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NORMA TÉCNICA PARA Controle: NN- GQ

Data de Emissão: 10.08.2016


MODERNIZAÇÃO DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PARA Data de Revisão: 10.10.2019
GRANJAS DE AVES E SUÍNOS INTEGRADOS E PRÓPRIAS Nº Revisão: 02
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NT_AGR_9003

EMITENTE: Andriana Trentin Schweitzer


APROVADOR: Vamire Sens Jr / Robison Raniere Martins

1.0 – OBJETIVO
Estabelecer padrões mínimos para instalações elétricas (externas e internas) das granjas de produção próprias e
integração de aves e suínos, prevenindo e minimizando os riscos de acidentes elétricos.

2.0 REFERÊNCIAS
- NBR 5410 - Instalações elétricas de baixa tensão
- NBR 5413 - Iluminação de interiores
- NBR 14136 - Plugues e tomadas
- NR10 - Segurança em instalações e serviços com eletricidade
- NBR 14039 - Instalações elétricas de média tensão

3.0 – PADRÃO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

3.1 – RAMAIS DE ALIMENTAÇÃO


Considera-se ramais de alimentação, os ramais cuja finalidade é a de levar a energia elétrica às granjas, e
serão classificadas conforme os tipos abaixo:

3.1.1 – RAMAIS DE ALIMENTAÇÃO ÁEREA


Quando a alimentação elétrica da propriedade ocorrer de forma aérea, deverá obrigatoriamente obedecer
um raio mínimo de 12 metros do local delimitado para o rodado traseiro do caminhão de ração estacionar no
momento da descarga da ração no silo e uma altura mínima de 5,5 metros do solo (Figura 01), independente da
forma que esteja disposto o núcleo, nesta área não deve possuir nenhuma rede elétrica.

12m de raio

Figura 01 – Distâncias de redes elétricas e descarga de caminhões de rações


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Quando a rede elétrica da propriedade ocorrer de forma aérea e cruzar por vias de acesso e/ou vias de tráfego
de veículos a mesma deve obrigatoriamente respeitar uma altura mínima de 5,50 metros de vão livre.
Os ramais aéreos devem ser projetados e executados com cabos de cobre, ou de alumínio (quadriplex
isolados), devidamente fixados e executados evitando tração nos pontos de saída e chegada, suspensos por postes
de concreto ou fibra conforme padrão.

3.1.2 – RAMAIS DE ALIMENTAÇÃO SUBTERRANEA


Quando a rede elétrica ocorrer de forma subterrânea parcial ou total, a mesma deve estar com a profundidade e
proteções adequadas (figura 02), envelopadas em concreto (conforme exigência da NBR 5410) para garantir a
passagem de veículos pesados sobre essa instalação.

Figura 02 - Ramal Subterrâneo – Envelopamento


Os ramais subterrâneos devem ser de cobre do tipo HPR 1KV e ISOLAÇÃO 90º, devidamente envelopados
conforme exigência legal.

3.2 – REDES DE DISTRIBUIÇÃO DE MÉDIA TENSÃO


As redes de distribuição em média tensão (de 11,0 até 13,2 kV) devem possuir postes de altura superior à 10
metros e devem estar a uma distância de raio mínimo de 12 metros do local delimitado para o rodado traseiro do
caminhão de ração estacionar no momento da descarga da ração no silo. Quando uma rede de distribuição em
média tensão cruzar vias de acesso, sua altura mínima em relação ao solo deverá ser de 6,5 metros.
OBS.: Observar padrão da concessionária de energia da propriedade.
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Figura 03 - Rede de Distribuição em Média Tensão – Distâncias e Altura

3.3 - REDES DE DISTRIBUIÇÃO DE BAIXA TENSÃO


As redes de distribuição em baixa tensão (440/380/220/127V) devem possuir postes de altura superior à 7
metros, e, devem estar a uma distância de raio mínimo de 12 metros do local delimitado para o rodado traseiro do
caminhão de ração estacionar no momento da descarga da ração no silo, conforme figura a seguir. Quando uma
rede de distribuição em baixa tensão cruzar vias de acesso, sua altura mínima em relação ao solo deverá ser de 5,5
metros.
Obs.: Observar padrão da concessionária de energia da propriedade.

Figura 04 - Rede de Distribuição em Baixa Tensão – Distâncias e Altura

3.4 – TOMADAS PARA UTILIZAÇÃO NO CARREGAMENTO DOS ANIMAIS


Para as tomadas utilizadas para o carregamento, deve-se observar que as mesmas devem possuir indicação do
nível de tensão (se 127 V, 220 V, 380 V e 440 V), ter índice mínimo de proteção IP44 com aterramento, sendo
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utilizadas as tomadas o modelo 3P+T ou 2P+T (equipe de carregamento deverá se adequar com modelo de
tomada).

