizar a
atividade escolar é de outra ordem. É possível comprovar que
muitas vezes não se tenta aprender no sentido mais profundo do
termo, simplesmente porque não se sabe como fazê-lo, nem que
estratégias empregar para abordar um tema, superar uma
dificuldade ou resolver um problema.
Em contrapartida, quando um aluno não consegue resolver
um problema, mas sabe que deve buscar especificamente o que
não entende, seja num texto, num colega ou em outra parte, e que,
na ausência de ajuda externa, nunca deve dizer “Isto é muito difícil”,
mas perguntar-se “Como posso fazê-lo?” e ir tentando diferentes
hipóteses e modos de atuação, é mais provável que tenha êxito.
Nesse caso, a estratégia empregada será reforçada e com ela a
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idéia de que em se tentando, em maior ou menor medida, tudo se
consegue.
Inicio da Aula
Algo que todo professor deve conseguir no começo de uma
aula, como condição necessária para motivar seus alunos a
aprender, é atrair sua atenção despertando sua curiosidade e
interesse e mostrando a importância do que vão aprender.
Curiosidade
A curiosidade é uma atitude manifesta na conduta
exploratória, ativada pelas características da informação tais como
sua novidade, complexidade, caráter inesperado, ambiguidade e
variabilidade, aos quais o professor pode utilizar para atrair a
atenção dos alunos.
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Por exemplo, começar uma aula sobre pressão atmosférica
com alunos de 12 anos dizendo: “Hoje vamos falar das
características da atmosfera... uma delas é a pressão... etc.” e
continuar a explicação não é o mesmo que começar pedindo-lhes
que observem o que acontece quando enchem um copo de água,
tapam-no com a mão, viram- no, introduzem-no rapidamente em
outro recipiente com água e observam que o copo não se esvazia -
fenômeno que não ocorre se fazemos um orifício na parte posterior
do copo.
Interesse
Este termo faz referência ao fato de manter a tensão centrada
em algo - nesse caso o desenvolvimento de uma explicação ou de
uma tarefa, na medida em que a informação que se recebe pode
relacionar-se com o que já se sabe. Trata-se, pois, de um processo
diferente da curiosidade, a qual implica dirigir a atenção para um
fenômeno novo, incerto, surpreendente, seguido de uma atividade
orientada para a exploração dele que facilite seu conhecimento e
sua compreensão.
Uma vez que o interesse depende da facilidade com que a
informação se relaciona com o que já se sabe, é particularmente
motivador por um lado, o professor começar as aulas levando em
conta o que seus alunos sabem sobre o tema, bem como o ritmo
da exposição do professor deve permitir ao aluno assimilar seu
conteúdo e, finalmente, a informação se apresentar sempre que
possível com imagens concretas, especialmente se permitem ao
aluno estabelecer uma conexão com ele mesmo.
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Quando essas características não estão presentes, torna-se
mais difícil manter a atenção centrada na informação que se
recebe. Isso pode propiciar lacunas na compreensão que, como
assinalamos antes, desencadeiam frequentemente processos de
má adaptação como tensão, atribuição do problema à falta de
capacidade, etc.
Por esse motivo, parece claro que nós, professores, não
devemos deixar de examinar, de um lado, em que medida a forma e
o ritmo em que apresentamos a informação podem contribuir para
manter o interesse não só dos alunos mais rápidos, mas também
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em consequência, o esforço que empregará. A determinação do
significado de uma atividade depende ao menos de dois fatores:
Do grau em que o aluno é capaz de situar a tarefa no contexto
de que já sabe;
Do grau em que é capaz de determinar as implicações futuras
de sua realização.
Que o aluno seja capaz de ambas as coisas depende em boa
medida da atividade do professor. Esse pode ou não relacionar
explicitamente o conteúdo da matéria com as experiências,
conhecimento prévios e de valores dos alunos, na medida em que
os conhece por terem sido estabelecidos em aulas anteriores.
“Lembre-se que sem saber inglês cada vez é mais difícil arranjar
emprego”. (salientar a importância instrumental da tarefa
tendo em vista uma meta externa desejável).
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“Vejamos se somos capazes de aprender a contar a alguém o
que outra pessoa nos disse sem alterar o sentido”. (Salientar
o caráter de desafio da tarefa, algo ligado à antecipação da
experiência gratificante por dominar as capacidades e
habilidades necessárias para a realização), etc.
Se nós, professores, não utilizamos atividades que manifestem
a importância interna da aprendizagem almejada ou se as
mensagens utilizadas indicam que o que está em jogo é sair-se
bem ou mal diante dos outros, etc.
Em vez de gerar processos de enfrentamento
motivacionalmente adequados, ativam-se as ansiedades e as
estratégias de enfrentamento centradas mais na consecução ou
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etc. - pode variar de acordo com certas características que têm
repercussões importantes na motivação.
Referimo-nos ao grau de autonomia de que o aluno dispõe
para a realização de uma tarefa e ao tipo de interação entre os
alunos que tal tarefa requer.
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que nós mesmos escolhemos, do que quando fazemos algo que
nos é imposto.
O fato de os alunos aceitarem as atividades escolares como
algo próprio, se vê facilitado ou dificultado também quando nas
aulas se trabalha com base em projetos de desenvolvimento
pessoal, estratégia que nos Estados Unidos está começando a se
impor associada ao que se conhece como “Avaliação baseada em
portfólios”.
