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Fenômenos Térmicos

Aula 08
Capacidades Caloríficas e
Mecanismos de Troca de Energia Térmica

Eduardo Gregores
eduardo.gregores@ufabc.edu.br
Resumo da Aula
□ Capacidades Caloríficas Molares de Gases Ideais
□ Processos Adiabáticos para um Gás Ideal
□ Capacidades Caloríficas Molares de Gases Diatômico
□ Mecanismos de Transferência de Energia Térmica
Capacidades Caloríficas Molares de Gases Ideais
□ Mesma temperatura final para diferentes processos.
□ Mesma energia interna em diferentes pontos do espaço de fase.
□ Trajetórias diferentes → trabalhos diferentes.
– Trabalhos diferentes e mesma diferença de energia interna.
– Calores diferentes para uma mesma diferença de
temperatura.
– Calores específicos dependentes do processo de
transformação

Capacidades Caloríficas Molares


𝑄 = 𝑛𝐶 Δ𝑇 → Volume Constante
𝑄 = 𝑛𝐶 Δ𝑇 → Pressão Constante
𝐶 → Capacidade Calorífica Molar a Volume Constante
𝐶 → Capacidade Calorífica Molar a Pressão Constante
Capacidade Caloríficas Molares
Energia Interna de um gás monoatômico
Temperatura ≡ Energia Cinética translacional média das moléculas de um gás
1 3
𝑚𝑣 = 𝑘 𝑇
2 2
3 3
𝑁 → número de molécula ⇒ 𝐸total = 𝑁𝑘 𝑇 → 𝐸total = 𝑛𝑅𝑇
2 2
3
Gás Monoatômico ⇒ 𝐸total = 𝐸int ⇒ 𝐸int = 𝑛𝑅𝑇 (gás monoatômico)
2
Transformação Isocórica (Volume Constante)
𝑉 = cte ⇒ 𝑊=0 ⇒ Δ𝐸int = 𝑄
3 3
Δ𝐸int = 𝑛𝑅Δ𝑇 ⇒ 𝑄= 𝑛𝑅Δ𝑇
2 2
3 3
𝑄 = 𝑛𝐶 Δ𝑇 ⇒ 𝑛𝐶 Δ𝑇 = 𝑛𝑅Δ𝑇 ⇒ 𝐶 = 𝑅 = 12,5 J/mol K
2 2
Capacidade Caloríficas Molares
Variação da Energia Interna

𝑉 = cte ⇒ 𝑊 = 0 ⇒ Δ𝐸int = 𝑄 ⇒ Δ𝐸int = 𝑛𝐶 Δ𝑇


A variação da energia interna independe do processo
Δ𝐸int = 𝑛𝐶 Δ𝑇 para qualquer processo

1 Δ𝐸int 1 𝑑𝐸int
Δ𝐸int = 𝑛𝐶 Δ𝑇 ⇒ 𝐶 = −−−−→ 𝐶 =
𝑛 Δ𝑇 → 𝑛 𝑑𝑇
𝐶 → Taxa de variação da Energia Interna em relação à Temperatura, por mol.
Capacidade Caloríficas Molares
Processos Isobáricos (Pressão Constante)

𝑄 = 𝑛𝐶 Δ𝑇
⇒ Δ𝐸int = 𝑛𝐶 Δ𝑇 − 𝑃Δ𝑉
Δ𝐸int = 𝑄 + 𝑊

Δ𝐸int = 𝑛𝐶 Δ𝑇
⇒ 𝑛𝐶 Δ𝑇 = 𝑛𝐶 Δ𝑇 − 𝑛𝑅Δ𝑇 ⇒ 𝐶 =𝐶 −𝑅
𝑃Δ𝑉 = 𝑛𝑅Δ𝑇

3 5 𝐶 5 𝐶
𝐶 = 𝑅 ⇒ 𝐶 = 𝑅 𝛾= = ⇒ 𝛾= = 1,67
2 2 𝐶 3 𝐶
Exemplo 01
Um cilindro contém 3,00 moles de gás hélio à temperatura de 300K.
(a) Quanta energia deve ser transferida para o gás pelo calor para aumentar sua
temperatura para 500K a volume constante?
(b) Quanta energia deve ser transferida para o gás pelo calor para aumentar sua
temperatura para 500K a pressão constante?
(c) Qual o trabalho realizado sobre o gás no processo isobárico?

