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REVISÃO E RESUMO

Princ í pio da Neste capítulo estudamos o efeito das forças exercidas sobre um corpo
transmissibilidade rígido. Primeiro, aprendemos a distinguir forças externas e forças inter¬
nas [Se ção 3.2] e vimos que , de acordo com o principio da transmissibi¬
lidade , o efeito de uma força externa sobre um corpo í rgido permanece
inalterado se essa força for movida ao longo da sua linha de ação [Seção
/ 3.3]. Em outras palavras, duas forças F e F' que atuem sobre um corpo
/
I rígido em dois pontos diferentes terão o mesmo efeito sobre esse corpo
/
/ se tiverem a mesma intensidade, a mesma linha de ação e o mesmo sen ¬
tido ( Fig. 3.48) . Duas forças assim são ditas equivalentes.
Antes de prosseguirmos com a discussão sobre sistemas de forças equiva¬
Figura 3.48 lentes, apresentamos o conceito de produto vetorial de dois vetores [Se¬
ção 3.4]. O produto vetorial

Produto vetorial de dois V = PxQ


vetores
dos vetores P e Q foi definido como um vetor perpendicular ao plano que
contém P e Q.( Fig. 3.49 ) , de intensidade

V = PÇ sen e (3.1)
v pxg
e direcionado de modo que uma pessoa localizada na ponta de V observará

<
(« >
*
P
-
como anti horá ria a rotação ao longo de 0 que faz o vetor P ficar alinhado
com o vetor Q. Os três vetores P, Q e V - tomados nessa ordem - formam
-
uma tríade orientada diretamente. Segue se que os produtos vetoriais
Q X P e P X Q são representados por vetores opostos. Temos

i;
QXP = - ( P X Q) (3.4 )

Segue-se també m da definição de produto vetorial de dois vetores que os


produtos vetoriais dos vetores unitários i, j e k são
i
(h ) i Xi = 0 i Xj=k jXi= - k
Figura 3.49
e assim por diante. O sinal do produto vetorial de dois vetores unit á rios
-
pode ser obtido arranjando se as três letras que representam os vetores
-
unitários em um círculo, em ordem anti horá ria ( Fig. 3.50 ): o produto
k 1
vetorial de dois vetores unitá rios será positivo se seguirem um ao outro
-
em ordem anti horá ria, e negativo se seguirem um ao outro em ordem
Figura 3.50 horária.
Os componentes retangulares do produto vetorial V de dois vetores PeQ
são expressos [Seção 3.5] como:

Componentes retangulares V, = PVQZ - P;Qy


do produto vetorial Vy = PZQX ~ PXQZ (3.9 )
V, = PX Ç y - PyQx

Usando um determinante, temos també m :

• j k
V Px Py P .- (3.10 )
Q* <?!, <?:
148
Capítulo 3 rgidos: sistemas equivalentes de forços
Corpos í 149

O uumtento de uma força F em relação a um ponto O Foi delí nido [Seção Mou í enfo de u mo fo i i. a em
3, 6] como o produto vetorial relaçã o um ponto
M0=r X F ( 3.11 ) M :

é o ponto de aplicação A da força


onde r ê o vetor posição traçado de O at
F : Fig, 3.51 ). Representando por 9 o ângulo entne âs linhas de ação de I
reF. encontramus que a intensidade do momento do F em redação a O ' "
pode ser expressa como
M = rF sê n 0
0 — Fd [3,12)

onde d representa a dist â ncia perpendicular do ponto O at é a linha de Figuro 3.51


ação de F.
Os componentes retangulares do momento M0 de uma força F foram Componente: i elcingulá res
expressos [ Seção 3.81 como ' 1 do momento
:
A -~ ZF<J [3.18 )
-tf *
Mz = ~
tf Fr
9J
onde T, y e z são os componentes do vetor posiçã o r ( Fig. 352 ). Usando
uma forma de determinante, també m temos:

i j k
x y z (3.19)
,
;
:l
F, F F:
Figuro 3.52
No caso mata geral do momento em relação a um ponto arbitrário B do
uina força F aplicada em A, obtivemos:
F
i j k
ojs - !íi, ) j
'
MB = X-A.IB
'
ym SA/S ( 3.21 ) K'
Fr n,
F F; r\m
\

onde xA / Xi y Vlj e zA/s representam os componentes do vetor / J (: r


1


^A/JS ^A ~ xt< VA / B ~ tf »

No caso de problemas que envolvem apenas duas dimensões, pode-se ad ¬


SAW ~ ZA “ Ss

mitir que a força F fique no plano JCI/ Seu momento Mtl em relação a
.

