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7600111 - Laboratório de Física Geral III (2023)

Engenharia de Materiais e Manufatura

Docente: Gregório Couto Faria

Relatório Prática I: Introdução aos Circuitos Elétricos

Felipe Queiroz Correa - 12674738


Júlia Cincerre Nogueiro - 12546763
Vinícius da Silva Neves - 12685164

São Carlos
1º semestre 2023
1. INTRODUÇÃO E OBJETIVOS
Em circuitos elétricos, pode-se ter basicamente dois diferentes tipos de corrente:
contínua ou alternada, as quais dependem da fonte de energia elétrica, podendo variar de
fontes eletroquímicas, como pilhas e baterias, a fontes de origem física, como alternadores e
usinas termo ou hidrelétricas.
Nesta prática foi aplicada apenas correntes contínuas, cujos fluxos ocorrem em um
único sentido ditado por uma dada tensão constante.
A partir disso, realizou-se experimentos envolvendo circuitos em série e paralelo,
alimentados ora por uma fonte de energia eletroquímica, ora por uma fonte de bancada, com o
intuito de absorver na prática noções básicas de elétrica e eletrônica, envolvendo a montagem
de circuitos, uso de alguns componentes eletrônicos e princípios de associação de pilhas e
baterias. Quanto à lista geral de materiais utilizados, os mesmos encontram-se enumerados ao
fim da apostila.

2. EXPERIMENTOS
2.1. CIRCUITO SIMPLES
Ao examinar uma lâmpada incandescente percebe-se que dois fios ligam o filamento
do bulbo à sua base. Nesta base os fios diretamente ligados ao filamento (de tungstênio) são
conectados, um à base da lâmpada, e outro à rosca da lâmpada; a base e a rosca são
considerados polos opostos e fecham o circuito elétrico, dessa forma, quando a lâmpada é
conectada a uma fonte, ela acende.
Diretamente relacionada à primeira, a segunda expectativa do grupo foi discutir sobre
como seria possível acender uma lâmpada utilizando-se apenas: de um pedaço de fio, de uma
pilha e da própria lâmpada. Logo, sem realizar o experimento de fato, apenas teorizando, o
grupo concluiu que seria necessário unir uma ponta do fio à um terminal da pilha e outra
ponta à um terminal da lâmpada, e ao mesmo tempo encostar o outro terminal da pilha e da
lâmpada. Isto pois, seria necessário fechar o circuito para que a corrente elétrica fluísse
através do mesmo acendendo a lâmpada.
Após essa conclusão foram esquematizados os quatro arranjos esboçados na Figura 1
para que a lâmpada acendesse.
Figura 1. Formas planejadas para ligar a lâmpada com uma bateria e um fio. Fonte: Os autores.

No terceiro destes experimentos, foram montados os quatro arranjos acima


apresentados para verificar se as montagens previstas funcionariam na prática. Dessa forma,
após efetuar os testes na prática, concluiu-se que eles foram de encontro ao esperado, ou seja,
nas quatro diferentes posições a lâmpada acendeu.
Agora, estudando circuitos elétricos um pouco mais complexos:
No experimento seguinte, utilizando-se uma fonte de tensão variável ajustada para 6V,
uma lâmpada incandescente e uma placa de montagem, o seguinte circuito foi montado:

Figura 2. Circuito de uma lâmpada alimentada por uma fonte de bancada. Fonte: Os autores.