A idéia é a seguinte: o professor expõe as razões pelas quais
é interessante ser capaz de fazer algo: um tipo de produção escrita,
resolver um problema da vida real, problemas que implicam por
exemplo, o domínio de determinados princípios matemáticos, etc.
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assessoramento sobre a realização de cada etapa, etc. Isso não
significa que não haja aulas expositivas, mas não a priori.
Elas são planejadas nos momentos em que se prevê que a
maior parte dos alunos vai necessitar de um tipo de informação. A
avaliação orientada para facilitar aos alunos caminhos que lhes
permitam melhorar está associada a atividades diárias.
Quando é necessário avaliar, os alunos escolhem entre os
trabalhos realizados os que consideram suas melhores produções,
assinalando os critérios usados, e os apresentam para avaliação.
Então o professor assinala em que progrediram e em que não
progrediram e por que, e negocia com os alunos um novo projeto
que deve levar em conta os resultados alcançados no anterior.
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O modo de os alunos enfrentarem a atividade escolar ou a
maneira de se portarem diante dos outros, depende também, em
boa medida, de como professores e professoras organizam as
atividades em aula, promovendo entre eles interação de
cooperação (há professores que organizam os alunos em equipes
para fazer os trabalhos) ou de competição (às vezes se busca a
competição entre os alunos individualmente ou entre equipes), ou
não promovendo interação alguma (o que ocorre quando os alunos
trabalham sempre individualmente).
As diferentes formas de interação promovidas pelo professor têm
diferentes efeitos sobre a motivação.
A organização das atividades escolares em um contexto
competitivo é a que tem efeitos motivacionalmente mais
negativos para a maioria dos alunos. A razão principal é que
sempre há perdedores.
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para evitar que se percam por não terem capacidade de organizar-
se sozinhos.
Sobre esse ponto, Solomon e Goberson assinalam que
quando os alunos têm um guia claro sobre o que fazer, tendem a
se desmotivar menos, não se produzindo os efeitos negativos
anteriormente citados (por exemplo, tendência a deixar que outros
façam o trabalho).
Às vezes, no entanto, quando têm de realizar tarefas que
implicam certa atividade exploratória durante um tempo prolongado,
não é possível nem desejável um alto grau de estruturação. Nesses
casos, cabe especular, já que não há evidência a respeito que o
trabalho do professor há de ser o de facilitar formas de interação
positiva - ensinar a valorizar as observações de colegas por
pequenas que pareçam, mostrar efeitos negativos de atitudes
inadequadas sobre a aprendizagem individual e as conquistas
coletivas, etc.
Não entramos no tipo de ajuda que os membros do grupo
podem prestar-se entre si, ajuda cujo grau de elaboração
parece ser um dos fatores determinantes dos efeitos positivos da
colaboração entre iguais sobre a aprendizagem e o
desenvolvimento cognitivo. Trata-se mais de o professor elaborar
formas de apresentar a matéria, de reagir diante das exposições
dos outros e de realizar tarefas que evitem consequências
negativas para a motivação.
Quando os professores não agem desse modo, a tensão
criada pela não-aceitação dos demais faz aflorar o pensamento de
que “na situação de grupo vão me avaliar”, ativando-se, assim,
mecanismos para preservar a auto-estima e não aprender.
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Finalmente, é preciso assinalar que as atividades de
cooperação não se realizam no vazio, mas no contexto definido
pelo clima geral da aula, dependendo em grande medida da
atuação dos professores.
Quando esse clima é definido pela percepção do interesse do
professor em que cada aluno aprende, de que na aula reina a
ordem e há objetivos claros, de que o ritmo da aula é adequado e
de que não há favoritismos - tudo o que faz pensar na importância
motivacional do conteúdo das mensagens e instruções que os
professores dão a seus alunos, antes, durante e depois das tarefas
escolares - o uso de condições que dão lugar a efeitos negativos,
costuma ser uma forma de trabalho não só aceita, mas preferida
pelos alunos, com efeitos claros sobre sua motivação,
desenvolvimento cognitivo e rendimento.
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As mensagens que um professor transmite a seus alunos não
no começo de uma exposição, mas antes de realizar uma tarefa,
podem orientar sua atenção em diferentes direções. Podem, por
exemplo, sugerir que a tarefa é realmente importante para
diferentes tipos de metas, ao apresentá-la relacionando-a com
diferentes objetivos (por exemplo: “O importante é que vocês
aprendam a resolver problemas como estes”, “Estudem, que vão
desenvolver tais habilidades e competências, que vão ter uma
prova”, etc.).
Além disso, podem orientar a atenção dos alunos para o
processo em vez de somente para o resultado (“Não se preocupem
se o resultado não estiver correto; pensem principalmente nas
etapas seguidas, que logo voltaremos a elas”); podem ajudar a
estabelecer metas realistas (“Não é preciso fazê-lo perfeito neste
momento; fixem-se apenas...”); podem sugerir as estratégias
empregadas para realizar a tarefa, ajudando o sujeito a pensar e a
não ficar bloqueado. Por exemplo, na análise de um texto, o
professor pode dizer:
Ao final da Tarefa
Quanto às mensagens transmitidas pelo professor ao término
de uma tarefa, também podem ter repercussões motivacionais
variadas. O professor pode dizer simplesmente se a tarefa foi
corretamente realizada ou não. Ou, além disso, dizer: “Vamos nos
fixar nos passos que X deu para realizar a tarefa”.
