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Texto reflexivo sobre o resumo do livro "A integração do negro na sociedade de classe"

Florestan Fernandes o patrono da sociologia brasileira,como defensor e sociólogo dedicado


à transformação social é o autor de várias obras influentes à causas sociais, sendo uma
delas o livro chamado A integração do negro na sociedade de classes. No livro Florestan
tenta retratar a vida da população negra no Brasil após a Abolição, e suas dificuldades ao
tentarem se encaixar na sociedade,agora como homens livres.
Após anos sendo escravizados,com a Abolição da escravatura em 1888 os negros e
mulatos puderam se ver livres e finalmente serem inclusos na sociedade,mas eles não
contavam com as dificuldades que enfrentariam na cidade paulista. A chegada de
imigrantes europeus em São Paulo no final do século XIX e início do XX dificultou a
conquista de vagas de empregos à população negra, os imigrantes eram bem preparados
ao mercado de trabalho da época, tinham habilidades técnicas, para eles era fácil conseguir
um emprego em um alto cargo, já para os negros recem libertados foi muito mais difícil,
muitos não sabiam ler e escrever, eram excluídos de interações sociais porque eram vistos
como sinal de perigo constante, como não tinham estudo suas habilidades eram no campo,
trabalhando como agricultores, ou nos trabalhos domésticos como serviçais e agora que
eram livres não queriam um trabalho que os fizessem lembrar de sua época de escravidão .
Logo após a Abolição houve a formação de dois blocos diferentes os "negros da casa" e os
"negros do eito", os negros e mulatos da casa grande tiveram mais apoio de seus
ex-senhores e de amigos brancos que lhes indicavam cargos públicos, em trabalhos como
faxineiros, chofferes, etc, nesse grupo muitos tiveram acesso a uma educação básica,
sabiam ler e escrever.
Já os "negros do eito" não tiveram essa mesma chance, sem nenhuma assistência dada
pelo estado após a Abolição e a dificuldade de encontrar um trabalho, muitos negros e
mulatos desse grupo se viram obrigados a recorrerem a vida do crime, eles não tiveram
nenhum amparo ou orientação, eles nunca tinham feito parte de uma sociedade urbana, e
depois de anos sendo forçados a abrir mão de seus próprios quereres para obedecerem
apenas ordens de seus ex-senhores, teriam dificuldades em tomar decisões por si mesmos.
A frustação por não conseguir um emprego levou muitos a dependência alcoólica, os
"negros do eito" também enfrentaram problemas familiares, promiscuidade sexual, crianças
foram abusadas e iniciaram cedo suas vidas sexuais, o que levou a cruel marginalização
desse bloco social.
Enquanto a chamada "elite negra " desenvolvia um estilo de vida igual a dos brancos, se
afastaram dos "negros do eito" para não serem associados à eles e que para seus filhos
não sofrerem nenhuma influência, eram rígidos quanto sua organização familiar e cuidavam
para que seus filhos e filhas pudessem ter uma vida bem sucedida e uma boa base familiar.
A Abolição da escravatura trouxe a liberdade do povo negro mas não a igualdade social e o
desamparo do estado após a Abolição dificultou a inclusão dos negros na sociedade da
época. Ainda hoje em dia o racismo é muito presente, os negros ainda enfrentam
dificuldades como essas enfrentadas pelos negros da época pós Abolição o que enfatiza a
importância de movimentos sociais anti-racista, e datas comemorativas que nos façam
lembrar da luta dos negros e que conscientizem os brancos sobre simples comportamentos
e falas que podem ser racistas, como o dia 20 de Novembro o Dia da consciência
Negra,como diz o ex - Presidente da África do Sul, Nelson Madela "Ninguém nasce odiando
outra pessoa pela cor de sua pele, ou por sua origem, ou sua religião. Para odiar, as
pessoas precisam aprender, e se elas aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois
o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto. A bondade
humana é uma chama que pode ser oculta, jamais extinta", e assim desmistificar o racismo
das pessoas.

Juliana Andrade Costa


1° ano "A" Meio ambiente

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