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Manual de Orientação

Aterramento
de Balanças

Manual de Orientação para Aterramento


Revisão 1.4
Dezembro / 2002
Este material se caracteriza por ser orientativo, não se constituindo em
projeto de aterramento para toda e qualquer instalação.

O projeto final e detalhado, bem como a execução do sistema de


aterramento é de inteira responsabilidade do cliente.

BALANÇAS SATURNO

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................................7

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES..............................................................................................................................7

NORMAS ADOTADAS................................................................................................................................................7

SISTEMA DE PROTEÇÃO..........................................................................................................................................8

CONSIDERAÇÕES GERAIS ...................................................................................................................................... 9

O CAMPO MAGNÉTICO..............................................................................................................................................10
FATORES QUE INFLUENCIAM NO ATERRAMENTO .........................................................................................................10
POTENCIAL DE PASSO E DE TOQUE............................................................................................................................10
ESCOAMENTO DA MALHA ..........................................................................................................................................11
PROTEGENDO UMA RESIDÊNCIA ................................................................................................................................11
ESTRATIFICAR O SOLO ..............................................................................................................................................12
RISCOS DO ATERRAMENO MAL FEITO ........................................................................................................................12
MANUTENÇÃO ..........................................................................................................................................................13
INSTRUIR-SE É IMPORTANTE: ..................................................................................................................................... 13

ANEXOS....................................................................................................................................................................13
INTRODUÇÃO

Com a utilização, no mercado, de componentes eletrônicos digitalizados, cada vez mais se torna crítico o
fator aterramento, considerando as dimensões e distâncias de isolamento utilizados nos cartões dos circuitos
impressos. Estes estão sujeitos a todas as interferências, quer das redes de alimentação (sub e sobre tensões,
harmônicos e alta freqüência etc.) como do próprio sistema de aterramento (induções de tensões devidos aos
surtos atmosféricos - raios).

As interferências via rede de alimentação, normalmente conhecidas, são eliminadas com a utilização de
circuitos eletrônicos
imprevisível ativos,
na maioria porém podem
das vezes, as interferências devidas
causar danos aos surtos atmosféricos, fenômeno desconhecido e
aos equipamentos.

Assim sendo, deve-se ter cuidado ao operar estes tipos de componentes, com relação ao aterramento.
Deve-se eliminar possíveis induções desta natureza, evitando, com isto, a parada indevida dos equipamentos pela
queima de circuitos e, mais importante, a proteção dos operadores, muitas vezes esquecida, o que pode ocasionar
até a morte (tensão de contato e tensão de passo).

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES

 Este manual contém as condições mínimas necessárias para a instalação do circuito de aterramento de
uma balança, independente do número de células de carga existentes na mesma.

 Os encargos decorrentes do sistema de aterramento são de inteira responsabilidade do cliente.

 Se o aterramento da balança estiver fora dos parâmentos mínimos indicados neste manual, este
procedimento implicará na perda da garantia.

 Realize a instalação do aterramento da balança por Empresa Especializada em Surtos Atmosféricos e


Aterramentos, exigindo laudo de conformidade do circuito de aterramento e de atendimento aos
requisitos mínimos. Se a balança não possuir este laudo, esta poderá não ser coberta pela garantia.

 Para que haja um funcionamento correto da balança, todos os itens descritos neste manual devem ser
executados, sem exceção. Se algum dos requisitos mínimos descritos não for atendido, a Saturno não
se responsabilizará por eventuais danos de qualquer natureza às balanças.

 Destacamos ainda que o aterramento correto previne os danos a equipamentos na maioria dos casos.

NORMAS ADOTADAS

As normas Brasileiras, normatizam os cuidados necessários em sistemas de aterramentos, quer para


curto-circuitos na freqüência industrial, quer para surtos atmosféricos com freqüências mais elevadas (kHz),
Assim, temos:

- NBR 5410: INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DE BAIXA TENSÃO;


- NBR 5419: PROTEÇÃO DE ESTRUTURAS CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS.