Com este, pôde-se observar o comportamento do brilho da lâmpada caso um dos


contatos elétricos do circuito fosse interrompido, no caso, a lâmpada desligou-se visto que o
circuito é aberto e o fluxo de corrente descontinuado.
Na próxima etapa do experimento foram analisados diferentes materiais com o
objetivo de analisar e identificar quais seriam condutores e quais seriam isolantes.
O grupo, a partir do conhecimento que a corrente elétrica deve fluir por todo o circuito
para que a lâmpada acenda, decidiu que a classificação dos materiais poderia ser analisada ao
prender uma amostra do material analisado ao circuito e depois conferir se a lâmpada irá se
acender ou não. A partir disto, podem ocorrer duas situações:
1ª- A lâmpada não irá se acender, significando que a corrente elétrica não flui por todo
o circuito, concluindo que o material analisado em questão é isolante.
2ª- A lâmpada irá se acender, significando que a corrente elétrica de fato flui por todo
o circuito (inclusive através do material), concluindo que o material analisado em questão é
condutor.
Dessa forma, empiricamente analisando os materiais, prendendo-o a um suporte com
dois pressionadores (“jacaré”) para inseri-los no circuito fora construído a tabela 1 a seguir
que mostra os resultados obtidos.

Condutores Isolantes

Grafite Vidro

Alumínio Papel

Cobre Plástico

Latão EVA

Prego (ferro)

Moeda

Clips
Tabela 1. Materiais da prática classificamos em condutores ou isolantes. Fonte: Os autores.

2.2. CIRCUITO EM SÉRIE


Nesta etapa, foi montado um circuito com duas lâmpadas idênticas à lâmpada do
experimento anterior, ambas conectadas em série à fonte que fornece uma tensão de V0 = 6V,
assim como mostrado na Figura 3.
Figura 3. Circuito com duas lâmpadas iguais em série. Fonte: Os autores.

Ao ligar o circuito, percebeu-se que o brilho das lâmpadas B e C são


aproximadamente iguais. Isso é facilmente explicado uma vez que sabe-se que o brilho da
lâmpada depende essencialmente da corrente que a atravessa e, como as duas lâmpadas (de
aproximadamente mesma resistência interna) estão conectadas em série, a corrente elétrica
que as atravessa é a mesma. Observando a operação deste circuito, não é possível apontar o
sentido de fluxo da corrente elétrica através dele, pois o funcionamento das lâmpadas
independe da direção da corrente, dependendo apenas do módulo da mesma.
Ao comparar o brilho das lâmpadas B e C com o brilho da lâmpada A do circuito
anterior, notou-se que B e C brilham menos intensamente do que a lâmpada A. Como
explicado anteriormente, isso se dá pela diferença de módulo da corrente elétrica que as
atravessa, ou seja, a corrente na lâmpada A (IA) é maior que a corrente na lâmpada B e C, e
como o circuito é unicamente em série, a corrente em B e C é a mesma que sai da fonte (IF),
sendo assim, IA é também maior que IF. Isso ocorre porque no segundo circuito a resistência
total é maior que no primeiro circuito, o que, com a mesma tensão nos dois casos, resulta em
menor corrente no circuito de maior resistência segundo a equação 1.
𝑉=𝑅 ×𝐼
Equação 1. Primeira Lei de Ohm.

Também a partir desta equação, é possível notar que a corrente que sai da fonte no
primeiro caso IF1 é maior que no segundo caso IF2. Mais precisamente, como as três lâmpadas
em questão são iguais, o segundo circuito apresenta o dobro da resistência do primeiro
circuito, logo, a corrente IF1 é o dobro de IF2.
𝑅2 = 2𝑅1

𝐼𝐹1 = 2𝐼𝐹2
Assim, sabendo que a corrente e a resistência de um circuito são inversamente
proporcionais, segundo a equação 1, conclui-se que, ao adicionar mais lâmpadas a um circuito
em série, a corrente do mesmo diminui, uma vez que a resistência total do circuito aumenta.

2.3. CIRCUITO EM PARALELO


Nos circuitos e experimentos presentes neste tópico, foram estudados os princípios
fundamentais de uma associação em paralelo. No caso, fora montado o circuito presente na
Figura 4, em que as letras D e E referem-se a lâmpadas em paralelo sendo alimentadas por
uma fonte de bancada ajustada em 6 V.