“Lembrem-se de que o mais importante não é que a tarefa esteja
correta, mas que tenham aprendido o procedimento para resolver
esse tipo de problema”.
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Assim não vão chegar a lugar nenhum”) ou comparação com
os colegas (“A maioria de seus colegas fez melhor que você. Você
tem de melhorar”), mensagens que implicam uma ameaça contra a
auto-estima, contribuem para que os alunos não vejam as situações
escolares como oportunidades de aprender, mas como ocasiões
que o que está em jogo é a própria imagem, e isso, como já
assinalamos, desencadeia padrões de enfrentamento inadequados.
A interação de professores com seus alunos, no entanto, não
se limita ao que aqueles dizem a estes. O dito “Não fale tanto e
aprenda com o exemplo” aplica-se ao tema que nos ocupa.
Quando os professores dizem em voz alta o que pensam acerca
de seus próprios acertos e erros, suas preferências sobre o
trabalho, suas expectativas e outros aspectos de sua conduta, eles
se constituem em modelos dos quais os alunos aprendem o
interesse por aprender, como enfrentar uma dificuldade ou que não
convém errar diante dos demais.
Isso pode ser observado, por exemplo, nas seguintes
verbalizações ouvidas quando um professor tenta resolver um
problema: “Vejamos..., isto é fácil”. “Porque não consigo?” “Que
faço de errado? Vejamos...”.
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verbalizações. Pode argumentar-se, e é certo, que uma
verbalização isolada não tem maior importância.
Mas, se um professor manifesta sistematicamente com seus
exemplos diante dos alunos que o que conta é preservar a própria
imagem mais que aprender, é pouco provável que seus alunos
atuem de modo diferente. Assim, pois, o exemplo que os
professores dão sobre suas metas é outro fator determinante da
motivação que deve ser objeto de reflexão e mudança se se quer
melhorar a motivação dos alunos.
UNIDADE II
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O último, mas talvez o mais importante dos fatores que
condicionam a motivação ou desmotivaçao dos alunos diante das
tarefas escolares é a avaliação da aprendizagem.
Com esse termo nos referimos não só às qualificações que
os alunos recebem, mas também a um processo que vai desde o
que o professor diz - ou não diz a eles antes da avaliação para
ajudá-los e motivá-los a fazê - la, passando pela apresentação das
tarefas e modos de acolhida de informação pontual ou contínua -
até o uso a ser feito posteriormente da informação recebida.
Ao longo desse processo, os professores podem agir de
diferentes modos, que fazem com que a avaliação afete de modo
positivo ou negativo a motivação.
Toda avaliação implica basicamente um juízo sobre a
qualidade da execução de uma tarefa por parte do aluno.
Em consequência, quer se trate do juízo que o professor
emite sobre a execução quando o aluno vai à lousa fazer uma
tarefa, quando corrige o que fez em seu caderno ou quando avalia
uma prova, tais juízos manifestam o êxito ou o fracasso do aluno.
Por isso, dado que o fracasso tem normalmente um impacto
negativo sobre a motivação, se a avaliação ocorre sem que se
busque minimizar essa experiência - às vezes os professores, sem
necessidade, exigem tarefas muito difíceis sem levar em conta a
complexidade do tema e o tempo dedicado em aula - isto produz
um nível de fracasso que contribui para que diminuam as
expectativas do aluno e, consequentemente, sua disposição para se
esforçar.
Toda avaliação pode servir, no caso de o aluno não conhecer
ou não dominar adequadamente o que se lhe pergunta, para que os
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professores lhe dêem informação que lhe permita corrigir seus
erros. O fato de essa informação se produzir ou não, condiciona os
alunos a perceber a avaliação como uma ocasião para aprender ou,
ao contrário, como um evento que serve para julgá-los, mas não
ajudá-los.
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Como aumentar a motivação dos alunos não é um tema fácil,
o que um professor pode fazer para que seus alunos se
interessem por sua matéria?
Como assegurar que os alunos serão capazes de realizar o
esforço sistemático que o estudo e a compreensão dos
principais temas requerem?
Por que determinado aluno não avança em minha matéria
quando as capacidades que intuímos nele são mais que
suficientes?
Como poderia conseguir que o interesse que determinado
aluno tem por outra matéria o tivesse também pela minha?
De que maneira deveria organizar minha classe para que a
maioria dos alunos se interessasse pelas atividades e tarefas
realizadas?
Que conteúdos ou que tipo de conteúdo são mais adequados
para que nossos alunos realizem uma aprendizagem
significativa?
Todas essas perguntas e outras semelhantes, nós, professores,
nos fazemos e nos faremos com frequência. O problema é que
muitas vezes não temos respostas claras e contundentes.
A motivação é um dos temas - chave para que possamos
alcançar os objetivos que nos propomos, isto é, que os alunos
aprendam e desenvolvam ao máximo suas capacidades em todos
os âmbitos.
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Aprendizagem e Motivação
A Aprendizagem
Entendemos por aprendizagem, a mudança que se produz
num sistema que chamamos aluno ao passar de um estado inicial a
um estado final.
