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https://novaescola.org.br/conteudo/432/autoavaliacao-
como-ajudar-seus-alunos-nesse-processo
Avaliação
Autoavaliação: como
ajudar seus alunos nesse
processo
A reflexão sobre o próprio desempenho é um meio eficiente
para o aluno aprender a identificar e corrigir seus erros.
Nesse caminho, o papel do professor é essencial
Bianca Bibiano
Quando a ideia é avaliar atitudes, a alternativa é criar uma ficha que possa indicar
à garotada as evoluções ao longo do tempo. Em outro exemplo da Escola da Vila,
dessa vez no 3º ano, itens sobre a postura em sala de aula - "Realizo as atividades
com atenção", "Organizo a mesa para o trabalho", "Levanto a mão para falar" etc. -
são avaliados em uma tabela de quatro colunas. Cada quadradinho é pintado de
acordo com o desempenho individual: vermelho para "Consigo sempre", verde
para "Consigo às vezes" e azul para "Nunca consigo". "O uso das cores é uma
forma direta e rápida de o aluno perceber no que evoluiu e no que precisa
melhorar", diz Andréa.
3 - Dupla reflexão
Primeiro, o aluno reflete para preencher sua parte. Num segundo momento, o
professor o avalia seguindo os mesmos critérios. As divergências e os pontos
fracos indicados por ambos devem ser considerados no encaminhamento de
melhorias.
4 - Plano de ação
Com as duas avaliações feitas, cabe ao professor propor o debate de
alternativas para que o aluno avance. Não adianta querer resolver todos os
problemas de uma vez: é preciso focar o essencial e retomar o que ficou
faltando nas aulas seguintes.
Como olhar para a própria atuação exige maturidade, é natural que nas etapas
iniciais de escolarização as crianças tenham mais dificuldade para participar do
processo de reflexão. Mas a idade não deve servir de desculpa para abandonar a
prática. Em pesquisas com crianças de 5 anos, Leonor Santos constatou que os
pequenos são, sim, capazes de se autoavaliar, identificando seus pontos fortes e o
que precisa ser melhorado. Na Educação Infantil, os momentos de reflexão são
basicamente realizados por meio da oralidade, em rodas de conversa ou de
combinados. As questões procedimentais e atitudinais são as que costumam
demandar mais atenção. A postura da criança, a organização do material e a
relação com os colegas são os principais pontos de discussão nessa idade, já que
os pequenos apenas começam a se reconhecer no papel de estudantes.
Além das autoavaliações orais e escritas, outras formas de favorecer a reflexão são
os portfólios - privilegiando sobretudo os critérios de escolha dos trabalhos - e até
vídeos. 'Depois de um seminário do 2º ano, convidei os alunos a assistir a uma
gravação da apresentação. A atividade deu o distanciamento para ajudá-los a notar
os pontos em que deveriam evoluir", relembra Andréa.
Qualquer que seja o tipo de autoavaliação escolhido, uma etapa não pode faltar: o
encaminhamento de ações concretas para atacar os pontos fracos mostrados na
autoavaliação. Se o conteúdo ficou mal entendido, é preciso retomar a lista de
exercícios ou preparar uma aula de recapitulação dos pontos obscuros. Se o
problema é a falta de método para estudar, pode-se combinar uma semana de
acompanhamento conjunto das tarefas de casa - e assim por diante. Aos poucos,
os alunos passam a interiorizar esse controle, assumindo a regulação que a
princípio é feita pelo docente. Assim, a autoavaliação cumpre seu papel.
BIBLIOGRAFIA