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É importante ressaltar que o livro de Florestan Fernandes mesmo sido escrito em 1964, e
retratar a população negra pós o recente fim da escravatura, o racismo e a discriminação do
povo negro prolonga-se até os dias atuais. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística(IBGE), 64,2% dos desempregados são pessoas negras e que o rendimento médio do
salário entre pessoas brancas é de 73,9%, ou seja, as oportunidades de crescimento
econômico e social são majoritariamente para a população branca.
O racismo é estrutural no Brasil, desde sempre as pessoas brancas foram mais beneficiadas do
que as de pele negra, e esses privilégios em diversas ocasiões sequer são enxergados, pois a
discriminação é velada e muitas vezes normalizada pela classe dominante, que é burguesa e de
maioria branca, que coordena a sociedade por intermédio da mídia, onde a todo momento são
dados estereótipos de pessoas negras, da politica, da cultura, propagando ideologias
extremamente racistas e discriminatórias.
Esses estereótipos vão desde a empregada negra na novela, à personificação de bandido, que
é sempre o jovem negro. Essas ideologias tem o potencial de moldar o entendimento dos
indivíduos que possuem acesso à esse tipo de conteúdo, o que promove o crescimento do
racismo no Brasil; as pessoas já atravessavam a rua ao notar um jovem negro muito antes da
pandemia que determina o distanciamento social.
O Brasil, dessa forma, nunca possuiu democracia racial, mas isso não significa que o país está
fadado a essa condição, muito pelo contrário. Ser negro vai além da cor da pele, é uma
identidade, é história e é luta, uma luta essa que não é individual, porque não atinge um só, é
uma luta de todos.