A aprendizagem implica normalmente uma interação do aluno
com o meio, captar e processar os estímulos provenientes do
exterior que foram selecionados, organizados e sequenciados pelo
professor.
Como consequência da aprendizagem, o aluno transforma
seu estado inicial, alcançando um estado final que se caracteriza
por ser capaz de manter uma conduta que antes do processo era
incapaz de gerar; o aluno é capaz de realizar algo que antes não
podia ou não sabia fazer.
Assim, a aprendizagem é uma construção que o aluno realiza
sobre a base do estado inicial ao incorporar a nova informação em
seus esquemas cognitivos. Esses processos de recepção de
estímulos, de interação das novas idéias com as que já possuem,
de aplicação da nova informação, requerem um esforço.
É aqui, no mesmo conceito de aprendizagem, que aparece a
importância da motivação. Toda a mobilização cognitiva que a
aprendizagem requer deve nascer de um interesse, de uma
necessidade de saber, de um querer alcançar determinadas metas.
Paradigma Cognitivo
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Os psicólogos cognitivos se preocupam em descrever e
explicar os processos que se produzem na mente do aluno, como
ele recebe a informação proveniente do meio, como a codifica,
como a analisa, como a armazena, como a faz interagir com os
conceitos presentes em sua estrutura cognitiva, como utiliza a nova
informação para a resolução dos problemas e de novas situações,
como elabora as respostas.
Ainda que existam muitas lacunas e a descrição que os
psicólogos cognitivos fazem desse processo esteja longe de ser
exaustiva e completa, algumas de suas idéias podem nos ajudar no
momento de tomar determinadas decisões necessárias para
planejar, implementar e avaliar os processos de ensino e
aprendizagem.
Aprendizagem Significativa
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Uma reflexão crítica por parte do aluno para relacionar a
nova informação com os conceitos - base de que dispõe;
A funcionalidade, ou seja, o que o aluno aprende serve-lhe
para resolver novas situações, novos problemas e para
realizar novas aprendizagens.
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Para planejar e aplicar processos de ensino e aprendizagem,
devemos ter claros os seguintes aspectos que decorrem
naturalmente do próprio conceito de aprendizagem:
Formulação de metas:
- Que aprendizagens nossos alunos devem realizar?
- Que esperamos obter ao final do processo? Trata-se, pois, de
dar uma descrição do estado final de nossos alunos.
- Que conteúdos selecionamos para o ensino?
- Que capacidades podemos desenvolver em nossos alunos?
- Definitivamente, quais são nossos objetivos, entendendo que
um objetivo não é mais que a interação entre uma capacidade
e um conteúdo. Estou me referindo às tarefas de
planejamento e programação.
Conhecimento do estado inicial.
Se a aprendizagem é uma construção que o aluno deve
realizar ao fazer interagir as novas informações com os conceitos
disponíveis, é evidente que necessitamos conhecer o estado inicial
do aluno, seus conceitos - base e seus preconceitos ou idéias
prévias que deveremos substituir por conceitos científicos. É
importante conhecer também o desenvolvimento das capacidades
dos alunos e o grau de motivação com que iniciarão o processo de
ensino.
Modelo de ensino
- Que atividades de ensino serão as melhores para que nossos
alunos realizem as aprendizagens planejadas ou programadas?
- Qual deve ser nosso estilo didático?
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- Que metodologias são mais eficientes para realizar determinadas
aprendizagens?
- Como influir positivamente na motivação dos alunos?
Modelo de Avaliação.
É imprescindível controlar o estado inicial dos alunos, seu
estado final e os processos que levaram de um a outro.
Necessitamos, pois, de um modelo de avaliação que nos permita
controlar e melhorar processos e resultados.
Muitas das decisões que devemos tomar estão relacionadas com
algum desses elementos do processo de ensino e se referirão à
motivação dos alunos.
É evidente que no momento de programar as metas, definir os
objetivos, será imprescindível ter presente qual é a motivação dos
alunos e como podemos melhorá-la. Conhecer o estado inicial dos
alunos implica também verificar seu grau e estilo de motivação.
Os modelos de aprendizagem e ensino deverão estar
impregnados de idéias relativas à motivação se quisermos que
nossos alunos realmente aprendam. E ninguém desconhece a
influência que os processos de avaliação têm na motivação dos
alunos.
Exercícios:
1. O que significa aprendizagem significativa?
2. O que necessário considerar para que essa aprendizagem
efetivamente ocorra?
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UNIDADE III
Classes de Motivação
Existem quatro grandes classes de motivação para a conduta
humana e para a conduta de aprendizagem/estudo.
1. Motivação relacionada com a tarefa ou motivação intrínseca.
A própria matéria de estudo desperta no aluno uma atração que o
impulsiona a se aprofundar nela e a vencer os obstáculos que
possam ir se apresentando ao longo do processo de aprendizagem.
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O aluno encontra reforço no processo à medida que avança ao
verificar que o domínio de alguns conceitos e técnicas abre-lhe as
portas para novos conceitos e técnicas que lhe permitirão ir
aprofundando e dominando a matéria objeto de estudo.
