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É o Direito que deve garantir os interesses de cada um e impedir que uns sejam
prejudicados pelos outros. A pessoa que tem um direito violado está sofrendo
uma perda de alguma espécie. E quando uma pessoa que teve um direito
ofendido não reage, isso pode encorajar a ofensa de outros direitos seus, pois
sua passividade leva à conclusão de que ela não pode ou não quer defender-se.
(DALLARI, 1985).
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Em 1773, na cidade de Boston, ocorreu a The Boston Tea Party. Colonos que
viviam do comércio, por se sentirem prejudicados com a Lei do Chá, disfarçaram-
se de índios peles-vermelhas, assaltaram os navios da companhia de transporte,
que estavam ancorados no porto de Boston, lançando o carregamento de chá
no mar. A reação inglesa foi imediata e mesmo violenta. Em 1774, os rebelados
criaram um exército comum entre as colônias, demonstrando a fragilidade
das suas relações com a metrópole inglesa, fato que abriu caminho para a
independência.
A prática da escravidão foi abolida nos Estados Unidos da América em 1863, com
a Declaração de Emancipação promulgada pelo presidente Abraham Lincoln, no
contexto de uma guerra civil, a Guerra da Secessão. No entanto, a discriminação
racial, mesmo com a abolição, assumiu na cultura estadunidense um caráter
segregacionista, que deu origem a inúmeras ações afirmativas e reações violentas.
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A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi assinada por países do mundo
inteiro, inclusive pelo Brasil, valendo como um compromisso moral desses países.
É necessário que o maior número possível de pessoas conheça a Declaração,
para cobrar de seus governos o respeito ao compromisso assumido. (DALLARI,
1985, p. 52).
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Na escala evolutiva dos direitos, legislados ao longo dos séculos XIX e XX, há
quatro gerações sucessivas de direitos fundamentais:
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Considerando este resumo, você, caro aluno(a), pode alargar sua compreensão
sobre os Direitos Humanos e sua positivação na legislação brasileira. São muitas
as possibilidades para aprofundar estudos nesta área. Selecionamos no EVA
para vocês o texto do autor SARMENTO, Jorge. AS GERAÇÕES DOS DIREITOS
HUMANOS E OS DESAFIOS DA EFETIVIDADE. Leia e destaque alguns avanços e
possibilidades de efetividade dos Direitos Humanos na vida dos brasileiros.
1 Extraído de: ZANETTE, V.R. Schulze. Desafios da cidadania e dos direitos humanos na contemporaneidade.
In: Ética, cidadania e direitos humanos. Livro digital, 5ª ed. Palhoça: UnisulVirtual, 2012.
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É consenso, entre muitos autores que tratam do tema dos direitos humanos,
que a democracia e o Estado de direito são elementos indispensáveis para a
realização desses direitos. No entanto, como já deve ser de seu conhecimento,
existe mais de um tipo de Estado de Direito, bem como mais de um tipo de
democracia. Qual Estado e qual sistema democrático praticam melhor os direitos
humanos? Aliás, algum desses pode realizar tais direitos?
Como uma resposta à própria evolução histórica, podemos observar que muito se
tem evoluído na garantia dos direitos humanos, no próprio entendimento do que
eles são e de sua importância na sociedade mundial e brasileira.
Tendo feito essa análise dos direitos humanos até o presente, cabe agora pensar:
quais são os desafios dos direitos humanos, hoje? E amanhã? Mais ainda: pode-
se afirmar que os direitos humanos são efetivamente garantidos no Brasil? E
no mundo? A resposta mais rápida e fácil a ser dada é que, evidentemente, os
direitos humanos não são garantidos de maneira efetiva como um todo; e nem
para todos, como podemos ver a seguir.
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Hoje em dia as coisas são um pouco mais sutis. Você não possui
a pessoa, você apenas a usa por quanto tempo precisar dela. É
a escravidão por dívida. Funciona assim: oferecem um emprego
para o cara, dão um adiantamento, e ele começa a trabalhar.
Quando chega o dia do pagamento, ele descobre que está
endividado. Tem de descontar o adiantamento, o pagamento do
transporte e o que deve na cantina – alimentos, ferramentas e
remédios – a dívida não termina nunca.
Com isso, as pessoas trabalham, horas a fio, no meio do nada, correndo risco
de vida e, ao final, o que recebem é muito pouco. A boa notícia é que a Justiça
Federal está condenando fazendeiros por terem submetido trabalhadores a
condições semelhantes à escravidão: pessoas que vivem sem remuneração,
presas a relações de dívidas forjadas e as mais variadas condições degradantes
de trabalho, expostas a existência de alojamentos precários, instalações
sanitárias em péssimo estado de conservação, não fornecimento de água potável,
não fornecimento de equipamentos de proteção individual, entre outras. São
muitas as situações sendo superadas pela ação dos órgãos que combatem o
trabalho análogo a escravo.
Nesse contexto,
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Uma das principais argumentações contra o “sistema de cotas” era que, mesmo
conseguindo entrar na universidade, os cotistas acabariam por desistir, ou mesmo
que isso acabaria por prejudicar o próprio andamento do curso, já que esses não
conseguiriam acompanhar os outros estudantes em decorrência do déficit no
ensino médio. No entanto, pesquisas produzidas, por exemplo, Mandelli (2010),
destacam o fato de que, mesmo vindo de um ensino médio defasado, o esforço
dos cotistas é tamanho que apresentam bom desempenho acadêmico.
Também está entre os basilares dos direitos civis o direito de “não ter o lar
violado”. Isso vai depender de uma série de circunstâncias para que realmente
seja respeitado, tais como: o bairro em que mora, o tipo de policial que está em
atividade e, até mesmo, o momento histórico. Tudo isso pode ser comprovado se
nos lembrarmos das invasões que ocorrerem nas favelas dos grandes centros,
em que absolutamente todos os “barracos” são invadidos, mesmo ali morando
pessoas de bem. Essas acabaram pagando por estarem no lugar e no momento
errado.
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Quanto aos direitos políticos, esses não são amplamente assegurados quando o
povo não tem um mínimo de instrução para entender a importância de seus atos
e de suas escolhas, quando prevalece nas práticas dos gestores públicos práticas
de manobras conduzidas pelos interesses pessoais, políticos partidários, de
grupos privilegiados acima dos interesses coletivos e da república.
Podem ser citados muitos outros direitos que são violados diariamente em nosso
país, os quais são resultados de muitos fatores, entre eles deve ser ressaltada
a falta de informação e até de educação da população quanto aos seus direitos
humanos. A importância de nos percebermos como sujeitos transformadores da
vida, dos ambientes de convivência, do local onde moramos, da cidade, do país.
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