Você está na página 1de 5

https://slideplayer.com.

br/slide/14334135/

Branquitude
2 William DuBois e a salário simbólico da branquitude
O sociólogo William DuBois, na obra Black Reconstruction, demonstra como a
identidade branca reconstituída no pós-abolição foi fundamental para a ascensão da
Supremacia Racial no Sul dos Estados Unidos e comprometeu estratégias interraciais
de classe no confronto entre trabalhadores e proprietários terra.

3 Reconstrução ( )
Os republicanos no poder, com influência de alas radicais, criam, com o apoio de
políticos e intelectuais negros políticas voltadas para integração social:
Agência dos libertos
Crédito para aquisição de terras
Universidade negras (Howard e Fisk)
Ascensão de uma classe de políticos negros
Banco dos libertos

4 Congressistas negros (EUA)


5 Reação Branca
O grupo que sustentava as políticas inclusivas perdeu força no congresso e os
democratas, majoriatariamente sulistas, retomaram os “Black Codes”, em esferas
locais e estaduais, para definir fronteiras entre negros e brancos no Sul.
A Klu Klux Klan surgiu neste período com atos terroristas para derrubar governos
republicanos.

6 Imigração e supremacia branca


O historiador David Roediger retoma a ideia de capital da branquitude para pensar a
transformação de imigrantes europeus em “novos brancos” da sociedade norte-
americana.
Noel Ignatiev em “How Irish became white” procura
compreender o modo como os irlandeses oprimidos na
Europa se transformaram em agentes da supremacia
racial nos Estados Unidos.
7 Black Face como definidor de uma identidade branca
8 Frantz Fanon
O intelectual da Martinica problematizou a questão colonial, sobretudo a partir da
perspectiva do conflito entre França e Argélia. O Colonialismo produziu um branco
opressor e um oprimido.
Era necessário superar o colonialismo para a emancipação de opressores e oprimidos.

9 Guerreiro Ramos
Escreveu o texto “Patologia Social do Branco Brasileiro”
Observou a tendência de acadêmicos brasileiros de transformar negros em objetos de
pesquisa, definindo uma normatividade da experiência europeia.

10 Critical Whiteness Studies surge nos EUA nos anos 90


A branquitude é um lugar de privilégios simbólicos, subjetivos, objetivo, isto é,
materiais palpáveis que colaboram para construção social e reprodução do
preconceito racial, discriminação racial “injusta” e racismo.
Uma pesquisadora proeminente desse tema Ruth Frankenberg define: a branquitude
como um lugar estrutural de onde o sujeito branco vê os outros, e a si mesmo, uma
posição de poder, um lugar confortável do qual se pode atribuir ao outro aquilo que
não se atribui a si mesmo

11 Branquitude
Para Ruth Frankemberg, até então, a branquitude era não-marcada e invisível, ou
seja, aqueles que a praticavam podiam estar cometendo as ações sem consciência
sobre seus atos já que não se enxergavam como sujeitos racializados.

12 A branquitude enquanto elemento do universal


Em suma, a branquitude procura se resguardar numa pretensa ideia de invisibilidade,
ao agir assim, ser branco é considerado como padrão normativo único.
O branco enquanto indivíduo ou grupo concebido como único padrão sinônimo de ser
humano “ideal” é indubitavelmente uma das características marcantes da branquitude
em nossa sociedade e em outras
13 Capital simbólico da branquitude
14 Cida Bento
No Brasil, Maria Aparecida Bento chama a atenção que o branco independente da
classe social tende a ser solidário, quando se sente discriminado (Bento, 2002ª, p.
141), por medidas como as políticas de ação afirmativa voltadas para negros. Nesse
exemplo, os brancos de classe alta e média procuram denunciar essa injustiça
praticada contra o branco pobre. Porém, essa união e solidariedade da branquitude
independente de suas diferenças teria um objetivo comum: a manutenção do status
quo, isto é, a conservação dos privilégios que o grupo branco obtém – mesmo quando
na condição de pobreza – devido ao racismo estrutural. Essa vantagens raciais podem
ser verificadas em pesquisas que apontam as desigualdades sociais causadas
inequivocamente pelo racismo

15 Branquitude Crítica: É aquela na qual indivíduos considerados brancos se


manifestam contra o racismo publicamente, ainda que privadamente endossem
algumas práticas discriminatórias.
Branquitude Acrítica: É a afirmação ostensiva de superioridade dos brancos,
reforçando a importância de manutenção de uma hierarquia racial. Os indivíduos que
assumem essa postura podem chegar ao homicídio. (Lourenço Cardoso)

