Você está na página 1de 15

Modelos de Ensino gerias centrados nos alunos

Modelo Sistema Personalizado de Instrução (SPI)


 Não é específico do Desporto e Educação Física;
 Fornece instruções verdadeiramente individualizadas e permite que cada aluno
progrida ao seu próprio ritmo;
 Incentiva os alunos a serem independentes
 Liberta o professor para usar altas taxas de interação com os alunos que mais
precisam. Há uma atenção individual do professor;
 Avaliação imediata da aprendizagem; (Não necessita de uma avaliação sumativa,
pois existe tarefas de avaliação que são realizadas quando o aluno está pronto.
As avaliações podem se realizar em aulas diferentes, dependendo do nível dos
alunos).

Principais Características
 Prioridades de domínio: primeiro – psicomotor; segundo – cognitivo; terceiro:
socioafetivo.
 Pode ser usado com: desportos individuais ou coletivos, atividades recreativas,
danças com passos prescritos e programas de condição física.
[embora o modelo tenha sido desenhado para ser usado com diferentes tipos de
atividades, recomendo que experimentem e formem a vossa própria opinião sobre
onde poderá resultar melhor ou pior. Pela experiência da prof, o SPI fará mais
sentido num tipo de habilidades e não noutro. Experimentem]

Pressupostos sobre o ensino e professor


É da responsabilidade do professor:
 Preparar o material necessário na aula;
 Selecionar os conteúdos;
 Apresentar as tarefas (no livro do aluno);
 Interagir com os alunos (sendo que esta responsabilidade é partilhada com os
alunos, os quais devem procurar o professor sempre que necessário);
 Implementar instruções apropriadas para o desenvolvimento;
 Escrever objetivos de aprendizagem claros e concisos;
 Analisar competências em competentes numa progressão coerente de
aprendizagem;
 Escrever avaliações de desempenho na estrutura de tarefas;

Planeamento
 As decisões do planeamento são tomadas a partir dos dados recolhidos sobre
a aprendizagem dos alunos;
 Planear toda a unidade com antecedência;
 Não responder a perguntas se os alunos puderem respondê-las procurando
no livro do aluno;
 Dar aos alunos várias maneiras de obter a apresentação de tarefas;
 Ter estações de aprendizagens suficientes;
 Recolher o livro dos alunos e rever o progresso regularmente;
 Ver quanto tempo é que os alunos precisam para concluir cada tarefa e
ajustar para a próxima vez que a tarefa for exercitada;
 Se o professor constatar que alguns alunos/turma vão alcançar os objetivos
daquela Unidade Didática mais cedo do que suposto, tem duas opções: a)
criar tarefas mais complexas e para os alunos que estão com muitas
dificuldades criar tarefas mais simples; b) permitir que os alunos que já
atingiram os objetivos usem o tempo de aula para pratica outra modalidade
na qual tenham mais dificuldades. Segundo esta premissa, é possível que os
alunos estejam dentro da mesma aula em mais do que uma modalidade.

Pressupostos sobre a aprendizagem e alunos


 É necessária pouca dependência do professor;
 Os alunos aprendem a ritmos diferentes;
 Quase todos os alunos podem alcançar os objetivos estabelecidos, tendo o
tempo necessário para isso;
 Alunos motivados e responsáveis como alunos independentes;
 Início da aula: Cada aluno começa a praticar quando chega. Não existe um
procedimento inicial conduzido pelo professor;
 Apresentação das tarefas: Os alunos leem ou visualizam as informações de
apresentação da tarefa à medida que iniciam cada nova tarefa;
 Estrutura as tarefas: Os alunos configuram cada nova tarefa de acordo com as
instruções no seu livro do aluno ou nas informações disponibilizadas pelo
professor.
 Avaliação: Os alunos verificam o domínio de cada tarefa no seu livro do aluno.
Algumas tarefas podem ser auto-verificadas, outras podem ser verificadas pelos
colegas e outros podem ser verificadas pelo professor. As tarefas que dão azo a
uma classificação, são avaliadas pelo professor. As tarefas que são auto-
avaliadas ou avaliadas pelos colegas servem para a avaliação formativa.
 Monitorização do processo de Aprendizagem: Os alunos decidem se vão rápido o
suficiente para concluir a unidade a tempo. O professor monitoriza
periodicamente o seu progresso, verificando os livros de aluno.

