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Marinheiros e caiados
Todos devem se acabar,
Porque só pardos e pretos
O país hão de habitar.
AMARAL, F. P. do. Apud CARVALHO, A. Estudos pernambucanos. Recife: Cultura Acadêmica, 1907.
Foto de Militão, São Paulo, 1879. ALENCASTRO, L. F. (org). História da vida privada no Brasil. Império a corte e a
modernidade nacional. São Paulo: Cia. das Letras, 1997. (Foto: Reprodução/Enem)
Que aspecto histórico da escravidão no Brasil do séc. XIX pode ser identificado
a partir da análise do vestuário do casal retratado acima?
TEXTO I
TEXTO II
14. (ENEM 2011 • PPL) Escrevendo em jornais, entrando para a política, fugindo
para quilombos, montando pecúlios para comprar alforrias… Os negros
brasileiros não esperaram passivamente pela libertação. Em vez disso,
lutaram em diversas frentes contra a escravidão, a ponto de conseguir
que, à época em que a Lei Áurea foi assinada, apenas uma pequena
minoria continuasse formalmente a ser propriedade.
Antes da Lei Áurea. Liberdade Conquistada. Revista Nossa História. Ano 2, nº 19. São Paulo: Vera Cruz, 2005.
15. (ENEM 2012 • 1ª APLICAÇÃO) Torna-se claro que quem descobriu a África
no Brasil, muito antes dos europeus, foram os próprios africanos trazidos
como escravos. E esta descoberta não se restringia apenas ao reino
linguístico, estendia-se também a outras áreas culturais, inclusive à da
religião. Há razões para pensar que os africanos, quando misturados e
transportados ao Brasil, não demoraram em perceber a existência entre si
de elos culturais mais profundos.
SLENES, R. Malungu, ngoma vem! África coberta e descoberta do Brasil. Revista USP,
n. 12. dez./jan./fev. 1991-92 (adaptado).
O cenário vivenciado pela população negra, no sul dos Estados Unidos nos
anos 1950, conduziu à mobilização social. Nessa época, surgiram
reivindicações que tinham como expoente Martin Luther King e objetivavam:
TEXTO I
Já existe, em nosso país, uma consciência nacional que vai introduzindo o
elemento da dignidade humana em nossa legislação, e para qual a
escravidão é uma verdadeira mancha. Essa consciência resulta da mistura
de duas correntes diversas: o arrependimento dos descendentes de
senhores e a afinidade de sofrimento dos herdeiros de escravos.
NABUCO, J. O abolicionismo. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br.
Acesso em: 12 out. 2011 (adaptado).
TEXTO II
Joaquim Nabuco era bom de marketing. Como verdadeiro estrategista,
soube trabalhar nos bastidores para impulsionar a campanha abolicionista,
utilizando com maestria a imprensa de sua época. Criou repercussão
internacional para a causa abolicionista, publicando em jornais
estrangeiros lidos e respeitados pelas elites brasileiras. Com isso, a
campanha ganhou vulto e a escravidão se tornou um constrangimento,
uma vergonha nacional, caminhando assim para o seu fim.
A) A história e a natureza.
B) O exotismo e as culturas.
C) A sociedade e a economia.
D) O comércio e o ambiente.
E) A diversidade e a política.
A) politicamente ignoradas.
B) socialmente justificadas.
C) culturalmente qualificadas.
D) historicamente equivocadas.
E) economicamente fundamentadas.
27. (ENEM 2014 • PPL) O artigo 402 do Código penal Brasileiro de 1890 dizia:
Fazer nas ruas e praças públicas exercícios de agilidade e destreza
corporal, conhecidos pela denominação de capoeiragem: andar em
correrias, com armas ou instrumentos capazes de produzir uma lesão
corporal, provocando tumulto ou desordens.
Pena: Prisão de dois a seis meses. SOARES, C. E. L. A Negregada instituição: as capoeiras no Rio de Janeiro:
1850-1890. Rio de Janeiro: Secretaria Municipal de Cultura, 1994 (adaptado).