Figura 4. Circuito com duas lâmpadas associadas em paralelo. Fonte: Os autores.

Após ligar a fonte, comparando-se a intensidade de ambas lâmpadas, foi possível


verificar que elas eram aproximadamente iguais, permitindo assim, concluir que as correntes
circulando através delas eram aproximadamente as mesmas. Dessa forma, por a resistência
das lâmpadas serem virtualmente iguais, bem como a tensão sobre elas, foi possível afirmar
que a corrente 𝐼1 fora igualmente dividida entre 𝐼2 e 𝐼3, ou seja, 𝐼2≃ 𝐼3. Após passar pelas

lâmpadas, tais correntes recombinaram-se no nó inferior do circuito, obedecendo assim, a


Lei das correntes de Kirchhoff. Comparando-se a intensidade do brilho das lâmpadas D e E
com a da lâmpada A, pôde-se constatar que não houveram diferenças significativas entre
elas, sendo, portanto, razoável afirmar que a corrente da fonte no caso do circuito em
paralelo, é duas vezes o valor da fornecida pelo circuito da lâmpada A. Tal afirmação se
sustenta teoricamente no fato de por o brilho observado ter sido o mesmo para ambos casos,
a corrente 𝐼2 e 𝐼3 precisam ser iguais a 𝐼𝐹𝐴 (corrente da fonte do tópico 2.1), e por 𝐼1

= 2𝐼2 = 2𝐼3 ⇒ 𝐼1 = 2𝐼𝐹𝐴. Empiricamente, tal princípio fora verificado, em que no display

esquerdo da fonte é mostrado o valor de corrente fornecida, para o primeiro circuito,


equivalente ao do tópico 2.1, o valor foi de 60 mA, enquanto que para o circuito da direita, o
valor mostrado foi de 120 mA, o dobro do anterior.

Figura 5. Corrente da fonte no circuito da figura 2. Figura 6. Corrente da fonte na associação em paralelo.
Fonte: Os autores.

Assim, ao adicionar-se mais lâmpadas conectadas em paralelo ao circuito, a corrente


da fonte irá aumentar, em contrapartida, a resistência total 𝑅𝑇 irá decrescer. Tal

comportamento está em consonância com a primeira Lei de Ohm, pois para um mesmo nível
de tensão, ao aumentar-se a corrente, a resistência total há de diminuir. Por fim, fora
possível constatar que a corrente fornecida por uma dada fonte varia em função do número
de resistências presentes (lâmpadas para esse caso), bem como da forma que o circuito é
montado e elas são conectadas, ou seja, em série ou paralelo.

2.4. CORRENTE E RESISTÊNCIA


A partir da análise do seguinte circuito da figura 7, foi possível a realização de três
hipóteses posteriormente constatadas com o experimento.

Figura 7. Circuito com associação de lâmpadas em série e paralelo.

Com a chave aberta, o brilho das lâmpadas A e B foram os mesmos, enquanto que a
lâmpada C não apresentou brilho. Isso ocorreu, pois com a chave que fecha a malha com a
lâmpada C estando aberta, as lâmpadas A e B ficam associadas em série, ou seja, a corrente
através delas é a mesma, enquanto que para C ela é zero.
Ao fechar-se a chave, o brilho das lâmpadas B e C eram os mesmos, enquanto o da
lâmpada A era mais intenso. Isso ocorre pois a corrente em A é maior, demonstrada por uma
maior intensidade do brilho, em contrapartida as correntes em B e C são menores do que em
A e iguais entre si - apesar de as lâmpadas estarem em um circuito em paralelo - já que
possuem a mesma resistência, portanto o brilho é o mesmo.
Considerando o momento em que a chave é fechada, há um aumento na intensidade do
brilho das lâmpadas A e C, entretanto há uma diminuição da intensidade do brilho da lâmpada
B. Dessa forma, se as três lâmpadas A, B e C forem consideradas como resistores iguais (ou
seja, 𝑅𝐴 = 𝑅𝐵 = 𝑅𝐶 = 𝑅), a corrente será diferente em dois casos:

