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Licenciatura em Engenharia biomédica

Unidade curricular: Física Geral

Trabalho 1- Estudo de um Movimento


Harmónico Simples

Ana Guimarães 1221327


Luana Rocha 1220987
Mafalda Faria 1221237

Data de realização:
23/03/2023

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1. Objetivos

 Verificação da Lei de Hooke para uma mola: determinação da constante


elástica da mola
 Verificação de que o movimento de um sistema massa-mola é periódico
 Verificação de que o período do movimento é independente da sua
amplitude
 Verificação da relação entre a Massa e período de oscilação do sistema

2. Introdução teórica

Ao tentar deformar um corpo elástico, pela 3a lei de Newton, surge uma força
aplicada no corpo que resiste a esta deformação – a força elástica – que, em
módulo, têm a mesma intensidade. O cientista Robert Hooke ao estudar molas
“ideais” e as suas propriedades de deformação, observou uma linearidade
entre a esta força e a variação do comprimento da mola. Este comportamento é
descrito pela Lei de Hooke com a seguinte relação:
Felástica = - k · x

Onde Felástica é a força elástica, x a deformação da mola, ou seja, a variação


do seu comprimento, e k a constante de proporcionalidade entre estas duas
grandezas, a contante de elasticidade. O sinal negativo que surge nesta
equação deve-se ao facto dos vetores da força elástica e da força causadora
da deformação terem a mesma direção, mas sentidos opostos.
Sabemos que a força elástica é uma força conservativa, pois o seu trabalho
não depende da trajetória do corpo, apenas do ponto inicial e do final. Como
tal, esta força vai ter uma energia potencial associada – a energia potencial
elástica – que pode ser calculada através deste trabalho que, por sua vez, é
igual à área sob o gráfico da força elástica em função da extensão da mola.

As equações referidas anteriormente são apenas válidas no regime elástico,


quer isto dizer que existe uma deformação máxima da mola a partir da qual
esta relação deixa de ser válida. Para valores de deformação superiores à
deformação máxima, a mola fica deformada permanentemente, entrando no
regime plástico ou em rutura.
O movimento harmónico simples pode ser descrito pela equação

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x(t) = A.sen(t+)

Onde A corresponde à amplitude do movimento,  à frequência angular e  à


fase inicial do movimento. Neste movimento a amplitude e a fase inicial
dependem unicamente das condições iniciais do movimento, enquanto que a
frequência angular e, consequentemente, o período dependem apenas das
características do sistema, que neste caso são a massa, m, e a constante
elástica da mola, k.

3. Material Necessário

• Conjunto de barras e ligações para montagem do suporte do sistema


massa-mola
• 2 Molas
• Conjunto de massas e respetivo suporte
• Cronómetro
• Balança
• Régua ou fita métrica

4. Procedimento experimental

Parte 1—Caracterização da mola


1. Determinar a massa do suporte, usando a balança.
2. Suspendendo o suporte da mola, determinar o valor da sua
elongação.
3. Acrescentar uma massa ao suporte, entre 10 e 20 gramas,
e voltar a determinar a massa total do conjunto
4. Determinar a nova elongação, suspendendo o suporte da
mola novamente.
5. Acrescentando uma massa, novamente entre 10 e 20
gramas, repetir os passos 3 e 4 mais seis vezes.

Parte 2—Estudo do MHS


a) O período de oscilação e a amplitude.
1. Escolher uma massa entre 80 e 200 gramas.
2. De seguida, medir essa massa com ajuda de uma balança.

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3. Suspender a massa da mola de forma que o sistema esteja
em equilíbrio.
4. Afastar a massa da sua posição de equilíbrio cerca de 5 cm
e libertá-la.
5. Medir o tempo que o sistema demora a realizar um número
adequado de oscilações completas, entre 20 e 30.
6. Repita os passos 4 e 5 mais duas vezes.
7. Repita os passos 5 e 6 para amplitudes de oscilação de
8cm e 11cm.

b) O período de oscilação e a massa


1. Escolher uma massa, entre 80 e 200 gramas, diferente
da que foi escolhida na alínea a.
2. Usando a balança, determinar o valor dessa massa.
3. Suspender a massa da mola de forma que o sistema
esteja em equilíbrio.
4. Afastar a massa da sua posição de equilíbrio e libertá-
la.
5. Medir o tempo que o sistema demora a completar um
número adequado de oscilações completas, entre 20 e
30.
6. Repetir os passos de 1 a 5 para mais 5 massas
diferentes.

5. Registo de dados
Parte I
Tabela 1- Dados obtidos a partir da execução da parte I do procedimento

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Parte II a)

Tabela 2- Dados obtidos a partir da execução da parte II a) do procedimento

Parte II b)
Tabela 3- Dados obtidos a partir da execução da parte II b) do procedimento

6. Tratamento de dados

1. A elongação da mola é dada pela diferença entre a posição em que a


mola se encontra e o valor da posição inicial da mola, isto é, quando
a massa na mola é igual a zero. O valor do peso suspenso é
equivalente ao da força aplicada e é dado pela multiplicação da
massa (em kg) suspensa na mola e a aceleração gravítica (9,81
m/s2).

