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Uso de tela na infância:

o que dizem as pesquisas


Confira o trabalho de especialistas
no mundo inteiro sobre o tema
Apresentação
Qual o tempo ideal de exposição às telas para crianças e adolescentes?
Como as telas impactam a aprendizagem? Qual o papel das mesmas
no desenvolvimento das crianças e adolescentes? Essas são algumas
perguntas que gestores escolares e educadores enfrentam no cotidiano
escolar e na relação com as famílias.

Pensando nisso, neste e-book, trazemos um apanhado de algumas pes-


quisas no Brasil e no mundo que abordam o uso de telas na infância.
Assim, com base científica, as escolas conseguem se apropriar da me-
lhor forma para um uso de telas saudável e que impacte positivamente
a aprendizagem de seus alunos. Esperamos que gostem do material!
Pesquisas no Brasil
e no mundo
Desenvolvimento com as
telas na primeira infância
Pesquisa realizada pela Universidade Federal dos Vales do
Jequitinhonha e Mucuri em 2020

E se as telas ajudarem no aprendizado infantil? Como isso pode ser


realizado? Um estudo feito pela Universidade Federal dos Vales do
Jequitinhonha e Mucuri em 2020 mostrou que o uso de telas de alta
qualidade pode apresentar uma correlação positiva e significativa com
o desenvolvimento infantil nos domínios da linguagem, cognitivo e
motor fino.

A pesquisa foi realizada com 103 crianças entre 2 a 3 anos e meio de


idade, matriculadas em escolas públicas e privadas de uma pequena
cidade do Brasil. O foco do estudo foi com mídias interativas de toque,
como tablet, e as crianças estudadas utilizavam as mídias por diferen-
tes períodos, algumas inclusive excedendo a recomendação de duas
horas por dia.

O que foi constatado é que a escolha dos conteúdos acessados (de alta
qualidade para o desenvolvimento infantil) e a mediação dos pais teve
um impacto positivo no desenvolvimento das crianças. Ao usar o tablet,
é possível treinar habilidades motoras finas com o arrastar de tela e
ainda aprender novos nomes e ampliar a linguagem.

“O contato precoce da criança com a mídia pode promover o desenvolvi-


mento de competências de literácia digital, importante para os aspectos
cognitivos do desenvolvimento.”

Para ler a pesquisa completa, acesse o site.


Extremos de uso e
cuidados com bebês
Pesquisa realizada pela Universidade de Oxford em 2022

Um estudo realizado pela Universidade de Oxford, e publicado na


revista científica Infancy, mostrou que os excessos de uso de telas se
intensificaram durante a pandemia e que é preciso cuidado com os
extremos. Afinal, o uso excessivo pode sim impactar, principalmente, o
desenvolvimento emocional das crianças menores e bebês.

Uma das preocupações é que o uso extremo impacte a capacidade


autorregulatória e o desenvolvimento socioemocional das crianças,
principalmente as menores e os bebês com menos de dois anos. Por
isso, é importante respeitar o tempo de tela indicado por órgãos como
a OMS.

Apesar disso, a pesquisa também mostra que a mídia educacional


apropriada para a idade pode ter um efeito positivo nas crianças,
enriquecendo o ambiente de aprendizado em casa.

Para ler a pesquisa completa, acesse o site.


E-books para a
aprendizagem
Pesquisa realizada pela Universidade da Califórnia em 2016

A pesquisa da Universidade da Califórnia teve o foco sobre o uso de


livros digitais (e-books) a partir de tablets por crianças pequenas, para
entender quais os impactos sobre o desenvolvimento das mesmas.
A partir dos estudos, percebeu-se que, quando bem escolhido e sem
outras distrações (como sons e animações), os livros digitais podem
apresentar impactos significativos na aprendizagem, sendo em alguns
momentos até melhores que os livros físicos para o desenvolvimento,
por permitirem interação (com a própria obra e com outras pessoas) e
por terem um acesso mais facilitado.

