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Martin Luther King

Martin Luther King Jr. foi um pastor batista e ativista político


estadunidense que se tornou a figura mais proeminente e líder do movimento
dos direitos civis nos Estados Unidos de 1955 até 1968. King é amplamente
conhecido pela luta dos direitos políticos  através da não-
violência e desobediência civil, inspirado por suas crenças cristãs e o ativismo
não-violento de Mahatma Gandhi.
Infância e adolescência
Luther King nasceu em Atlanta, no dia 15 de janeiro de 1929. Tanto seu
avô como seu pai eram pastores da igreja batista, e Martin resolveu seguir por
este caminho. Viveu durante sua infância e adolescência a política
segregacionista que imperava no estado de Atlanta. Por isso, desde o início de
sua carreira, King foi um ativista dentro do movimento negro que lutava pela
igualdade civil entre negros e brancos. Quando criança, King e seus irmãos
liam a Bíblia em voz alta como instruído por seus pais, e depois do jantar, a avó
adorava contar histórias bíblicas para seus netos. Martin Luther King Sr., pai de
Luther King era extremamente rígido com seus filhos, ao ponto de dar
chicotada neles. Luther King Sr. depois lembraria que King Jr. era o mais
peculiar na hora de apanhar, pois ele ficava ali parado, as lágrimas escorriam,
mas ele nunca chorava. Uma vez quando Martin e seu irmão Alfred Daniel
estavam brincando na casa deles, Alfred deslizou de um balaústre e atingiu sua
avó Jennie, fazendo-a cair sem resposta. King acreditou que ela estava morta,
culpou a si mesmo e tentou suicídio pulando do segundo andar. Sabendo que
sua avó estava viva, King levantou e deixou o chão onde tinha caído. King tinha
um amigo branco. Aos 6 anos, começaram a estudar o amigo em uma escola
de brancos, e King em uma escola de negros. Logo após isso, os pais do
garoto branco o proibiram de brincar com King, dizendo que eles eram brancos
e King era de cor. Quando Martin disse isso para o seus pais, eles explicaram
para ele a história do escravismo e racismo nos EUA e ele disse que odiava
todos os brancos. Seus pais o instruíram que um cristão deveria amar a todos.
Quando criança, King vivenciou e sofreu diversos racismos juntamente com
seu pai.

Em seus anos de adolescente, ele inicialmente teve ressentimento


contra brancos por causa da "humilhação racial" que ele, sua família e seus
vizinhos frequentemente tinham que sofrer no segregado sul. Em 1942, quando
King tinha treze anos de idade, ele se tornou o mais jovem gerente assistente
de uma estação de entregas do Atlanta Journal. Naquele ano, King pulou o
nono grau e entrou na Booker T. Washington High School, a única universidade
na cidade para estudantes afro-americanos. Ela foi formada depois que líderes
locais negros, incluindo o avô de King (Williams), urgiram para o governo de
Atlanta criá-la. King ficou conhecido por suas habilidades em falar em público e
fazia parte do clube de debate.

Formado em sociologia na "Morehouse College", em 1948, Martin Luther


King continuou seus estudos no Seminário Teológico Crozer, em 1951.
Posteriormente, em 1955, fez doutorado em Teologia Sistemática pela
Universidade de Boston. Ali, conheceria sua futura esposa, Coretta Scott King,
com quem teria quatro filhos. Após seus estudos teológicos, King serviu como
pastor numa igreja em Montgomery, no estado de Alabama e integrou a
"Associação Nacional para o Progresso das Pessoas de Cor". Ademais, Martin
foi um dos fundadores da "Conferência da Liderança Cristã do Sul", de 1957,
sendo seu primeiro Presidente. A princípio, a CLCS era integrada por
comunidades negras ligadas às igrejas batistas, e King a liderou até sua morte.

Estratégia de não-violência

Sua estratégia de luta era o método da não-violência e a pregação de


amor ao próximo, inspiradas nas ideias cristãs. Igualmente, praticava a
desobediência civil utilizada por Mahatma Gandhi durante a independência da
Índia. Ao optar pela revolução pacífica, Luther King provocou a ira das
autoridades e grupos racistas como os movimentos Ku Klux Klan, que
atacavam com violência seus partidários e o próprio King. Também encontrou
resistência entre outros grupos de ativistas negros que usavam métodos e
discursos violentos como os “Panteras Negras” e o muçulmano Malcon-X.