$nn pimto B no mesmo plano é perpendicular a esse piano ( Fíg. 3.53) e é Figure 3.S 3
cnmpletamente definido pelo escalar;
Aí, = ( VA ~ 9a )F* ( 3.23 )

Vá rios métodos para o cálculo do momento de uma força em relação a


ttm ponto foram ilustrados nus Problemas Ftesnlvidus 3, 1 a 3.4.
& - produto escalar de dois vetores PcQ [Seção 3,9] foi representado por produto escalor de dos ;-
P Q e definido como a grandeza escalar
P Q = PÇ cos 9 (3.24 )

I
1 50 Mecâ nico vatonal fjarg en enFieirgs : está tica
^
onde d é o ângulo entre P e Q ( Fig. 3.54). Expressando o produto esca ¬
lar de P c Q em termos dos componentes retangulares dos dois vetores,
determinamos que :

V
P Q =? A + FA + &3&J
Figura 3.54 A projeção de um vetor P sobre um eixo OL ( Fig. 3.55) pode ser obtida
efetuando-se o produto escalar de P e do vetor unitário A ao longo de
Projeçã o de um vetor sobre OL Temos
gm erxo
POL = V \ (3.36)

.
ou usando componentes retangulares
L
í
P o l - P, cos 0 V + P3 eos + P. cos «. (3.37)
H
"
onde 0 , 0V e t i. representam os ângulos que o eixo OL forma com os eixos
Je oowdenadãs.
i
' 0 produto triplo misto de três vetores S, PcQ foi definido como a ex
presto escalar

S ( F X Q) ( 3.38)
Figura 3 55*

obtida efetuiuido-se o produto escalar <le S pelo produto vetorial de P e


Produto triplo misto de três Q [Seção 3.10]. Foi mostrado que
vetores
s,
S - (P X Q ) p.
S,

Q*
Ss
p
Ç
» í\ ( 3.41 )
*
onde os elementos do determinante sâo os componentes retangulares
dos três vetores.
Momento de uma fosnça em O momento de uma força F em relação a um eixo OL [Seção 3.11 ] foi
relação o um eixo definido como a projeção OC sobre OL do momento M0 da força F
( Fig. 3.56), ou seja, como o produto triplo misto do vetor unitário A , do
vetor posição r e da torça F:
L
Moli = A M 0 = A ( r X F) (3.43)

r Usando a forma determinante para o produto triplo misto, temos


H , '

\x AJy z
.1 MaL (343)
'1
F> F, Fa

onde A,, Ay, A. = cossenos diretores do eixo OL

Figuro 3 *56
, —
i, y , 7S - componentes de r
Fr Fr F. = componentes de F
Um exexnplo de determinação do momento de uma força em relação a
um eivo inclinado foi dado no Problema Resolvido 3.5.
Capitulo 3 Corpos r í gidos ; sistemas equivalentes da íor ços 15T


Diz -se que duas forças F e F de igual intensidade, tinhas de ação para¬
lelas e sentidos opostos formam um hinário [Seção 3.12], Foi mostrado
Biná rios
que o momento de um binário é independente do ponto em relação ao
que é calculado; esse momento é um vetor M perpendicular ao plano do
binário e cuja intensidade é igual ao produto da intensidade comum F das
forças e da distância perpendicular a entre suas linhas de ação ( Fig. 3.57 ).
Dois binários que têm o mesmo momento M sâo erpiivalentes , ou seja,
têm o mesmo efeito sobre um dado corpo rígido [Seção 3.13]. A soma de
dois binários é, ela própria, um binário [Seção 3.14], e o momento M do
-
biná rio resultante pode ser obtido somando se vetorialmente os momen ¬
tos M , e Mj dos binários originais [Problema Resolvido 3.6] Segue sc
que um biná rio pode ser representado por um vetor denominado vetor
,
- Figura 3.57
binário , igual em intensidade, direção e sentido ao momento M do biná¬
.
rio [Seção 3.15], Um vetor binário é um vetor livre que pode ser ligado à
origem O, se assim desejar, e representado por componentes ( Fig. 3.58).

