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A PROBLEMATIZAÇÃO NA GESTÃO DO ENSINO E DA APRENDIZAGEM

ANTES DA AULA: CUIDAR DA PROBLEMATIZAÇÃO NO PREPARO DE UMA BOA AULA


Ao planejar, o professor organiza a sua aula para que seja problematizadora.

• Formular boas e desafiantes perguntas exige conhecimento profundo sobre o tema da aula, além de um
planejamento adequado. Definir com muita precisão os objetivos da aula é essencial para formular questões que
orientem o jovem a avançar de modo crítico para além de suas interpretações pessoais com relação ao tema ou
à situação-problema que será proposta. No planejamento, o professor faz antevisões sobre os momentos de
trabalho em qualquer forma de agrupamento, procurando elaborar boas perguntas, que suscitem a discussão.
• Planeje a gestão do tempo, considerando que a problematização é uma abordagem que demanda mais espaço
de escuta e de interlocução com os estudantes.
• Module o nível de dificuldade da situação-problema, levando em consideração as capacidades e conhecimentos
dos estudantes. Eles devem ter em vista que possuem condições de investir e alcançar a resolução. Dessa forma,
o problema, inicialmente proposto pelo professor, tornase “questão dos alunos”, mesmo que eles ainda não
disponham dos meios de obter a solução buscada. Pode haver desafios a transpor na construção da solução. É
justamente a necessidade de resolver que leva o aluno a elaborar ou a acionar os instrumentos intelectuais
necessários a todo processo.

DURANTE A AULA: COLOCAR EM PRÁTICA A MEDIAÇÃO PROBLEMATIZADORA


É durante o momento de aula que o professor coloca a problematização em ação.

• O engajamento do aluno se dá no início e durante a aula. Por isso, é essencial partir de uma situação mobilizadora
dos jovens, trazer um recurso que permita o questionamento – um desafio, uma proposta investigativa – ou
simplesmente problematizar o conhecimento prévio dos estudantes sobre o conteúdo que será abordado. Esse
movimento pode ser realizado com a turma reunida em roda de discussão ou em pequenos times (quando os
jovens têm a oportunidade de partilhar suas percepções ou concepções iniciais antes do momento de
socialização com a turma). Em sua mediação, o professor provoca o confronto de opiniões e abre espaço para
dúvidas, despertando a curiosidade sem, no entanto, fazer explicações detalhadas. O importante aqui é conhecer
o ponto em que os alunos se encontram, o que eles conseguem fazer ou perceber por si mesmos, como
mobilizam seus conhecimentos prévios, para, depois, configurar melhor a situação problematizadora sobre a
qual se desenvolverá a aula ou as aulas seguintes a essa.
• Apoie a formação, organização e dinâmica dos grupos de trabalho. Um dos critérios para a formação dos times
pode ser envolver jovens que apresentem, no momento, mais dificuldades com outros que estejam com maior
desenvoltura no aprendizado de determinados conhecimentos. Vale destacar que os estudantes não são
estanques em zonas de “quem aprende mais” e de “quem aprende menos”, e que é importante valorizar a
colaboração, sempre.
• Permita que diversos alunos possam participar oralmente durante os momentos de discussão e rodas de
conversa, de modo que a palavra circule e não fique sempre de posse do mesmo grupo de estudantes. Os
momentos de participação oral devem ser bem cuidados, para que vários jovens possam expor seus pontos de
vista e haja respeito nessa interação. A mediação do professor envolve formular boas perguntas para aprimorar
a argumentação dos envolvidos, e trazer bons exemplos para ilustrar os conceitos.
• Em todos os campos de conhecimento, a questão do erro é importante para a problematização, pois qualquer
processo de aprendizagem prevê aproximações aos conceitos, ideias ou procedimentos em estudo, em um
movimento constante de ensaios e erros. Isso quer dizer que o erro não deve ser visto como algo nocivo, ele é
um “trampolim” para a aprendizagem.
DEPOIS DA AULA: A PRÁTICA DA PROBLEMATIZAÇÃO NÃO TERMINA QUANDO A AULA ACABA
Para que o professor aprimore sua prática problematizadora, é importante refletir e avaliar os acontecimentos da aula.

• Autoavalie-se e identifique os conhecimentos que os alunos aprenderam ou não, pois isso impacta o seu
planejamento para o próximo encontro.
• Avalie se as atividades desafiantes planejadas alcançaram o objetivo traçado durante o planejamento, bem como
se as perguntas formuladas foram eficazes para mobilizar os estudantes. Reflita sobre o que pode ser feito para
continuar aprimorando essa prática.
• Registre o percurso de aprendizagem dos diferentes alunos e a qualidade da participação deles, ressaltando o
desenvolvimento de competências cognitivas e socioemocionais, como a colaboração, a curiosidade para
aprender, a argumentação. Nesse registro, identifique se existem estudantes que, para avançar, precisam de
maior apoio seu ou dos colegas.
• Aprimore o planejamento coletivo com seus colegas professores que são responsáveis pelos mesmos alunos.
Compartilhar seus registros e sua avaliação individual ou de grupos de cada classe potencializa o trabalho de
todos na formação dos mesmos jovens.
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