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Nicole Rocha Curia e Otávio Augusto Ferri Lopes; 3ºA; 01/07/2020

Racismo no Brasil historicamente – República velha até os dias atuais


O Brasil atualmente é um país muito racista e isso é reflexo do nosso passado.
O país teve a escravidão como uma das principais bases no início de sua
urbanização, onde povos europeus imigraram para cá para colonizar o país e
povos africanos foram trazidos para serem escravizados, em grande parte nas
lavouras, já que embora no começo os indígenas fossem os escravos, pelo
conhecimento do território esses conseguiam fugir mais facilmente.
Por conta da maioria dos negros serem escravizados já no início da formação
do país, os que aqui viviam ficaram com a visão de que os negros eram
inferiores e os brancos caucasianos eram superiores e com o passar do tempo
isso só foi piorando. Com 400 anos de escravidão esta ideia já estava cravada
na mente dos brasileiros.
Todo esse tempo depois, por muita pressão, a Princesa Isabel “deu a alforria”
aos escravos. Apesar da liberdade recém conquistada os ex escravos viviam
às margens da sociedade, visto que mudanças realmente efetivas não
aconteceram pois estes estavam sem trabalho, moradia ou terras pois não
houve inclusão dos negros na sociedade após tantos anos de escravidão,
desencadeando inclusive o movimento da revolta da chibata, onde os
marinheiros negros sofriam diversas punições, tendo um tratamento muito
inferior ao dos marinheiros brancos.
Assim, essas pessoas, excluídas e abandonadas da vida social foram
migrando para as margens das cidades e para as encostas dos morros e
outros ali foram se firmando, até os dias atuais, onde esses territórios são
conhecidos como “favelas” ou comunidades. Esse cenário desencadeou
revoltas contra esses
Tantos anos de afastamento fez com que esse povo fosse visto como uma
escória pela sociedade, principalmente pela elite da mesma, e nenhum
represente do país em todos esses anos se preocupou em ajudar essas
pessoas, isso é uma marca, uma ferida em nosso país, que mesmo anos e
anos após, continua aberta.
Durante o governo de Getúlio Vargas, houveram diversos casos de um racismo
institucionalizado, por exemplo a lei sobre imigrantes. Se em algum momento a
entrada de imigrantes era vista como positiva, principalmente no contexto
racista de embranquecimento da população de maioria negra da época, isso
mudou com o passar do tempo.
Logo depois de assumir o poder, Getúlio Vargas inseriu um decreto limitando a
entrada de estrangeiros no Brasil. O decreto estabelecia também que no
mínimo dois terços dos postos de trabalho deveriam ser ocupados por
brasileiros. A manobra era parte da política nacionalista de Vargas e de sua
busca pelo apoio dos trabalhadores
Mais para a frente, com o golpe a instauração da ditadura militar, as práticas
racistas e perseguições aos negros continuaram, o regime espionou e
perseguiu a luta de movimentos raciais no Brasil.
O movimento negro era visto como um problema porque repudiava o regime,
contestava a propaganda oficial de um país sem racismo e mostrava a
necessidade de se reestabelecer a democracia. Para a ditadura, a luta contra o
racismo era uma "desculpa" para a criação de grupos que pretendiam alterar a
ordem social do país. Além disso eram vistos muitos líderes de movimentos de
esquerda que lutavam contra o governo militar.
Foi uma época sombria, durante o regime, muitos líderes negros morreram ou
desapareceram após ações militares. Há também diversos relatos por todo o
país de centenas de prisões políticas e casos de tortura envolvendo integrantes
de lutas contra o racismo.
Não é novidade que a sociedade em que vivemos é extremamente racista e
preconceituosa, quem nasce é inserido à um racismo estrutural e institucional
todos os dias, assim, todo mundo carrega uma parcela de intolerância em si
querendo ou não, porém esse é um problema que deve ser encarado e todos
nós devemos assumir nossos preconceitos interiores e desconstruí-los todos
os dias para que as próximas gerações não sejam tão falhas quanto á isso
quanto nós.
Conclusão
Embora muito avanço tenha acontecido desde o fim da escravidão a partir de
diversas lutas e movimentos antirracistas, estamos longe de ser um país não
racista. O que aconteceu e acontece até hoje é uma cicatriz em nosso país,
está marcada em nossa história não importa quanto tempo passe.
Assim devemos assumir que somos racistas, seja como indivíduos, seja como
sociedade, pois a negação apenas irá perpetuar e naturalizar esse racismo
encravado na estrutura do país.
E, ainda mais, devemos enfrentar esse preconceito para que possamos evoluir,
pois não se pode ir para frente sem aceitar seu passado. Enquanto o Brasil não
se assumir racista e se confrontar com isso, o negro continuará sendo oprimido

Bibliografia
https://noticias.uol.com.br/reportagens-especiais/ditadura-militar-espionou-
movimento-negro-reprimiu-e-infiltrou-agentes/#page1
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/414950/noticia.htm?
sequence=1&isAllowed=y
https://www.uol.com.br/ecoa/ultimas-noticias/2020/06/02/racismo-no-brasil-se-
voce-esta-comodo-na-estrutura-precisa-se-incomodar.htm
História 3: ensino médio/ Ronaldo Vainfas...[etal.].— 3. Ed.—São Paulo:
Saraiva, 2016.

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