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Fenômenos Térmicos

Aula 9

Prof. Diogo B. Almeida


diogo.almeida@ufabc.edu.br
Sala 929, bloco B, SA

27/03/2024
O que veremos hoje?

▪ Processos Térmicos
• Calores específicos molares dos gases ideais
• Processos adiabáticos para um gás ideal
• Calores específicos e equipartição de energia
• Mecanismos de transferência de energia
O que vimos na aula passada
Num processo em que há transferência de energia, toda energia retirada ou adicionada a um sistema modifica seu
estado (energia interna) para acomodar essa nova situação. Usando a conservação de energia, traduzimos essa
afirmação como:
Δ𝐸𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 = ෍ 𝑇

É possível relacionar o trabalho mecânica exercido sobre (ou por) um gás ideal com suas variáveis de estado:

𝑑𝑊𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑜 𝑔á𝑠 = −𝑃𝑑𝑉 𝑉𝑓


𝑊𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑜 𝑔á𝑠 = −𝑃 න 𝑑𝑉
𝑑𝑊𝑝𝑒𝑙𝑜 𝑔á𝑠 = 𝑃𝑑𝑉 𝑉𝑖

Primeira lei da termodinâmica: a mudança na energia interna de um sistema é igual a soma da energia transferida
através da fronteira do sistema pelo calor e a energia transferida pelo trabalho.

Δ𝐸𝑖𝑛𝑡 = 𝑄 + 𝑊
O que vimos na aula passada
𝑃𝑉 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒

• Processo adiabático: B
Isoterma
Q = 0 → Δ𝐸𝑖𝑛𝑡 = 𝑊

• Processo isobárico (pressão constante): D


𝑊 = −𝑃(𝑉𝑓 − 𝑉𝑖 )

• Processo isovolumétrico (volume constante): A


𝑊 = 0 → Δ𝐸𝑖𝑛𝑡 = 𝑄

• Processo isotérmico (temperatura constante): C


Isotermas
𝑉𝑓
𝑊 = −𝑛𝑅𝑇 ln Δ𝐸𝑖𝑛𝑡 = 0 → 𝑊 = −𝑄
𝑉𝑖

• Processo cíclico:
• Estado inicial é igual ao estado final: 𝑃𝑖 , 𝑉𝑖 = 𝑃𝑓 , 𝑉𝑓 .
• Forma um trajeto fechado no digrama PV.
• Energia interna final é igual à inicial. Δ𝐸𝑖𝑛𝑡 = 0 → 𝑊 = −𝑄
Calores específicos molares dos gases ideais
• Estudamos em aulas anteriores o calor específico, que relaciona a transferência de energia necessária para variar
em Δ𝑇 a temperatura uma substância de massa fixa.
𝑄
𝑐=
𝑚 Δ𝑇
Isotermas
• A 1ª lei da termodinâmica indica que diferentes transformações podem levar à
mesma Δ𝑇 (pois pode haver trabalho envolvido, não só calor).
• Diferenciar as condições da transformação térmica é importante para definirmos o
calor específico.
Δ𝐸𝑖𝑛𝑡 = 𝑄 + 𝑊

Isotermas
• Para uma melhor generalização, vamos nos concentrar no número de partículas (mols)
ao invés de da massa da substância. Continuamos com o modelo de gás ideal.

• Devemos fixar um caminho específico no diagrama PV para as transformações


ocorrerem. Assim temos os calores específicos molares a pressão e volume constante.