3.5 – TOMADAS PARA UTILIZAÇÃO NA LAVAGEM DAS INSTALAÇÕES


Para as tomadas utilizadas para a lavagem das instalações, que deverão estar instaladas juntamente ao quadro
de comando em local orientado e adequado, deve-se observar que as mesmas devem possuir indicação do nível de
tensão (se 127 V, 220 V, 380 V e 440 V), ter índice mínimo de proteção IP44 com aterramento, devendo ser
utilizadas as tomadas o modelo 3P+T ou 2P+T.
É proibido o uso de “adaptações técnicas” para ligações de máquinas para a realização da higienização das
instalações, bem como no uso do carregamento das aves.

3.6 – ALIMENTAÇÃO DO QUADRO GERAL


Nos quadros de distribuição deverão possuir o diagrama unifilar das instalações e sistema de restrição de
abertura através de chave/fechadura/bloqueio, devendo possuir identificação na porta, com placa de advertência
contra risco de choque elétrico e perigo de vida.
Quando a alimentação do quadro for de forma aérea através de pontalete, a fiação após o pontalete deve
obrigatoriamente ser protegida, mesmo estando na parte interna do aviário, esta proteção será através de tubulações
em PVC rígido.
A saída do quadro elétrico também deverá estar protegida, essa proteção poderá ser em tubulações de PVC
rígido ou eletrocalhas galvanizadas e deve se estender até no mínimo o início da rede de distribuição interna.
O quadro deve possuir as advertências e procedimentos para teste do dispositivo DR e demais orientações de
segurança de operação, conforme exemplo abaixo:
ADVERTÊNCIA

Se ocorrer o desligamento de algum circuito, a causa pode ser um curto-circuito ou uma sobrecarga.
Por isso, NUNCA troque seus disjuntores ou fusíveis de maior corrente simplesmente. Como norma, a
troca de um disjuntor ou fusível por outro de maior corrente requer, antes, a substituição dos fios e cabos
elétricos.
Da mesma forma, JAMAIS desative ou remova o DR (Disjuntor Diferencial Residual), mesmo em
caso de desligamentos sem justificativa aparente. Se os desligamentos, forem repetitivos, e as tentativas de
religar o disjuntor não tiver sucesso, isso mostra que, muito provavelmente, que o sistema elétrico
apresenta anomalias internas, que só podem e devem ser identificadas e corrigidas por profissionais
qualificados conforme a NR 10 preconiza.
O desligamento ou a retirada do DR significa o cancelamento da forma de proteção contrachoques
elétricos e risco de vida para os usuários da instalação.
Figura 05 – Modelo de Advertência para colocação na porta do quadro elétrico

3.7 - ATERRAMENTO
Na alimentação das instalações e de proteção combinadas em um único condutor, o mesmo deve possuir
sistema de aterramento através de eletrodos junto ao quadro elétrico de entrada, com impedância inferior a 10
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Ohms e equalizado com o quadro elétrico.
Para as proteções contra sobre tensões originadas externamente, deverá ser instalado com o quadro elétrico de
entrada os DPS (Sistema de proteção contra surtos).

Figura 06 – Esquema de aterramento e DPS


As telas das instalações deverão ser aterradas em dois pontos distintos, devendo estar aterrada a parte superior
da tela, conforme figura 07.

Figura 07 – Aterramento das telas laterais

O silo de ração, comedouros, bebedouros, exaustores, quadros, ventiladores, motores e estruturas metálicas
devem possuir aterramento com resistência inferior a 10 Ohms, feito através de hastes e equalizado com o condutor
PE.
O sistema de aterramento poderá ser realizado de acordo com uma das opções de aterramento abaixo que será
exigido para as edificações:

a) Modelo 01: Anel de Aterramento: Deverá ser feito um circuito fechado para servir como referencial de
terra para a granja. Cada uma deverá ter seu próprio sistema (considerando unidades com mais de uma instalação),
e na hipótese de que os anéis fiquem à menos de 10 metros de distância, deverão ser interligados. O anel deverá ser
em formato de um triângulo equilátereo, com lado de tamanho mínimo igual à 3,0 metros.
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Fig.8: Anel de Aterramento

b) Modelo 02 (somente em locais onde não possui terreno suficiente para instalar o modelo 01): Malha de
Aterramento em Linha: Deverá ser feito um circuito horizontal que servirá como referencial de terra para a granja.
Cada uma deverá ter seu próprio sistema (considerando unidades com mais de uma instalação),

c) Valeta: Para execução do sistema (figura 09), o mesmo deverá ser enterrado em uma profundidade mínima
de 0,60 metros, e a valeta deverá possuir largura mínima de 20 cm, e máxima de 30 cm.