-
»4
gj i.ÇAÍ = Pá )
'"A ,
a T
Q
- F X iJ4
‘“ ir

MT

W
Figura 3.56

Qualquer força F que atua cm um ponto A de um corpo rígido pode ser Sistema força -bin á rio
substitu ída por um sistema força- fntiário em um ponto arbitrá rio O, que
consiste na força F aplicada em O e um binário de momento Mrt igual ao
momento em relação a O da força F em sua posição original [Seção 3.16];
-
deve se observar que a for ça F e o vetor binário M são sempre perpen ¬
diculares entre si ( Fig. 3.59) .
()

rd w‘
° — ?,
*

Figuro 3, 59

Segue-se [Seção 3.17] que qualquer sistema de forças pode se reduzido a Reduçã o de um sislema
um sistema força-binário em um dado pimto O substituindo-se primeiro de forças a um sistema
cada uma das for
ças do sistema por um sistemu força - binário equivalente forç a - bin ário
-
cm O ( Fig. 3.60) e. em seguida, somando se todas as forças e todos os

t
1 52 Mecpniçg vetorial pgra sngenheims : está tica

-
binários iletc rminados dessa maneira para se obter uma força resultante
R e um vetor biná rio resultante MÓ [ Problemas Resolvidos 3,8 até 3.11J .
Observe que geralmente a resultante R e o vetor biná rio M ,, não serão
perpendiculares entre si.

u.

h í >
1
' !

?
Mí >
\
*
7
:s ' '
feí
Figuro 3.60

Sistemas equivalentes de Conclu ímos do que foi exposto anteriormente [Seção 3.18) que, em se
forças .
tratando de um corpo rígido, dàis sistemas de forças, F, F3, F3, .... e FJ .
Fj, Fj, são equivalentes se e somente: .
£F = £F' e LM0 = LM; (3.57 )

Redu ção adicional de um £


Se a força resultante F e o vetor binário resultante M são perpendicu ¬
sistema de forças lares entre si , o sistema força-biná rio em O pode ainda ser reduzido a
uma força única resultante [StSgSo 3.30] Esse será o caso para sistemas
,

constitu ídos dc ( a ) forças concorrentes ( Cap. 2), ( b ) forças coplanares


[ Problemas Resolvidos 3.8 e 3.9] ou (c ) forças paralelas [ Problema Resol ¬

vido 3.11 ]. Se a resultante R e o vetor bin á rio MÓ não são perpendicula ¬


res entre si, o sistema não pode ser reduzido a uma força ú nica. Todavia,
pode ser reduzido a um tipo especial dc sistema força-binário denomina
do torsor, que consiste na resultante R e em um vetor bin á rio M , dirigido
an longo de R [Seção 3.21 c Problema Resolvido 3.12 ].
PROBLEMAS DE REVISÃO
3.1 47 Um caixote 80 kg de massa é mantido na posição mostrada na figu ¬

- -|- Li.fi III


ra. Determine ( a ) o momento produzido pelo peso W do caixote cm .1
0,(i III
^
reiáçào mi poitto (hj a mcuor lorça aplicada em B que pruduK um
momento de igual intensidade e sentido oposto cm relação a E .
0,3 ui
L'
1 W
3.148 Sabe - se que conectando a biela AB exerce na manivela BC H for ça
1,5 kN direcionado para baixo e para a esquerda ao junto a linha cen
( rul de AB. Determine o momento da força sobre C
- .
u fiO MI

3 . I 19 Uma vara th- pfeseui ilr lt8 m é estirada na areia dá praia . ApAs O
peixe inoi íkr a Lsca. a for ça resultante na liuba ê 25 N . Determine o
momentosobn; A da Ibrça exercida. na linha mn B .

Figura P3.1l 47
V

.
Ji --

A
A

12 mm
figura P 3J 49

3.150 As condas AB e BC. são duas das cordas usadas para suportar uma bar
i Vi Tttíí!

raca. As cordas estão fixadas a uma estaca em B . Se a tensão na corda


AB’ é 540 N determine m ) o ângulo entre a corda AB e a estaca, ibl a u %-
projeção na estaca da força exercida pela corda AB ao ponto B. 21 win
Figura P3J4B

í L AÍ
*
/ vlO)
/ 1C I?