𝑄 = 𝑛𝐶𝑉 Δ𝑇 𝑄 = 𝑛𝐶𝑃 Δ𝑇
Volume constante Pressão constante
Calores específicos molares dos gases ideais
• Um gás ideal monoatômico tem 3 graus de liberdade (esfera perfeita que se desloca nas 3 dimensões do espaço).
• Assim, um sistema composto por n mols de um gás ideal monoatômico tem energia interna:

Cada grau de liberdade 3


1
contribui com 𝑛𝑅𝑇 𝐸𝑖𝑛𝑡 = 𝑛𝑅𝑇
2 2

𝑉𝑓
Considerando uma transformação a volume constante: 𝑊 = − න 𝑃𝑑𝑉 = 0
𝑉𝑖

0
A partir da 1ª Lei: Δ𝐸𝑖𝑛𝑡 =𝑄+𝑊 Δ𝐸𝑖𝑛𝑡 = 𝑛𝐶𝑉 Δ𝑇

Combinando com a energia interna 3 3


do sistema: 𝑛𝐶𝑉 Δ𝑇 = 𝑛𝑅Δ𝑇 𝐶𝑉 = 𝑅
2 2
Calores específicos molares dos gases ideais
Em transformações a volume constante, um gás monoatômico ideal obedece às seguintes relações :
3
Δ𝐸𝑖𝑛𝑡 = 𝑛𝐶𝑉 Δ𝑇 𝐶𝑉 = 𝑅
2

O calor específico molar a volume constante de um gás monoatômico ideal é constante e sempre o mesmo:

3 𝐽
𝐶𝑉 = 𝑅 ≈ 12,5
2 𝑚𝑜𝑙 𝐾

No caso de variações muito pequenas (infinitesimais):

Δ𝐸𝑖𝑛𝑡 1 d𝐸𝑖𝑛𝑡
𝑛𝐶𝑉 = 𝐶𝑉 =
Δ𝑇 𝑛 d𝑇
Calores específicos molares dos gases ideais
Vamos aplicar o mesmo raciocínio para calor específico molar a pressão constante de um gás monoatômico ideal :
𝑉𝑓 𝑉𝑓
𝑊 = − න 𝑃𝑑𝑉 = −𝑃 න 𝑑𝑉 = −𝑃 𝑉𝑓 − 𝑉𝑖
𝑉𝑖 𝑉𝑖

A partir da 1ª Lei: Δ𝐸𝑖𝑛𝑡 = 𝑄 + 𝑊 Δ𝐸𝑖𝑛𝑡 = 𝑛𝐶𝑃 Δ𝑇 − 𝑃Δ𝑉

A variação da energia interna do sistema é a mesma do caso de volume constante (Δ𝐸𝑖𝑛𝑡 só depende de Δ𝑇), assim:

Δ𝐸𝑖𝑛𝑡 = 𝑛𝐶𝑉 Δ𝑇 𝑛𝐶𝑉 Δ𝑇 = 𝑛𝐶𝑃 Δ𝑇 − 𝑃Δ𝑉

Num processo a pressão constante 𝑃Δ𝑉 = 𝑛𝑅Δ𝑇, logo: Vale para qualquer gás ideal!

𝑛𝐶𝑉 Δ𝑇 = 𝑛𝐶𝑃 Δ𝑇 − 𝑛𝑅Δ𝑇 𝐶𝑃 − 𝐶𝑉 = 𝑅


𝐶𝑃 é maior que 𝐶𝑉 pois há realização de
trabalho, assim mais energia é transportada
Para um gás monoatômico ideal : para a mesma mudança de temperatura.
3 3 5 𝐽
𝐶𝑉 = 𝑅 𝐶𝑃 − 𝑅 = 𝑅 𝐶𝑃 = 𝑅 = 20,8
2 2 2 𝑚𝑜𝑙 𝐾
Calores específicos molares dos gases ideais

3 𝐽 5 𝐽
𝐶𝑉 = 𝑅 ≈ 12,5 𝐶𝑃 = 𝑅 = 20,8 𝐶𝑃 − 𝐶𝑉 = 𝑅
2 𝑚𝑜𝑙 𝐾 2 𝑚𝑜𝑙 𝐾

𝐶𝑃
É útil definir a razão entre os calores específicos molares é (quantidade adimensional): 𝛾=
𝐶𝑉

5/2 𝑅
No caso de um gás monoatômico: 𝛾= = 1,667
3/2 𝑅
Processos adiabáticos para um gás ideal

Processos adiabáticos (𝑄 = 0) maximizam a transformação da energia interna do sistema em trabalho, o que é de


extrema valia para o estudo motores térmicos . Olhemos para esses processos a partir das novas quantidades
discutidas:

• Suponha um gás ideal expandindo-se adiabaticamente em um cilindro termicamente isolado (𝑄 = 0).


