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dos-alunos

Publicado em NOVA ESCOLA 15 de Julho | 2020

Para replanejar

7 sugestões para a avaliação


diagnóstica dos alunos
Na volta às aulas presenciais, será preciso verificar o quanto a turma
conseguiu avançar na aprendizagem
Nairim Bernardo

Entender como está o desenvolvimento dos estudantes será importante para replanejar as
aulas. Estúdio Kiwi | NOVA ESCOLA

No contexto de pandemia e ensino remoto, é preciso considerar que nem todos os estudantes têm a
mesma oportunidade de acesso à internet. Os conteúdos escolares chegam a eles de muitas maneiras
(vídeos ao vivo, atividades on-line ou exercícios impressos), o que pode provocar uma diferença muito
grande no modo como cada um aprende. Realizar uma avaliação diagnóstica – para identificar como
eles estão se desenvolvendo – é o primeiro passo para replanejar as ações e conseguir lidar com essa
defasagem na volta às atividades presenciais.

Conversamos com Luciana Tenuta, especialista responsável pela formação dos redatores de currículos
estaduais alinhados à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) da área de Matemática; Marly Machado
Campos, formadora de professores e especialista em Metodologias Ativas e Sônia Madi, especialista
em alfabetização, leitura e escrita, para reunir sete dicas de como realizar esse diagnóstico.

1. Defina os objetivos da avaliação

Em reuniões com os gestores e os colegas docentes, definam quais serão os objetivos da escola na
volta às aulas presenciais. Para isso, a equipe deve considerar as diretrizes das redes de ensino, o
período em que os estudantes ficaram com aulas a distância e o tempo para encerrar o ano letivo.
“Avaliamos para tomar decisões, não só para saber como as coisas estão”, afirma Luciana. “Com base
nos resultados, preciso pensar no que fazer para o aluno aprender. O que eu faço, nas condições que
eu tenho, para não deixar ninguém para trás?”, completa.

2. Mudança de expectativas

Revisite o planejamento inicial, a BNCC, o currículo da sua rede e as decisões feitas na reunião com a
equipe escolar. Tenha em mente que não será possível realizar tudo que foi inicialmente proposto. “Se
fizer uma avaliação pensando no que, lá no início do ano letivo, esperava de aprendizagem, o
professor não vai saber o que realmente os alunos aprenderam nesse período de aulas a distância”,
reflete Sonia. O raciocínio para elaborar a avaliação deve, então, incluir também uma análise do
próprio percurso: o que eu, professor, consegui oferecer durante a quarentena? O que optei por
priorizar? “É preciso fazer perguntas instigadoras e que não ignorem que passamos por uma
pandemia”, completa a especialista.

3. Convide os alunos a se expressarem

No primeiro momento, pense em propostas de acolhimento e readaptação dos alunos ao ambiente


escolar, principalmente no caso de crianças do 1º ano, que tiveram pouco contato com a escola antes
do afastamento. Proponha rodas de conversa, escrita de relatos e desenhos nos quais cada um possa
contar como foi o período de isolamento para si e como as atividades de ensino se encaixaram nessa
rotina. Assim, ficará mais fácil entender as dificuldades de cada um.

4. Estabeleça prioridades

Se não dá para dar conta de tudo, a opção é elencar prioridades. “As avaliações diagnósticas podem
ser feitas sem os detalhes das exceções, mas com base na essência dos conceitos trabalhados”, orienta
Marly. Para ela, é necessário lembrar que, em geral, o tempo foi mais curto para se aprofundar em
algumas questões. “É difícil para o professor dizer que algo não é muito importante, mas, para realizar
uma avaliação diagnóstica agora, temos de pensar no que tem significado para o aluno e faz diferença
na sua aprendizagem.”

5. Só avaliações escritas não bastam

Ao optar por realizar avaliações escritas, pense com cuidado em como elaborá-las e em quais
perguntas fazer. Mas não se limite a elas. “Os instrumentos escritos sempre foram insuficientes, mas
agora isso está mais evidente”, comenta Luciana.

6. Não deixe a tecnologia de lado

O uso da tecnologia como aliada educacional é um ganho importante e não pode ser perdido na volta
ao presencial. Então, por que não considerar os recursos digitais ao elaborar a avaliação? Você pode
criar formulários no Google Docs ou monitorar a aprendizagem por meio de um jogo, feito em sites
como o Kahoot, por exemplo. No caso de dificuldade de acesso à internet, dá para manter a ideia de
jogo, mas com o uso de cartões de perguntas e respostas.

7. Não se atenha ao diagnóstico inicial

Quando voltarem a se ver pessoalmente, educadores e estudantes terão passado muito tempo
distantes. E, em muitos casos, nem mesmo o contato virtual foi possível durante o período de
isolamento. Apenas um dia de avaliação ou uma única atividade não será suficiente para entender
tudo o que o aluno conseguiu desenvolver e quais são suas dificuldades. A avaliação deve ser um
processo constante. Portanto, esteja atento para observar como o estudante se comporta em suas
atividades individuais e com o grupo.

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