Existem outras normas, estrangeiras, tais como a NFPA-80, bem mais rígida que a NBR-5419, utilizada
nos casos em que esta é omissa.

Arq.: aterramento - manual de orientação (rev 1.4).doc 7


SISTEMA DE PROTEÇÃO

Para uma excelente performance de sua balança, alguns cuidados com relação à instalação elétrica e
aterramento devem ser cuidadosamente seguidas conforme o sugerido para evitar-se interrupção de
funcionamento quando da ocorrência de descargas atmosféricas ou surtos e variações bruscas de energia elétrica
provenientes de manobras de equipamentos de alta e média tensão no interior da fábrica.

O sistema de proteção de uma balança deve contemplar as situações de proteção em caso de induções
por surtos atmosféricos, por proximidades de outros aterramento não interligados ou por induções nos circuitos
elétricos não blindados, próximos ao aterramento da balança (pesagem, semáforo, sensores de presença, etc.).
Assim, os seguintes pontos de aterramento devem ser verificados, por Empresa Especializada em
Surtos Atmosféricos e Aterramentos, para um bom funcionamento da balança:

1) Evitar qualquer laço nos cabos de aterramento, evitando circuitos fechados, conforme pode ser visto
no desenho, em anexo, do aterramento da balança;

2) Utilizar 6 (seis) hastes de terra do tipo copperweld ∅ 20 mm, com comprimento 3,00 m cada,
enterradas até a extremidade superior a 0,60 m, e alinhadas a uma distância de, no mínimo, 3,00 m e
soldadas ao cabo de cobre nu por solda exotérmica (com cadinho cabo/haste);

3) Todas as soldas deverão ser do tipo exotérmicas e executadas com capricho para evitar falhas nas
mesmas;

4) A resistência equivalente quando todas as hastes estiverem interligadas não deve ser superior a 10
ohms.

5) Verificar se a conexão do terra entre a plataforma móvel e base fixa encontra-se conectada por malha
de cobre de 1", conforme desenhos anexo (item 12 do DE-301-MPE-E-001 e item 11 do DE-301-E-
002);

6) Deverá ser evitado o paralelismo de qualquer cabo de comando, entre a balança e os equipamentos
de controle no prédio, junto a balança, com os cabos do sistema de aterramento da balança ou
mesmo do aterramento geral, para evitar induções de tensões perigosas ao funcionamento dos
equipamento eletrônicos;

7) A montadora que executar o aterramento da balança, deverá observar, rigorosamente, as distâncias


de profundidade e afastamentos dos cabos de cobre nu, conforme desenhos em anexo;

8) Verificar se o terra do painel de alimentação de potência, dos sistemas operacionais da balança,


encontra-se ligado ao mesmo terra da balança;

9) Verificar se os pinos terra das tomadas de alimentação dos equipamento de controle da balança
encontram-se aterrados no mesmo terra do painel de alimentação dos equipamentos eletrônicos da
balança;

10) Verificar se as carcaças metálicas dos equipamentos, encontram-se devidamente aterradas e ligadas
ao terra da balança;

11) Para evitar surtos atmosféricos advindos da rede de energia, será necessário a colocação de
protetores dos tipos descarregador, em nível I (4,0 kV) no QGBT, e supressor, em nível II (2,5 kV) nos
demais painéis, conforme mostrado nos desenhos anexo (supressores).

Na tabela a seguir, sugerimos os protetores descritos anteriormente, apresentando suas principais


características e fabricante:

8 Arq.: aterramento - manual de orientação (rev 1.4).doc


DESCARREGADOR
TENSÃONOMINAL 400V(50/60Hz)
ONDADECORRENTE(10/350kA) 60kA
NÍVELDEPROTEÇÃO 4,00kV
TEMPO DE RESPOSTA ≤ 100 ns
MAXIMACORRENTEDECTO-CTO 3,5kA
FUSÍVELDEPROTEÇÃOP/Icc=25kA 250A

