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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Seminário de Iniciação à Docência – SEMID (4.: 2019: São Luís, MA)

Anais do IV Seminário de Iniciação à Docência – SEMID [recurso eletrônico]: formação e prática


docente: trajetórias, concepções e desafios / Organizadores: Ângelo Rodrigo Bianchini... [et al.]. — São
Luís: EDUFMA, 2020.

408 p.
Modo de acesso: world wide web
ISBN: 978-65-86619-52-2 

1.Formação docente – Encontro científico - UFMA. 2. Prática docente. I. Bianchini, Ângelo


Rodrigo. II. Santos, Antonio Higor Gusmão dos. III. Sousa, Karla Cristina Silva. IV. Sousa, Scarlet Cristina
Silva. V. Rodrigues, Tadeu Luís Maciel. VI. Título.

CDD 371.12
CDU 371.13

Elaborada por Eliziene Barbosa Costa – Bibliotecária CRB 13/528


PIBID-PEDAGOGIA/UFMA: uma proposta de prática pedagógica antirracista na
perspectiva da lei nº 10.639/03

Andrezza Costa dos Santos de Sousa Maciel


Atatiana Pereira
Carla Bianca dos Santos Costa
Epha Ellen Nunes Silva
Yandara Andresa Nogueira Veloso
Docente Orientadora: Profa. Dra. Valdenice de Araújo Prazeres
PIBID/Pedagogia
Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

RESUMO: Este trabalho tem o objetivo de refletir sobre o Programa Institucional de


Iniciação à docência (PIBID), como possibilidade de elevação da qualidade da
formação inicial de professore/as (CAPES, 2018) por propiciar a articulação das
teorias estudadas na Universidade, com as práticas, vivenciadas na escola, bem
como oportunizar o desenvolvimento de ações com base em temáticas que
necessitam de atenção, como a Educação para as Relações Étnico-raciais. O
subprojeto do PIBID para o curso de Pedagogia, intitulado “Entrecruzando
alfabetização e letramento linguístico e matemático com educação para as relações
étnico-raciais”, foi proposto na intenção de impulsionar reflexões sobre essa
temática, assim como investigações e produção de conhecimento com base em
vivências no espaço escolar, por meio de abordagens sobre a cultura africana e
conhecimentos originários do continente. A obrigatoriedade do ensino da História e
Cultura e Africana e Afro-Brasileira, definida pela alteração da Lei de Diretrizes e
Bases (LDBEN) nº 9.394/06, pela Lei nº 10.639/03 e seus dispositivos
complementares, se faz importante, pois, outras perspectivas da História do legado
negro devem ser abordadas, ensinadas nos vários âmbitos da sociedade brasileira.
Porém, de forma distinta da que foi ensinada e retratada durante anos e até hoje,
sendo silenciada sem serem expostas as suas contribuições que foram positivas

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e desafios. (Orgs). Angelo Rodrigo Bianchini; Antonio Higor Gusmão dos Santos, Karla Cristina Silva
Sousa, Scarlet Cristina Silva Sousa, Tadeu Luís Maciel Rodrigues. São Luís: Edufma, 2020. ISBN:
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para a cultura e história da nação brasileira. O Ensino de História e Cultura Afro-
Brasileira e Africana tem por objetivo o reconhecimento e valorização da identidade,
história e cultura dos afro-brasileiros, bem como a garantia de reconhecimento e
igualdade de valorização das raízes africanas na nação brasileira, ao lado das
indígenas, europeias, asiáticas (BRASIL, 2004). A Lei nº 10.639/03, além da
obrigatoriedade do ensino da História e Cultura africana e afro-brasileira, foi
responsável pela criação de muitos projetos, pesquisas, cursos para a formação
(inicial e continuada) de professores, tendo em vista a qualificação para educar para
as relações étnico-raciais. Com o auxílio da Resolução CNE/CP 01/2004 e do
Parecer CNE/CP 03/2004, que instituem Diretrizes de Educação para as Relações
Étnico-Raciais, instituiu-se não apenas iniciativas de formação inicial e continuada
de professores da Educação Básica, como também orientações para os processos
de gestão escolar com atenção para uma educação antirracista. Tais documentos
legais atuam como eixos norteadores na criação de ações afirmativas para
população negra, de políticas de reparações, e de reconhecimento e valorização
de sua história, cultura, identidade (BRASIL, 2004). E inserem-se em um conjunto
de ações políticas dirigidas à correção de desigualdades raciais e sociais,
denominadas Ações Afirmativas, que são “orientadas para oferta de tratamento
diferenciado com vistas a corrigir desvantagens e marginalização criadas e
mantidas por estrutura social excludente e discriminatória” (BRASIL, 2004 p. 4).
Diante disto, o subprojeto do PIBID da licenciatura em Pedagogia da Universidade
Federal do Maranhão ancorado na Lei nº 10.639/03 e nas Diretrizes Curriculares
Nacionais para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história
e cultura afro-brasileira e africana, se caracteriza como uma iniciativa condizente
com uma ação afirmativa, pois se propôs a desenvolver as orientações por eles
estabelecidas. Considerando um dos objetivos indicados no Subprojeto, no que se
refere a explorar aspectos teóricos, metodológicos e didáticos dos conteúdos
referentes à temática da educação para as relações étnico-raciais, nós, discentes
de Pedagogia atuantes no Programa, desenvolvemos ações em escolas da Rede
Pública Municipal de Ensino, as quais possuíam abordagens voltadas para a