● Caso a chave estiver aberta: 𝐼𝐴 = 𝐼𝐵, visto que estão em série e 𝐼𝐶 será nula,

pois não haverá corrente passando por este resistor já que o caminho para o mesmo
estará impedido devido à chave aberta.
𝐼𝐴 = 𝐼𝐵 = 𝑉/𝑅 = 6/𝑅 𝐼𝐶 = 0/𝑅 = 0

Figura 8. Circuito de resistores em série e em paralelo com a chave aberta. Fonte: Os autores.

● Caso a chave estiver fechada: 𝐼𝐵 = 𝐼𝐶 ≠ 𝐼𝐴, visto que a corrente que passa por

A será dividida na metade, correndo metade por B e metade por C.


𝐼𝐵 = 𝐼𝐶 = (𝑉/2)/𝑅 = 3/𝑅 𝐼𝐴 = 𝑉/𝑅 = 6/𝑅
Figura 9. Circuito de resistores em série e em paralelo com a chave fechada. Fonte: Os autores.

2.5. CURTO-CIRCUITO
O seguinte circuito, expresso na Figura 10, é composto por três lâmpadas idênticas de
6V, uma fonte ideal de resistência desprezível e uma chave.

Figura 10. Esquema do circuito com três lâmpadas idênticas em série. Fonte: Os autores.

Ao analisá-lo foi teorizado que o brilho das lâmpadas A e B serão os mesmos


enquanto o da C será inferior a estes, e que isso ocorrerá pois pouca corrente elétrica passará
pela última lâmpada (C).
Então, realizou-se um experimento para comprovar esta teoria: foi montado o circuito
(com 𝑉0~6𝑉).

Analisando-o, inicialmente com a chave fechada, todas as lâmpadas acendem, porém,


ao abrir a chave, C é desligada e o brilho de A e B intensificado. Provando assim, que C
possuia uma corrente virtualmente nula passando através de si, evidenciada por uma ausência
de brilho.
Após esta conclusão, foi possível prosseguir com o experimento de curto-circuito de
fato; fechando a chave de modo que haja contato elétrico entre os pontos 3 e 4 uma nova
corrente é estabelecida, passando apenas pelo circuito 1-2-4, ou seja praticamente nenhuma
corrente passa pela lâmpada C. Quando isso ocorre é dito que houve um curto-circuito nos
pontos 3 e 4.
Logo, toda vez que dois pontos de um circuito qualquer são ligados por um fio de
resistência praticamente nula, conclui-se que foi estabelecido um curto-circuito entre esses
pontos.
No caso do experimento, a lâmpada C foi colocada em curto-circuito quando a chave
entre os pontos 3 e 4 é fechada.

2.6. MEDIDA DE CORRENTES ELÉTRICAS


As análises de corrente elétrica nesta prática até aqui basearam-se apenas em
comparações entre circuitos parecidos, sem que houvesse uma medição de fato de seus
valores. Neste e no próximo experimento fora feito um estudo quantitativo das propriedades
de um circuito, neste caso, a corrente elétrica.
Para tal foi empregado o amperímetro, um instrumento de medição da corrente que o
atravessa quando inserido em um circuito elétrico. Este aparelho apresenta uma resistência
muito baixa, o que permite que a corrente elétrica o atravesse sem causar alterações
significativas no circuito. Para se medir a corrente em certo dispositivo do circuito, deve-se
conectar o amperímetro em série com o mesmo, caso contrário (conectar o amperímetro em
paralelo) ocorrerá curto-circuito naquele trecho do circuito, uma vez que sua resistência é
próxima de zero.