• Vamos mudar o volume do sistema infinitesimalmente em dV, gerando uma alteração dT em sua temperatura.
• Ademais, sabemos que:

1 d𝐸𝑖𝑛𝑡
𝐶𝑉 = → 𝑑𝐸𝑖𝑛𝑡 = 𝑛𝐶𝑉 𝑑𝑇 𝑑𝑊 = −𝑃𝑑𝑉
𝑛 d𝑇

1ª Lei: d𝐸𝑖𝑛𝑡 = 𝑑𝑄 + 𝑑𝑊 𝑛𝐶𝑉 𝑑𝑇 = −𝑃𝑑𝑉


Processos adiabáticos para um gás ideal

Vamos diferenciar a equação de estado dos gases ideias :

𝑃𝑉 = 𝑛𝑅𝑇 𝑑 𝑃𝑉 = 𝑑 𝑛𝑅𝑇 𝑃𝑑𝑉 + 𝑉𝑑𝑃 = 𝑛𝑅𝑑𝑇


𝑅
𝑃𝑑𝑉 + 𝑉𝑑𝑃 = − 𝑃𝑑𝑉
𝐶𝑉
Acabamos de verificar que: 𝑛𝐶𝑉 𝑑𝑇 = −𝑃𝑑𝑉

𝑅 𝐶𝑃 − 𝐶𝑉
Para um gás ideal, 𝐶𝑃 − 𝐶𝑉 = 𝑅. Logo: 𝑃𝑑𝑉 + 𝑉𝑑𝑃 = − 𝑃𝑑𝑉 𝑃𝑑𝑉 + 𝑉𝑑𝑃 = − 𝑃𝑑𝑉
𝐶𝑉 𝐶𝑉

𝑃𝑑𝑉 𝑉𝑑𝑃 𝐶𝑃 − 𝐶𝑉 𝑃𝑑𝑉 𝑑𝑉 𝑑𝑃 𝑑𝑉


Dividimos os 2 lados da equação por “PV”: + =− + = 1−𝛾
𝑃𝑉 𝑃𝑉 𝐶𝑉 𝑃𝑉 𝑉 𝑃 𝑉

𝑑𝑉 𝑑𝑃
𝛾 + =0
𝑉 𝑃
Processos adiabáticos para um gás ideal
𝑑𝑉 𝑑𝑃
𝛾 + =0
𝑉 𝑃
𝑑𝑉 𝑑𝑃
Vamos integrar a equação: 𝛾න +න =0 𝛾 ln 𝑉 + ln 𝑃 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
𝑉 𝑃

Propriedades do logaritmo: 𝛾 ln 𝑉 + ln 𝑃 = ln 𝑃𝑉 𝛾 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒


Isotermas

Aplicando a exponencial dos dois lados: 𝑃𝑉 𝛾 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒


Processo adiabático

𝛾 𝛾
Assim, podemos relacionar transformações adiabáticas: 𝑃𝑖 𝑉𝑖 = 𝑃𝑓 𝑉𝑓
Processos adiabáticos para um gás ideal
𝛾 𝛾
𝑃𝑖 𝑉𝑖 = 𝑃𝑓 𝑉𝑓