28. (ENEM 2014 • PPL) Feijoada é um prato que consiste num guisado de feijão
com carne. É um prato com origem no norte de Portugal, e que hoje em
dia constitui um dos pratos mais típicos da cozinha brasileira. Em Portugal,
cozinha-se com feijão branco no noroeste (Minho e Douro Litoral) ou feijão
vermelho no nordeste (Trás os montes), e geralmente inclui também outros
vegetais (tomate, cenouras ou couve) juntamente com a carne de porco
ou de vaca, às quais se podem juntar chouriço, morcela ou farinheira. No
Brasil, os negros faziam uma mistura de feijões pretos e de vários tipos de
carne de porco e de boi. Atualmente, o prato chega a mesa
acompanhado de farofa, arroz branco, couve refogada e laranja fatiada
entre outros ingredientes.
CASCUDO, L. C. Histeria da alimentação no Brasil. Rio de Janeiro: Itatiaia, 1983.
VOZ DO SANGUE
Palpitam-me
os sons do batuque
e os ritmos melancólicos do blue.
Ó negro esfarrapado
do Harlem
ó dançarino de Chicago
ó negro servidor do South
Ó negro da África
negros de todo o mundo
Eu junto
ao vosso magnifico canto
a minha pobre voz
os meus humildes ritmos.
Eu vos acompanho
pelas emaranhadas Áfricas
do nosso Rumo.
Eu vos sinto
negros de todo o mundo
eu vivo a nossa história
meus irmãos.
TEXTO I
Em todo o país a lei de 13 de maio de 1888 libertou poucos negros em
relação à população de cor. A maioria já havia conquistado a alforria
antes de 1888, por meio de estratégias possíveis. No entanto, a
importância histórica da lei de 1888 não pode ser mensurada apenas
em termos numéricos. O impacto que a extinção da escravidão
causou numa sociedade constituída a partir da legitimidade da
propriedade sobre a pessoa não cabe em cifras.
ALBUQUERQUE. W. O jogo da dissimulação: Abolição e cidadania negra no Brasil. São Paulo: Cia. das Letras,
2009 (adaptado).
TEXTO II
Nos anos imediatamente anteriores à Abolição, a população livre do
Rio de Janeiro se tornou mais numerosa e diversificada. Os escravos,
bem menos numerosos que antes, e com os africanos mais
aculturados, certamente não se distinguiam muito facilmente dos
libertos e dos pretos e pardos livres habitantes da cidade. Também já
não é razoável presumir que uma pessoa de cor seja provavelmente
cativa, pois os negros libertos e livres poderiam ser encontrados em
toda parte.
CHALHOUB, S. Visões da liberdade: uma história das últimas décadas da escravidão na Corte. São Paulo: Cia.
das Letras, 1990 (adaptado).
31. (ENEM 2015 • PPL) A população negra teve que enfrentar sozinha o desafio
da ascensão social, e frequentemente procurou fazê-lo por rotas originais,
como o esporte, a música e a dança. Esporte, sobretudo o futebol, música,
sobretudo o samba, e dança, sobretudo o carnaval, foram os principais
canais de ascensão social dos negros até recentemente. A libertação dos
escravos não trouxe consigo a igualdade efetiva. Essa igualdade era
afirmada nas leis, mas negada na prática. Ainda hoje, apesar das leis, aos
privilégios e arrogâncias de poucos correspondem o desfavorecimento e
a humilhação de muitos.
CARVALHO, J. M. Cidadania no Brasil: o longo caminho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006 (adaptado).
TEXTO I
TEXTO II
Os santos tornaram-se grandes aliados da Igreja para atrair novos devotos,
pois eram obedientes a Deus e ao poder clerical. Contando e estimulando
o conhecimento sobre a vida dos santos, a Igreja transmitia aos fiéis os
ensinamentos que julgava corretos e que deviam ser imitados por escravos
que, em geral, traziam outras crenças de suas terras de origem, muito
diferentes das que preconizava a fé católica.
OLIVEIRA, A. J. Negra devoção. Revista de História da Biblioteca Nacional, n. 20, maio 2007 (adaptado).
O sincretismo religioso no Brasil colônia foi uma estratégia utilizada pelos negros
escravizados para:
A imagem retrata uma prática cultural brasileira cuja raiz histórica está
associada à:
A) liberdade religiosa.
B) devoção ecumênica.
C) migração forçada.
D) atividade missionária.
E) mobilização politica.
Embaúba: árvore comum e inútil por ser podre por dentro, segundo
historiador Stanley Stein.
STEIN, S. J. Vassouras: um município brasileiro do café, 1850-1900.Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990 (adaptado).
A) exploração rural.
B) bravura senhorial.