3 (c) Volume constante


(a) 𝑄 = 𝑛𝐶 Δ𝑇 = 𝑛𝑅Δ𝑇
2 Δ𝐸int = 𝑄
3 × 3,0 × 8,31 × (500 − 300)
𝑄 = = 7,48 ⋅10 J Δ𝐸int = Δ𝐸int = Δ𝐸int
2
5 Δ𝐸int = 𝑄 + 𝑊
(b) 𝑄 = 𝑛𝐶 Δ𝑇 = 𝑛𝑅Δ𝑇
2 𝑄 =𝑄 +𝑊 ⇒𝑊 =𝑄 −𝑄
5 × 3,0 × 8,31 × (500 − 300)
𝑄 = = 12,5 ⋅10 J 𝑊 = −5,02 ⋅10 J
2
Processos Adiabáticos para um Gás Ideal
Não há troca de calor (𝑄 = 0)

Δ𝐸int = 𝑄 + 𝑊 → 𝑑𝐸int = 𝑑𝑊
𝑑𝐸int = 𝑛𝐶 𝑑𝑇
⇒ 𝑛𝐶 𝑑𝑇 = −𝑃𝑑𝑉
𝑑𝑊 = −𝑃𝑑𝑉
𝑃𝑉 = 𝑛𝑅𝑇
𝑑(𝑃𝑉) = 𝑑(𝑛𝑅𝑇) → 𝑃𝑑𝑉 + 𝑉𝑑𝑃 = 𝑛𝑅𝑑𝑇
𝑃𝑑𝑉
𝑛𝐶 𝑑𝑇 = −𝑃𝑑𝑉 → 𝑑𝑇 = −
𝑛𝐶
𝑃𝑑𝑉 𝑅
𝑃𝑑𝑉 + 𝑉𝑑𝑃 = −𝑛𝑅 → 𝑃𝑑𝑉 + 𝑉𝑑𝑃 = − 𝑃𝑑𝑉
𝑛𝐶 𝐶

Continua ⟶
... Continuação
𝑅 𝑃𝑑𝑉 𝑉𝑑𝑃 𝑅 𝑃𝑑𝑉 𝑑𝑉 𝑑𝑃 𝑅 𝑑𝑉
𝑃𝑑𝑉 + 𝑉𝑑𝑃 = − 𝑃𝑑𝑉 → + =− → + =−
𝐶 𝑃𝑉 𝑃𝑉 𝐶 𝑃𝑉 𝑉 𝑃 𝐶 𝑉
𝑑𝑉 𝑑𝑃 𝐶 − 𝐶 𝑑𝑉 𝐶 𝑑𝑉
𝑅 =𝐶 −𝐶 ⇒ + =− = 1−
𝑉 𝑃 𝐶 𝑉 𝐶 𝑉
𝐶 𝑑𝑉 𝑑𝑃 𝑑𝑉 𝑑𝑃 𝑑𝑉
𝛾= ⇒ + = (1 − 𝛾) → +𝛾 =0
𝐶 𝑉 𝑃 𝑉 𝑃 𝑉
𝑑 1 𝑑𝑥
ln 𝑥 = ⇒ 𝑑(ln 𝑥) =
𝑑𝑥 𝑥 𝑥
𝑑𝑃 𝑑𝑉
+𝛾 = 0 → 𝑑 (ln 𝑃) + 𝛾𝑑 (ln 𝑉) = 0 → 𝑑 (ln 𝑃 + ln 𝑉 ) = 0
𝑃 𝑉
𝑑 (ln 𝑃 + ln 𝑉 ) = 0 → 𝑑 [ln (𝑃𝑉 )] = 0 → ln (𝑃𝑉 ) = cte → 𝑃𝑉 = cte
𝑃𝑉 = cte ⇒ 𝑃𝑉 = 𝑃 𝑉