𝑛𝑅𝑇𝑖 𝑛𝑅𝑇𝑓
Dado que: 𝑃𝑖 = 𝑃𝑓 = Isotermas
𝑉𝑖 𝑉𝑓

𝑛𝑅𝑇𝑖 𝛾 𝑛𝑅𝑇𝑓 𝛾 Processo adiabático


Podemos fazer a seguinte modificação: 𝑉 = 𝑉
𝑉𝑖 𝑖 𝑉𝑓 𝑓

𝛾−1 𝛾−1
𝑇𝑖 𝑉𝑖 = 𝑇𝑓 𝑉𝑓

Analisando o trabalho realizado sobre o gás nesse processo:


𝐶
𝑃𝑉 𝛾 =𝐶 → 𝑃= 𝛾
𝑉
𝑉𝑓
𝑉𝑓 𝑉𝑓 1−𝛾
𝑉 1
𝑊 = −න 𝑃𝑑𝑉 = − න 𝐶 𝑉 −𝛾 𝑑𝑉 𝑊 = −𝐶 อ 𝑊= 𝐶𝑉𝑓
1−𝛾 1−𝛾
− 𝐶𝑉𝑖
𝑉𝑖 𝑉𝑖 1−𝛾 𝛾−1
𝑉𝑖
Processos adiabáticos para um gás ideal
Analisando o trabalho realizado sobre o gás nesse processo adiabático

𝛾 𝛾 𝐶 constante
𝑃𝑉 𝛾 = 𝑃𝑖 𝑉𝑖 = 𝑃𝑓 𝑉𝑓 =𝐶 → 𝑃= 𝛾
𝑉
Isotermas
𝑉𝑓
𝑉𝑓 𝑉𝑓 𝑉 1−𝛾
𝑊 = −න 𝑃𝑑𝑉 = − න 𝐶 𝑉 −𝛾 𝑑𝑉 𝑊 = −𝐶 อ
𝑉𝑖 𝑉𝑖 1−𝛾
𝑉𝑖 Processo adiabático

1 1−𝛾 1−𝛾 1 𝛾 1−𝛾 𝛾 1−𝛾


𝑊= 𝐶𝑉𝑓 − 𝐶𝑉𝑖 𝑊= 𝑃𝑓 𝑉𝑓 𝑉𝑓 − 𝑃𝑖 𝑉𝑖 𝑉𝑖
𝛾−1 𝛾−1

1
𝑊= 𝑃 𝑉 − 𝑃𝑖 𝑉𝑖
𝛾−1 𝑓 𝑓
Exemplo 1
Um cilindro contém 3,0 moles de gás hélio à temperatura de 300K.
(a) Quanta energia deve ser transferida para o gás pelo calor para aumentar sua temperatura para 500K
a volume constante?
(b) Quanta energia deve ser transferida para o gás pelo calor para aumentar sua temperatura para 500K
a pressão constante?
(c) Qual o trabalho realizado sobre o gás no processo isobárico?

3 𝑉
(a) 𝑄 = 𝑛𝐶𝑉 Δ𝑇 = 𝑛𝑅Δ𝑇 (c) Volume constante: Δ𝐸𝑖𝑛𝑡 = 𝑄𝑉
2
3 𝑉
Δ𝐸𝑖𝑛𝑡 𝑃
= Δ𝐸𝑖𝑛𝑡 = Δ𝐸𝑖𝑛𝑡
𝑄𝑉 = 3 × 8,31 × 500 − 300 = 7,48 ⋅ 103 𝐽
2
Δ𝐸𝑖𝑛𝑡 = 𝑄 + 𝑊
5
(b) 𝑄 = 𝑛𝐶𝑃 Δ𝑇 = 𝑛𝑅Δ𝑇 𝑄𝑉 = 𝑄𝑃 + 𝑊
2
5 3
𝑊 = 𝑄𝑉 − 𝑄𝑃 = −5,02 ⋅ 103 𝐽
𝑄𝑃 = 3 × 8,31 × 500 − 300 = 12,5 ⋅ 10 𝐽
2
Exemplo 2
A mistura ar-combustível no cilindro de um motor a diesel a 20,0°C é comprimida a partir de uma
pressão inicial de 1,0 atm e volume de 800 cm3 para um volume de 60,0 cm3. Considerando que a
mistura se comporta como um gás ideal com 𝛾 = 1,4 e a compressão é adiabática, descubra a pressão e
temperatura finais da mistura.

