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LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
TERESINA-PI
2022
ÉRIKA VITÓRIA AMORIM CAVALCANTE
TERESINA-PI
2022
BANCA EXAMINADORA
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Prof.ª Dra. Renata Gomes Monteiro
Universidade Federal do Piauí – UFPI
Presidente
_______________________________________________
Prof.ª
Universidade Federal do Piauí – UFPI
Examinadora
_______________________________________________
Prof.ª
Universidade Federal do Piauí – UFPI
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1 INTRODUÇÃO
Essa pesquisa tem como intuito analisar a dimensão afetiva dentro dos espaços
educativos escolares em tempos de ensino remoto. A afetividade se caracteriza na capacidade
do ser humano de se afetar positiva ou negativamente no contato às sensações internas ou
externas proporcionadas pelo convívio com o meio.
A teoria de Vygotsky fundamenta o conceito de que a relação de ensino aprendizagem
se dá através do meio que o indivíduo está inserido. No ambiente educacional acredita-se que
a aprendizagem também se materializa de forma mais efetiva através das interações sociais,
portanto é de suma importância o reconhecimento da troca de experiências fora do seio
familiar que a sala de aula proporciona.
Henri Wallon (1947 ), em sua teoria psicogenética diz que a dimensão afetiva ocupa
um lugar central tanto no ponto de vista da construção do indivíduo, quanto do conhecimento
(LA TAIELLE,1992, p.85). Para ele a afetividade está relacionada ao processo de
aprendizagem, sendo o professor o mediador de tais relações. O desenvolvimento dessa
relação acontece através da troca com o meio que a criança está envolvida. Assim, “à
constituição biológica da criança ao nascer não será a lei única do seu futuro destino. Os seus
efeitos podem ser amplamente transformados pelas circunstâncias sociais da sua existência,
onde a escolha individual não está ausente” (Wallon, 1959, p. 288). Sendo assim, não foi de
escolha pessoal, mas pelo meio social que foram afastadas do convívio social essa relação foi
afetada devido ao isolamento social, e as aulas remotas.
No ano de 2020 o mundo se deparou com a pandemia do vírus COVID- 19. Um vírus
desconhecido que teve origem na China e que se alastrou rapidamente pelo o mundo. Tendo
em vista esse cenário global da doença, o governo brasileiro decretou a Lei nº 13.979, de 6 de
fevereiro de 2020, incluindo medidas de enfrentamento a nova doença que se configurou
como pandemia devido às grandes proporções de alcance mundial e número de mortes
causadas (Presidência da República, 2020).
No Brasil, o número de casos avançou de maneira muito rápida, onde o primeiro caso
da doença foi detectado em 26 de fevereiro de 2020. Através da Portaria nº 454, de 20 de
março de 2020, foi declarado estado de transmissão comunitária do novo corona vírus
(Ministério da Saúde, 2020a, 2020b). Por isso, serviços de saúde, transporte e educação
pararam suas atividades normais para dar-se início ao isolamento social. E como estratégia de
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amenizar esse impacto na educação surgiu o ensino remoto. Nesse cenário, os estudantes
assistiam aulas em casa por um sistema online, que poderia ser em tempo real ou gravadas,
tiravam suas dúvidas por meio virtual e assim, pais e professores iam orientando como
podiam e se adaptando as dificuldades surgidas nesse processo.
O ano letivo que acabava de iniciar foi brutalmente interrompido e com isso ações
foram tomadas com a finalidade de adaptar as formas de ensino para que os alunos não
perdessem um períodos prolongados de aula. Umas das estratégias fulcrais foi lançar mão do
ensino e através de plataformas virtuais.
Essa pesquisa foi pensada, pois, acredita-se na importância e contribuição da
afetividade no processo de ensino-aprendizagem, destaca como o afeto tem como grande
influência na aprendizagem escolar através da interação com o meio e todos que nele estão
envolvidos, contribuindo para a formação integral da criança. Não há como negar a
interligação da afetividade e a aprendizagem, pois na escola a criança se relaciona
emocionalmente com os colegas e professores em sala de aula, o que nos remete a refletir
sobre como essa relação foi atingida devido ao ensino remoto.
Diante do cenário descrito, sem dúvidas, há uma necessidade de resgatar o tema da
relação professor aluno levando em conta a ação pedagógica como facilitadora do processo de
ensino-aprendizagem, despertando no discente a motivação, a segurança e a melhora no seu
desempenho escolar, a partir de atividades e atitudes que direcionam a um maior
conhecimento do aluno e de sua realidade.
