Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
São Carlos
1º semestre 2023
1. INTRODUÇÃO E OBJETIVOS
Em circuitos elétricos, pode-se ter basicamente dois diferentes tipos de corrente:
contínua ou alternada, as quais dependem da fonte de energia elétrica, podendo variar de
fontes eletroquímicas, como pilhas e baterias, a fontes de origem física, como alternadores e
usinas termo ou hidrelétricas.
Nesta prática foi aplicada apenas correntes contínuas, cujos fluxos ocorrem em um
único sentido ditado por uma dada tensão constante.
A partir disso, realizou-se experimentos envolvendo circuitos em série e paralelo,
alimentados ora por uma fonte de energia eletroquímica, ora por uma fonte de bancada, com o
intuito de absorver na prática noções básicas de elétrica e eletrônica, envolvendo a montagem
de circuitos, uso de alguns componentes eletrônicos e princípios de associação de pilhas e
baterias. Quanto à lista geral de materiais utilizados, os mesmos encontram-se enumerados ao
fim da apostila.
2. EXPERIMENTOS
2.1. CIRCUITO SIMPLES
Ao examinar uma lâmpada incandescente percebe-se que dois fios ligam o filamento
do bulbo à sua base. Nesta base os fios diretamente ligados ao filamento (de tungstênio) são
conectados, um à base da lâmpada, e outro à rosca da lâmpada; a base e a rosca são
considerados polos opostos e fecham o circuito elétrico, dessa forma, quando a lâmpada é
conectada a uma fonte, ela acende.
Diretamente relacionada à primeira, a segunda expectativa do grupo foi discutir sobre
como seria possível acender uma lâmpada utilizando-se apenas: de um pedaço de fio, de uma
pilha e da própria lâmpada. Logo, sem realizar o experimento de fato, apenas teorizando, o
grupo concluiu que seria necessário unir uma ponta do fio à um terminal da pilha e outra
ponta à um terminal da lâmpada, e ao mesmo tempo encostar o outro terminal da pilha e da
lâmpada. Isto pois, seria necessário fechar o circuito para que a corrente elétrica fluísse
através do mesmo acendendo a lâmpada.
Após essa conclusão foram esquematizados os quatro arranjos esboçados na Figura 1
para que a lâmpada acendesse.
Figura 1. Formas planejadas para ligar a lâmpada com uma bateria e um fio. Fonte: Os autores.
Figura 2. Circuito de uma lâmpada alimentada por uma fonte de bancada. Fonte: Os autores.
Condutores Isolantes
Grafite Vidro
Alumínio Papel
Cobre Plástico
Latão EVA
Prego (ferro)
Moeda
Clips
Tabela 1. Materiais da prática classificamos em condutores ou isolantes. Fonte: Os autores.
Também a partir desta equação, é possível notar que a corrente que sai da fonte no
primeiro caso IF1 é maior que no segundo caso IF2. Mais precisamente, como as três lâmpadas
em questão são iguais, o segundo circuito apresenta o dobro da resistência do primeiro
circuito, logo, a corrente IF1 é o dobro de IF2.
𝑅2 = 2𝑅1
𝐼𝐹1 = 2𝐼𝐹2
Assim, sabendo que a corrente e a resistência de um circuito são inversamente
proporcionais, segundo a equação 1, conclui-se que, ao adicionar mais lâmpadas a um circuito
em série, a corrente do mesmo diminui, uma vez que a resistência total do circuito aumenta.
= 2𝐼2 = 2𝐼3 ⇒ 𝐼1 = 2𝐼𝐹𝐴. Empiricamente, tal princípio fora verificado, em que no display
Figura 5. Corrente da fonte no circuito da figura 2. Figura 6. Corrente da fonte na associação em paralelo.
Fonte: Os autores.
comportamento está em consonância com a primeira Lei de Ohm, pois para um mesmo nível
de tensão, ao aumentar-se a corrente, a resistência total há de diminuir. Por fim, fora
possível constatar que a corrente fornecida por uma dada fonte varia em função do número
de resistências presentes (lâmpadas para esse caso), bem como da forma que o circuito é
montado e elas são conectadas, ou seja, em série ou paralelo.
Com a chave aberta, o brilho das lâmpadas A e B foram os mesmos, enquanto que a
lâmpada C não apresentou brilho. Isso ocorreu, pois com a chave que fecha a malha com a
lâmpada C estando aberta, as lâmpadas A e B ficam associadas em série, ou seja, a corrente
através delas é a mesma, enquanto que para C ela é zero.
Ao fechar-se a chave, o brilho das lâmpadas B e C eram os mesmos, enquanto o da
lâmpada A era mais intenso. Isso ocorre pois a corrente em A é maior, demonstrada por uma
maior intensidade do brilho, em contrapartida as correntes em B e C são menores do que em
A e iguais entre si - apesar de as lâmpadas estarem em um circuito em paralelo - já que
possuem a mesma resistência, portanto o brilho é o mesmo.
Considerando o momento em que a chave é fechada, há um aumento na intensidade do
brilho das lâmpadas A e C, entretanto há uma diminuição da intensidade do brilho da lâmpada
B. Dessa forma, se as três lâmpadas A, B e C forem consideradas como resistores iguais (ou
seja, 𝑅𝐴 = 𝑅𝐵 = 𝑅𝐶 = 𝑅), a corrente será diferente em dois casos:
● Caso a chave estiver aberta: 𝐼𝐴 = 𝐼𝐵, visto que estão em série e 𝐼𝐶 será nula,
pois não haverá corrente passando por este resistor já que o caminho para o mesmo
estará impedido devido à chave aberta.