SUPRESSOR
TENSÃO NOMINAL 120V 230V
ONDADECORRENTE(8/20kA) 40kA 40kA
NÍVELDEPROTEÇÃO 700V 1,5kV
TEMPO DE RESPOSTA ≤ 25 ns ≤ 25 ns
FUSÍVEL DE PROTEÇÃO P/ Icc = 25kA NH125A NH125A

FABRICANTE: PHOENIX CONTACT


R. Gino Cesário,160 - Água Branca – CEP: 05038-140 - S. Paulo / SP
Fone: (11) 3871.6444

12) Cuidar para que o painel de alimentação, dos equipamentos da balança, tenha os barramentos de
NEUTRO e TERRA montados separados, para evitar níveis de tensões prejudiciais aos equipamentos;

13) Verificar as condições de contato e aperto dos parafusos de aterramento, pois estes deverão ter um
contato íntimo, com a parte a ser aterrada, pela retirada da película de tinta;

14) Deverá ser evitado a proximidade de cabos dos equipamentos da balança aos cabos de descidas do
sistema de pára-raios, para evitar induções, por ocasião de uma descarga atmosférica, mantendo
estes cabos afastados a uma distância mínima de 1,50 m;

15) Quando a balança for do tipo ferroviária, aterrar os trilhos da plataforma ao aterramento geral;

16) Toda a tubulação, entre a balança e o prédio onde encontram-se os equipamentos de medição,
deverá ser de ferro galvanizada, mantendo a continuidade entre eletrodutos, nas luvas, por malha de
cobre fixada aos mesmos, por braçadeira;

17) Toda e qualquer equipamento externo pertencente à balança, fixado por meio de bases metálicas,
deverá ter estas bases aterradas ao sistema de terra geral;

18) A MONTADORA, QUE EXECUTAR O SISTEMA DE ATERRAMENTO DA BALANÇA, DEVERÁ


ATENTAR PARA O PLANO EQUIPOTENCIAL DE TERRA QUE DEVERÁ EXISTIR ENTRE A
BALANÇA, OS EQUIPAMENTOS ELETRÔNICOS OPERACIONAIS DA MESMA E O RESTANTE
ATERRAMENTO EXISTENTE, CONFORME MOSTRAM OS DESENHOS EM ANEXO.

CONSIDERAÇÕES GERAIS

A finalidade básica do aterramento é promover segurança para o usuário e para o equipamento ligado a
uma fonte elétrica, sendo fundamental em qualquer edificação.

O aterramento é projetado para evitar correntes de modo comum, assegurando tranqüilidade para o
usuário de uma instalação de um prédio, de uma empresa, de uma casa, e também a segurança do equipamento
eventualmente ligado a uma fonte elétrica.

Um aterramento pode ser projetado para escoar descarga elétrica atmosférica, e com essa finalidade ele
faz parte de um sistema de proteção contra descargas atmosféricas, e sua função é a de simplesmente conduzir a
carga que estava na nuvem e que deve descer para neutralizar uma outra carga oposta. Uma outra finalidade
básica do aterramento é no âmbito de sistema de controle, comando e proteção, no que se refere à
compatibilidade eletromagnética.

Arq.: aterramento - manual de orientação (rev 1.4).doc 9


Esta compatibilidade está associada à fonte de indução eletromagnética que pode perturbar o
funcionamento de um equipamento, e que pode ser por ele perturbada. Ou seja, um equipamento pode ser uma
srcem de perturbação de natureza eletromagnética e, ao mesmo tempo, pode sofrer efeitos desse tipo de
perturbação. O aterramento, ao qual todo tipo de equipamento deve estar ligado, tem uma série de requisitos para
atender a esse tipo de conceito de compatibilidade eletromagnética, e evitar que ele receba ou produza ruído
externo.

Esses ruídos são chamados de campo magnético, que pode ser positivo ou negativo.