Tabela 4- Deformação obtida para cada uma das molas e a respetiva força aplicada

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2.
Gráfico 1- Peso em função da deformação da mola 1
Aproximação da equação da reta apresentada y=4,5626x + 0,0731

Constante elástica - mola 1


0.9
0.8
f(x) = 4.56263170141254 x + 0.0731041997511584
0.7 R² = 0.98176640387341
0.6
0.5
Peso (N)

0.4
0.3
0.2
0.1
0
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1 0.12 0.14 0.16 0.18
ΔL (m)

Gráfico 2- Peso em função da deformação da mola 2


Aproximação da equação da reta apresentada y=3,0088x + 0,0026

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Constante elástica - mola 2
0.9
0.8
f(x) = 3.00878302473661 x + 0.00260013375246093
3. 0.7 R² = 0.999947548500896
0.6
0.5
Peso (N)

0.4
0.3
0.2
0.1
0
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3
ΔL (m)

Como k= Faplic / x, podemos concluir que o valor da constante elástica é


igual ao valor do declive da reta de aproximação. Assim, para a Mola
1, k = 4,56 N/m e para a Mola 2, k = 3,01 N/m.

4. O período de oscilação é dado através da divisão do tempo pelo


número de oscilações.

Tabela 5- Período de oscilação para cada uma das molas

É possível verificar através da tabela 3, quer para a mola 1 quer para a


mola 2 que os valores obtidos para o período são muitos próximos. Caso
se verificasse uma dependência do período em relação à amplitude de
oscilação, o aumento da amplitude iria levar a uma alteração no tempo
necessário para efetuar um período. Visto que tal não se verificou,
podemos concluir que o período não depende da amplitude de oscilação
da mola.

5. Gwew

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6. A seguinte expressão pode ser aplicada dado que a frequência
angular (ω) depende do m (massa) e do k (constante elástica),
através da seguinte expressão:

ω=
k
m √
=
2∏
T

Trabalhando a expressão anterior:


k 2
m= 2 x T
4∏
Segundo esta última expressão concluímos que um aumento da
massa provoca um aumento do período ao quadrado.
Tal como é possível verificar nos gráficos anteriores, os resultados
obtidos encontram-se de acordo com a equação acima, uma vez que
a massa varia proporcionalmente com T².

7. Após comprovada a validade da expressão de ω e sabendo que o


m
declive do gráfico corresponde a 2 . Assim, retiramos que:
T
2
∏ ∗m
k =4 2
T

Assim, para a Mola 1, k = 4,61 N/m e para a Mola 2, k = 3,08 N/m.


Comparando os valores teóricos com os experimentais, verificámos
que são valores muito semelhantes, tal como queríamos demonstrar.
As pequenas diferenças de valor devem-se a erros de laboratório.

7. Conclusão

Com a realização deste trabalho laboratorial foi possível testar e comprovar


algumas características do movimento harmónico simples.
Através da Lei de Hooke foi possível verificar que o cálculo da constante
elástica, k, depende apenas de duas variáveis, a força aplicada e a elongação
da mola. Com os resultados obtidos, foi elaborado um gráfico, com estas duas
variáveis verificando assim, que a constante elástica resulta do quociente entre
o peso do corpo suspenso (força aplicada) e da elongação (deformação da
mola), ou seja, o declive desse mesmo gráfico corresponde à constante
elástica (k). Ainda foi possível observar que o movimento das duas molas é
periódico e varia entre uma amplitude A e -A.
Ao observarmos os valores do período calculados em função da amplitude,
sendo que foram realizadas 25 oscilações em cada registo para tentar

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minimizar qualquer erro, retiramos que para diferentes valores de amplitude e
para os mesmos valores de massa, o período não é influenciado pela
amplitude de oscilação da mola. Conclui-se, então, que o período do
movimento harmónico simples é independente da amplitude, sendo possível

comprovar a seguinte expressão ¿


√ m
k
.

Com a massa e período de oscilação do sistema, foi obtido o gráfico da massa


(m) em função período ao quadrado. Obtendo-se a relação entre o declive
deste mesmo gráfico e o valor da constate elástica da mola (k):
2
∏ ∗m
k =4 2
T
m
onde, 2 é o declive do gráfico.
T
O valor da constante elástica calculada teoricamente deu ligeiramente diferente
do valor laboratorial. Esta diferença de valores deve-se provavelmente a erros
na contagem das oscilações da mola, dado que quem premiu o botão do
cronómetro não conseguia iniciar mal começava a mola a oscilar ou a parar,
quando parava de oscilar. Apesar deste intervalo ser curto, influencia os
resultados. No entanto, para combater estes erros foram efetuadas 25
oscilações.
Além disso apesar de se poder utilizar qualquer material onde a deformação
elástica seja notória, usamos uma mola em espira, uma vez que se alonga até
um valor significativamente grande sem que haja uma deformação permanente,
podendo assim observar a Lei de Hooke.

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