3 rn
r\
ÍK 38 rn
I m I ?
J .5 m
0,1« ui

i JetaLfop da estica erm Ã

.
Figura P3 T 5 D

153
154 Mecânica vetorial paro engenheiros: estática
T
3.151 Um fazendeiro ulilõiQ cabos e guinchos S è.E para aprumar uma la ¬

"
* teral de um pequeno celeiro. Sabendo que a soma tios momentos em
relação ao eixo.r das forças exercidas pelos cabos sobre o celeiro nas
pontos A e l J é igual a 6.4(H) N - m, determine a intensidade de T^ j,
quandó TÁÍ ’°: 1.134 N.
hV/ IIF F
; :

3.152 Resolva o Problema 3.151 quando a tensão no cabo AR 6 1.360 N.


vi • *

0,3 in E 3.153 Umacabl&gem é leitapela passagem de dois ou tr ês tins em torne de


r cavilhas de diâmetro. 50 mm montadas tun uma pjaea de compensado
de madeira. Se a força de cada fio é lâ N, determine u binário resultan ¬

te exerekki no compensado de madeira quando tt = 450 mm ( a ) apenas


Figuro P3.151
os fios AB e CD estão no lugar, ( b ) todos três os fios est ão ni> lugar.

14 M A

0 12 N
, »
1tzi 25 , ,
D /
A
—— -* *
fi00 nim

« —
12 N
«

1ÍN
C
r
T IKN
Figure P3.353

3.154 Um operário tenta mover uma pedra aplicando uma Ibrç a de 360 N
eifl uma barra de aço, isirao mosti'a a figura ( a,! Substitua essa Força
,
1

por um sistema força-bmário equivalente em D. (b ) Dois operários


experimentam mover a mesma pedra aplicando uma Ibrça vertical
em A e uma outra foiça em D. Determine essas duas forças para que
sejam equivalentes h força única da parte o.

MN
V
0:4 m
'i
mN :
u.35 m O',
0,3 in :u

150 «Mil
-

Figure f*3.1S4

3.155 dime força de 110 N, atuando cm um plano vertical paralelo ao plano


f/ c, é aplicada sobre a alavanca horizontal AB de 220 mm de com¬
primento de uma chave soquete, Substitua a for ça por um sistema
Figuro P3.155 For ça-binário equivalente na origem O do sistema de coordenadas.

1
Copítulo 3 * Corpos r í gidos: sistemos equivalentes de forças 1 55

3.156 Quatro cordas são fixadas em umonJxotu ç exoreem forças como mos ¬
trado na figura. Se tis foiças são substituídas por unut força eq uiva-
lentè única aplicada num ponto na linha AB , determine ia ) a for ça 700 K
equivalente e a distâ ncia dc A ao ponto de aplicação da força quando
a - 30". (b ) o valor de a tal que a força equivalente ú ntcu seja aplica ¬
da no ponto B.
M
“S—
] d
400 N

T
t 1.160 mm

, N
« 2511.600
3.157 Uma lâmina fixada em uni suporte 6 usada para enroscar um parafuso
400 N
em A. ( a ) Determine as forças exercidas em B e C sabendo que estas . 900 mm
são equivalentes a um sistema força- binirio em A representado por
-
K - (30 N )l + fig' + HM HM* = - (12 N m )i. ( h ) Encontre as
U ^
m Tcri65°
1.670 rrnn
1
valores correspondentes de fi5 O Ã,. (e) Qual é a orientação da fenda
na cabeço dn parafuso para qua! a lâ mina tenha menor probabilidade figura P3.1 S
tie escapar quando O suporte estira posição mostrada!1 *

200 mm
~1i 100 mm
£
-Í3 U
*\
CM
100 nlUr

'
Figura P3.157

3.155 Uma base de concreto na forma de um hexágono regular de lado 3,65 m


suporta qualro colunas com cargos como mostrado na figura. Determi ¬
ne a intensidade da carga adicionai que deve scr aplicada em B e F se 4
resultante de todas as spis cargas passa através do centro da base.

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Figura P3, 155

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