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educação das relações étnico raciais. Com foco na alfabetização e letramento
linguístico e matemático (KLEYMAN, 1995; ROJO, 2009), destacam-se, entre as
práticas pedagógicas concretizadas com alunos do 1ª ao 5º ano do Ensino
Fundamental, a utilização de literatura infantil voltada para as culturas africanas e
afro-brasileiras e o uso de jogos de tabuleiro originários do continente africano
(mancala, yoté, butterfly e outros), assim como brincadeiras africanas. Além disso,
o subprojeto possibilitou discentes e professores atuarem juntos, realizando
reflexões a respeito da temática e compartilhando saberes, como defende outro
dos objetivos do subprojeto que se refere a possibilitar ao/às licenciando/as e
professore/as das escolas participantes do Subprojeto a oportunidade de troca de
experiências, estudo, reflexão e construção de conhecimentos sobre alfabetização
e letramento linguístico e numeramento, com ênfase na referida temática
(PRAZERES, 2018). Sendo assim, a experiência de participação no PIBID, além
de nos possibilitar a inserção em escolas públicas, propiciando reflexões sobre
essa realidade ainda nos primeiros períodos do curso, nos permitiu a oportunidade
de desenvolver ações para contribuir com o processo de alfabetização linguístico e
matemático dos alunos das escolas municipais participantes do Programa, com
uma perspectiva de educação para as relações étnico raciais. Estudamos e
socializamos conhecimentos com o objetivo de que as culturas que foram
silenciadas e consequentemente discriminadas historicamente, como exemplo a
Africana e Afro-Brasileira, possam ser valorizadas e as crianças negras possam
adquirir orgulho de seu pertencimento racial, em concordância com as diretrizes
(BRASIL 2004). Com base nessa experiência, entendemos que o PIBID pode se
configurar como um espaço formativo voltado para a construção de uma prática
pedagógica antirracista, trazendo reflexões para a construção do reconhecimento
e valorização da cultura africana e afro brasileira e alternativas de combate do
preconceito e racismo que ainda se fazem presentes nos espações escolares.

REFERÊNCIAS

IV Seminário de Iniciação à Docência. E-book: Formação e prática docente: trajetórias, concepções


e desafios. (Orgs). Angelo Rodrigo Bianchini; Antonio Higor Gusmão dos Santos, Karla Cristina Silva
Sousa, Scarlet Cristina Silva Sousa, Tadeu Luís Maciel Rodrigues. São Luís: Edufma, 2020. ISBN:
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BRASIL. Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. D. O. U. de 10 de janeiro de
2003. Disponível em:http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.639.htm
Acesso em: 12 fev. 2019.

___________. Ministério da Educação. Parecer CNE/CP 003/2004. Diretrizes


Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o
Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/cnecp_003.pdf Acesso em: 12 fev. 2019.

COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL


SUPERIOR/CAPES. Portaria Gab Nº 45, de 12 de março de 2018. Disponível
em:
https://sei.capes.gov.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&aca
o_origem=arvore_visualizar&id_documento=703847&infra_sistema=100000100.
Acesso em 20 set 2019.

KLEIMAN, Angela B. Os significados do letramento: uma nova perspectiva sobre


a prática social da escrita. Campinas: Mercado de Letras, 1995.

PRAZERES, Valdenice de Araujo. Entrecruzando alfabetização e letramento


linguístico e matemático com educação para as relações étnico-raciais.
Subprojeto PIBID/PEDAGOGIA/UFMA. São Luís, 2018.

ROJO, Roxane H. Letramentos múltiplos, escola e inclusão social. São Paulo:


Parábola Editorial, 2009.

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e desafios. (Orgs). Angelo Rodrigo Bianchini; Antonio Higor Gusmão dos Santos, Karla Cristina Silva
Sousa, Scarlet Cristina Silva Sousa, Tadeu Luís Maciel Rodrigues. São Luís: Edufma, 2020. ISBN:
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