É da responsabilidade do aluno:
 Interagir com o professor (sendo que esta responsabilidade é partilhada com o
professor);
 Gestão da aprendizagem;
 Padrões de envolvimento da tarefa e ritmo de aprendizagem;
 Cumprir a progressão pedagógica.

Pressupostos sobre as tarefas


 O aluno pratica uma tarefa até estar pronto para ser verificado quanto ao
domínio. O Professor verifica a proficiência;
 O livro do aluno deixa claros os materiais, as sequências de tarefas e as tarefas
de avaliação;
 Tipos de tarefas para unidades SPI: exercícios de aptidão física/fitness, tarefas
de compreensão, tarefas de critério, tarefas de desafio, testes, jogo ou quizes.
Modelo de Aprendizagem Cooperativa (MAC)

 Não é específico do Desporto e Educação Física, mas da EDUCAÇÃO


 Processo de ensino é partilhado entre o professor e os alunos.
 Permite uma participação legítima na comunidade de prática, ou seja, todos os
participantes possuem tarefas significativas, desafiadoras e autênticas.
 Alunos são alocados em pequenos grupos de aprendizagem, com a expectativa
de todos contribuírem para o processo e resultados de aprendizagem
 Todos trabalham para o mesmo objetivo.

5 elementos essenciais do MAC


Interdependência positiva Interação face a face Prestação de contas individual
e responsabilidade pessoal
 Os elementos do mesmo  Visa alcançar a segurança pelo cumprimento dos
grupo de trabalho podem física e emocional do aluno. objetivos do grupo
contar uns com os outros para  Diálogo positivo, encorajador
realizar uma tarefa. e proximidade entre todos os  Responsabilidade que o aluno
 Ajudam-se mutuamente. elementos. tem em completar a sua parte
 Compreendem que só serão da tarefa para o bem do
bem-sucedidos se todos os grupo.
elementos forem  A aprendizagem que faz
durante este processo.
Processamento, frequente e regular, em grupo Uso frequente de habilidades interpessoais
sobre o funcionamento atual para melhorar a
eficácia futura  Desenvolvidas através da realização de tarefas
onde os alunos têm de ouvir, partilhar opiniões
 Discussão reflexiva, guiada e centrada no e decisões, ter responsabilidades, dar e
aluno que visa o transfer para outras situações receber feedbacks, lidar e encorajar os
da sua vida. colegas.
Se o processo de ensino é partilhado entre o professor e os alunos, quais as
tarefas-responsabilidades de cada um?
Professor:

 Facilitador dos processos cooperativos;


 Seleção e apresentação dos conteúdos a ensinar;
 Gestão dos grupos de trabalho;
 Utilização de questões (i.e., desenvolver as habilidades sociais dos alunos a
reflexão sobre os comportamentos atuais e procura de soluções para os
problemas existentes);
 Intervenção quando o grupo corre o risco de não conseguir terminar em tempo
útil as tarefas estabelecidas;

Alunos:

 Espaço para tomar decisões sobre como organizar o trabalho, o tempo e os


recursos disponíveis;
 Apresentar e explicar as tarefas aos colegas de equipa;
 Trabalhar autonomamente nas tarefas;
 Interagir com o professor quando este pretende desenvolver as suas
habilidades sociais;
 Recorrer ao professor quando precisam de conselhos;
 Elaborar um plano de trabalho e avaliá-lo regularmente.
Modelo do Desenvolvimento de Responsabilidade
Pessoal e Social (MRPS)

Enfatiza o desenvolvimento de habilidades para a vida através da prática


desportiva.
Num cenário de grande adversidade, o objetivo de Helisson era definir alguns
valores morais base que permitissem reduzir os problemas no espaço de aula e
melhorar as relações sociais entre os alunos.
Helisson, percebeu que o melhor contributo que poderia dar para a formação
dos alunos seria ajudá-los a responsabilizarem-se pelo seu próprio desenvolvimento
e a interessarem-se pelo bem-estar dos outros.

Desenvolvimento pessoal Desenvolvimento da integração social

Respeito pelos sentimentos e direitos dos


outros.
Esforço, autonomia, etc.
Capacidade de escutar e colocar-se no seu
lugar, etc.