Carta de Birmingham

Em abril de 1963, a Confederação da Liderança Cristã no Sul (SCLC)


começou uma campanha contra a segregação racial e injustiça econômica
em Birmingham, Alabama. A campanha usou a não violência mas também
intencionalmente confrontos táticos, desenvolvidos em parte pelo
Reverendo Wyatt Tee Walker. Pessoas negras em Birmingham, organizados
pela Confederação, ocuparam espaços públicos com marchas e protestos
sentados, violando leis que eles consideravam injustas. King tinha a intenção
de provocar detenções em massa e criar uma situação tão crítica que
inevitavelmente abriria as portas para uma negociação. Durante os protestos, o
Departamento de Polícia de Birmingham, liderado por Eugene "Bull" Connor,
usou jatos de alta pressão e cães de polícia contra quem protestava, incluindo
crianças. Nem todas as demonstrações foram pacíficas, apesar das intenções
de paz confessas da Confederação. Em alguns casos, pessoas atacaram a
polícia, que respondeu usando a força. King e a SCLC foram criticados por
botar crianças na zona de fogo, mas a campanha foi um sucesso. A reputação
de King cresceu imensamente.
King foi detido e preso no início da campanha. De sua cela, ele compôs
a famosa Carta da Cadeia de Birmingham, a qual respondia a outra carta de
oito clérigos brancos locais que defendiam usar medidas legais na luta pela
mudança social ao invés de protestos. King argumentou que a crise sobre o
racismo era bastante urgente, e o sistema demasiadamente defendido: "Nós
sabemos através de experiências dolorosas que a liberdade nunca é
voluntariamente dada pelo opressor; precisa ser exigida pelo oprimido". Ele
apontou que a Festa do Chá de Boston, um ato de rebelião celebrado nas ex-
colônias dos EUA, foi um ato de desobediência civil, e que, inversamente, "tudo
que Adolf Hitler fez era 'legal'".

Em defesa de Rosa Parks


Em 1 de dezembro de 1955, Rosa Parks foi presa por recusar a dar seu
lugar no ônibus. O incidente levou ao boicote aos ônibus de Montgomery, que
foi planejado por Nixon e liderado por King. O boicote durou 385 dias, e a
situação ficou tão tensa que a casa de King foi alvo de bombas. King foi preso
durante o boicote, que terminou com o caso jurídico distrital de Browder v.
Gayle, o qual encerrou com toda a segregação racial nos ônibus de
Montgomery. O papel de King no boicote o transformou em uma figura
nacionalmente reconhecida e o mais conhecido porta-voz dos direitos civis.
Entretanto, durante este tempo, King foi preso, sua casa bombardeada e sofreu
diversos atentados.

Discurso “Eu tenho um sonho”


A manifestação civil mais importante promovida por King foi a "Marcha
sobre Washington", em 1963, que reuniu 250 mil pessoas. Além disso, ali
estavam personagens como Rosa Parks e a artista Josephine Baker. Neste
momento fez o célebre e famoso discurso "Eu tenho um sonho" (I Have a
Dream) no qual falava da necessidade de união e coexistência harmoniosa
entre negros e brancos no futuro.

“Digo-lhes, hoje, meus amigos, que apesar das dificuldades e frustrações do


momento, ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no
sonho americano.

Tenho um sonho que um dia esta nação levantar-se-á e viverá o verdadeiro


significado da sua crença: "Consideramos estas verdades como evidentes por
si mesmas, que todos os homens são criados iguais".

Tenho um sonho que um dia nas montanhas rubras da Geórgia os filhos de


antigos escravos e os filhos de antigos proprietários de escravos poderão
sentar-se à mesa da fraternidade...”

Frases e discursos

 O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons.

 No final, não nos lembraremos das palavras dos nossos inimigos, mas do
silêncio dos nossos amigos.
 Quem aceita o mal sem protestar, coopera com ele.
 Aprendemos a voar como pássaros e a nadar como peixes, mas não
aprendermos a conviver como irmãos.

Morte de Martin Luther King

Martin Luther King Jr. foi assassinado na sacada do Lorraine Motel no


dia 4 de abril de 1968, em Memphis, quando se preparava para mais uma
marcha civil. James Earl Ray, meses depois foi acusado pelo homicídio, mas
ainda permanece a dúvida sobre a real autoria deste crime, posto que King era
odiado por grupos racistas espalhados pelo Sul dos Estados Unidos.

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