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RESUMO
O presente artigo contempla uma pesquisa bibliográfica. Com o grande avanço
tecnológico dos últimos anos, a televisão, os jogos eletrônicos e a internet tornaram-se
cada vez mais populares entre as crianças e esse fator trouxe algumas consequências
para o bem estar físico e psicológico desses indivíduos. A partir disso, surge um
questionamento sobre o papel dos pais e da sociedade no processo de desenvolvimento
desse sujeito e se existe alguma mudança na forma como esse desenvolvimento ocorre
na era digital.
Palavras chave: Desenvolvimento; Infância; Tecnologia.
ABSTRACT
The present article contemplates a bibliographical research. With the great
technological advance of the last years, television, electronic games and the internet
have become increasingly popular among children and this factor has had some
consequences for the physical and psychological well-being of these individuals. From
this, a question arises about the role of parents and society in the development process
of this subject and if there is any change in the way this development occurs in the
digital age.
Key words: Development; Childhood; Technology.
1. INTRODUÇÃO
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Discente do 8º período do curso de Psicologia da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral
(FAEF).
21
Discente do 4º período do curso de Psicologia da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral
(FAEF).
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Psicólogo, Mestre em Psicologia pela PUC Minas. Professor e Coordenador do curso de Psicologia da
Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral (FAEF).
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outro e no desenvolvimento na era digital. Posteriormente, buscou-se avaliar o que a
teoria traz sobre o desenvolvimento da criança na contemporaneidade e o lugar que o
outro ocupa nesse processo.
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mais frequente com as outras pessoas, suas habilidades sociais tornam-se cada vez mais
evidentes (PAPÁLIA & FELDMAN, 2013)
Nos primeiros dois anos de vida do bebê, fase em que há um aumento de
sinapses entre os neurônios, seu cérebro está se desenvolvendo e é necessário uma gama
de estímulos. É imprescindível indicar que, de acordo com Pinheiro (2016), tais
estímulos não são provenientes de aparelhos eletrônicos, mas sim aqueles sensoriais,
que incluem contato, brinquedos, músicas, livros e outros aparatos que estimulem os
sentidos. Esses incentivos acionam diversas áreas cerebrais, fazendo com que haja um
amadurecimento, o desenvolvimento da personalidade e uma evolução da linguagem.
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Por conta da falta de tempo dos pais, as crianças têm passado um período maior
em instituições de ensino. Quando isso não ocorre, ficam com babás ou parentes, e
nesses momentos muitas vezes só têm como entretenimento os celulares, vídeo games,
computadores, ou até mesmo podem passar o dia inteiro em frente às televisões
absorvendo de forma indiscriminada tudo o que é passado (PREVITALE, 2006).
De acordo com Abreu et al. (2008), há relatos científicos que constam que os
indivíduos estariam tornando-se dependentes do mundo virtual e eletrônico e essa seria
uma das queixas mais frequentes na atualidade em consultórios psiquiátricos por parte
dos pais que estão notando comportamentos estranhos em seus filhos, um menor
rendimento escolar e um isolamento social.
Ainda muito nova, a criança passa a ter contato com aparelhos eletrônicos,
como: celular, tablet, computador e televisão. Essa utilização cada vez mais precoce
traz consigo uma série de polêmicas e questionamentos sobre como isso pode afetar o
desenvolvimento da criança no aspecto afetivo, cognitivo ou social, tendo em vista que
as brincadeiras tradicionais, como, por exemplo, correr, jogar bola e esconde-esconde,
que envolvem a interação social e atividade física, tem sido deixadas de lado, para dar
lugar a jogos virtuais, aplicativos e videogames, onde a criança não interage ou se
exercita (PAIVA & COSTA, 2015).
De acordo com os dados propostos pela Secretaria Executiva da Rede Nacional
Primeira Infância (2014), no Brasil o número de pessoas que tem acesso aos aparelhos
eletrônicos chega em torno dos 22 milhões e contradizendo a ideia de que a tecnologia
viria somente para dissipar de forma mais rápida a informação e aumentar de forma
considerável o círculo de amizade das pessoas. Na contemporaneidade, vemos notícias
de como as crianças e os jovens estão mais fazendo um uso abusivo dos dispositivos
oriundos da era digital, a ponto da dependência criada pela internet estar próxima de
tornar-se uma classificação psiquiátrica do século XXI.
A utilização desregrada dos aparatos eletrônicos, segundo Paiva e Costa (2015),
cria um distanciamento entre os membros que compõem uma mesma família, uma vez
que todos estão no mesmo ambiente, mas não interagem diretamente um com outro. A
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consequência disso é que são afetados os laços afetivos entre os componentes da
família, e a criança, por conta da ausência de referências emocionais, pode vir a
encontrar dificuldades no ambiente escolar, uma vez que não consegue encontrar uma
equiparação entre o aspecto cognitivo e afetivo.
As consequências do uso indevido da tecnologia não se restringem a danos de
cunho comportamental e emocional, há também problemas ligados ao sedentarismo
(PINHEIRO, 2016). A obesidade caracteriza-se como uma comorbidade do
sedentarismo, por consequência da falta de movimentação surgem outras patologias
como: diabetes, problemas cardíacos e hipertensão. Esse desequilíbrio físico e
psicológico aumentam as chances do isolamento social (PAIVA & COSTA, 2015).
De acordo com Pinheiro (2016), ter uma visão extremista sobre os aparelhos
eletrônicos disponíveis no mercado não é uma boa opção, uma vez que eles podem
servir de ferramenta para diversas áreas. Especialistas dizem que o segredo para
aproveitar de forma positiva as novas tecnologias está na dosagem, seu uso ainda pode
trazer vantagens ao usuário, propiciando uma maior acessibilidade aos conteúdos
escolares, o desenvolvimento de habilidades motoras e uma facilitação na socialização
(SECRETARIA EXECUTIVA DA REDE NACIONAL PRIMEIRA INFÂNCIA,
2014).
5. CONCLUSÃO
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Levando em consideração esses aspectos, conclui-se que é necessário uma maior
atenção dos pais sobre o uso desregrado desses aparelhos, uma vez que podem vir a
trazer prejuízos a longo prazo para as crianças, quando utilizados de maneira
compulsiva. Desta forma, vale ressaltar que seu uso dosado é essencial para um melhor
aproveitamento do que é oferecido pelos aparelhos eletrônicos.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ERICKSON, E. H., KIVICK, H. Q. Vital involvement in old age: the experience of old
age in our time. New York: Norton, 1986.
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