𝑃𝑉 = 𝑛𝑅𝑇 → 𝑃 = 𝑛𝑅𝑇𝑉 ⇒ 𝑇𝑉 =𝑇 𝑉
Exemplo 02:
A mistura ar-combustível no cilindro de um motor a diesel a 20,0°C é comprimida
a partir de uma pressão inicial de 1,00 atm e volume de 800 cm para um volume
de 60,0 cm . Considerando que a mistura se comporta como um gás ideal com
𝛾 = 1,4 e a compressão é adiabática, descubra a pressão e temperatura finais da
mistura.
,
𝑉 800
𝑃𝑉 = 𝑃 𝑉 ⇒ 𝑃 =𝑃 =1× → 𝑃 = 37,6 atm
𝑉 60
𝑃𝑉 = 𝑛𝑅𝑇 𝑃𝑉 𝑃𝑉 𝑃𝑉
⇒ = ⇒ 𝑇 =𝑇
𝑛 → cte 𝑇 𝑇 𝑃𝑉
37,6 × 60,0
𝑇 = 293 × → 𝑇 = 826 K ou 𝑇 = 553∘ C
1,0 × 800
Equipartição de Energia
□ Gás monoatômico → Apenas energia cinética
□ Gás de moléculas → Energia cinética, de rotação e de vibração
□ Teoria Cinética dos Gases → Teorema da Equipartição da Energia
□ Energia por grau de liberdade dos constituintes do sistema
□ Mecânica Estatística → 𝑘 𝑇 por grau de liberdade
□ Gás monoatômico: 3 Graus de liberdade de translação (𝑥, 𝑦 e 𝑧)
□ Molécula diatômica: de 3, 5 ou 7 graus de liberdade
– 3 Graus de liberdade de translação (𝑥, 𝑦 e 𝑧)
– 2 Graus de liberdade de rotação:
∘ Direções perpendiculares ao eixo de simetria
– 2 Graus de liberdade de vibração:
∘ Energia cinética dos átomos na direção do eixo
∘ Energia potencial dos átomos
Capacidade Calorífica Molar (𝐶𝑉 ) de Gás Diatômico
Gás com 𝑁 moléculas e 𝑛 moles
□ Apenas translação:
→ 3 graus de liberdade
1 3 3
𝐸int = 3𝑁 𝑘 𝑇 = 𝑁𝑘 𝑇 = 𝑛𝑅𝑇
2 2 2
1 𝑑𝐸int 3
𝐶 = → 𝐶 = 𝑅 = 12,5 J/mol.K
𝑛 𝑑𝑇 2

□ Translação e Rotação: □ Translação, Rotação e Vibração:


→ 5 graus de liberdade → 7 graus de liberdade
1 5 5 1 7 7
𝐸int = 5𝑁 𝑘 𝑇 = 𝑁𝑘 𝑇 = 𝑛𝑅𝑇 𝐸int = 7𝑁 𝑘 𝑇 = 𝑁𝑘 𝑇 = 𝑛𝑅𝑇
2 2 2 2 2 2
1 𝑑𝐸int 5 1 𝑑𝐸int 7
𝐶 = → 𝐶 = 𝑅 = 20,8 J/mol.K 𝐶 = → 𝐶 = 𝑅 = 29,1 J/mol.K
𝑛 𝑑𝑇 2 𝑛 𝑑𝑇 2
Calor por Condução
□ Troca de energia cinética entre as moléculas
□ Propagação do calor ao longo de um objeto
□ Temperaturas diferentes entre dois pontos do objeto
□ 𝒫 → Taxa de transferência de energia pelo calor
𝒫 → Taxa de transferência de energia pelo calor
𝑄 [Energia]
𝒫= ≡ ≡ [Potência]
Δ𝑡 [Tempo]
Δ𝑇 Δ𝑇
𝑄∝ e Δ𝑡 ∝ Δ𝑥 ⇒ 𝒫 ∝ 𝐴
𝐴 Δ𝑥
𝑑𝑇
Lei da Condução: 𝒫 = 𝑘𝐴
𝑑𝑥
Calor por Condução
𝑑𝑇
Lei da Condução: 𝒫 = 𝑘𝐴
𝑑𝑥
𝑘 → Condutividade Térmica (SI: W/m K)
𝑑𝑇
→ Gradiente de Temperatura
𝑑𝑥
Barra de comprimento 𝐿
Temperatura 𝑇 e 𝑇 nas extremidades
Estado Estacionário → Temperaturas constantes ao longo da barra
𝑑𝑇 |𝑇 − 𝑇 | |𝑇 − 𝑇 |
= ⇒ 𝒫 = 𝑘𝐴
𝑑𝑥 𝐿 𝐿
𝒫 → Taxa de transferência de energia pelo calor
Exemplo 06
Uma janela cuja área é de 2,0m é envidraçada com vidro de 4,0 mm de
espessura. A janela está na parede de uma casa e a temperatura externa é 10°C.
A temperatura no interior da casa é 25°C e a condutividade térmica do vidro é
0,8 W/m°C
a) Quanta energia é transferida através da janela pelo calor em 1,0 hora?
b) Se a energia elétrica custa R$0,84/kWh, quanto custa para repor com
aquecimento elétrico essa transferência de energia?
|𝑇 − 𝑇| |25 − 10|
a) 𝒫 = 𝑘𝐴 → 𝒫 = 0,8 × 2,0 → 𝒫 = 6,0 ⋅10 W
𝐿 4 ⋅10
𝑄
𝒫= ⇒ 𝑄 = 𝒫 Δ𝑡 → 𝑄 = 6,0 ⋅10 × 3600 → 𝑄 = 2,16 ⋅10 J
Δ𝑡
b) 𝑄 = 𝒫 Δ𝑡 → 𝑄 = 6,0 kW × 1 hora → 𝑄 = 6,0 kWh
R$
Custo = 0,84 × 6,0 kWh → Custo = R$ 5,04
kWh
Calor por Convecção
□ Aumento da Temperatura a Pressão constante → Aumento do Volume
□ Aumento do Volume → Diminuição da Densidade
□ Diminuição da Densidade → Aumento do Empuxo
□ Conclusão:
– O que é aquecido sobe
– O que é resfriado desce
□ Efeito responsável pelas correntes
oceânicas e atmosféricas.
Calor por Radiação
□ Radiação Eletromagnética
□ Calor transmitido através do vácuo
□ Atua diretamente sobre as cargas elétricas
no interior das moléculas
□ Exemplo: Calor do Sol
Lei de Stefan
𝒫 = 𝑒 𝜎𝐴𝑇4
𝒫 → Potência irradiada em Watts


⎪𝜎 → Constante de Stefan-Boltzman (𝜎 = 5,67 ⋅10 W/m K )
𝐴 → Área da superfície do corpo em m

⎪𝑒 → Emissividade: fração da energia incidente que é absorvida (0 < 𝑒 < 1)

⎩𝑇 → Temperatura do corpo
𝒫resultante = 𝒫emitido − 𝒫absorvido 𝒫res = 𝑒 𝜎𝐴 𝑇 − 𝑇
𝑇 → Temperatura do corpo ⇒ 𝒫res > 0 → corpo se resfria
T → Temperatura do ambiente 𝒫res < 0 → corpo se aquece
Exemplo 07
Estime a ordem de grandeza da temperatura de uma lâmpada incandescente de
100W de potência quando ela está ligada.
/
𝑇≫𝑇 𝒫
→ 𝒫 = 𝜎𝐴𝑇 → 𝑇=
𝑒≈1 𝜎𝐴

Filamento: cilindro de aproximadamente 10 cm de comprimento e 0,05 mm de


raio
𝐴 = 2𝜋𝑟𝐿 → 𝐴 ≈ 2 × 3,14 × 5 ⋅10 × 10 ⋅10 = 3,14 ⋅10 → 𝐴 ≈ 3 ⋅10 m
/
100
𝑇≈ → 𝑇 ≈ 2,7 ⋅10 ou 𝑇 ≈ 10 K
5,7 ⋅10 × 3 ⋅10

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