Quando os jovens são capazes de entender e aplicar esses valores, demonstram que
conseguiram alcançar o que o programa denomina de Responsabilidade Pessoal e Social.
Níveis do MRPS

Níveis Componentes

 Autocontrolo.
I – Respeitos pelos sentimentos e direitos  Direito à resolução pacífica dos conflitos.
dos outros  Direito a estar incluído e a ter pares
cooperativos.
 Auto motivação.
II – Esforço e cooperação  Exploração do esforço e de novas tarefas.
 Entendimento com os outros.
 Trabalho autónomo.
 Progresso nos objetivos.
III - Autonomia
 Coragem para resistir à pressão dos
colegas.
 Atenção e compaixão.
IV – Liderança e ajudar os outros  Sensibilidade e compreensão.
 Força interior.
 Tentar aplicar estas ideias noutras áreas da
vida.
V – Transferir para fora do pavilhão
 Ser um modelo a seguir para outros,
especialmente crianças mais novas.

Os dois primeiros níveis podem ser vistos


Nível I – Respeito pelos sentimentos e como a etapa inicial do desenvolvimento da
direitos dos outros responsabilidade; são essenciais para
estabelecer um ambiente positivo de
aprendizagem. O respeito é um conceito base
que permite o envolvimento coletivo em
Nível II – Esforço e cooperação
atividades e o esforço é essencial em qualquer
contexto onde se pretenda melhorar e evoluir.
O nível III e IV expandem o trabalho
independente, funções de liderança e
Nível III - Autonomia
ajuda, libertando deste modo os líderes de
programa para trabalhar com jovens que
necessitam de mais ajuda, enquanto que
ao mesmo tempo se contribui para uma
Nível IV – Liderança e ajudar os outros
experiência mais positiva para todos os
alunos.

Envolve aplicar e explorar os quatro níveis


anteriores em diferentes contextos como a
Nível V – Transferir para fora do
escola, em casa, com amigos, com o objetivo
pavilhão
dos jovens analisarem se sentem diferenças
e evolução nas suas atitudes.

Nota: Os níveis são apresentados deste modo para representarem uma


progressão prática para o processo de ensino e aprendizagem, desde o nível I ao V.
Apesar de os alunos não progredirem de uma forma linear, permite organizar passos
específicos para o planeamento das atividades.

Responsabilidades do professor

 Responsabilizar (gradualmente) os alunos:


O alunos assume um papel progressivamente mais interventivo na aula, em
oposição ao professor que assume cada vez mais um papel de intervenção e
orientação apenas quando necessário.

 Auto refletir:
Os alunos estão a interagir com as ideias e estratégias do modelo? Estão a
aprender e a levantar questões? Estou a ajudá-los a atingir os seus objetivos?
Todas estas questões assinalam a importância de sermos autocríticos de
forma a podermos aprender e evoluir enquanto profissionais.
 Integrar a componente desportiva e o ensino da responsabilidade
pessoal:
Ser competente no ensino das atividades físicas e, em simultâneo, no ensino
da responsabilidade pessoal e social. Por exemplo, no decorrer de um jogo, o
professor não deve esperar pelo seu final para abordar os temas do fair-play e
trabalho de equipa, deve trabalhá-los de forma integrada, no decorrer do jogo.

 Ajudar a transferir os níveis de responsabilidade para fora do


pavilhão:
Os alunos podem conseguir atingir os níveis de responsabilidade na aula de
EF, mas fazer a transferência dessa aprendizagem para contextos exteriores ao
pavilhão necessita de acompanhamento e de ser ensonado.

 Estabelecer uma relação positiva professor-aluno


É primordial estabelecer uma relação com os nossos onde eles sintam que
acreditamos no seu potencial. Todos os alunos possuem qualidades e pontos fortes
e não só problemas e carências, por isso é importante que o professor as saliente e
reconheça. Todos os alunos têm sempre algo a ensinar ao professor que este não
sabe, ouvi-los seguramente fará do professor um melhor líder. Têm também a
capacidade de tomar decisões, que podem nem sempre ser as mais corretas, mas
que com o tempo e a prática irão com toda a certeza melhorar.

 Criar uma estrutura da aula (5 componentes flexíveis):


o Conversa individual: Tempo breve de interação individual entre o professor e o
aluno. Pode ocorrer antes/depois da aula ou quando for possível.
o Conversa de consciencialização: Conversa de consciencialização no início da
aula que pretende fazer com que os alunos compreendam os níveis de
responsabilidade que vão ser trabalhados durante a aula.
o Atividade Física: Sessão prática propriamente dita, sempre com os objetivos do
modelo integrados.
o Reunião de grupo: Breve reunião de grupo no final da aula para se exporem
opiniões e sugerir alterações.
o Tempo de reflexão: Tempo de autoavaliação dos alunos. Refletem e registam
nível MRPS atingido naquela sessão.
Modelo da Educação Desportiva (MED)
Até aos anos 80, a maioria dos currículos de Educação Física defendia que a
aprendizagem devia ocorrer através de situações técnicas isoladas do jogo e sem
competição.