A motivação intrínseca é mais duradoura, persistente e está
relacionada com a própria prática e com os sentimentos que ela
provoca no aluno. São os motivos internos do aluno, (o prazer, a
alegria da realização, a satisfação da aprendizagem) que
promovem o desenvolvimento de outros tipos de necessidades, tais
como a competência e a autonomia.
Ao contrário, a motivação extrínseca, vem do ambiente, do
professor e está relacionada com as recompensas que a prática
pedagógica pode proporcionar (prêmios, prestígio, classificações,
etc.)
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3. Motivação centrada na valorização social.
Satisfação afetiva que produz a aceitação dos outros, o aplauso
ou aprovação de pessoas ou grupos sociais que o aluno
considera superiores a ele. Esse tipo de motivação manifesta
algumas relações de dependência.
4. Motivação que aponta para a conquista de recompensas
externas.
Prêmios, dinheiro, presentes que serão recebidos ao se
conquistar objetivos de aprendizagem.
Diante dessa classificação, deve-se advertir que a motivação
de determinado aluno não pode se enquadrar exclusivamente numa
das quatro categorias ou classes anteriores. A motivação de
qualquer pessoa apresentará componentes presentes em cada um
dos quatro grupos.
Teorias sobre a Motivação
A seguir apresentaremos o resumo de algumas das principais
teorias sobre motivação, que podem ter maior incidência no campo
do ensino e da aprendizagem.
Teoria das necessidades de Maslow
Maslow estabelece uma hierarquia de necessidades, que
começa pelas de nível baixo (sobrevivência, segurança, pertencer,
auto-estima) e conclui com as de nível superior (conquista
intelectual, apreciação, auto-realização). Quando estão satisfeitas
as necessidades de determinado nível, a pessoa se sente motivada
para satisfazer as de níveis superiores.
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Teoria da Conquista
Em todas as pessoas se encontram presentes tanto a
necessidade de conquista, de alcançar determinada meta, como a
de evitar o fracasso. Existem instrumentos que permitem ao
professor verificar quais alunos experimentam preferencialmente a
necessidade de conquista e quais a necessidade de evitar o
fracasso.
O comportamento desses alunos costuma ser diferente.
Segundo Os alunos que se apresentam mais motivados pela
necessidade de conquistas, apresentam as seguintes atitudes:
Selecionam problemas que apresentam desafios
moderados;
Esforçam-se longo tempo diante de problemas difíceis;
Diminuem sua motivação se alcançam êxito com muita
facilidade;
Respondem melhor a tarefa que implicam maiores
desafios;
Costumam conseguir melhores qualificações que outros
de coeficientes intelectuais parecidos.
Os alunos que se motivam basicamente pela necessidade de
evitar o fracasso, se comportam assim:
Escolhem problemas fáceis ou irracionalmente difíceis;
Desanimam com os fracassos e são estimulados pelos
êxitos;
Preferem como colegas de trabalho os que se mostram
amistosos;
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Respondem melhor a tarefas que apresentam desafios
reduzidos e diante de uma aprendizagem fracionada em
pequenas etapas.
Teoria da Atribuição
Todas as pessoas tentam explicar por que as coisas
aconteceram de determinada maneira atribuindo-lhes algumas
causas. Segundo Weiner, as causas às quais os alunos atribuem
seus êxitos ou fracassos podem ser classificadas seguindo
diferentes critérios, tais como:
Causas internas ou externas, segundo as causas se
encontrem no interior do sujeito ou fora dele;
Estáveis ou instáveis, segundo respondam a algo
permanente ou mutável.
ATIVIDADES:
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O PROFESSOR COMO FIGURA-CHAVE NA MOTIVAÇAO DOS
ALUNOS - As Múltiplas Decisões dos Professores e seu
Reflexo na Motivação
O elemento mais característico na educação das últimas
décadas é a escolarização plena de 100% de nossas crianças nas
idades definidas como de escolaridade obrigatória, alcançando no
Ensino Médio, níveis de participação crescente que constituem
cada ano um novo recorde.
A passagem de um sistema de ensino de elite para o novo
sistema de ensino de massas supôs o aparecimento de novos
problemas qualitativos sobre os quais se impõe uma reflexão
profunda. “Trabalhar com um grupo de crianças homogêneo não é o
mesmo que atender a 100% das crianças de um país, com os 100%
de problemas sociais que essas crianças trazem consigo”.
Essa constatação tem implicações claríssimas no terreno da
motivação, especialmente dos alunos do Ensino Médio. A mudança
produzida é impressionante e fez variar consideravelmente o
trabalho dos professores.
Quando a sociedade não oferece muitas saídas aos jovens e
as perspectivas de encontrar trabalho ao sair da escola são poucas,
parece que toda a responsabilidade de motivar os alunos recai
sobre os professores. A tarefa não é fácil, mas é necessária.
Se analisarmos atentamente todos os processos
correspondentes ao planejamento, implementação e avaliação das
atividades de ensino-aprendizagem, vemos que muitos professores
tomam uma quantidade notável de decisões das quais, muitas
vezes, arrastados pelas rotinas, não estão plenamente conscientes.
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Um importante grupo de decisões diz respeito às que um
professor toma durante o desenvolvimento de uma aula ao interagir
com os alunos. Muitas decisões têm importância na criação ou
manutenção da motivação dos alunos.
No esquema seguinte se agrupam apenas algumas das
decisões tomadas pelos professores.