Figura 11. Montagem do amperímetro

No laboratório foi usado o multímetro do modelo Politerm POL-45, um aparelho


capaz de servir não apenas como amperímetro, mas também é capaz de medir voltagem,
resistência e diversos outros parâmetros do circuito. O medidor foi configurado para exibir
medidas de corrente elétrica na unidade mA (miliampere), visto que as medidas esperadas
estão dentro desta escala.
Para a primeira etapa deste experimento, são usados uma lâmpada de 6V, uma chave
aberta que fecha o circuito quando acionada mecanicamente pelo operador, o multímetro
configurado para medir corrente (amperímetro) e a fonte de tensão ajustada para fornecer uma
diferença de potencial V0 ~ 6 V organizados da seguinte forma no circuito a seguir. O
multímetro posicionado antes da lâmpada mede a corrente que chega nesta.

Figura 12. Esquema de circuito utilizando o amperímetro. Fonte: Os autores.

Ligando o circuito à fonte de tensão (6V) e fechando a chave, a corrente elétrica


medida no multímetro é 58,7 mA.

Figura 13. Medição no amperímetro. Fonte: Os autores.

Caso os terminais da fonte conectados ao circuito forem invertidos, a corrente mantém


sua intensidade mas troca de sentido, e é medida no amperímetro com mesmo módulo mas
sinal oposto (-58,7 mA).
Agora, retira-se a chave do circuito, mantendo a mesma tensão fornecida, mas
posicionando o amperímetro após a lâmpada (segundo o sentido da corrente), obtendo o
seguinte circuito. Desta vez, como o amperímetro é posicionado em seguida da lâmpada, é
medida a corrente que sai desta.

Figura 14. Circuito com amperímetro em série com lâmpada. Fonte: Os autores.

Quando se mede a corrente neste circuito, obtém-se a mesma medida observada


anteriormente (58,7 mA). Ao se medir a mesma corrente posicionando o amperímetro antes e
depois da lâmpada é provado que a corrente não é “consumida” ao passar por uma resistência
(lâmpada), mas é a mesma por todo o circuito em série.
Para a última parte do experimento, é construído o seguinte circuito. Em série com a
fonte de tensão, são posicionados uma chave aberta e o amperímetro. Em seguida abre-se dois
ramos em paralelo, nos quais é conectado uma lâmpada de 6V em um ramo e uma resistência
de 220 Ω no outro. Por fim, os dois ramos se juntam novamente e fecham o circuito.

Figura 15. Circuito com amperímetro em série com lâmpada em paralelo a uma resistência. Fonte: Os autores.

Fechando a chave, é medido no amperímetro a corrente de saída da fonte (iF), também


de valor 58,7 mA.
Caso seja de desejo medir a corrente que passa pela resistência R (iR), deve-se
posicionar o amperímetro em série com a mesma, da seguinte forma:

Figura 16. Circuito com distribuição de corrente e amperímetro na resistência. Fonte: Os autores.

Fechando a chave do circuito, é medida a corrente da resistência iR aproximadamente


de valor nulo (~0 mA).
Por sua vez, caso deseja-se medir a corrente que atravessa a lâmpada L (iL), deve-se
posicionar o amperímetro em série com a lâmpada, como mostrado a seguir:

Figura 17. Circuito com distribuição de corrente e amperímetro na lâmpada. Fonte: Os autores.

Ligando o circuito e fechando a chave, é medido no amperímetro ~58,5 mA para a


corrente da lâmpada iL. Essa disparidade de valores se deve pelo fato que a resistência R ter
um valor muito superior (220 Ω) à resistência da lâmpada, fazendo com que toda a corrente se
desloque no sentido da lâmpada.
Como a lâmpada e a resistência estão em cada ramo do trecho em paralelo, espera-se
que a soma da corrente de ambos as ramificações (iR + iL) seja igual à corrente que sai da
fonte (iF), ou seja:
𝑖𝑅 + 𝑖𝐿 = 𝑖𝐹

Aplicando os valores medidos experimentalmente é verificado que, com certa margem


de erro, a suposição é verdadeira:
𝑖𝑅 + 𝑖𝐿 = 58, 5 𝑚𝐴 ~ 𝑖𝐹 = 58, 7 𝑚𝐴

Dessa forma, a partir do experimentos aqui realizados, pode-se concluir que a corrente
de um circuito em série é a mesma durante todo seu percurso (ela não é consumida por
resistências) e que, quando há bifurcação no circuito (em paralelo), a soma das correntes de
todas as ramificação deve ser igual à corrente no resto do circuito em série, ou seja, a mesma
que sai da fonte.

