Martin Luther King, conhecido mundialmente como um ativista de influencia impar
nos Estados Unidos, em especial no que concerne a luta pelos direitos civis dos negros norte- americanos e também pela sua incansável luta contra a discriminação racial. Martin Luther King era de tradição Cristã Protestante tendo sido criado na Igreja Batista, da qual tornar-se-ia pastor. Com formação em Teologia pela Universidade de Boston, Martin Luther King desde a infância tinha consciência dos problemas que diziam respeito à segregação racial no seu país. Em 1963 Martin Luther King, diante de um publico de cerca de 250 mil pessoas ele conclama a sociedade norte americana a avaliar a maneira bizantina com que tratava o negro naquele contexto social. Tal como hoje, um contexto de segregação, humilhação, sonegação dos direitos a todos homenageados na Constituição daquele país (assim como o é na nossa). Destaca a forma vergonhosa como eram tratados os negros pela sociedade e reivindica direitos igualitários. Em seu discurso, Martin Luther King usa de maneira dramática a linguagem no sentido de chacoalhar aqueles que o ouviam, em especial quando usa a expressão: Em certo sentido, viemos à capital de nossa nação para trocar um cheque fazendo citação da carta magna daquela nação que, pelos pais fundadores e elabores deste documento, deixaram bem claro, na visão de Martin Luther King a igualdade de direitos para brancos e negros. Ainda nesse ínterim, King destaca que o que foi-lhes dado, foi um cheque sem fundo e que agora, diante das discrepâncias sociais, haveria de ter correções adequadas. Análoga e ironicamente, King usa expressões que comovem, com certeza o seu publico, ao mesmo tempo em que faz duras criticas de maneira sutil às políticas publicas adotadas por aquela nação. Fazendo uma referencia à economia, King conclama o povo a recusar a possibilidade de que o “banco da justiça” esteja falido. Suas falas fazem referencia ao passado recente daquela nação, mas também um ataque direto ao tipo de política segregante que ficava bem claro na divisão do pais, o norte branco e o sul negro. King destaca em sua fala que, sonha que um dia o estado do Mississipi, um estado deserto, sufocado pelo calor da injustiça e da opressão, será transformado num oásis de liberdade e justiça. Ressalta ainda suas crenças quando afirma: Esta é a fé com a qual regresso ao Sul. Com esta fé seremos capazes de retirar da montanha do desespero uma pedra de esperança. Com esta fé poderemos transformar as dissonantes discórdias de nossa nação numa bonita e harmoniosa sinfonia de fraternidade. Com esta fé poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, ir para a prisão juntos, ficarmos juntos em posição de sentido pela liberdade, sabendo que um dia seremos livres. Esse será o dia quando todos os filhos de Deus poderão cantar com um novo significado: “O meu país é teu, doce terra de liberdade, de ti eu canto”. Terra onde morreram os meus pais, terra do orgulho dos peregrinos, que de cada localidade ressoe a liberdade. Não resta duvidas de que a luta pelos direitos, em todos os tempos, em qualquer nação, é um ato nobre. Ato esse que inclusive rendeu a Martin Luther King o Premio Nobel. No entanto, há que se relevar as motivações quando estas deixam de ser nobres e passam a incorporar ideologismos partidários com viés mesquinhos e escusos que sabemos onde terminam. Martin Luther King foi silenciado. Sua luta era deveras nobre e com certeza aquiesço a maior parte do seu discurso, não dá para concordar cem por cento com nada, sempre haverá ressalvas. Fica de fato, a intenção fundamental que era (e deve ser a nossa também) a luta por uma sociedade igualitária e fraternal. Que agregue e não o inverso.