Assim, as recomendações a partir da pesquisa são: ter cuidado na


seleção e curadoria dos e-books para cada faixa etária; incentivar os
adultos (pais e educadores) a compartilharem a experiência de leitura
com discussões da história, texto e personagens; respeitar o tempo de
tela para cada idade e acompanhar o acesso ao tablet, principalmente
para crianças menores.

“Quando os e-books são bem projetados, as crianças em idade


pré-escolar aprendem igualmente bem e, às vezes, mais do que
com os livros impressos.”

Para ler a pesquisa completa, acesse o site.


Tipo de conteúdo
faz diferença
Pesquisa realizada pela Universidade de Sidney em 2019

Por fim, uma pesquisa realizada na Austrália mostrou que o tipo de


conteúdo acessado faz toda a diferença na hora de potencializar o
desenvolvimento e a aprendizagem de crianças e jovens. O estudo foi
realizado com mais de 4 mil crianças entre 10 e 11 anos de idade.

O que a pesquisa mostra é que o uso de telas para atividades ativas,


como jogos, leitura e interação social, favorecem e trazem melhores
resultados para o aprendizado do que atividades passivas, como assistir
televisão e YouTube. Isso acontece porque as atividades ativas colocam
mais áreas do cérebro para funcionar do que as passivas, resultando em
um desenvolvimento cognitivo mais completo e intenso.

Para ler a pesquisa completa, acesse o site.


Manual da OMS
e cenário no Brasil
Dados sobre acesso
O Comitê Gestor da Internet no Brasil fez um panorama de uso com
dados interessantes sobre a infância e adolescência em 2021:

22,3 milhões de crianças e


93% da população de
adolescentes com acesso à
9 a 17 anos está conectada
internet no Brasil

Sítios de vídeos (67%) e redes WhatsApp é a plataforma em


sociais (61%) estão entre as que crianças e adolescentes
principais plataformas em que mais possuem perfil (80% dos
crianças e adolescentes utilizam respondentes)

Para ler o estudo completo,


acesse o site.
Manual da OMS
A OMS possui um guia bem completo sobre o uso de telas na infância
e adolescência. De acordo com o órgão, o tempo de tela precisa ser
respeitado em cada idade, seguindo os valores:

De 0 a 2 anos a exposição a telas não é recomendada


de idade:

De 2 a 3 anos a exposição a telas deve ser a menor possível,


de idade: e nunca passar de uma hora por dia

De 3 a 5 anos a exposição a telas pode ser um pouco maior,


de idade: mas ainda deve ser limitada a uma hora por dia

Dos 5 aos 17 a exposição a telas deve ser limitada a, no


anos de idade: máximo, duas horas por dia

Para ler a pesquisa completa, acesse o site.


Os caminhos
para o uso de
telas na infância
As telas já fazem parte do cotidiano de crianças e adolescentes. Os
nativos digitais já nascem inseridos em um mundo permeado por telas
e, com o pós-pandemia, o uso de tecnologias foi cada vez mais intensifi-
cado. Assim, é fundamental saber utilizá-las da melhor maneira possível
e tirar proveito do que as tecnologias também podem oferecer.

O primeiro ponto é preparar essa criança e adolescente para encarar


as telas de forma segura e saudável, sem deixar de lado o contato com
a natureza e as relações sociais, mas também aprendendo e se diver-
tindo com o que as mídias digitais também podem oferecer. Educa-
ção midiática nas escolas, aulas voltadas para a formação do senso
crítico e a preparação dos alunos para o futuro são partes essenciais no
planejamento escolar.

O segundo ponto essencial é saber realizar uma curadoria de conteú-


dos de qualidade, que possam realmente contribuir para a aprendiza-
gem, como a leitura, os jogos educativos, os aplicativos de línguas e a
curadoria de mídias audiovisuais com conteúdos enriquecedores para o
desenvolvimento. Ao otimizar o tempo de tela utilizado com conteúdos
e atividades de qualidade, a criança e o jovem podem aprender cada
vez mais.

Esperamos que esse e-book tenha contribuído para a reflexão desse


tema tão importante nos tempos atuais.

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