2.7. DIFERENÇA DE POTENCIAL


Nesse último tópico da prática, foram desenvolvidos circuitos simples, visando
principalmente um introdutório aprendizado teórico e prático sobre o uso e funcionamento de
um voltímetro para medição da diferença de potencial (ddp) entre dois pontos.
Para o primeiro experimento, fora empregado o multímetro na função de voltímetro na
escala de 20 V para medir a tensão fornecida por uma pilha. Na montagem inicial, o positivo
da pilha foi conectado ao positivo do multímetro e o negativo dela ao negativo do multímetro.
O valor de tensão obtido foi de 1,53 V. Em seguida, inverteu-se a pilha e, portanto, a voltagem
observada foi diferente, tendo agora um sinal de negativo à frente do valor de tensão,
indicando o valor de -1,53 V. Dando sequência aos experimentos com pilhas, foram
empregadas as seguintes montagens das figuras 18 e 19.

Figura 18. Circuito com duas pilhas em série Figura 19. Circuito com duas pilhas opostas
Na montagem do circuito apresentado na figura Figura 18 o resultado foi de acordo
com o esperado para uma montagem de pilhas em série, em que as tensões individuais
medidas para as pilhas foram de 1,53 V e 1,51 V, enquanto a do circuito foi de 3,04 V,
representando, portanto, uma soma entre a tensão das pilhas. Já para o circuito esboçado na
figura Figura 19, o resultado esperado era que a tensão medida fosse de 0 V, uma vez que,
nessa configuração as tensões das pilhas se “anulariam”, ou seja, não há diferença de
potencial entre os pontos 1 e 2. Entretanto, obteve-se uma tensão medida igual a 0,44 V, sendo
a explicação dessa diferença entre o valor empírico e o esperado, possivelmente atribuída ao
fenômeno de desbalanço de cargas entre as baterias.
Por fim, antes de prosseguir para a fonte de bancada como fonte de alimentação, foi
realizado um último experimento envolvendo pilhas, em que na montagem elas
encontravam-se em paralelo entre si e com o multímetro. O esquema de ligação seguido pode
ser visualizado na figura 20, em que na prática as baterias foram conectadas entre si por meio
de um fio facilmente encaixado no suporte das pilhas, e as pontas dos fios do multímetro
foram postas em contato com tais fios, fechando o circuito. Ao realizar a medição da tensão
das baterias nessa configuração de montagem, obteve-se uma tensão de 1,52 V, muito
próxima dos 1,5 V teorizados.

Figura 20. Circuito com duas pilhas em paralelo.

Dessa forma, por meio dos rápidos experimentos acima, foi possível concluir que a
forma de ligação entre as baterias, estando em série ou paralelo, altera profundamente nos
valores de tensão (e corrente) obtidos, em que para circuitos em série a tensão de ambas é
somada caso o positivo de uma seja conectado ao negativo da outra, enquanto que em paralelo
a tensão mantém -se a mesma. Para além, apesar de não ter sido medido experimentalmente,
outra característica para uma ligação em série de baterias é que a corrente geral mantém-se a
mesma, enquanto que em paralelo elas se somam.
figura

Figura 21. Circuito com uma lâmpada. Fonte: Os autores.

