Você está na página 1de 11

Breve história do electromagnetismo

O electromagnetismo é um tema importantíssimo da física, veja um resumo histórico


sobre este tema.
 
Tales de Mileto (640-550 a.C.) observou que, ao esfregar uma resina fóssil, chamada
âmbar com a pele de um animal, o âmbar passava a ter a capacidade de atrair pequenos
objectos. Tales também descreveu as propriedades de atracção e repulsão entre pedras
chamadas de magnetita, um imã natural. Registros indicam que na China a bússola
(objeto que se orienta através do campo magnético da Terra) já era usada desde o século
III a.C.
 
A relação entre electricidade e magnetismo começa no século XIX, com o físico Hans
Christian Oersted (1771-1851), que em 1820 verificou que, ao colocar uma bússola na
presença de um fio transportando corrente eléctrica, a agulha da bússola sofria variações
em sua posição.
 
Em 1822 o físico e matemático André-Marie Ampére (1775-1836) construíram o
primeiro electroíman, após seus estudos sobre os efeitos das correntes eléctricas em fios,
Ampére observou que as correntes eléctricas passando por fios paralelos com o mesmo
sentido se repeliam, e quando os sentidos das correntes eléctricas eram opostos, os fios
se atraiam.
 
Em 1827 o físico George Simon Ohm (1789-1854) estabelece a lei (que hoje recebe seu
nome), que relaciona tensão (V), corrente eléctrica (I) e a resistência (R) em um circuito
eléctrico, a lei de Ohm: V = R. I
 
Michael Faraday (1791 - 1867) estudou o surgimento de correntes eléctricas em um
condutor na presença de um campo magnético variável, fenómeno que chamamos
de Indução electromagnética.
 
Em 1873 James Clerk Maxwell (1831-1879) publica seu trabalho relacionando os
fenómenos da electricidade e magnetismo, resumindo-as em 4 equações que recebem o
seu nome em sua homenagem. Suas equações são tão poderosas que permitiram o
cálculo da velocidade da luz através da matemática.
 

O nome magnetismo vem de Magnésia, pequena região da Ásia Menor, onde foi
encontrado em grande abundância um mineral naturalmente magnético. A pedra desse
mineral é chamada magnetita (Fe3O4 – imã natural). Actualmente são mais usados imãs
artificiais, obtidos a partir de determinados processos de imantação.

Tipos de materiais magnéticos

Os materiais magnéticos podem ser classificados em diamagnéticos, paramagnéticos e


ferromagnéticos.

 Diamagnéticos: são os materiais conhecidos por não se atraírem pelos ímãs, já que,


ao serem aproximados a um campo magnético externo, em seu interior surgem um
campo magnético com sentido oposto e que some ao afastá-los desse campo
magnético externo, como se o repelissem. Alguns exemplos desses materiais
são: água, madeira, mercúrio, plástico, ouro, bismuto etc.
 Paramagnéticos: são os materiais em que, quando aproximados de um campo
magnético externo, seus momentos angulares se ordenam, e eles passam a se
comportar semelhante a um imã. Caso sejam afastados, eles deixam de se comportar
dessa maneira e voltam ao seu estado inicial. Alguns exemplos desses materiais
são: alumínio, sódio, cálcio, sulfato de cobre etc.
 Ferromagnéticos: são os materiais que possuem “memória magnética”, o que
significa que, ao se aproximarem de um campo magnético externo, ocorre a
ordenação dos seus momentos angulares. Assim, eles começam a se comportar
semelhante a um imã, semelhante aos materiais paramagnéticos, contudo, após o
seu afastamento, isso se mantém inalterado, diferentemente dos materiais
diamagnéticos. Alguns exemplos desses materiais são: ferro, cobalto, níquel,
algumas ligas metálicas etc.
Campo magnético da Terra

O planeta Terra possui um campo magnético que faz com que ela se comporte
como um grande ímã, provavelmente devido à grande quantidade de correntes
elétricas que a circulam internamente. Ela possui dois polos magnéticos, o polo norte
magnético, localizado no Polo Sul geográfico, e o polo sul magnético, localizado no
Polo Norte geográfico, conforme podemos ver na imagem abaixo:

Polos magnético e geográfico terrestres.

Ímãs

Os ímãs, também chamados de magnetos, são materiais ferromagnéticos com dois


polos magnéticos (daí a nomenclatura dipolos), em que um dos polos é chamado de
norte e o outro polo de sul. Suas linhas de força saem do polo norte em direção ao polo
sul. Eles possuem a capacidade de atrair (polos diferentes) ou repelir (polos iguais)
outros materiais ferromagnéticos em razão do seu campo magnético, como podemos ver
na imagem abaixo:
Linhas de força dos ímãs.

Eles podem ser classificados como naturais, quando encontrados na natureza, como é o
caso da magnetita, ou podem ser artificiais, quando fabricados pelo processo de
imantação.

Além disso, os ímãs possuem uma propriedade conhecida como inseparabilidade


dos polos, em que é impossível separar o polo norte do polo sul, independentemente de
quão pequena seja a divisão, sempre ficando com partes iguais de polo norte e sul, como
podemos ver na imagem abaixo:

Ilustração mostra a propriedade de inseparabilidade dos polos de um ímã.