C) resistência cultural.
D) violência escrevista.
E) ideologia paternalista.
Flor da negritude
44. (ENEM 2017 • 1ª APLICAÇÃO) Sou filho natural de uma negra, africana livre,
da Costa da Mina (Nagô de Nação), de nome Luiza Mahin, pagã, que
sempre recusou o batismo e a doutrina cristã. Minha mãe era baixa de
estatura, magra, bonita, a cor era de um preto retinto e sem lustro, tinha os
dentes alvíssimos como a neve, era muito altiva, geniosa, insofrida. Dava-se
ao comércio — era quitandeira, muito laboriosa e, mais de uma vez, na
Bahia, foi presa como suspeita de envolver-se em planos de insurreição de
escravos, que não tiveram efeito.
AZEVEDO, E. ―Lá vai verso!”: Luiz Gama e as primeiras trovas burlescas de Getulino. In: CHALHOUB,
S.; PEREIRA, L. A. M. A história contada: capítulos de história social da literatura no Brasil.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998 (adaptado).
45. (ENEM 2017 • PPL) O movimento abolicionista, que levou à libertação dos
escravos pela Lei Áurea em 13 de maio de 1888, foi a primeira campanha
de dimensões nacionais com participação popular. Nunca antes tantos
brasileiros se haviam mobilizado de forma tão intensa por uma causa
comum, nem mesmo durante a Guerra do Paraguai. Envolvendo todas as
regiões e classes sociais, carregou multidões a comícios e manifestações
públicas e mudou de forma dramática as relações políticas e sociais que
até então vigoravam no país.
GOMES, L. 1889. São Paulo: Globo, 2013 (adaptado).
46. (ENEM 2017 • PPL) A luta contra o racismo, no Brasil, tomou um rumo
contrário ao imaginário nacional e ao consenso científico, formado a partir
dos anos 1930. Por um lado, o Movimento Negro Unificado, assim como as
demais organizações negras, priorizaram em sua luta a desmistificação do
credo da democracia racial, negando o caráter cordial das relações
raciais e afirmando que, no Brasil, o racismo está entranhado nas relações
sociais. O movimento aprofundou, por outro lado, sua política de
construção de identidade racial, chamando de ―negros” todos aqueles
com alguma ascendência africana, e não apenas os ―pretos”.
GUIMARÃES, A. S. A. Classes, raças e democracia. São Paulo: Editora 34, 2012.
TEXTO I
Frantz Fanon publicou pela primeira vez, em 1952, seu estudo sobre
colonialismo e racismo, Pele negra, máscaras brancas. Ao dizer que ―para
o negro, há somente um destino” e que esse destino é branco, Fanon
revelou que as aspirações de muitos povos colonizados foram formadas
pelo pensamento colonial predominante.
BUCKINGHAM, W. et al. O livro da filosofia. São Paulo: Globo, 2011 (adaptado).
TEXTO II
Mesmo que não queiramos cobrar desses estabelecimentos (salões de
beleza) uma eficácia política nos moldes tradicionais da militância, uma
vez que são estabelecimentos comerciais e não entidades do movimento
negro, o fato é que, ao se autodenominarem ―étnicos” e se apregoarem
como divulgadores de uma autoimagem positiva do negro em uma
sociedade racista, os salões se colocam no cerne de uma luta política e
ideológica.
GOMES, N. Corpo e cabelo como símbolos da identidade negra. Disponível em: www.rizoma.ufsc.br.
Acesso em: 13 fev. 2013.
53. (ENEM 2019 • PPL) A população africana residente nesta província, bem
como a de todo o Império, compõe-se de indivíduos de diferentes lugares
da África que variam em costumes e religiões; a que aqui segue o
maometismo, à qual pertencemos, é uma população pequena, porém,
distinta entre si, e notando a necessidade de sustentarmos nosso culto e
fundados ainda no artigo 5º da Constituição do Império, requeremos ao sr.
chefe de polícia licença para exercermos o culto.
REIS, J. J.; GOMES, F. S.; CARVALHO, M. J. M. O Alufá Rufino: tráfico, escravidão e liberdade no Atlântico negro (1822-
1853). São Paulo: Cia. das Letras, 2010 (adaptado).
A) ação afirmativa.
B) missão civilizatória.
C) desobediência civil.
D) apropriação cultural.
E) comportamento xenofóbico.