O Campo Magnético

Os equipamentos têm um certo grau de sensibilidade a ruídos de srcem eletromagnética. Um simples raio
que caia perto de uma instalação que tenha muitos sensores, transdutores associados a sinal, comandos, pode
causar um mal funcionamento. De uma forma mais simples, não é danificar esse equipamento, é levar a ele uma
informação que será codificada, não como um raio que caiu, mas uma informação de uma atitude que ele deve
tomar e que vai ser errada. Isso é uma perturbação de srcem eletromagnética, porque o raio cria um campo
magnético, que vai provocar o mau funcionamento dos comandos, controle de operação.

Tudo o que envolve segurança muito grande no campo de controle deve estar protegido contra esse
fenômeno classificado como compatibilidade magnética e os equipamentos devem estar imunes o máximo
possível a esse tipo de interferência. Deve haver uma preocupação em imunizar o equipamento para evitar o mau
funcionamento contra o fenômeno de perturbação e, ao mesmo tempo, evitar que o equipamento produza ruídos
de natureza de campo eletromagnético que perturbe o funcionamento de outros e dele mesmo.

Através de legislação pertinente, um número cada vez maior de equipamentos eletro-eletrônicos deve ser
avaliado através de ensaios quanto a esses dois aspectos: a emissão e a imunidade.

Então, essa é a finalidade básica do estudo de um aterramento, da escolha adequada do tipo de


aterramento para evitar correntes comuns. É assegurar, ao usuário da instalação, segurança para o equipamento
que está instalado, para evitar certos tipos de sobretensão, que são provocadas por falhas na rede elétrica, como
curto-circuito, por exemplo. Mais uma finalidade do aterramento é a de promover uma referencia de potenciais
para a boa operação dos sistemas elétricos, em especial quando há partes isoladas eletricamente, como um
transformador.

Fatores que Influenciam no Aterramento

Há vários fatores que podem influenciar num aterramento:


- tipo de solo;
- a geometria das malhas de aterramento;
- a estratificação do solo em várias camadas.

Esses fatores interferem nos dois principais valores finais do projeto de aterramento que são: a resistência
da malha da terra, e a possível elevação do potencial dessa malha, em alguns pontos, quando ocorre um curto-
circuito de uma fase para a terra, de uma fase para essa malha. Ao se injetar corrente nessa malha, a tensão da
malha sofre e isso vai determinar valores limites de suportabilidade do homem.

Potencial de Passo e de Toque


O ser humano, quando é submetido a uma diferença de potencial, é uma impedância. Por ele vai passar
uma corrente, que dependendo da intensidade pode provocar desde um simples mal estar até a carbonização das
células, mas antes disso, passa por um fenômeno de contração muscular, quer dizer, existe um limiar de corrente
no qual você contraí os músculos. É como popularmente se diz: a pessoa ficou "grudada no fio". Ela coloca a mão,
contraí a musculatura e independentemente da sua vontade cerebral, fica contraída, "grudada". Um nível acima
dessa corrente é provocado uma fibrilação, ao invés de contrair, a pessoa laceia, aí morre por parada cardíaca.
Acima disso, ocorre carbonização das células, o que é fatal.

Geralmente, pessoas e animais são atingidos de forma indireta pelo raio. Isto pode se dar através de três
processos, quais sejam: descarga lateral, tensão de passo e tensão de toque.

10 Arq.: aterramento - manual de orientação (rev 1.4).doc


A descarga lateral ocorre quando a pessoa ou animal não mantém contato com o objeto atingido pelo raio,
mas, devido à proximidade e à diferença de potencial elétrico, recebe a descarga elétrica a partir deste objeto.

A tensão de passo ocorre através do contato dos pés de uma pessoa ou das patas de um animal com o
solo, porque a superfície do solo próxima ao local da descarga do raio ficará submetida à diferentes potenciais
elétricos. Assim, uma corrente elétrica passará através do corpo da pessoa e será tanto maior, quanto mais
afastados estiverem seus pés. Esta corrente é mais intensa através de animais como o boi, a vaca, o cavalo, pois,
em virtude da distância entre as patas dianteiras e traseiras, a tensão de passo a que ficam submetidos é maior. O
que agrava o efeito nestes animais é o fato do coração ficar no trajeto da corrente elétrica. Desta forma é comum a
morte destes animais durante uma tempestade, principalmente do gado criado no campo e que procura abrigar-se
debaixo de árvores.

