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Universidade Federal do Oeste da Bahia

Centro Multidisciplinar de Bom Jesus da Lapa

2ª Prática

MEDIÇÃO DO CAMPO MAGNÉTICO TERRESTRE EM BOM


JESUS DA LAPA

Estudante: Daniel Barbosa Bastos


Curso: Engenharia Elétrica
Docente: Antônio Oliveira de Souza
Disciplina: Física Experimental IV
Data de realização do experimento: 08 de abril de 2019.

Bom Jesus da Lapa –BA

Abril/2019

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1. Resumo

Quando tratamos de Magnetismo, o campo fundamental denominado de campo


de intensidade magnética, ora de campo de indução magnética, será o motivo de
estudo do presente trabalho. As análises feitas a partir do sensor de baixo custo nos
darão medidas experimentais efetuadas a partir da observação da deflexão da agulha
da bússola em virtude do campo magnético terrestre, ou método da tangente. O
procedimento foi realizado de acordo com os conhecimentos prévios obtidos em sala
e reportados na literatura.

2. Introdução

Usada como instrumento de orientação de enorme utilidade, a bússola


possibilitou as viagens através dos oceanos durante muito tempo. Sabe-se que o
fenômeno da bússola que adquire a direção norte-sul se dá por causa da ação do
campo magnético da terra sobre ela que é da ordem de
10−4 T(HALLIDAY;RESNICK;WALKER,2009). Em 1820 o físico dinamarquês Hans
Christian Oersted verificou que, quando passa uma corrente elétrica por um fio, a
agulha de uma bússola colocada perto desse fio é desviada na direção norte-sul. Isto
significa que a agulha sofre um tipo de influência gerada pelo fio. (KLEBER
MACHADO, 2012).

A partir das observações de Oersted, Jean Baptiste Biot e Félix Savart


estudaram profundamente o campo magnético gerado pelo fio e partindo dessas
análises e da lei de Biot-Savart, chegaram a uma expressão matemática que permite
o seu cálculo:

𝜇0 𝐼𝐴 𝑁
𝐵𝐵 =
2𝜋 (𝑅 + 𝑍 2 )3/2
2

𝜇0 é a constante de permeabilidade magnética no vácuo(4𝜋. 10−7 T.m/A);

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𝐼 é a corrente que percorre o circuito;

𝐴 é a área da bobina;

𝑁 é o número de espiras da bobina;

𝑅 é o raio da bobina;

𝑍 é a distância do eixo central da bobina até o centro da bússola.


Ora, podemos calcular o campo magnético terrestre a partir da relação entre as
coordenadas dos campos, como na figura, tal que:

𝐵𝐵 (𝑐𝑎𝑚𝑝𝑜 𝑏𝑜𝑏𝑖𝑛𝑎)
𝐵𝑟𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒

𝐵𝑇 (𝑐𝑎𝑚𝑝𝑜 𝑡𝑒𝑟𝑟𝑒𝑠𝑡𝑟𝑒)

Figura 1 – Campo resultante e suas


respectivas coordenadas
Assim, temos que:

𝐵𝐵
𝐵𝑇 =
𝑡𝑔(𝜃)

Onde: 𝜃 é o ângulo de deflexão entre o campo magnético resultante e o campo


magnético terrestre.

3. Objetivos

A análise dos dados experimentais mediante as medidas obtidas propõe:


• Determinar a intensidade do campo magnético terrestre;
• Comparar os valores obtidos com os já dispostos na literatura.

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4. Procedimento experimental

Os materiais utilizados estão dispostos abaixo:

• 1 garrafa PET;

• 1 fio de cobre esmaltado de 0,27 mm de diâmetro;

• 1 fonte de tensão regulável de 0V a 12V de corrente contínua;

• 1 multímetro;

• 1 régua simples de 30 cm.

Com o sensor já previamente montado, conectamos a fonte de tensão ao

multímetro em paralelo com o sensor, para medirmos a tensão e graus de deflexão

da bússola. Anotamos os dados e partimos para análise deles.

5. Resultados e discussão

De posse de valores como distância da bússola do eixo central da bobina, raio da

bobina, número de espiras e resistência dos fios das espiras. Traçamos um algoritmo

(anexo) que nos permitisse os cálculos e análise de dados, utilizando as fórmulas

previamente mencionadas (Biot – Savart e relação campo bobina - tangente). Na

figura 2 está disposta a tabela obtida no algoritmo, da qual pudemos plotar um gráfico

(figura 3) do campo magnético gerado pela bobina em função do ângulo de deflexão

observada, onde os pontos circulares se referem aos dados experimentais e a linha

se refere ao ajuste teórico.

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Figura 2: Tabela 1- Dados experimentais para o cálculo do campo magnético terrestre em BJL.

40

35
y = 35,596x - 1,1123
30

25
Bb(T)

20

15

10

0
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2
Tg

Figura 3 - Gráfico: Tangente de deflexão x Campo Magnético da Bobina

A partir da linearização realizada obtivemos uma equação de reta em que o


coeficiente angular nos possibilita determinar a intensidade do campo magnético
terrestre na cidade de Bom Jesus da Lapa. Neste caso, o valor foi de 35,596.10-6 T.

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O que diferiu do valor encontrado no algoritmo em 2,309 pontos, ou seja, foi 6,09%
menor em comparação com o valor encontrado por meio da ferramenta
computacional. Segundo Almeida e Martin (2007), valores encontrados para o campo
magnético no Brasil estão na ordem de 0,300 gauss, o que é confirmado a partir dos
resultados obtidos.

6. Conclusões

De posse dos dados obtidos na experimentação, tratamos com o algoritmo


específico e após a sua linearização, obtivemos um resultado satisfatório. É
necessário salientar que por dispormos de um sensor básico e o valor de campo
magnético terrestre ser variável, bem como, possíveis erros envolvidos por
interferência humana, os dados não são precisos, porém, se encaixam na margem de
erros considerável.
Dado que o valor do campo magnético terrestre em Bom Jesus da Lapa
extraído por meio de linearização dos dados experimentais foi de 35,596.10-6 T e
comparando com a literatura, concordamos com o sucesso do procedimento
realizado.

7. Bibliografia

[1] ALMEIDA, B.A. M.; MARTIN, I. M. Medição do Campo Magnético da


Terra pelo Método da Tangente. In: 13º Encontro de Iniciação Científica e
Pós-Graduação do ITA, 2007, São José dos Campos, Anais... São José
dos Campos: ITA, 2007. Disponível em: <
http://www.bibl.ita.br/xiiiencita/FUND28.pdf>. Acesso em: 24 abr.2019.
[2] HALLIDAY,D; RESNICK, R.; WALKER,J. Fundamentos de Física:
Eletromagnetismo,v.3,8ª ed. Rio de Janeiro: LTC,2009.
[3] MACHADO, K. D. Eletromagnetismo. Vol.2.1ª Ed. Toda Palavra
Editora,2012.

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8. Apêndices
Apêndice A

Algoritmo em linguagem C utilizado para o cálculo do campo magnético


terrestre em Bom Jesus da Lapa.

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