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FUNDAMENTOS DE

ELETRICIDADE

15/09/2020
Princípios do Eletromagnetismo
MAGNETISMO Aula 03
Há muito tempo, quando o efeito do magnetismo foi observado,
notou-se que certos materiais, quando colocados nas proximidades de
outros, eram submetidos a uma força atrativa ou repulsiva. Segundo
Halliday (2009), esses materiais são conhecidos como magnetitas,
nome que deu origem ao que denominou-se de magnetismo. O
magnetismo pode ser entendido como uma força de atração ou
repulsão que age entre alguns corpos. Esse fenômeno pode ser
encontrado em alguns corpos naturais, ou ainda ser estimulado por
meio de alguns processos.

Algumas pedras possuem um magnetismo intrínseco, o que as faz


atrair ou repelir alguns materiais. Contudo, outros corpos quando
submetidos a um processo que se chama de magnetização passam a
assumir uma energia idêntica àquela encontrada na magnetita, o
magnetismo. Quando esse comportamento é observado, os corpos são
denominados de ímãs permanentes. Um ímã é um material que, de
forma permanente, apresenta uma energia de natureza magnética,
sendo que esta é capaz de realizar uma força sobre alguns objetos
quando são aproximados.

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A energia magnética que um corpo possui em suas extremidades é
denominada de campo magnético.
Aula 03

Segundo Malvino (1997), o comportamento desse campo magnético


pode ser descrito por meio de suas linhas de campo, que sugerem a
região em que o magnetismo está presente, bem como o
comportamento que ele possui em torno do material.

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Aula 03

Note que essas linhas não se tocam, e não se cruzam. Esse


comportamento faz com que elas, quando estão na presença de outras
linhas, assumam um caminho tangencial entre si, efeito este que
conduz ao surgimento de uma força de natureza magnética. Esta
força pode ser de atração entre os materiais geradores das linhas ou
de repulsão.

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Ao se produzir um fluxo de elétrons através de um material, nota-se o
surgimento de um campo magnético na região do mesmo, sendo que
tal campo magnético possui suas linhas concêntricas ao condutor.
Aula 03

CAMPO MAGNÉTICO EM UM FIO CONDUTOR

Conforme destacado no tópico anterior, quando cargas elétricas se


movimentam dentro de um material há o surgimento de um campo magnético
em torno dele. Será que existe um comportamento padrão das linhas de campo
quando este efeito ocorre em um condutor?

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Se analisar novamente o material de forma transversal, quando ele é
atravessado pela corrente, nota-se que o campo magnético tem um
comportamento rotacional em torno do seu eixo de criação, ou seja,
girando sobre o condutor. Aula 03
Somado a este efeito, a direção de rotação das linhas de campo
depende da direção da corrente internamente ao condutor.

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A determinação da rotação das linhas do campo magnético depende da
direção da corrente pelo condutor. Assim, na figura anterior (a), a
corrente está saindo no plano da folha produzindo um campo
magnético girando no sentido anti-horário; enquanto na figura (b) a Aula 03
corrente está entrando no plano da folha e, em consequência, neste
segundo caso, as linhas de campo magnético estão girando no sentido
horário.

Segundo Malvino (1997), quando um campo magnético é criado em


torno de um condutor, é possível determinar a intensidade da linha de
campo a uma distância do condutor por meio da seguinte equação.

Onde:
B: Indução magnética - Tesla (T);
u: Permeabilidade magnética do meio – Henry/metro (H/m);
I: Intensidade da corrente elétrica - Ampère (A);
π: Constante pi;
R: Distância do ponto de análise até o condutor - metros (m).

Observe que, quanto maior a distância do ponto de medida ao condutor,


menor será a intensidade da linha de campo.
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CAMPO MAGNÉTICO EM UMA BOBINA

Em um condutor, o campo magnético possui linhas concêntricas em


torno deste. No entanto, será que em outras geometrias o Aula 03
comportamento das linhas de campo se altera?

Se um condutor retilíneo for acomodado como uma sequência de


espiras, de acordo com o exemplo da figura que segue, as linhas de
campo irão descrever outro caminho.

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CAMPO MAGNÉTICO EM UMA BOBINA

Em um condutor, o campo magnético possui linhas concêntricas em


torno deste. No entanto, será que em outras geometrias o Aula 03
comportamento das linhas de campo se altera?

Se um condutor retilíneo for acomodado como uma sequência de


espiras, de acordo com o exemplo da figura que segue, as linhas de
campo irão descrever outro caminho.

Essa geometria formada pelo condutor é denominada de bobina e,


nessa construção, as linhas de campo são mais próximas umas das
outras no centro da bobina do que fora dela. Assim, nota-se que o
campo magnético nesta topologia é mais intenso internamente na
estrutura.

Todavia, quando uma bobina é formada, de modo que seu


comprimento seja longo, denomina-se esta formação de solenoide.
Igualmente à bobina, no solenoide quando uma corrente elétrica o
atravessa, internamente surgirá um campo magnético com
determinada intensidade, que dependerá da quantidade de espiras
que o conjunto possui, do material que compõe o núcleo do dispositivo
bem como da intensidade da corrente que o atravessa.