A tensão de toque acontece quando a pessoa ou animal está em contato com o objeto no momento em
que este é atingido pelo raio. O corpo que toca o objeto não recebe a descarga do raio, mas será percorrido por
uma corrente elétrica, porque as diversas partes do corpo ficam submetidas a tensões diferentes .

Então, quando se projeta uma malha de terra, há algumas grandes preocupações, como o cuidado para
que a tomada seja capaz de escoar a corrente para a qual ela vai ser dimensionada. Uma malha para uma
subestação é totalmente diferente de uma malha de terra para a rede primária, porque o nível, a potência de curto-
circuito, na casa de uma pessoa, é totalmente diferente da potência de curto-circuito de um sistema de 500 mil
Volts. Quanto mais alto for o nível de tensão, mais alta a potência de curto-circuito, maior a capacidade de um
defeito na penetração da corrente dentro do solo, então a malha deve ser dimensionada para o valor da corrente
que deva ser escoada. Essa corrente vai entrar dentro da terra, vai mexer com os potenciais da malha, portanto
deve-se checar esses potenciais para os dois limites: o potencial de passo e o de toque que estão ligados na
corrente, no ser humano. A corrente que a malha deve escoar mexe com os potenciais e estes podem estar
aplicados em uma pessoa.

A malha de terra é projetada para que tenha baixa resistência, porque a corrente que entrar vai mexer em
seus potenciais, assim, quanto menor a resistência da malha, menores serão essas diferenças de potencial. O
ponto forte vai repousar no escoamento da corrente, na limitação dos valores de passo e de toque que vão
provocar e na resistência baixa da malha.

Escoamento da Malha
A malha é geralmente instalada no solo, por sua capacidade infinita de absorção dessas cargas elétricas,
mas pode fazer parte da malha de terra a estrutura de um prédio.

Entre as diversas finalidades do aterramento, no caso do escoamento do raio, isso é feito através do pára-
raios, um sistema de proteção para descargas atmosféricas. Os pára-raios normalmente estão no topo de uma
edificação, de um prédio, de uma casa. Antes do pára raios, há o captor, que é o primeiro contato da nuvem,
através do raio, com a malha que vai escoar a carga elétrica, mas se essa corrente descer só por um fio pode
provocar interferências eletromagnéticas, então, a cada vinte metros de um prédio, é necessário que seja feito um
equalizador de potenciais.

No caso de um prédio de vários andares, terão de ser feitas várias cintas para igualar todos os potenciais
e descidas por muitos caminhos. Embaixo do prédio deve haver um anel de cobre ou outro material condutor,
ligado ao sistema de malha de terra que são várias hastes que estão cravadas no solo em volta do edifício. Dessa
forma, uma malha
Modernamente, de terrautilizar
é possível que está junto ferragem
a própria com o sistema de descida
da estrutura do captor
do prédio podeessa
para fazer interferir na instalação.
descida. Se for um
prédio de estrutura de ferro ou aço, pode-se usar essa estrutura também como meio de descida da descarga
atmosférica, interferindo no projeto da instalação.

Protegendo uma Residência

Antigamente, a proteção de uma casa era feita de forma totalmente amadora, sem nenhum estudo de
segurança. Hoje não. Hoje se calcula o risco de uma descarga atmosférica mesmo em uma residência; esse risco
está associado com a densidade de trovoadas ouvidas ao longo do ano, na região.