Alunos desmotivados e os jogos não tinham qualidade.

O MED surge como resposta às inquietações de Siedentop em descobrir formas


educativas com maior significado e valor para os alunos e face à reforma educativa
nos anos 90, que visava resultados autênticos e avaliação autêntica (i.e. jogo).

Não se circunscreve ao ensino dos jogos e é


transversal a todas as modalidades desportivas, quer
Sejam individuais ou coletivas

Objetivos do MED: Formar alunos desportivamente: cultos, competentes e


entusiastas.

 Tornar o jovem um cidadão desportivamente culto.


o Distingue a boa da má prática desportiva.
o Identifica os valores do Desporto.
o Identifica as regras, tradições e rituais do Desporto.
o Identifica especificidades que são características da modalidade.

“Torna-se consumidor desportivo mais criterioso, tanto como participante,


espectador, fã, etc. Contribui para uma cultura desportiva mais segura e sã.”
 Tornar o jovem um cidadão desportivamente competente.
o Apresenta capacidades suficientes para participar no jogo de forma
satisfatória.
o Alunos confortáveis e confiantes nas várias etapas de aprendizagem do
jogo: componentes tático-técnicas e ações sem bola.
o Sem a competência percebida não é possível construir o compromisso
de manter os alunos ligados à modalidade/Desporto.
 Tornar o jovem um cidadão desportivamente entusiasta.
o Aprecia os rituais e convenções que dão um significado singular a cada
desporto.
o Desenvolve a capacidade de tomar decisões racionais acerca dos
problemas desportivos.
o Envolve-se voluntariamente no Desporto fora da Escola.

O aluno entusiasta participa e comporta-se de forma a preservar, proteger e realçar uma cultura
desportiva, tanto numa comunidade local como nacional.
1. Época Desportiva

 Substitui as unidades didáticas tradicionais


 18-22 aulas de 45 minutos

 Pré-época;
 Calendário Competitivo;
 Play-offs;
 Jogos para o Campeonato;
 Alunos desempenham diferentes papéis de forma rotativa com o objetivo de
alcançarem autonomia no processo de ensino e aprendizagem;
 “Tarefas subsidiárias”.

2. Afiliação

 Alunos permanecem, durante uma época desportiva, dentro da mesma equipa.


 Equipas pequenas, coesas e HETEROGÉNEAS.
 Equipamento
 Trabalho em equipa para alcançar objetivos comuns.

3. Competição Formal

 Dar “significado” ao jogo.


 Consciência da evolução necessária para competir e desfrutar da prática
desportiva de forma mais satisfatória: o aluno ganha consciência do seu nível
atual técnico, tático e físico.
 Aplicadas as habilidades motoras aprendidas.
 Intercalada com as aulas-treino.
 Noção de rivalidade.
4. Registos Estatísticos

 Estatísticas individuais/equipa;
 Permite:
 Avaliar os colegas
 Fornecer feedback
 Valorizar a competição
 Controlar o desempenho
 Introduzir o espírito de superação
 Classificação na liga

5. Festividade

Aspeto caracterizador do desporto federado, deve estar presente durante toda a


época desportiva, de modo a promover experiências positivas que renovem o
interesse do aluno pela prática desportiva.

 Cerimónias e Rituais.
 Claques.
 Publicidade (fotos, reportagens, etc.)

6. Evento Culminante

 Reconhecimento;
 Prémios de desempenho;
 Prémios Fair-Play

Grandes diferenças fundamentais em relação ao Desporto fora da escola

Inclusão: toda a gente joga. Desporto para todos e com todos


 Homogeneidade inter-equipas
 Heterogeneidade intra-equipas
 Natureza da competição
Equilíbrio entre a Competição e Inclusão
Combater o vedetismo | Oportunizar o êxito | Evitar a exclusão dos menos dotados

Diversidade de funções:
 Jogador
 Treinador
 Árbitro
 Marcador de pontos
 Etc.

Jogo é modificado
 Jogos Reduzidos
 Equipas pequenas
 Adaptação dos materiais e das regras

Você também pode gostar