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Malcolm X

Malcolm X foi um dos maiores nomes do ativismo que


lutava por mais direitos civis para a comunidade de afro-
americanos nos Estados Unidos durante as décadas de
1950 e 1960.

Malcolm X foi um dos


grandes nomes na luta dos afro-americanos por mais direitos nos
Estados Unidos*
Malcolm X foi um reconhecido ativista americano que lutou pelos
direitos da comunidade afro-americana em seu país durante
a era americana dos movimentos em luta dos direitos civis.
Malcolm X fez parte de uma organização afro-americana
chamada Nação do Islã, sendo, provavelmente, o nome de maior
repercussão dessa organização durante o final da década de
1950 e o início da década de 1960.
Família de Malcolm

Malcolm X nasceu na cidade de Omaha, no estado de Nebraska,


em 19 de maio de 1925. Seu nome de registro era Malcolm Little
e seus pais chamavam-se Earl Little e Louise Little. O pai de
Malcolm era um ministro batista que participava de uma
organização que lutava por direitos para a comunidade afro-
americana nos Estados Unidos e em outras partes do mundo.
Essa organização chamava-se Universal Negro Improvement
Association (Associação Universal pelo Progresso dos Negros,
em uma tradução livre).
A atuação de Earl Little pela UNIA fez com que ele e sua família
fossem intensamente perseguidos por supremacistas brancos,
sobretudo do Ku Klux Klan (importante lembrar que a rede de
organização do KKK na década de 1920 era muito grande). A
perseguição à família de Malcolm X fez com que eles mudassem
de cidades por duas vezes: de Omaha para Milwaukee e de
Milwaukee para Lansing.
Em Lansing, no entanto, a perseguição continuou, e a família de
Malcolm teve de lidar com um incêndio criminoso na sua casa em
1929. Os relatos desse episódio narram que os bombeiros nada
fizeram para conter o incêndio na casa de Earl Little. A
perseguição contra o pai de Malcolm terminou de maneira
trágica, com seu assassinato em 1931.
A polícia nunca desvendou as causas do crime, mas os biógrafos
de Malcolm afirmam que todas as evidências indicam que a
morte de Earl Little tenha sido obra dos supremacistas. Depois
disso, a família de Malcolm desestruturou-se, principalmente
após a seguradora ter se recusado a pagar o seguro de vida para
Louise Little.
A mãe de Malcolm desenvolveu transtornos psíquicos, que a
levaram à internação em uma clínica psiquiátrica. A partir daí,
Malcolm e seus irmãos foram encaminhados para centros de
adoção localizados em Lansing, estado de Michigan. Ao todo,
Malcolm viveu em orfanatos durante três anos (de 1938 a 1941).
A vida de crimes

Durante os anos em que esteve no orfanato, Malcolm seguiu


seus estudos, inclusive tirando boas notas. No entanto, um
episódio em que seu professor desestimulou-o da carreira de
advogado porque Malcolm era negro fez com que ele perdesse o
interesse pelos estudos. A partir de 1941, Malcolm abandonou
Lansing e mudou-se para a cidade de Boston, no estado de
Massachusetts.
Em Boston, Malcolm passou a viver com sua meia-irmã, Ella
Little-Collins. Durante o período em que morava com sua irmã,
Malcolm passou a trabalhar como engraxate nas ruas de Boston.
Após fazer algumas amizades, iniciou uma vida de boemia e
passou a consumir bebidas alcoólicas, vender e consumir drogas.
Não demorou muito para que Malcolm passasse a praticar
pequenos delitos. Em um deles, acabou sendo detido em 1946.
Durante seu julgamento, foi condenado a 10 anos de prisão
por arrombamento e roubo de propriedade particular. Malcolm
foi encaminhado para uma prisão em Boston e, a partir de 1948,
foi transferido para uma prisão localizada na cidade de Norfolk.