Arq.: aterramento - manual de orientação (rev 1.4).doc 11


Um exemplo desse processo de cálculo: escuta-se 170 trovoadas ao longo do ano ma região norte do
Brasil, isso significa que houve intempérie 170 vezes nos 365 dias do ano. Então a probabilidade de se ter uma
descarga atmosférica para a terra nessa região é muito maior do que no nordeste. Com base nos mapas de níveis
seráldicos, se tem curvas que dão o mesmo número de trovoadas ouvidas por ano (ver mapa isoceráunico). Com
base nisso e na área que deverá ser protegida, será calculado o número de trovoadas ouvidas por Km². Se for
feita uma multiplicação por área determinada, surgirá a probabilidade, representada por um número, de cair ou
não um raio. Aí entram os fatores de correção. Uma escola deve ser tratada de forma diferente de uma estrebaria.
Se um raio cair numa escola, o estrago será muito maior. Então a estatística incrementa as áreas mais delicadas e
deixa mais brandas as que não são enquadradas no mesmo tipo de edificação.

A partir dessa estatística, desse cálculo, decide-se pelo tipo de aterramento. Há cinco fatores que afetam a
probabilidade inicial que foi calculada e a partir deles, decide-se o fator de segurança, o inverso do fator de risco, o
quanto se quer
capacidade uma instalação
de escoar segura.
o raio médio, Uma média
a corrente parte prevista
desse sistema de proteção
para aquele local. é o aterramento, que deve ter

Estratificar o Solo

Ao se projetar um aterramento, deve-se, primeiramente, investigar o que há no solo. A construção vai


variar muito, um solo pantanoso é diferente de um solo rochoso em relação à absorção, daí a necessidade de
planejamento. Há que se fazer a estratificação do solo, através de uma metodologia que é estabelecida por
Wenner, de cálculos de campos magnéticos. Retira-se uma amostra do solo e descobre-se que tipo de resistência
aquele solo possuí, isto é, a resistividade.

O solo é parcialmente condutor, depende dos sais, depende do tipo de aluvião e para se projetar uma
malha de terra é necessário saber qual é o tipo de solo que está embaixo, quais são as camadas, em que altura
estão e com quais valores de resistência, para poder determinar a profundidade da malha; a quantidade de
hastes, se as hastes bastam. Primeiro se prospecta o solo, a partir disso define-se uma geometria de malha de
terra, avaliando a estratificação do solo e aí termina-se o projeto, checando a capacidade do solo de escoar a
corrente, potenciais de passo e toque. É regra geral para qualquer tipo de aterramento, seja para indústria, para
casa, qualquer tipo de edificação.

Muitas vezes, o aterramento é tratado de forma leviana. O leigo não sabe que uma malha de terra exige
inspeção periódica, medição , avaliação. Ele acha que está segura espetando uma varinha de bambu no chão.
Não é como em uma subestação que tem gente especializada para o projeto, pois sabem da importância de seu
compromisso com o funcionamento, com a confiabilidade da instalação.

Riscos do Aterrameno Mal Feito

Usaremos como exemplo de um aparelho de som. Em volta dele há uma carcaça metálica, há um
“fiozinho” que encosta na chapa, se uma pessoa estiver descalça e puser a mão ali, estará transferindo o potencial
da chapa, o potencial do “fio” que está ali, para ela. Então essa pessoa será um meio para escoar a corrente, seu
coração poderá fibrilar, ou até mesmo ter uma parada cardíaca, se for um cardíaco.

No Brasil, há uma norma que obriga a todas as carcaças metálicas que são suscetíveis à ação do
potencial do motor elétrico que contém, ou da resistência que vai esquentar, no mínimo, 110 ou 220V, de estarem
aterradas com uma impedância de aterramento menor que sua impedância. Se a carcaça ficar em 220V, a pessoa
vai ser o elemento para escoar esse potencial. Se a carcaça for colocada para uma resistência de 10 ohms e a da
pessoa é de 1000 ohms, significa que vai haver 100 vezes mais corrente para o terra do que para você. Então em
uma casa, todas as coisas devem estar aterradas a um fio terra, que tanto pode ter sido projetado pelo usuário,
como pode ser usado o terra da concessionária. A concessionária entra com um neutro e duas fases. Esse fio
neutro também está aterrado, se for usado também como terra para a segurança. Corre-se o risco de transferir
todos os problemas da rede elétrica de alta tensão para dentro da casa.