Planejamento Inicial – Programação de metas
- O que ensinar: conteúdos, objetivos, estratégias de
aprendizagem;
- Sequenciação de conteúdos;
- Temporalização, distribuição por cursos, criação de unidades
didáticas.
Avaliação Inicial – Modelo do estado inicial
- Pesquisa do estado inicial, pré-requisitos, conceitos-base,
capacidades, idéias prévias;
- Adaptação ao planejamento inicial.
Trabalho em Classe – Modelo de aprendizagem – Modelo de
ensino
- Ensino de pré-requisitos;
- Atividades de ensino/aprendizagem;
- Avaliação formativa. Retificações. Atenção à diversidade.
Avaliação final – Modelo de Avaliação
- Tomada de decisões: resultados, processos e planejamento.
Melhora do planejamento e dos processos – Modelo de
Avaliação
- Tomada de decisões: resultados, processos e planejamento;
- Modificação do esboço inicial.
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Influência do Professor na Motivação dos Alunos
A influência das diferentes tarefas e decisões dos professores na
motivação de seus alunos é uma questão absolutamente
indiscutível.
Se um professor não está motivado, se não exerce de forma
satisfatória sua profissão, é muito difícil que seja capaz de
comunicar a seus alunos entusiasmo e interesse pelas tarefas
escolares; é definitivamente muito difícil que seja capaz de motivá-
los. As considerações a seguir, embora óbvias, não deixam de ser
importantes.
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É urgente valorizar o trabalho do Professor
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comunicação audiovisual, alguns profissionais comunicam mais que
outros.
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costuma considerar mais valiosa do ponto de vista pedagógico: a
motivação intrínseca.
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Saber pensar num contexto dado - diante de uma tarefa
concreta, condiciona, consequentemente, o interesse e a
motivação pela aprendizagem”.
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O Professor Como Orientador
Cada dia é mais importante o papel do professor como
orientador do processo de aprendizagem dos alunos. O professor
deve orientar os alunos e oferecer-lhes critérios a fim de que
possam tomar todas as decisões necessárias para fixar seu
currículo.
É necessário que o professor informe e oriente seus alunos
sobre as relações existentes entre os estudos e os futuros cursos
universitários e profissionais, que possam lhes interessar.
O professor deve se interessar pelo aluno e aconselhá-lo
sobre as dificuldades que se apresentam nos processos de
aprendizagem. Atenção pessoal a cada aluno no terreno acadêmico
é dever da profissão.
A reflexão conjunta sobre as experiências de aprendizagem e as
ações consequentes devem ser guiadas pelo professor. É, sem
dúvida, pelo contato pessoal com o aluno que poderemos incidir
mais eficazmente sobre sua motivação, analisando com ele seus
progressos, as causas de seus êxitos ou fracassos, reorientando
seus esforços para continuar melhorando, etc.
No campo da motivação, nenhuma técnica didática de grupo
pode substituir o contato pessoal, o diálogo, a escuta, a ajuda para
que o aluno aclare seus sentimentos diante das tarefas escolares.
Se somos capazes de estabelecer canais de comunicação pessoal
com cada um de nossos alunos para que possamos tratar e
encaminhar muitos dos problemas relativos à motivação que irão se
apresentando ao longo do processo ensino-aprendizagem. É
imprescindível dedicar um tempo a esse acompanhamento pessoal
dos alunos.
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O Professor Como Transmissor de Valores
Hoje quase ninguém discute que a transmissão de valores é
uma importante missão do professor. Conscientemente ou não, o
professor transmite valores e atitudes: sua maneira de ser, de
raciocinar, sua forma de apresentar os problemas, seus critérios
para solucionar os conflitos que se apresentam sua maneira de
viver...
À parte essa transmissão de valores que poderíamos chamar
implícita, é necessário que o professor transmita valores de forma
explícita. Devemos lutar contra a tendência de deixar isso
exclusivamente nas mãos dos “especialistas”, professores de
religião, ética. Essa tarefa deve ser assumida por todos os
professores de forma transversal, isto é aproveitando as
oportunidades da aula ou a partir do próprio conteúdo que se está
ensinando.
Seguindo Alonso Tapia, os professores devem promover
explicitamente a aquisição das seguintes aprendizagens no campo
dos valores e atitudes que, sem dúvida, terão implicações
importantes no campo da motivação.
A concepção da inteligência como algo modificável.
A tendência a atribuir os resultados a causas percebidas
como internas, modificáveis e controláveis.
A tomada de consciência dos fatores que os tornam mais ou
menos motivados.
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O Professor Como Membro de Uma Equipe
Todas ou a maioria das tarefas consideradas até aqui,
requerem a incorporação do professor a um grupo de educadores
que trabalha em equipe. Devemos fazer um esforço para facilitar
que as equipes sejam enriquecedoras para seus membros e
produtivas para as escolas.
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solidariedade, a ajuda mútua entre os alunos, entre os professores
e entre professores e alunos.
O clima escolar, o chamado currículo oculto, tem, sem dúvida,
importante influência na motivação e no rendimento dos alunos.
Todos os membros da comunidade educativa devem estar de
acordo com os objetivos que a escola quer alcançar. Esses
objetivos devem ser prioridade dos diferentes segmentos da escola.