Principais fórmulas do magnetismo

Existem diversas fórmulas estudadas no magnetismo, abaixo veremos as principais.

 Fórmula do campo magnético em uma espira circular

[Math Processing Error]�=μ�⋅ �2⋅�


 

o B é o campo magnético, medido em Tesla [Math Processing Error][�].


o [Math Processing Error]μ� é a constante de permeabilidade magnética do
vácuo, seu valor é [Math Processing Error]4π⋅10−7 �⋅�/�.
o i é a corrente elétrica, medida em Ampère [Math Processing Error][�].
o R é o raio da espira, medido em metros [Math Processing Error][�].

 Fórmula do campo magnético em uma bobina chata

[Math Processing Error]�=�⋅μ�⋅ �2⋅�

o B é o campo magnético, medido em Tesla [Math Processing Error][�].


o N é o número de espiras da bobina.
o [Math Processing Error]μ� é a constante de permeabilidade magnética do vácuo,
seu valor é [Math Processing Error]4π⋅10−7 �⋅�/�.
o i é a corrente elétrica, medida em Ampère [Math Processing Error][�].
o R é o raio da bobina, medido em metros [Math Processing Error][�].

 Fórmula do campo magnético em um condutor reto

[Math Processing Error]�=μ�⋅ �2⋅�⋅�

o B é o campo magnético, medido em Tesla [Math Processing Error][�].


o [Math Processing Error]μ� é a constante de permeabilidade magnética do vácuo,
seu valor é [Math Processing Error]4π⋅10−7 �⋅�/�.
o i é a corrente elétrica, medida em Ampère [Math Processing Error][�].
o d é a distância ao fio, medida em metros [Math Processing Error][�].
 Campo magnético no interior de um solenoide

[Math Processing Error]�=�⋅μ�⋅ ��

o B é o campo magnético, medido em Tesla [Math Processing Error][�].


o [Math Processing Error]μ� é a constante de permeabilidade magnética do vácuo,
seu valor é [Math Processing Error]4π⋅10−7 �⋅�/�.
o i é a corrente elétrica, medida em Ampère [Math Processing Error][�].
o N é o número de espiras ou voltas no solenoide.
o l é o comprimento do solenoide, medido em metros [Math Processing Error][�].

 Força magnética sobre partículas carregadas

[Math Processing Error]�=|�|⋅�⋅�⋅���θ

o F é a força magnética, medida em Newton [Math Processing Error][�].


o [Math Processing Error]|�| é o módulo da carga elétrica em excesso ou falta,
medido em Coulomb [Math Processing Error][�].
o v é a velocidade da partícula em relação ao campo magnético, medida em [Math
Processing Error][�/�].
o B é o campo magnético, medido em Tesla [Math Processing Error][�].
o [Math Processing Error]θ é o ângulo formado entre a velocidade e o campo
magnético, medido em graus [Math Processing Error][°].

 Fórmula da força magnética sobre condutores retilíneos

[Math Processing Error]�=�⋅�⋅�⋅���θ

o F é a força magnética, medida em Newton [Math Processing Error][�].


o B é o campo magnético, medido em Tesla [Math Processing Error][�].
o i é a corrente elétrica, medida em Ampère [Math Processing Error][�].
o l é o comprimento do fio, medido em metros [Math Processing Error][�].
o [Math Processing Error]θ é o ângulo formado entre o comprimento do fio e o
campo magnético, medido em graus [Math Processing Error][°].
 Fórmula da força magnética sobre dois condutores retilíneos

[Math Processing Error]�=μ�⋅�1⋅�2⋅�2⋅π⋅�

o F é a força magnética, medida em Newton [Math Processing Error][�].


o [Math Processing Error]μ� é a constante de permeabilidade magnética do vácuo,
seu valor é [Math Processing Error]4π⋅10−7 �⋅�/�.
o [Math Processing Error]�2 é a corrente elétrica do condutor 1, medida em
Ampère [Math Processing Error][�].
o [Math Processing Error]�2 é a corrente elétrica do condutor 2, medida em
Ampère [Math Processing Error][�].
o l é o comprimento do fio, medido em metros [Math Processing Error][�].
o d é a distância entre os dois condutores, medida em metros [Math Processing
Error][�].

 Fórmula do fluxo magnético

[Math Processing Error]ϕ=�⋅�⋅���θ

o [Math Processing Error]ϕ é o fluxo magnético, medido em Weber Wb ou [Math


Processing Error][�⋅�].
o B é o campo magnético, medido em Tesla [Math Processing Error][�].
o A é a área da superfície, medida em [Math Processing Error][�2].
o [Math Processing Error]θ é o ângulo entre a normal no plano da espira e o vetor
campo magnético, medido em graus [Math Processing Error][°].

 Lei de Faraday-Lenz

[Math Processing Error]ε=−ΔϕΔ�

o [Math Processing Error]ε é a força eletromotriz induzida, medida em Volt [Math


Processing Error][�].
o [Math Processing Error]Δϕ é a variação de fluxo magnético, medida em
Weber Wb ou [Math Processing Error][�⋅�].
o [Math Processing Error]Δ� é a variação de tempo, medida em segundos [Math
Processing Error][�].