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O solenoide é utilizado em diversas aplicações, como
eletrodomésticos, circuitos eletrônicos, entre outras. Em geral,
utiliza-se no solenoide um núcleo móvel, de modo que este possa ser
atraído quando um campo magnético é criado em seu interior. Aula 03
Um exemplo clássico do uso da bobina é em relés eletromecânicos. O
relé é um dispositivo composto por uma bobina, que possui dentro do
seu núcleo uma parte móvel. Quando uma corrente atravessa a
bobina, esta parte móvel movimenta-se devido ao surgimento de um
campo magnético. Em geral, é dito que o relé é um dispositivo
eletromecânico, pois através de uma corrente elétrica percorrendo o
dispositivo é possível movimentar um eixo mecânico central, capaz de
abrir ou fechar um contato mecânico.

APLICAÇÕES DO ELETROMAGNETISMO

Os conceitos magnéticos estudados neste livro podem ser aplicados de


inúmeras formas, sendo que algumas delas estão presentes na vida do
ser humano diariamente, como em uma lavadora de roupas, em que o
princípio funcional do motor elétrico está condicionado ao
eletromagnetismo. O transformador é outro dispositivo que tem como
princípio básico os efeitos apresentados pelas linhas de campo.

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TRANSFORMADOR

Os mecanismos que permitem o funcionamento do transformar estão


condicionados ao comportamento das linhas de campo. Como você Aula 03
estudou, uma corrente elétrica em um condutor é capaz de criar um
campo magnético. Porém, será que o oposto pode ser obtido, ou seja,
um campo magnético gerar uma corrente elétrica? Sim, é possível.

Para que um campo magnético possa produzir uma corrente elétrica


em um condutor faz-se necessário que este campo tenha uma variação
da sua posição em relação a este condutor.

Para compreender esse efeito, imagine um ímã sendo movimentado.


Próximo a ele, coloca-se um anel em formato de espira. O movimento
do campo magnético em relação a espira é capaz de produzir nela
uma corrente elétrica.

Quando uma corrente é produzida por um campo magnético desse


modo, diz-se que uma corrente elétrica foi induzida pelo campo e,
neste caso, a direção de movimento dos elétrons no condutor
dependerá do sentido de movimento do campo.

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Aula 03

Assim, pode-se concluir que:

corrente elétrica cria campo magnético;

campo magnético variável induz corrente elétrica.

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O efeito da indução de uma corrente elétrica possibilita o
funcionamento do transformador. Um transformador é um dispositivo
que tem como finalidade elevar ou diminuir o nível de tensão de uma
rede elétrica. Aula 03

Esse dispositivo é composto por:

enrolamento primário: no qual uma bobina, ao ser percorrida por uma


corrente, cria um campo magnético intenso em seu interior;
um núcleo: por onde este campo magnético criado pela bobina
primária é guiado;

enrolamento secundário: cujo campo magnético guiado pelo núcleo


pode produzir uma corrente elétrica entre seus terminais, se uma
carga for conectada a ele.
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MOTOR ELÉTRICO

Segundo Kosow (1996), o motor elétrico é um equipamento que, quando uma


tensão elétrica é aplicada aos seus terminais de entrada, o dispositivo converte Aula 03
esta energia, de natureza elétrica, em energia mecânica, que é o movimento
de seu eixo denominado como rotor.

As aplicações dos motores são inúmeras, na indústria para o funcionamento


das máquinas em geral, nos edifícios para a movimentação dos elevadores,
entre outras utilizações.

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O motor de indução, também denominado de motor assíncrono, é um
dos mais utilizados na indústria, pois associa robustez e baixo custo.
Este tipo de motor é utilizado em rede elétrica alternada, sendo
composto basicamente pelos itens apresentados a seguir. Aula 03
Carcaça: é a estrutura externa que, em geral, sustenta o motor de
indução.

Estator: parte fixa do motor assíncrono e que fica acoplada à carcaça.

Rotor: parte móvel que compõe o motor.

O princípio básico de funcionamento do motor é aplicar uma tensão


alternada nos seus terminais de entrada, ou seja, o estator, que criará
um campo magnético dentro do dispositivo, que possibilitará o
movimento do rotor, seu eixo central.

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O motor de indução, também denominado de motor assíncrono, é um
dos mais utilizados na indústria, pois associa robustez e baixo custo.
Este tipo de motor é utilizado em rede elétrica alternada, sendo
composto basicamente pelos itens apresentados a seguir. Aula 03
Carcaça: é a estrutura externa que, em geral, sustenta o motor de
indução.

Estator: parte fixa do motor assíncrono e que fica acoplada à carcaça.

Rotor: parte móvel que compõe o motor.

O princípio básico de funcionamento do motor é aplicar uma tensão


alternada nos seus terminais de entrada, ou seja, o estator, que criará
um campo magnético dentro do dispositivo, que possibilitará o
movimento do rotor, seu eixo central.

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