Figura 9: Valeta para anel de aterramento

d) Cabos: Por norma, os cabos a serem utilizados para o anel de aterramento, e para derivação ao BEP,
deverão ser de cobre com seção mínima de 25 mm². Para aterramento dos silos, deverá ser feito uma malha ao
redor do silo interligada com cabo de cobre nu com seção 25 mm² aterrado no mínimo de 02 pontos distintos, com
hastes de cobre garantindo impedância inferior a 10 Ohms.

e) Caixa de Inspeção: Em cada uma das extremidades do anel de aterramento (três, tratando-se de um
triângulo), deverá ser instalada uma caixa de inspeção, com diâmetro mínimo de 250 milímetros, profundidade de
0,20 metros, corpo em PVC, brita nº 2 no fundo e tampa identificada conforme padrão.
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f) BEP (Barramento de Equalização de Potencial): O BEP será o referencial de terra da instalação. Para o
aterramento das partes metálicas, quadros, e afins, o cabo a ser utilizado, deve partir do BEP. Cada instalação
deverá ter o seu próprio BEP.

g) Hastes: Em cada uma das extremidades do anel de aterramento (três, tratando-se de um triângulo), deverá
ser instalada uma haste (figura 10) de aterramento, com diâmetro de 5/8”, comprimento de 2,4 metros de alta
camada de cobre (254µ) (deverá estar nomeada em sua extremidade da haste).

Figura 10: Hastes/eletrodo de aterramento

h) Conexões: Para as conexões da malha, as mesmas deverão ser através de solda exotérmica. Para
interligação e aterramento de silos e partes metálicas, as terminações dos cabos deverão ser realizadas com
terminais de compressão, prensados com alicates hidráulicas para conexão ideal do cabo ao terminal.

i) Nas instalações de Suínos matriz (UPL/UPD) deverá ser realizado o aterramento das creches, celas de
cobertura e celas parideiras e (quando for de estrutura metálica/ferro) em dois pontos distintos, sendo dividido por
bloco ou grupo.

3.8 - Dispositivos de proteção a corrente diferencia-residual (DR):


A instalação do dispositivo DR é obrigatória em todos os circuitos, o mesmo deve estar apto a detectar
correntes de fuga inferior a 30 mA e interromper correntes dos circuitos em condições normais ou em situações de
falta.
O dispositivo DR deve ser instalado considerando:
 Um dispositivo DR para cada grupo de equipamentos
 No mínimo 3 DR’s por circuitos por instalação com disjuntores para: equipamentos de controle de
ambiente / comedouros / iluminação e tomadas (verificar necessidade mais para instalação (no sistema de
Terminação Suínos verificar a carga para definir a quantidade de DRs)).
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 Toda instalação elétrica da granja, incluindo: portaria, sistema de desinfecção de veículos e demais
instalações que apresentem risco de acidente elétrico.
Deve-se tomar as seguintes medidas para utilização dos DRs:
 Possuir treinamento de utilização dos DRs;
 Realizar teste mensal do funcionamento dos DRs da instalação;
 Proibir a retirada, alteração e/ou desativação dos DRs;
 Quando houverem desligamentos frequentes de DR deve-se solicitar correção por um profissional
qualificado;
 NUNCA desativar ou remover o DR, pois esta ação pode representar o cancelamento de uma medida
protetora contrachoques elétricos e possibilitar riscos de vida para as pessoas que trabalham nesta instalação.

4.0- Demais Adequações:

Em sistema de instalações de suínos deverá possuir fiações embutidas em tubulação de PVC anti-chama e com
dimensionamento adequado para cada equipamento (conforme NBR 5410).
E em instalações avícolas deverá possuir duplo isolamento e com dimensionamento adequado para cada
equipamento (conforme NBR 5410).
Os quadros elétricos devem possuir cadeado (bloqueio) para restringir ao acesso de pessoas não autorizadas e
estarem bem identificados. Possuir sinalização quanto ao perigo de choque elétrico e restrição de acesso por
pessoas não autorizadas;
Manter as instalações e quadro elétrico em bom estado de conservação, limpeza e livres de objetos e
ferramentas.
Manter os diagramas unifilares atualizados das instalações elétricas com as especificações do sistema de
aterramento e demais equipamentos de proteção.
As instalações elétricas devem ser construídas, montadas, operadas, reformadas, ampliadas, reparadas e
inspecionadas, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores e dos usuários, e serem supervisionadas
por profissional autorizado, conforme dispõe a NR-10.
As instalações elétricas devem ser mantidas em condições seguras de funcionamento e seus sistemas de
proteção devem ser inspecionados e controlados periodicamente, de acordo com as regulamentações existentes.
Todos os micros de acionamentos dos equipamentos deverão ter tensão igual ou menor que 36 V.
Deverá ser emitido ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) de instalação (painel de comando e
aterramento da instalação elétrica) e execução.

NATUREZA DAS MODIFICAÇÕES: alterações sublinhadas.

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