História do magnetismo

Há registros e textos abordando a existência do magnetismo datados dos séculos VII


a.C. e VI a.C., na Grécia Antiga. O filósofo, matemático e astrônomo Tales de
Mileto (623 a.C.-558 a.C.) foi quem observou a atração da pedra magnetita ao
ferro. Inclusive, os chineses no século VII inventaram a bússola, que os auxiliava em
suas navegações, sendo um instrumento que se orienta de acordo com o campo
magnético terrestre. Eles também fabricaram os ímãs.

No século XIII na Europa, seus estudos se impulsionaram, e podemos citar nessa época
o estudioso Pierre Pelerin de Maricourt (1240-séc. XIII), que fazia experimentos
envolvendo o magnetismo, tendo até escrito o primeiro estudo formal a respeito das
propriedades e nomenclatura dos polos dos ímãs.

No século XVI, o cientista Willian Gilbert (1544-1603) observou e concluiu que a


Terra possuía um campo magnético e que, em razão disso, as bússolas funcionavam
apontando sempre para o norte. Posteriormente, o assunto também foi estudado pelo
cientista Carl Gauss (1777-1855).

No século XVIII, Charles Coulomb (1736-1806) estudava a respeito da eletricidade e do


magnetismo, formulando a lei de Coulomb e a lei dos polos inversos de atração e
repulsão entre as cargas elétricas.

No século XIX, entre 1820 e 1829, o físico e químico Hans Oersted (1777-1851)


comprovou a relação entre os fenômenos elétricos e magnéticos acidentalmente,
quando observou que uma bússola próxima se movia devido à corrente elétrica que
atravessava um fio. Seus estudos permitiram o desenvolvimento dos motores elétricos e
o surgimento da grande área chamada eletromagnetismo.

Entre 1821 e 1825, Andrè-Marie Ampère (1775-1836) estudava a respeito das correntes
elétricas no ímãs. Devido à relevância de seu trabalho, teve seu nome dado como
unidade de medida à grandeza corrente elétrica, medida, portanto, em Ampère.
Nesse mesmo século, tivermos outras grandes descobertas, como o físico e
químico Michael Faraday (1791-1867), que percebeu que, ao movimentar um ímã
em um condutor elétrico, ele é capaz de produzir corrente elétrica. Além disso, seus
estudos possibilitaram o desenvolvimento dos geradores elétricos, e, juntamente a
Joseph Henry (1797-1878), ele descobriu a indução eletromagnética.

Em 1865, foi inventado o dínamo, aparelho que produz energia elétrica por meio da
energia cinética, com base na teoria da indução eletromagnética de Faraday.

Em torno de 1873, James Maxwell (1831-1879) reuniu as leis de Gauss da eletricidade e


do magnetismo e a lei de indução Faraday a uma outra equação que ele desenvolveu,
considerando-as as equações fundamentais do eletromagnetismo e lhes dando o nome
de equações de Maxwell. Por meio de sua manipulação matemática, ele percebeu que os
campos magnéticos e elétricos se propagavam de maneira semelhante às ondas
mecânicas, nomeando essa propagação de onda eletromagnética.

Leia também: 6 curiosidades sobre as ondas eletromagnéticas


Identificar a presença de um Campo Magnético.
Explicar as interacções magnéticas;

Aplicar a Lei Qualitativa das interacções na resolução de exercícios;

Identificar um campo magnético


Explicar o funcionamento do electroíman.

Electricidade

A Electricidade é o movimento, usualmente de eléctron, produzido a partir de


dois pontos de um condutor. É, em termos gerais, a área da Física que estuda os
fenómenos causados pelo trabalho das cargas eléctricas. Essa forma de energia está
presente no nosso cotidiano não só nos aparelhos electrónicos, mas também na natureza
- descargas eléctricas que resultam em relâmpagos, por exemplo. A electricidade é,
actualmente, o principal tipo de energia existente.

Electricidade e Magnetismo
Electricidade e Magnetismo são ambos fenómenos que se relacionam entre si.
Uma vez que o magnetismo tem a capacidade de atrair corpos, a electricidade, por sua
vez, produz um efeito magnético na medida em que está sujeita a condutores que
permitem a sua movimentação.

O eletromagnetismo se ocupa da relação estabelecida entre eletricidade e magnetismo.

Electromagnetismo, estuda os fenómenos do magnetismo, pois as primeiras observações


desses fenómenos são muito antigas. Acredita-se que estas observações foram realizadas
pelos gregos numa cidade da Ásia, denominada Magnésia. Nesse tempo, verificou-se a
existência, na região, de um certo tipo de pedra que era capaz de atrair pedaços de ferro. Na
actualidade, sabe-se que estas pedras são constituídas por certo óxido de ferro e que se
denominam ímanes naturais. O termo magnetismos usa-se até hoje, para designar o estudo
das propriedades destes ímanes, em virtude do nome da cidade da Magnésia onde foram
descobertos os fenómenos magnéticos.

Você também pode gostar