𝐼𝐴 = 𝐼𝐵 = 𝑉/𝑅 = 6/𝑅 𝐼𝐶 = 0/𝑅 = 0
Figura 8. Circuito de resistores em série e em paralelo com a chave aberta. Fonte: Os autores.
● Caso a chave estiver fechada: 𝐼𝐵 = 𝐼𝐶 ≠ 𝐼𝐴, visto que a corrente que passa por
2.5. CURTO-CIRCUITO
O seguinte circuito, expresso na Figura 10, é composto por três lâmpadas idênticas de
6V, uma fonte ideal de resistência desprezível e uma chave.
Figura 10. Esquema do circuito com três lâmpadas idênticas em série. Fonte: Os autores.
Figura 14. Circuito com amperímetro em série com lâmpada. Fonte: Os autores.
Figura 15. Circuito com amperímetro em série com lâmpada em paralelo a uma resistência. Fonte: Os autores.
Figura 16. Circuito com distribuição de corrente e amperímetro na resistência. Fonte: Os autores.
Figura 17. Circuito com distribuição de corrente e amperímetro na lâmpada. Fonte: Os autores.
Dessa forma, a partir do experimentos aqui realizados, pode-se concluir que a corrente
de um circuito em série é a mesma durante todo seu percurso (ela não é consumida por
resistências) e que, quando há bifurcação no circuito (em paralelo), a soma das correntes de
todas as ramificação deve ser igual à corrente no resto do circuito em série, ou seja, a mesma
que sai da fonte.
Figura 18. Circuito com duas pilhas em série Figura 19. Circuito com duas pilhas opostas
Na montagem do circuito apresentado na figura Figura 18 o resultado foi de acordo
com o esperado para uma montagem de pilhas em série, em que as tensões individuais
medidas para as pilhas foram de 1,53 V e 1,51 V, enquanto a do circuito foi de 3,04 V,
representando, portanto, uma soma entre a tensão das pilhas. Já para o circuito esboçado na
figura Figura 19, o resultado esperado era que a tensão medida fosse de 0 V, uma vez que,
nessa configuração as tensões das pilhas se “anulariam”, ou seja, não há diferença de
potencial entre os pontos 1 e 2. Entretanto, obteve-se uma tensão medida igual a 0,44 V, sendo
a explicação dessa diferença entre o valor empírico e o esperado, possivelmente atribuída ao
fenômeno de desbalanço de cargas entre as baterias.
Por fim, antes de prosseguir para a fonte de bancada como fonte de alimentação, foi
realizado um último experimento envolvendo pilhas, em que na montagem elas
encontravam-se em paralelo entre si e com o multímetro. O esquema de ligação seguido pode
ser visualizado na figura 20, em que na prática as baterias foram conectadas entre si por meio
de um fio facilmente encaixado no suporte das pilhas, e as pontas dos fios do multímetro
foram postas em contato com tais fios, fechando o circuito. Ao realizar a medição da tensão
das baterias nessa configuração de montagem, obteve-se uma tensão de 1,52 V, muito
próxima dos 1,5 V teorizados.
Dessa forma, por meio dos rápidos experimentos acima, foi possível concluir que a
forma de ligação entre as baterias, estando em série ou paralelo, altera profundamente nos
valores de tensão (e corrente) obtidos, em que para circuitos em série a tensão de ambas é
somada caso o positivo de uma seja conectado ao negativo da outra, enquanto que em paralelo
a tensão mantém -se a mesma. Para além, apesar de não ter sido medido experimentalmente,
outra característica para uma ligação em série de baterias é que a corrente geral mantém-se a
mesma, enquanto que em paralelo elas se somam.
figura
Voltagem entre
6,04 -6,04 0 6,04 0
os pontos (V)
Tabela 2. Medidas das voltagens entre os pontos.
Com base nos resultados apresentados na tabela acima, pôde-se observar diretamente
o funcionamento da Lei das tensões de Kirchhoff, em que por ser o único elemento na malha
fechada além da fonte, a queda de tensão sobre a lâmpada é exatamente igual a tensão
fornecida, fato esse expresso pelo valor de tensão 𝑉23 ser igual a 𝑉14. Além disso, ao
inverter-se a medição entre os nós (1,4) e (4,1), observou-se uma inversão entre os sinais da
grandeza medida, de forma a permitir a inferência de que o sentido da corrente no circuito
acima está no sentido horário.
Para o próximo circuito, apresentado na figura 22 abaixo, o procedimento anterior
fora novamente empregado, medindo-se a diferença de potencial entre alguns pontos e
construindo-se a tabela 3, na qual constam os valores obtidos.
Figura 22. Circuito com duas lâmpadas em paralelo. Fonte: Os autores.
Voltagem entre
os pontos (V) / 𝑉16 𝑉25 𝑉34
Estado da chave
Voltagem entre
os pontos (V) / 𝑉14 𝑉24 𝑉23 𝑉34 𝑉23+34 𝑉12
Estado da chave
Aberta 0 0 0 0 0 0
a soma das tensões da malha foi exatamente igual a zero. Ademais, vale mencionar a questão
de 𝑉12 ter sido igual a zero, o que faz sentido, pois por o fio de cobre possuir resistência
interna desprezível, não haverá uma diferença de potencial entre os pontos 1 e 2 mesmo
quando a chave permite a passagem da corrente.