Da prisão para o ativismo: a entrada no Nação


do Islã

Durante sua prisão em Norfolk, Malcolm foi apresentado, a partir


da influência de seu irmão, a uma organização religiosa afro-
americana chamada Nação do Islã. Essa organização possuía
orientação religiosa islâmica e lutava pelos direitos da
comunidade afro-americana nos Estados Unidos. Para a Nação
do Islã, se a comunidade afro-americana não alcançasse seus
direitos, seria então necessário realizar o separatismo dos afro-
americanos do restante do país.
A aproximação de Malcolm X com o Nação do Islã ocorreu a
partir de intensa troca de correspondências com Elijah
Mohammad, líder dessa organização. Elijah Mohammad
autoproclamava-se como mensageiro escolhido para trazer a
mensagem de Alá. Assim, Malcolm converteu-se ao Islamismo e
passou a fazer parte do Nação do Islã em 1952.
Algo importante que marcou sua vida a partir da sua entrada para
o Nação do Islã foi a sua mudança de nome. Malcolm abandonou
o sobrenome “Little” alegando que esse sobrenome era uma
herança do passado escravocrata e passou a adotar o “X” como
forma de ressaltar a perda da sua identidade africana durante a
escravidão.
A partir de 1952, Malcolm saiu da prisão e passou a atuar pelo
Nação do Islã, tendo uma rápida ascensão dentro dos quadros
dessa organização. O crescimento de Malcolm X fez com que ele
se tornasse ministro de um templo no Harlem, um tradicional
bairro de Nova York. A boa retórica e o discurso escrito afiado
transformaram Malcolm em uma personalidade conhecida, o que
contribuiu diretamente para o crescimento de sua organização.
Em 1955, o Nação do Islã possuía cerca de 15 templos
espalhados pelos Estados Unidos. Em 1959, eram 50 templos
espalhados por 22 diferentes estados americanos. A
popularização de Malcolm X espalhou medo em parte da
comunidade branca dos Estados Unidos, principalmente pelo
discurso incisivo de Malcolm.
Malcolm X afirmava que a comunidade afro-americana deveria
utilizar todos os meios necessários para alcançar os seus
direitos. Além disso, defendia a ideia da superioridade dos negros
e afirmava que, se fosse necessário, os negros deveriam utilizar
a violência para sua autodefesa. Malcolm inclusive chegou a
tecer críticas contra um dos grandes nomes da luta pelos direitos
civis dos afro-americanos, Martin Luther King Jr.

A saída de Malcolm do Nação do Islã

A partir de 1962, o crescimento de Malcolm trouxe problemas


dentro do Nação do Islã. Primeiramente, críticas internas
passaram a ser feitas contra Malcolm, com membros alegando
que ele tentaria tomar o lugar de Elijah na liderança da
organização. Além disso, Malcolm acabou descobrindo algumas
práticas pessoais de Elijah que o desapontaram.
O estopim para a saída de Malcolm da organização ocorreu em
1963, quando, após o assassinato do presidente John F.
Kennedy, Malcolm teceu comentários que foram considerados
grosseiros e que repercutiram mal para a imagem do Nação do
Islã. Após ser suspenso por 90 dias, Malcolm entrou em choque
com Elijah, o que levou a sua saída da organização em 1964.
Depois de sair do Nação do Islã, Malcolm realizou uma viagem
para Meca – conforme todo muçulmano precisa fazer, caso tenha
condição para isso. Durante essa viagem, Malcolm alterou seu
nome para El-Hajj Malik El-Shabazz e reformou algumas de
suas posições, tornando-as mais brandas e pregando mais a
conciliação do que a ruptura. Além disso, Malcolm também fez
uma viagem pelo continente africano.
Essas viagens fizeram Malcolm fundar duas novas organizações:
a Muslim Mosque Inc. (Associação da Mesquita Muçulmana) e
a Organização pela Unidade Afro-Americana. Assim, Malcolm
passou a atuar pelas suas novas organizações, realizando
discursos por diferentes partes dos Estados Unidos.

O assassinato de Malcolm

A fundação de duas novas organizações por Malcolm não foi bem


vista por Elijah e pelos membros do Nação do Islã, temerosos de
que ele lhes “roubasse” membros da organização. Assim,
Malcolm foi transformado em inimigo do Nação do Islã e passou a
ser alvo de críticas no jornal da organização.
Algumas declarações realizadas pelo Nação do Islã foram
consideradas como incentivos da organização para que Malcolm
X fosse assassinado. Isso de fato acabou acontecendo quando
três membros do Nação do Islã atacaram Malcolm X durante um
discurso que realizava em um auditório no Harlem, no dia 21 de
fevereiro de 1965.
Malcolm X foi alvejado por mais de 10 tiros e faleceu a caminho
do hospital. Um de seus assassinos chamava-se Talmadge
Hayer e ficou preso durante 45 anos pelo assassinato de
Malcolm X. Outras duas pessoas foram presas e condenadas
com Talmadge, mas a participação efetiva delas no assassinato
de Malcolm X nunca foi devidamente esclarecida pela justiça
americana.
*Créditos da imagem: Catwalker e Shutterstock

Publicado por Daniel Neves Silva

https://mundoeducacao.uol.com.br/historia-america/malcolm-
x.htm

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