𝛾 1,4
𝛾 𝛾 𝑉𝑖 800
𝑃𝑖 𝑉𝑖 = 𝑃𝑓 𝑉𝑓 𝑃𝑓 = 𝑃𝑖 𝑃𝑓 = 1 × = 37,6 𝑎𝑡𝑚
𝑉𝑓 60

𝑃𝑖 𝑉𝑖 𝑃𝑓 𝑉𝑓 𝑇𝑖 293
𝑛 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 = 𝑇𝑓 = 𝑃𝑉 𝑇𝑓 = 37,6 60 = 553 𝑜𝐶
𝑇𝑖 𝑇𝑓 𝑃𝑖 𝑉𝑖 𝑓 𝑓 1 800
Calores específicos e equipartição de energia Valores Experimentais:

Valores teóricos para um gás monoatômico ideal:

3 𝐽 5 𝐽
𝐶𝑉 = 𝑅 ≈ 12,5 𝐶𝑃 = 𝑅 ≈ 20,8
2 𝑚𝑜𝑙 𝐾 2 𝑚𝑜𝑙 𝐾

𝐽 5/2 𝑅
𝐶𝑃 − 𝐶𝑉 = 𝑅 ≈ 8,31 𝛾= ≈ 1,67
𝑚𝑜𝑙 𝐾 3/2 𝑅

Gases di- ou poliatômicos divergem das previsões teóricas. Cabe aqui uma
discussão sobre a influência dos graus de liberdade de cada gás em seus
calores específicos
Calores específicos e equipartição de energia

• O teorema da equipartição de energia, que afirma que, no equilíbrio, cada grau de liberdade
1
contribui, na média, com 𝑘𝐵 𝑇 de energia por molécula.
2

• Os graus de liberdade representam cada forma distinta de movimento e armazenamento de energia


cinética e potencial que uma molécula de um gás possui.

• Num gás ideal monoatômico, distinguimos o movimento de seus componentes apenas através de seu
deslocamento nas 3 dimensões do espaço. Por ser considerado uma esfera, eventuais rotações de um
átomo não são distinguíveis do estado inicial, então não configuram graus de liberdade.
Calores específicos e equipartição de energia

Num gás diatômico, por exemplo, sua forma (aproximada) de


halter permite a distinção de movimentos de rotação em dois
eixos. Assim, dois graus de liberdade de rotação são adicionados
aos 3 graus de liberdade de translação.

Assim, sua energia interna é calculada:

Translação Rotação
1 1 5 1 𝑑𝐸𝑖𝑛𝑡 1 𝑑 5 5
𝐸𝑖𝑛𝑡 = 3 ⋅ 𝑛𝑅𝑇 + 2 ⋅ 𝑛𝑅𝑇 = 𝑛𝑅𝑇 𝐶𝑉 = = 𝑛𝑅𝑇 → 𝐶𝑉 = 𝑅
2 2 2 𝑛 𝑑𝑇 𝑛 𝑑𝑇 2 2
Calores específicos e equipartição de energia Valores Experimentais:

Valores teóricos para um gás diatômico ideal:

5 𝐽 𝐽
𝐶𝑉 = 𝑅 ≈ 20,8 𝐶𝑃 − 𝐶𝑉 = 𝑅 ≈ 8,31
2 𝑚𝑜𝑙 𝐾 𝑚𝑜𝑙 𝐾

5 7 𝐽 7
𝐶𝑃 = 𝑅 + 𝑅 = 𝑅 ≈ 29,1 𝛾= ≈ 1,40
2 2 𝑚𝑜𝑙 𝐾 5

Nossos valores teóricos concordam relativamente bem com os experimentos,


mas esse não é o final da história
Calores específicos e equipartição de energia

• Calor específico molar do hidrogênio em função da temperatura.