Atividades:
Metodologia Motivadora
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recepção, o estudo dirigido, a aprendizagem por descobrimento
guiado e a aprendizagem autônoma.
Em cada momento deveremos utilizar a metodologia que nos
pareça mais direta, mais eficaz ou mais enriquecedora e, sobretudo,
mais motivadora. Devemos combinar o trabalho individual dos
alunos com trabalhos em pequenos e grandes grupos, a reflexão
individual com as experimentações, com o debate, etc.
Decidir que tarefas, que atividades de ensino-aprendizagem os
alunos realizarão é uma das tarefas mais criativas que nós,
professores, realizamos. Um dos critérios que devemos ter presente
nessa tomada de decisão é a motivação dos alunos.
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Obriga o aluno a examinar idéias ou acontecimentos que
normalmente são aceitos de forma quase automática pela
sociedade.
Põe o aluno e o ensino em uma posição de êxito.
Obriga o aluno a reconsiderar e revisar seus esforços iniciais.
Obriga o aluno a aplicar e dominar regras significativas,
normas ou disciplinas.
Oferece ao aluno a possibilidade de planejá-la com outros,
participar do seu desenvolvimento e comparar resultados
obtidos.
É relevante para os propósitos e interesses explícitos dos
alunos.
Enfoque Profundo:
Intenção de compreender, forte interação com o conteúdo;
relação das novas idéias com o conteúdo anterior; relação de
conceitos com a experiência cotidiana; relação de dados com
conclusões; exame da lógica com os argumentos.
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Enfoque Superficial:
Intenção de cumprir os requisitos da tarefa; memorização da
informação necessária para provas ou exames; encara-se a
tarefa como imposição externa; ausência de reflexão acerca de
propósitos ou estratégias; concentra-se em elementos soltos
sem integração; não distingue princípios a partir de exemplos.
Fatores Motivacionais
A informação recebida se processará em melhores condições
se existir ATENÇÃO, se for considerada ÚTIL, se prever que se vai
ter ÊXITO e se a atividade produzir alguma SATISFAÇÃO.
Vejamos, um a um, esses quatro fatores e as estratégias que
podem favorecê-los.
Atenção
É uma concentração seletiva sobre algo que encaixa em
nossos esquemas prévios. Supõe o primeiro passo para que a
aprendizagem seja significativa. As estratégias seguintes podem
favorecer a atenção dos alunos:
Questões Organizadores
O professor introduz os novos O professor facilita os pré-
conteúdos mediante perguntas- requisitos necessários para
problema, suscitando a compreender os novos
curiosidade. conteúdos.
As perguntas-problema
Estabelece relações entre o já
apresentam aos alunos
conhecido e o novo, de forma
64
conflitos que eles resolverão à visual ou simbólica.
medida que se desenvolve o
tema.
Explicação Descobrimento
O professor oferece resposta aos Os próprios alunos resolvem os
conflitos propostos. conflitos.
Utiliza exemplos, casos, Usam-se estratégias e passos do
analogias, comparações. processo hipotético dedutivo.
Utilidade
A motivação melhora quando o aluno percebe que pode
resolver alguma necessidade com o que está aprendendo.
Podemos classificar a utilidade em:
Pessoal: se satisfaz alguma das necessidades fundamentais dos
alunos.
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Estabelece uma linha-base. alunos responsabilidade e
Propõe uma variedade de metas. satisfação, para evitar conflitos.
Facilita uma valorização adequada
dos avanços por parte do
contexto social.
Cooperação Necessidades Instrumentais
Propõe-se trabalhar em grupo. O professor procura que os alunos
Os alunos colaboram e considerem as tarefas
compartilham êxitos e necessárias para metas futuras.
fracassos. Explica os objetivos que devem
Estabelece-se também uma almejar.
avaliação individual.
Expectativas de Êxito
As atitudes de uma pessoa diante do êxito ou fracasso podem
ter uma influência sobre sucessos reais. Trata-se de criar um
ambiente educativo que estimule nos alunos sentimentos de
competência e controle pessoal que desemboquem em êxitos.
As estratégias do quadro abaixo, podem ajudar o professor a atingir
esse propósito.
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O professor propõe tarefas que os O professor proporciona
alunos podem resolver sem informações sobre:
erro. - Organizadores.
Reforça-se o aluno em cada - Objetivos.
passo. - Técnicas de estudo específicas
Cada aluno tem consciência do da disciplina.
que o professor lhe pede. - Análise de tarefas.
Autocontrole Êxito e Esforço
O aluno aprende a tornar O professor ajuda o aluno a
produtivas as condutas que valorizar seu esforço,
conduzem ao objetivo. reconhecendo-o com algum
Controla sua atenção durante a tipo de reforço.
aula, o horário do estudo,
mantém a matéria em dia.
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Prêmios Contexto Feedeback
São utilizados reforços O professor cria Elogios depois da
da tarefa. ambientes atuação do aluno.
Os prêmios positivos. As correções são
extrínsecos são dados Não muito realizadas antes da
de forma inesperada. controlados. atuação seguinte.
Os alunos mantêm um
alto nível de
atividade.
