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Universidade Federal de Campina Grande – UFCG

Centro de Ciências e Tecnologia – CCT


Unidade Acadêmica de Física – UAF
Física Experimental II
Campus Bodocongó – CEP: 58109-970

CAMPO MAGNÉTICO DA TERRA

Relatório Apresentado à
Disciplina de Física
Experimental II da Unidade
Acadêmica de Física do
CCT da UFCG como
requisito básico para
aprovação na citada
disciplina.

Autora:
Maria

Campina Grande – PB, 05 de novembro de 2023


INTRODUÇÃO

Todos nós sabemos que a terra tem se comportado durante milhões de anos
como imã. O seu campo magnético tem exercido enorme influência não só nos
caracteres naturais, mas na própria evolução do homem. O seu campo magnético
circula e atravessa toda superfície de maneira razoavelmente parecida com o campo
produzido por um dipolo. A origem do campo magnético terrestre tem sido durante
muito tempo motivo de controvérsias nos meios científicos, sendo atualmente aceita
a teoria do dínamo regenerativo desenvolvida por E. C. BULLARD e W.M.
ELASSER.
De acordo com a teoria do dínamo regenerativo, a terra não possui campo
magnético próprio. Todavia, campos magnéticos fracos estão sempre presentes na
galáxia. Se um deles está no núcleo da terra, o campo influenciou os movimentos do
núcleo. Sob circunstâncias adequadas o movimento do núcleo, que é constituído de
material “FERRO MAGNÉTICO”, criou um campo magnético próprio.

Uso do sistema Bobina-Bússola como amperímetro

Para uma bússola colocada no centro da espira, podemos observar que a tangente
de T, resultante da deflexão da agulha da bússola, é proporcional ao valor da
corrente que circula na espira, isto ocorre em consequência de que o campo
magnético artificial Ba é proporcional a corrente (Ba = 8∗𝑢0∗√2∗𝐼) , ou seja,
𝜋𝑎
conhecendo-se T podemos determinar a corrente I e vice-versa.
Podemos então utilizar o nosso sistema como um amperímetro. Colocando em
série um resistor com a espira quadrada e medindo a tensão nos terminais do
resistor, podemos indiretamente determinar o valor da resistência utilizando a razão
V sobre I, ou seja:
𝑉
𝑅=
𝐼

Fundamentação Teórica para o arranjo com um par de bobinas Helmhotz

Um campo magnético constante, no arranjo em série de um par de bobinas, de


modo que, as correntes estejam no mesmo sentido, produzindo um campo uniforme
entre as bobinas, estando a bússola posicionada no ponto equidistante dos seus
centros e entre as bobinas e alinhada inicialmente com a componente horizontal do
campo magnético da Terra. A direção do campo produzido pelo par de bobinas
devido às correntes é perpendicular a componente horizontal do campo da Terra. O
campo magnético da Terra pode ser calculado a partir do campo resultante.
Para determinarmos a Componente Horizontal do Campo Magnético da Terra
vamos utilizarmos o arranjo Experimental de Helmholtz com X = R/2, ponto
equidistante dos centros e entre as bobinas de Helmholtz, sobre o eixo, cujo valor
será:
Coloca-se o arranjo Experimental de Helmhotz de modo que a Componente
Magnética Bh fique perpendicular a componente horizontal Magnética Ba da Terra.
A bússola será o orientador da Componente Horizontal.

Antes da aplicação do campo Depois campo criado no laboratório.


criado no laboratório

Como a direção do campo magnético resultante depende dos valores de Bh e


Ba, podemos variar a direção do ponteiro da bússola variando o valor de Ba.

Se θ for igual a 45°: Bh = Ba.

OBJETIVOS

O objetivo desta experiência é familiarizar-se com um método bastante simples


de medição da intensidade da componente horizontal do campo magnético (indução
magnética B) da terra no nosso laboratório; como complementação, calibra-se a bobina
para ser utilizada como amperímetro.

MATERIAIS

 Par de bobinas de Helmholtz;


 fonte de tensão universal;
 multímetro digital;
 base de suporte;
 braçadeira de ângulo;
 cabo de conexão (750mm, vermelho);
 cabo de conexão (750mm, azul);
 bússola;
 suporte para bússola;
 potenciômetros.

PROCEDIMENTOS E ANÁLISES

Fez-se as ligações conforme a figura abaixo.


Alinhou-se o conjunto bobinas de Helmholtz e bússola, de modo que o ponteiro
da bússola indicasse a posição Norte – Sul.
Colocou-se a fonte de Tensão na Posição 4V DC. Variou-se a corrente de 5 em 5
mA e mediu-se a deflexão (ângulo), que a bússola sofreu para cada incremento. Fez-se
medidas até 55°. Foi anotado os valores na tabela abaixo. Repetiu-se o procedimento
anterior 2 vezes.

Tabela I
I (mA) 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55
θ (°) 8° 16° 25° 33° 38° 45° 50° 53° 55° 60° 63°
θ (°) 10° 15° 23° 30° 37° 43° 48° 53° 55° 59° 61°
θ (°) 9° 16° 23° 30° 37° 43° 49° 53° 55° 59° 63°
θmed (°) 9° 15,67° 23,67° 31° 37,3° 43,67° 49° 53° 55° 59,3° 64°

A partir dos dados obtidos no laboratório, pudemos traçar o gráfico de θ em


função de I.
A intensidade do campo BH vale

3𝑀𝑢 0𝐼
Ba = BH = 5 2
( ) / ∗𝑅
4

Experimentalmente temos que: 𝐶 = 𝑀𝑢0


5 3 2
( )/ ∗ 𝑅
4

Então, Ba = BH = C*I

A partir do gráfico, obtemos a corrente (I) correspondente a θ = 45°, pois se θ for


igual a 45°: BH = Ba

I = 33 mA = 0,033A

Substituindo na equação a cima, temos:

BH = 67*0,033 = 2,21

CONCLUSÃO

Concluímos que este método simples utilizando um par de bobinas de Helmholtz


e uma bússola como amperímetro permitiu-nos estimar a intensidade da componente
horizontal do campo magnético da Terra no nosso ambiente de laboratório. Esse tipo de
experimento é útil não apenas para fins educacionais, mas também para entender e
medir as características do campo magnético terrestre em uma escala local.

REFERÊNCIAS

Laboratório de óptica eletricidade e magnetismo física experimental II / Pedro Luiz do


Nascimento... [et al.]. - Campina Grande: Maxgraf Editora, 2019. 280 p. : il. :color.

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