Em meio a esse panorama, decidimos fundamentar a pesquisa tendo como perspectiva
metodológica a revisão sistemática. Tendo em vista o uso dessa metodologia iremos buscar
trabalhos científicos que trazem no seu bojo conceitual o tema da relação professor e aluno no
contexto pandêmico, a fim de analisar aspectos estruturais e conceituais dessas pesquisas para
entender de uma forma mais abrangente como e quais singularidades que atravessaram os
aspectos da relação docente e aluno mediante o ensino virtual. A pesquisa se deu em torno de
crianças que estavam cursando ensino fundamental, anos inicias.
Partindo desse contexto, a pesquisa apresenta o seguinte questionamento: Como se
constituíram as relações entre professores e alunos no contexto pandêmico frente ao ensino
por meio de plataformas virtuais. A partir dessa problemática, o presente trabalho tem como
objetivo geral: Analisar a relação professor- aluno no contexto da pandemia frente ao ensino
remoto devido ao isolamento social. Com objetivos específicos têm-se: identificar como os
aspectos afetivos da relação aluno professor foram impactados levando em conta o novo
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No Brasil, foi declarado situação de emergência em saúde pública por meio da Portaria
nº 188, de 3 de fevereiro de 2020, onde o governo a anunciou em âmbito nacional, que a
situação vigente demandava medidas urgentes de prevenção, controle e contenção de riscos,
danos e agravos à saúde pública (BRASIL, 2020b).
Uma das medidas adotadas foi o isolamento social ou a quarentena, que forçou o país a
paralisar ou reinventar as atividades em diferentes áreas, sendo uma delas, a educação, que
sofreu com a suspensão das aulas presenciais e o novo formato escolar. Em vista disso, as
secretarias de educação iniciaram medidas de combate ao vírus, suspendendo as aulas no
período de isolamento, e reorganizando as atividades no modelo não presencial e utilizando-se
das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDICs) como saída para cumprir a
carga horaria letiva.
Com o isolamento social sendo adotado como meio de controle e contenção à
propagação da Covid-19, foi possível evitar um possível colapso total na saúde pública
brasileira. Dentro desse cenário, as escolas iniciaram a suspensão de suas atividades presenciais
a partir de março de 2020. De forma improvisada, as secretarias de educação do Brasil
desenvolveram um planejamento, a fim de favorecer a continuidade das atividades escolares e
garantir a aprendizagem dos estudantes de forma não presencial.
A partir disso, é nos apresentado o ensino remoto com uso de plataformas on-line,
vídeo-aulas gravadas e compartilhamento de materiais digitais, como estratégias adotadaa pelas
secretarias estaduais de educação (CIEB, 2020).
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A implementação do ensino remoto não foi algo simples. A ruptura do ensino presencial
e migração para o virtual fez com que as práticas pedagógicas explorassem ainda mais os
recursos tecnológicos no ambiente escolar. Com essas mudanças, as metodologias de ensino
foram reformuladas, dando espaço para novas estratégias mediadoras, na qual a abordagem dos
conteúdos precisou ser feita de uma forma diferenciada. Senso assim, num cenário de pressa e
novas ações que remetiam a recursos digitais, percebeu-se alguns estudantes com acesso
restrito a meios tecnológicos e internet, apresentaram severos prejuízos em relação à
compreensão significativa dos conteúdos.
É bem verdade, que na sala de aula o suporte oferecido é maior do que através das telas.
Por isso, foi necessário repensar e redirecionar um novo jeito de interação entre os sujeitos
envolvidos no contexto educacional, mais especificamente, o professor e o aluno.
Diante do que foi exposto, vale ressaltar que a ideia do trabalho dentro desse contexto
de ensino virtual é também analisar a dimensão afetiva na relação aluno professor no cenário
do ensino remoto. Sendo assim o tópico seguinte irá fazer menção mais específico sobre este
tema.
[...] a sala de aula é, sem dúvida, um dos espaços mais oportunos para a
construção de ações partilhadas entre os sujeitos. A mediação é, portanto,
um elo que se realiza numa interação constante no processo ensino
aprendizagem. Pode-se dizer também que o ato de educar é nutrido pelas
relações estabelecidas entre professor-aluno (p.6).
Portanto o docente deve estar ciente da real importância de estar se aproximando de seus
alunos como forma de aquisição e fortalecimento dos laços cognitivos do aluno, adquirindo a
confiança necessária para o aprendizado do mesmo.