Se um fio cair em cima de um neutro da concessionária e a proteção falhar, o potencial do fio pode ir para
dentro de uma casa e durar até que a proteção ature, depois disso, o fio que está no aparelho de som, na carcaça
do aparelho, vai ficar com quase o mesmo potencial, isso significa que se uma pessoa estiver pondo a mão, nesse
momento, no aparelho, vai tomar um choque de mais de 220V. O ideal seria que cada casa tivesse o seu terra
independente da concessionária.

12 Arq.: aterramento - manual de orientação (rev 1.4).doc


A maior parte das instalações brasileiras usam como terra o neutro da concessionária, e vice versa, usam
o neutro como próprio terra de proteção. Se isso for bem feito não é que seja tão ruim, essa forma de ligação é
conhecida como TN, é até mais segura do que fazer um mal terra. Um mal terra pode evitar que as proteções
atuem e isso pode ser fatal. Um mal terra pode provocar sobretensões que podem ser fatais, é um risco presente.

Manutenção

O aterramento deve passar por manutenções periodicamente. Se for uma região muito agressiva à malha
de terra, a manutenção deve ser mais freqüente, se for uma região mais seca onde o material não se estressa
tanto por corrosão, pode ser mais espaçada.

Umaterrados
todos são exemplo como
de como se deve
manda proceder
a norma. Se na manutenção
o prédio ocorre em
é alimentado na Av. Paulista,
3800V onde há muitos prédios
ele obrigatoriamente terá umae
cabine primária, que tem uma exigência maior quanto à malha de terra da entrada, e existe uma fiscalização para
isso, na época da construção e, posteriormente, há sempre pessoas fazendo inspeção.

O material desgastado é identificado, medindo-se a resistência para a terra. Usa-se um aparelho para
medir não somente o contato do captor, se estiver falando em pára raios, mas também para medir o contato do
captor com a terra. Ali se tem um contato que é feito por pressão, como se fosse aparafusado. É uma ligação que
pode ser desconectada para se medir o que está embaixo, enterrado. Deve ser feito periodicamente, para avaliar
a resistência, de terra para terra. Uma verificação também deve ser feita no que se refere a contatos, porque um
mau contato vai aumentar o valor da resistência da terra, vai aumentar as diferenças de potencial e vai provocar
insegurança, problemas de incompatibilidade.

Essa verificação pode ser feita, periodicamente, por empresas especializadas, pelos projetistas ou pelos
instaladores. O CONTRU exige que seja feito um laudo das instalações, tanto da normal, quanto da malha de
terra. São feitas medições de resistência, e esse laudo é assinado por um perito, um engenheiro.

Instruir-se é importante:

Para se fazer a manutenção de uma instalação elétrica, como um todo, é preciso que se conheça muito
bem aterramento. Deve-se aprofundar o conhecimento, comprar um bom livro, estudar. A tendência relacionada a
isso vai aumentar com o passar do tempo, porque comandos, controles, estão ligados à compatibilidade, que está
relacionada com o aterramento e tende a crescer, tende a ser um mercado de trabalho, e em primeiro lugar é
preciso que haja conhecimento sobre o assunto, algo que nem sempre se vê no mercado.

ANEXOS

Os seguintes desenhos fazem parte deste manual:

- MAPA ISOCERÁUNICO DO BRASIL;


- DE-301-MPE-E-001;
- DE-301-MPE-E-002.

Arq.: aterramento - manual de orientação (rev 1.4).doc 13


MAPA ISOCERÁUNICO DO BRASIL

Abaixo vemos o mapa isoceráunico do Brasil, apresentando as curvas do número médio de trovoados por
ano.

Observa-se que as curva crescem de 20 trovoadas por ano(no sul) até o máximo de 140 trovoadas por
ano(no norte). Esta situação determina os cuidados que usuário da balança deverá ter com relação ao
aterramento da mesma, bem como a proteção contra surtos advindos da rede de energia.

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