16 8. Eu posso estar segura de que meus filhos vão receber matérias curriculares que
testemunhem a existência da sua raça Se eu usar cheques, credit cards ou dinheiro, eu
posso contar com a cor da minha pele para não operar contra a aparência e confiança
financeira Eu não preciso educar os meus filhos para estarem cientes do racismo
sistêmico para a sua própria proteção física diária Eu nunca sou pedida para falar por
todas as pessoas do mu grupo racial Eu tenho bastante certeza de que se eu peço para
falar com a ‘pessoa responsável’, eu vou encontrar uma pessoa da minha raça Eu
posso voltar para casa da maioria das reuniões das organizações as quais pertenço,
sentir-me mais ou menos conectada, em vez de isolada, fora de lugar, ser demais,
não-ouvida, mantido à distância, ou ser temida Eu posso me preocupar com racismo
sem ser vista como autointeressada ou interesseira Eu posso escolher lugares públicos
sem ter medo de que pessoas de minha raça não possam entrar ou vão ser maltratadas
nos lugares que escolhi Eu posso ter certeza de que se precisar de assistência jurídica
ou médica, minha raça não irá agir contra mim.
17 Enquanto indivíduos brancos que reconhecem que a supremacia branca não tem
razão de existir permanecem omissos no processo, o privilégio destes e daqueles
brancos que acreditam na brancura como condição ideal de ser humano é mantido, o
que faz com que negros sem qualquer reconhecimento sobre seus valores culturais e
sociais encontrem no processo de branqueamento a única forma de integração social,
assim são impedidos de formar uma identidade negra positiva, baseada no resgate de
valores individuais e coletivos em nome de uma nova percepção de si e do mundo
social, perpetuando valores depreciativos e estereotipados que se arrastam ao longo
dos anos. (Camila Moreira de Jesus)
18 Branquitude e a democracia racial brasileira
Além disso, a autora afirma que no contexto atual de discriminação no Brasil já é
comum as pessoas admitirem que tem um “pé na cozinha”, na tentativa de forjar uma
falsa ideia de democracia racial, o que não diminui, pelo contrário, o poder e o
prestígio concedido pela branquitude. (Liv Sovik)

19 Liv Sovik
Ao entrevistar moradores de classe média da zona sul do Rio de Janeiro, Nervell
percebeu uma contradição freqüente nos discursos de pessoas que ao mesmo tempo
em que identificam a mistura de raças como fonte da nação brasileira, utilizam esse
ideal de mistura para identificar em suas origens traços que lhe deixam praticamente
de fora desta “nação”.
O autor utiliza exemplo de pessoas que evitam o termo “branco” para identificar sua
cor, mas resgatam em sua árvore genealógica europeus que justificam a ausência de
suas características mais brasileiras que lhes aproximem da cultura negra, como o
gosto pelo samba ou carnaval (Liv Sovik)

20 Branquitude no Brasil
21 PESQUISA DE LIA SCHUCMAN - 2012
24 Identidade nacional e branquitude
A identidade nacional é associada à identidade racial e étnica, logo, o nacional
autêntico seria o branco, ilustrando essa idéia, o estadunidense autêntico seria o
branco, o inglês autêntico seria o branco, o francês autêntico seria o branco. Por via
consequência, as práticas racistas, por vezes homicidas, são dirigidas igualmente aos
imigrantes e não necessariamente apenas aos negros.
Neste caso particular, o conceito imigrante substituiria a categoria negro. Esse tipo de
racismo tem sido denominado como neo-racismo, racismo sem raça, etnicismo racial
e racismo cultural – que se afastaria da idéia biológica de raça e se aproximaria mais
da identidade nacional e étnica.

25 Racismo Cultural
Autores como Paul Gilroy tratam da ascensão de um racismo cultural no qual as
minorias, antes alvo de um discurso de inferioridade biológica, passam a ser
enquadradas em uma cultura inferior que as desqualifica para o exercício democrático
em nações europeias.
Um imigrante, ou descendente, não é tratado como um ser inferior biologicamente,
mas como portador de um cultura estranha aos hábitos nacionais.
Setores da população branca, assim, passam a afirmar a importância de uma
identidade nacional, baseada numa experiência nativa (branca), originando o xeno-
racismo. (Liz Fekete)

26 Marine Le Pen
27 Donald Trump e a identidade branca codificada
28 A ascensão do Alt Right (Direita Alternativa)
Em um contexto de desemprego e sensação de decadência da democracia norte-
americana, brancos da extrema-direita reivindicam o retorno da “América Grande”.
Richard Spencer utiliza o termo “nacionalismo branco” para se referir à situação da
população branca, ameaçada pela ascensão de minorias étnicas e o multiculturalismo
(representado de certa forma por Obama)

29 Regionalismo e raça
30 Uma terra de brancos
Barbára Weinstein observa como a identidade paulista, gestada a partir da
“Revolução de 32”, foi permeada pela ideia de superioridade racial.
A ideia de “locomotiva” nasce amparada pela representação de São Paulo como
espaço moderno e majoritariamente branco.

Você também pode gostar