Para Wallon (1999), o indivíduo é um ser corpóreo, concreto e deve ser visto como tal,
seus domínios cognitivos, afetivos e motores fazem parte de um todo da própria pessoa. Com
isso seu lado emocional deve ser reconhecido pelo professor como meio de transição de seus
modos de pensamento com a realidade que o mesmo enfrenta em seu dia a dia.
Segundo Almeida (2004, p.126), tudo que ocorre com a pessoa tem um lastro afetivo,
e a afetividade tem em sua base a emoção que é corpórea, concreta, visível, contagiosa, o
professor pode ler o seu aluno: o olhar, a tonicidade, o cansaço, a atenção, o interesse, são
indicadores do andamento do processo de ensino que está oferecendo. Sendo o docente um
mediador da aprendizagem, deve buscar mecanismos que ajudem seu aluno a se desenvolver,
além de dar suporte para que o mesmo supere suas expectativas de aprendizagem.
A afetividade é algo que deve ser visto pelo professor como meio que pode ajudar o
mesmo a adquirir proximidade com seus alunos, ajudando na aceitação dos conteúdos a serem
estudados pelos alunos. Nessa perspectiva Galvão (1995) salienta que: “As emoções, assim
como os sentimentos e os desejos, são manifestações da vida afetiva”, sendo indispensável
esse reconhecimento por parte do professor da capacidade do aluno de aprender quando se
tem afeto pelo que ensina.
A mesma se dar dentro da sala de aula, pela consequência de tempo que o professor
passa com seus alunos, sendo assim indispensável a proximidade com eles. A afetividade
vem ao encontro do docente que trabalha com crianças, onde cada vez mais essa proximidade
é estudada para que sua importância seja revista a todo tempo, onde a educação se faça das
escolhas que o indivíduo é capaz de fazer e executar. Observa-se que sem afetividade o
indivíduo não adquire uma total liberdade de expor seus sentimentos e anseios sobre o que se
é estudado, além de ter uma barreira que o impede de socializar o que aprende com os demais
que convive com o mesmo na sociedade.
Como diz no depoimento da diretora Maria Thereza Marcílio, (CITAR A
REFERÊNCIA) para a revista instrucional “Aprender é muito mais do que só ficar diante de
um livro ou computador. Sem as relações presenciais de ensino-aprendizagem na Educação
Básica, até o domínio da cognição pura e simplesmente é comprometido”. Com isso, vale
salientar a importação das interações presenciais como meio para se devolver tais relações,.
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3 PERCURSO METODOLÓGICO
descritores para busca dos artigos: Afetividade, Ensino Remoto, Pandemia, Afetividade na
relação professor e aluno.
Assim, um total de (...) artigos cumpriu a todos os critérios. As informações foram
buscadas nos resumos e quando não foi possível encontrá-las, procedeu-se a consulta ao texto
completo. Foram analisados e comparados todos os artigos selecionados. As variáveis
investigadas foram quantidade de autores, instituições e estados de origem dos autores, tipos
de pesquisa e análises de dados utilizadas.
1- Escolher os descritores,
2 - Os critérios de inclusão e exclusão (CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO: SE FOR
LIVRO, SE FOR EM OUTRO IDIOMA QUE NÃO FOR O PORTUGUÊS, SE FOR
RESUMO, )
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Ana Rita Silva. A emoção na sala de aula. São Paulo: Papirus, 2001.
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Brasil (2020a). Portaria nº 343, de 17 de março de 2020. Dispõe sobre a substituição das aulas
presenciais por aulas em meios digitais enquanto durar a situação de pandemia do Novo
Coronavírus - COVID-19. Disponível em: http://abre.ai/bgvB. Acesso em: mai. 2022.
Brasil (2020b). Portaria Nº 544, de 16 de junho de 2020. Dispõe sobre a substituição das aulas
presenciais por aulas em meios digitais, enquanto durar a situação de pandemia do novo
coronavírus - Covid-19, e revoga as Portarias MEC no 343, de 17 de março de 2020, no 345,
de 19 de março de 2020, e no 473, de 12 de maio de 2020. Disponível em:
https://cutt.ly/9inmB8v.
https://educacaointegral.org.br/reportagens/a-potencia-da-educacao-presencial-e-das-relacoes-
de-ensino-aprendizagem/
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DEMO, Pedro. O mais importante da educação importante. São Paulo: Atlas, 2012.
SANTOS, Geny Alexandre dos & SANCHES, Isabel Rodrigues. A inclusão de pessoas
com necessidades educativas especiais. Recife: Libertas, 2015.
ALMEIDA, Ana Rita Silva. A emoção na sala de aula. Campinas: Papirus, 1999.
1- ELABORAR SUMÁRIO