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AS MARCAS DA

ESCRAVIDÃO
NA AMÉRICA
Heranças da escravidão na América
Na América, o primeiro país a abolir o regime de
escravidão foi o Haiti, em 1793.
A maioria dos outros países, ao se tornarem
independentes, aboliram a escravidão, à exceção
dos Estados Unidos e do Brasil, onde a escravidão foi
abolida em 1865 e em 1888, respectivamente.
01
Registros de compra e venda e
Fontes históricas em testamentos e inventários
de senhores.

Pinturas, fotografias e
registros iconográficos da
02
época.
Se eram batizados na Igreja
católica, por exemplo, 03
apareciam em registros das
paróquias
Boletins de
ocorrência em
04
delegacias
Anúncios de procurados
05
Principais Consequências
Até a segunda metade do século XIX,
a escravidão era uma atividade
legalmente instituída na maior parte
dos países da América, ou seja, os
governos nacionais tinham
autoridade sobre o tema.
Comumente os escravizados eram
expostos a castigos cruéis,
ficando à mercê de seus senhores.
Todo esse processo, que durou mais
de três séculos na
América, deixou uma série de marcas
nas sociedades do
continente e na população negra
local. A maior incidência
da desigualdade social sobre esse
grupo, por exemplo, pode
ser verificada por meio da análise de
dados, tais como taxa
de mortalidade por homicídios, índice
de escolaridade,
participação nos setores mais
vulneráveis e porcentagem na
população encarcerada. Desse modo,
pode-se perceber que,
ainda hoje, a questão racial compõe a
estrutura da sociedade.
Na América, a culinária também atesta a
influência africana, como a tradição sulista
nos Estados Unidos, que tem o feijão e o
quiabo entre suas bases; e comidas típicas de
regiões brasileiras, como o mugunzá (ou
canjica), o acarajé, entre outras.
A cultura é um campo de atuação política
dessas pessoas, tendo em vista que a música,
as artes plásticas e a língua são expressões da
resistência diante das adversidades
historicamente enfrentadas pela população
negra .
Atualmente, em todo o continente americano, a
população negra é parte legal da sociedade, ou seja,
tem acesso à cidadania. Todavia, nem sempre foi
assim. A luta desse grupo por direitos civis marcou a
história dos Estados Unidos até a segunda metade do
século XX, por exemplo.
Figurando como o segundo país
da América que mais recebeu
escravizados, cerca de 390 mil,
os Estados Unidos têm
atualmente cerca de 13% da
população composta por
negros. Diferentemente do
Brasil, cujos dados apontam
para 56% da população
autodeclarada negra (preta ou
parda), no país norte-americano
as pessoas de origem africana
são minoria.
Hoje em dia, a maioria das
populações periféricas dos
países americanos é negra, e
nesses espaços desenvolvem
comunidades com
sociabilidades próprias.
Contudo, há também
presença negra em regiões
não periféricas, sendo
crescente o acesso dessas
pessoas a espaços
institucionais como
universidades e escolas e a
cargos públicos.
Resistência à segregação
As políticas nacionais de
segregação racial
vigoraram nos Estados
Unidos por quase um
século, entre as décadas
de 1860 e 1960. Apesar
das muitas restrições às
quais era submetida, a
população negra
estadunidense resistiu
de diversas maneiras e
lutou pelo fim de tal
regime até sua extinção.
Pessoas ficaram conhecidas por
seus atos de combate à segregação.
Rosa Parks Elizabeth Eckford Martin Luther King
Se recusou a ceder Ganhou na Justiça o Um dos líderes
seu lugar no ônibus a direito de frequentar políticos mais
um homem branco. uma escola destinada importantes da história
apenas a brancos. dos Estados Unidos.
Digo a vocês hoje, meus amigos, que, apesar das
dificuldades de hoje e de amanhã, eu tenho um sonho.
É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.
Tenho um sonho de que um dia esta nação se erguerá e
corresponderá em realidade o verdadeiro significado de seu
credo: ‘Consideramos essas verdades manifestas: que todos
os homens são criados iguais’.
Tenho um sonho de que um dia, nas colinas vermelhas da
Geórgia, os filhos de ex-escravos e os filhos de ex-donos de
escravos poderão sentar-se juntos à mesa da irmandade.
Tenho um sonho de que um dia até o Estado do Mississippi,
um Estado desértico que sufoca no calor da injustiça e da
opressão, será transformado em um oásis de liberdade e de
justiça.
Tenho um sonho de que meus quatro filhos viverão um dia
em uma nação onde não serão julgados pela cor de sua pele,
mas pelo teor de seu caráter.
Tenho um sonho hoje.
Nos Estados Unidos, a escravidão
negra conviveu por certo tempo com a
servidão branca, mas cresceu de
maneira exponencial.
Diferentemente do Brasil colônia, com
forte influência católica, os Estados
Unidos formaram uma sociedade
protestante. No Brasil, quando
batizado, um escravizado deixava de
ser considerado uma mercadoria, e o
ato era visto como um sinal de piedade
do senhor. Nos Estados Unidos, por
outro lado, o batismo era obrigatório,
mas não mudava a condição jurídica
dos cativos, que, mesmo batizados,
continuavam escravizados.
A partir de 1669, a legislação
escravista nos Estados Unidos passou
a determinar que a morte de um
escravizado por castigos físicos não
seria considerada crime. A justificativa
era que ninguém destruiria
conscientemente os próprios bens, já
que os escravizados eram vistos como
propriedades. Essa medida tornou
mais perigosas a organização de
revoltas e a denúncia de maus-tratos.
A independência dos Estados Mesmo após a abolição da
Unidos, alcançada em 1776, escravidão, a população negra
teve entre as nos Estados Unidos da América
lideranças principais viveu sob um regime duro de
proprietários de escravizados, segregação e preconceito. Ela era
não alterando a situação da impedida
população negra no país. de entrar em determinados
lugares, ocupar certas posições
de poder e frequentar alguns
espaços
O sistema
escravista
formou uma
sociedade
baseada na
desigualdade
social e étnica.
A escravidão legou à
população negra o
apagamento de suas
experiências
históricas, a
marginalização e a
exclusão.
Entretanto, essa população
conseguiu conquistar seu
direito à liberdade,
mantendo e reelaborando
suas culturas
em uma intensa vivência
baseada na resistência.
“Black lives matter”
(“Vidas negras
importam”),
“Ninguém nasce odiando outra
pessoa por sua cor da pele, sua
origem ou sua religião. As
pessoas podem aprender a
odiar e, se podem aprender a
odiar, pode-se ensiná-las a
aprender a amar. O amor chega
mais naturalmente ao coração
humano que o contrário.”

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