𝑉14 𝑉41 𝑉21 𝑉23 𝑉34

Voltagem entre
6,04 -6,04 0 6,04 0
os pontos (V)
Tabela 2. Medidas das voltagens entre os pontos.
Com base nos resultados apresentados na tabela acima, pôde-se observar diretamente
o funcionamento da Lei das tensões de Kirchhoff, em que por ser o único elemento na malha
fechada além da fonte, a queda de tensão sobre a lâmpada é exatamente igual a tensão
fornecida, fato esse expresso pelo valor de tensão 𝑉23 ser igual a 𝑉14. Além disso, ao

inverter-se a medição entre os nós (1,4) e (4,1), observou-se uma inversão entre os sinais da
grandeza medida, de forma a permitir a inferência de que o sentido da corrente no circuito
acima está no sentido horário.
Para o próximo circuito, apresentado na figura 22 abaixo, o procedimento anterior
fora novamente empregado, medindo-se a diferença de potencial entre alguns pontos e
construindo-se a tabela 3, na qual constam os valores obtidos.
Figura 22. Circuito com duas lâmpadas em paralelo. Fonte: Os autores.

Voltagem entre
os pontos (V) / 𝑉16 𝑉25 𝑉34
Estado da chave

Aberta 6,04 6,04 0

Fechada 6,04 6,04 6,04


Tabela 3. Medidas das voltagens entre os pontos em paralelo com chave aberta e fechada.

Conforme o esperado, com a chave aberta não há a passagem de corrente para a


segunda malha do circuito, dessa forma, a ddp entre os pontos 3 e 4 medida foi intuitiva e
empiricamente igual a 0 V. Ao fechar-se o circuito, a queda de tensão para ambas as lâmpadas
foi a mesma que a fornecida pela fonte, estando novamente, de acordo com o esperado
teoricamente, pois para um circuito em paralelo, apesar da corrente variar nas malhas, a
tensão é igual para todos os elementos. Dessa forma, comparando-se as tensões da lâmpada
do circuito da figura 21 com a das lâmpadas A e B do circuito da figura 22, caso a chave de
contato esteja fechada, a intensidade de tal grandeza é a mesma para todas elas. Para além,
quanto a diferença de potencial da fonte de alimentação, quando o circuito estiver fechado,
pode-se afirmar que a mesma não depende deste ao qual ela está conectada, pois não é uma
propriedade dependente do circuito, mas sim do próprio aparelho.
No último experimento da prática, o circuito montado seguiu o esboçado na figura
23, montando-se uma tabela final que mostra a ddp entre diferentes nós quando o circuito
estava com a chave aberta e depois fechada.
Figura 23. Circuito com uma lâmpada em série com um resistor. Fonte: Os autores.

Voltagem entre
os pontos (V) / 𝑉14 𝑉24 𝑉23 𝑉34 𝑉23+34 𝑉12
Estado da chave

Aberta 0 0 0 0 0 0

Fechada 6,04 6,04 2,26 3,78 6,04 0


Tabela 4. Medidas das voltagens entre os pontos em série com chave aberta e fechada.

De modo semelhante ao circuito anterior, com a chave aberta, em decorrência do


ausente fluxo de corrente, a tensão medida em todos os elementos foi de 0 V. Com a mesma
sendo fechada, por se tratar de um circuito em série e a corrente ser igual em toda a malha, a
queda de tensão em diferentes elementos varia conforme a sua resistência elétrica, sendo para
a lâmpada obtido o valor de 2,26 V e para o resistor o valor de 3,78 V. Dessa forma, foi
possível verificar novamente a Lei das Malhas de Kirchhoff, em que 𝑉0 = 𝑉𝐴 + 𝑉𝑅 , ou seja,

a soma das tensões da malha foi exatamente igual a zero. Ademais, vale mencionar a questão
de 𝑉12 ter sido igual a zero, o que faz sentido, pois por o fio de cobre possuir resistência

interna desprezível, não haverá uma diferença de potencial entre os pontos 1 e 2 mesmo
quando a chave permite a passagem da corrente.

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