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Universidade Católica de Pernambuco

Unicap – CCJ

Culturas Oprimidas: Negros

Humanismo e Cidadania

Prof º: Luiz Moura

Alunas: Amanda Nunes

Ana Cecília Batista

Sala: 209

Turno: Manhã

Recife

03/04/2018
A cultura negra está presente no mundo desde os primórdios da história
e se disseminou no Brasil e no mundo durante a expansão marítima. Os negros
foram tratados como produtos, e exportados para todo o mundo como mão de
obra escrava. Esse modelo de exploração da mão de obra humana foi um
motor gerador de grandes economias durante décadas, enriquecendo a
burguesia e impondo um trabalho sistemático, degradante e violento aos
negros trazidos da África nos navios negreiros.

As mulheres negras, além de trabalharem nas mesmas condições dos


outros escravos, ainda eram abusadas pelos senhores de engenho,
posteriormente engravidando e submetendo os filhos ao mesmo mecanismo
econômico. Mesmo com as leis desenvolvidas ao longo desse período, como a
do Ventre Livre, Eusébio de Queiroz e do Sexagenário, as condições as quais
os negros estavam impediam que qualquer uma dessas normas fosse posta
em prática. Nenhum homem negro vivia até os 60 anos, pois a expectativa de
vida dessas pessoas era de 25 anos. Nenhuma negra escrava, mãe de uma
criança livre podia oferecer uma vida diferente da dela.

Apesar de todo esse sistema de opressão, de imposição religiosa e


cultural, os negros conseguiram manter e reinventar sua cultura. Durante
missas e cerimônias religiosas os negros cultuavam secretamente seus
deuses, por exemplo, durante a pausa no trabalho se exercitavam através da
capoeira, e utilizando restos de alimentos da casa grande criaram um dos
pratos mais famosos do Brasil, a feijoada.

Com o fim da escravidão negreira, os negros foram libertos, e livres,


poderiam viver a vida que sempre sonharam. Porém, ser livre não significava
nada para um negro no Brasil. Fora das fazendas, os negros passaram a viver
nas periferias das cidades, nascendo as primeiras favelas. Apesar de livres,
não havia trabalho, educação e saúde disponíveis, então mais uma vez o negro
teve que se submeter ao trabalho análogo ao escravo para manter-se vivo. E
assim, ao longo do tempo, a imagem do negro se desenvolveu de forma a
sempre submeter uma pessoa com a cor diferente do branco a cargos,
espaços sociais e tipos criminais estigmatizados.

Se tratando do movimento negro, foi preciso e é preciso ainda, muita luta


no decorrer das décadas. Na época colonial os movimentos pró- negros já
existiam com a criação das primeiras colônias negras conhecidas como
quilombos, e o engajamento de líderes como Zumbi dos Palmares que morreu
tentado libertar negros das fazendas de café. Além disso, foi possível ver o
movimento liberal abolicionista ganhando força que deu por resultado a lei
áurea. E foi apenas no final do séc. XIX e início do séc. XX que foi possível
notar uma discussão mais assídua acerca da vida negra, com publicações em
jornais e revistas de denuncias contra violência e ameaças a essa população.
Em 1931 foi fundado o movimento que viria a se transformar em partido
político, o Frente Negros Brasileira. Foram assim as primeiras criações de
entidades negras no Brasil. Já no Estado Novo , na década de 60, surgiram
novos lideres e influencias, tendo destaque Rosa Parks e Martin Luther King.
Nas décadas de 70 e 80 vários outros grupos se formaram para unir jovens e
denunciar o preconceito e a violência que ainda sofriam apenas por serem
negros. Em 1995 o Brasil parou com a presença de mais de 30 mil pessoas
para a Marcha Zumbi, despertando a necessidade de mais políticas destinadas
a esse público. Visto, portanto, que após muito tempo o governo FHC instituiu
um grupo trabalhista para a valorização dessa população. Mas só depois com
maior interesse governamental que os governos passaram a melhor mobilizar
suas políticas voltadas a tentar reparar de alguma maneira todo sofrimento que
essa população teve, através de cotas, incentivos estaduais, promoção de
igualdade etc.

Mesmo diante de todo esse progresso,  o número de negros que hoje


sofrem com violência, é absurdo. A criação dessas diversas maneiras de maior
interação não só obrigou a sociedade a se portar de forma a não ferir a
dignidade humana como trouxe bastante segregação, o oposto do intuito
dessas políticas sociais. De 2002 para 2010 a evolução da proporção de
homicídios envolvendo negros cresceu quase 60% a mais do que os brancos,
resultado do estigma criado ao longo de décadas, muitos negros ainda sofrem
e morrem.

Dentre várias pessoas que lutaram no movimento negro, estão as


mulheres. Durante a Guerra Civil americana, em 1861, Harriet Tubman, ex-
cativa, liderou tropas em ações militares de resgate, libertando 750 escravos da
confederação. Nomes como Josephine St, Pierre Ruffin, Angela Davis, Rosa
Parks, na America do Norte, e Maria Aranha, Tereza de Benguela e Dandara
dos Palmares no Brasil, também foram responsáveis pela luta pela igualdade e
respeito à dignidade do negro.

Sendo assim, ser negro no Brasil e no mundo ainda é sinônimo de


muita luta.

“Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se


movimenta com ela.”

- Angela Davis

“Libertei muitos escravos e teria libertado muitos mais se pelo menos eles
soubessem que eram escravos.”

- Harriet Tubman

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