Atuação do Professor
Como consequência do que foi dito, uma maneira possível de
agir dos professores que pode incidir positivamente na motivação
dos alunos, já que leva em conta os quatro fatores motivacionais
que comentamos anteriormente, é a seguinte:
Começar as explicações de um tema indicando quais são os
conceitos básicos necessários para um adequado seguimento
desse tema;
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As perguntas-problema geram no aluno dúvidas que lhe
interessa resolver;
Responder às perguntas-problema mediante o ensino
expositivo;
Responder às perguntas-problema por meio de experiências
ou atividades;
Permitir aos alunos apresentar experiências para resolver as
perguntas-problema;
Estabelecer relações entre o que o aluno sabe e os novos
conteúdos que deve aprender utilizando experiências
audiovisuais ou explicações;
Os novos conceitos surgirão de experiências e atividades
realizadas;
Utilizar nas explicações exemplos concretos e próximos aos
alunos;
Utilizar casos que tornem a aula mais divertida;
Aplicar habilidades e conhecimentos adquiridos a diferentes
situações;
Estabelecer o nível de conhecimento do grupo e daí iniciar os
novos conceitos;
Ordenar e apresentar os conteúdos partindo dos mais fáceis
aos mais difíceis;
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Ensinar os alunos a controlar pessoalmente seu trabalho
escolar (atenção à aula, horário de estudo, realização de
esquemas, resumos, etc.);
Ensinar aos alunos técnicas específicas de estudo para a
matéria.
Dar tempo suficiente para que cada aluno reflita e possa
resolver uma atividade antes de ensinar-lhe rapidamente
como fazê-la.
Ajudar os alunos com dificuldades, propondo atividades que
possam resolver sem cometer muitos erros;
Ajudar os alunos a valorizar seu esforço, reconhecendo-o
mediante uma nota, elogio ou outro tipo de prêmio;
Utilizar algumas vezes o trabalho em grupo cooperativo;
Na aula, manter um alto nível de atividades;
Corrigir no momento os erros de cada aluno;
Animar e reforçar os alunos com dificuldades em cada etapa;
Pensar que os alunos têm consciência de que podem fazer o
que é proposto.
Utilizar diferentes tipos de encorajamento individual e coletivo.
Estratégias de Aprendizagem dos alunos
Os estudiosos Bacas e Matín-Díaz estudaram as estratégias
de aprendizagem que diferentes tipos de aluno preferem na
aprendizagem das ciências experimentais, chegando às seguintes
conclusões:
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Aprendizagem por descobrimento;
Uso de livros de referência para a obtenção de informação;
Trabalho prático versus explicações teóricas;
Oportunidade para seguir sua própria iniciativa.
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Utilização Didática do Erro
Para terminar estas considerações sobre a atuação do
professor em sala de aula, parece interessante fazer algumas
indicações, dada a consideração que têm no campo da motivação,
sobre a consideração do erro, o papel do professor e sua utilização
didática.
Quadro Comparativo entre as Chamadas “Pedagogia do Êxito e
Pedagogia do Erro” – (Autor: Saturnino De La Torre.) ( Na
página a seguir).
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4. PAPEL DO ALUNO
Atitude receptiva para com o plano Atitude participativa no plano de
atividades.
Predomina o princípio de Integra individualização e
individualização. socialização.
Aprendizagem centrada em Maior amplitude de aprendizagem.
objetivos de conhecimento.
5. METODOLOGIA E AVALIAÇÃO
Exercícios e aplicação. Método de perguntas e respostas e
aprendizagem autônoma.
Centrada na avaliação de objetivos Avaliação de processos, meios e
conceituais resultados.
Instrumentos objetivos Instrumentos objetivos e subjetivos.
6. MODELOS E ESTRATÉGIAS DOCENTES
Modelo de aprendizagem por
Ensino programado. descobrimento.
Planejamento tecnológico de Método natural
instrução. Ensino/aprendizagem criativos.
Ensino assistido por computador. Aprendizagem por resolução de
problemas
Aprendizagem compartilhada.
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Contexto da Aula
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Propostas para o Contexto Escolar
Cuidar especialmente do clima geral da escola e fazer com
que o contexto global seja motivador com algumas finalidades
conhecidas (não exclusivamente o “sair-se bem”, com uma
insistência notória no positivo (reforços) e em torno de
pessoas-modelo que ajam como motivadores.
Elaborar um projeto educativo consensual que sirva como
eixo da vida da escola.
Programar encontros de formação permanente na escola e
planejar de forma estruturada (expectativas, metas,
processos, meios, tempos, avaliação) as intervenções.
Fomentar e estabelecer canais de intercâmbio de
experiências educativas entre os professores da escola.
Promover a partir da escola (direção) o trabalho
interdisciplinar em equipe, com objetivo de conseguir uma boa
programação horizontal e vertical.
Fazer da escola uma segunda casa para os alunos, por meio
da pluralidade e riqueza de suas atividades.
Técnicas de Motivação:
A aprendizagem cooperativa torna-se mais motivante do que
a aprendizagem individualista e competitiva;
A organização flexível de um grupo aumenta a motivação;
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As tarefas criativas são mais motivadoras do que as
repetitivas.
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Pelo que se respeita ao nível de dificuldade das tarefas, pode-
se afirmar que:
As mudanças moderadas no nível de dificuldade e
complexidade de uma tarefa favorecem a motivação
intrínseca em quem a realiza. As mudanças bruscas são
rejeitadas ao serem identificadas como desagradáveis.
Nota importante:
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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