• Os graus de liberdade só são acessíveis após determinada temperatura (energia interna).
• Isso é um dos primeiros indícios da natureza quântica da matéria.

Vibração

Rotação

Translação
Calores específicos e equipartição de energia

Calor específico de um gás ideal diatômico, considerando todos seus graus de liberdade:

Translação Rotação Vibração


1 1 1 7
𝐸𝑖𝑛𝑡 = 3 ⋅ 𝑛𝑅𝑇 + 2 ⋅ 𝑛𝑅𝑇 + 2 ⋅ 𝑛𝑅𝑇 = 𝑛𝑅𝑇
2 2 2 2

1 𝑑𝐸𝑖𝑛𝑡 1 𝑑 7 7 𝐽
𝐶𝑉 = = 𝑛𝑅𝑇 → 𝐶𝑉 = 𝑅 = 29,1 [ ]
𝑛 𝑑𝑇 𝑛 𝑑𝑇 2 2 𝑚𝑜𝑙 𝐾

7 9 𝐽
𝐶𝑃 = 𝑅 + 𝑅 = 𝑅 ≈ 37,4
2 2 𝑚𝑜𝑙 𝐾

2 graus de liberdade de vibração:


• Energia potencial acumulada;
9
𝛾 = ≈ 1,29 • Energia cinética (diferente de translação, pois
7 se movem em relação ao cento de massa da
molécula)
Mecanismos de transferência de energia
Condução

• O processo de transferência de energia via calor é também chamado de condução ou condução térmica.

• O mecanismo de transferência pode ser visto, em uma escala atômica, como uma troca de energia cinética entre
as moléculas, na qual as moléculas menos energéticas ganham energia ao colidir com as mais energéticas.

A taxa de transferência de energia (energia por tempo) pode ser descrita como:
𝑇𝑞𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒
𝑄 Δ𝑇 d𝑇
𝑃𝑜𝑡 = ∝𝐴 𝑃𝑜𝑡 = 𝑘𝐴
Δ𝑡 Δ𝑥 d𝑥

Fluxo de energia
Onde k é a condutividade térmica do material estudado. para 𝑇𝑞𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 > 𝑇𝑓𝑟𝑖𝑜 𝑇𝑓𝑟𝑖𝑜
Mecanismos de transferência de energia
Convecção

• Convecção o processo de transferência de energia via o transporte de matéria. Ele ocorre em fluidos.
• Uma região do fluido, ao ser aquecida, torna-se menos densa. Essa diferença de densidades no fluido gera um
fluxo de material (correntes de convecção) entre as regiões mais quentes e mais frias do sistema (ex: ar ao redor
de uma fogueira).
• Se o movimento ocorre apenas devido às diferenças de densidade é chamado de convecção natural. Caso o
fluido seja impulsionado por bomba ou ventilador é chamado de convecção forçada.

Convecção causada por um sistema


de aquecimento residencial.
Mecanismos de transferência de energia
Radiação
• Convecção o processo de transferência de energia via radiação eletromagnética (luz).
• Todos os corpos emitem radiação eletromagnética. Os átomos de todos os materiais contém cargas negativas e
positivas.
• A energia cinética (interna) dos átomo implica que suas cargas estão em movimento (microscópico). Cargas em
movimento geram campos eletromagnéticos, que transportam energia térmica das substâncias, chamado de
radiação térmica.

A taxa de emissão de radiação térmica obedece à lei de Stefan: 𝑃𝑜𝑡 = 𝜎𝐴𝑒𝑇 4


𝜎 é a constante de Stefan-Boltzmann,
𝑒 é a emissividade do material.

A energia do Sol que atinge a Terra é


transportada via radiação. Não há
nenhum tipo de contato entre os
corpos.

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