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Santo André
2022
FACULDADE CLEBER LEITE
CURSO DE GESTÃO HOSPITALAR E MBA EM GESTÃO DA QUALIDADE E
SEGURANÇA DO PACIENTE
Santo André
2022
FACULDADE CLEBER LEITE
CURSO DE GESTÃO HOSPITALAR E MBA EM GESTÃO DA QUALIDADE E
SEGURANÇA DO PACIENTE
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
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Santo André
2022
RESUMO
ABSTRACT
The purpose of this article is to present the importance of the patient's role in their care and learn
about the advantages of this model of care that goes beyond the clinical perspective, but also under
emotional, social, mental and financial issues. It is a bibliographic study that was developed in a
descriptive way, through updated bibliographies on the subject. In 2001, patient-centered care was
incorporated as one of the six priorities of Quality in health by the Institute of Medicine and even in
the face of great advances in the health system in the face of this issue, it is still seen as challenging.
Understanding what the patient experience is, training health professionals, ensuring and facilitating
patients' access to information about their hospital staff, as well as including it in decision-making
about their treatment, are the most common strategies found within of health organizations that
practice person-centered care.
A experiência do paciente são todas as interações que o paciente tem no setor de saúde,
desde a sua entrada até a sua alta e muitas vezes pós alta, incluindo também os serviços de plano
de saúde, os profissionais da saúde, práticas médicas, entre outros cuidados. No latim a palavra
Experiência: Experientia é a ação e o efeito de experimentar e a palavra Paciente: Patientem,
significa o que sofre, o que padece.
Essa prática vem ganhando força nos dias de hoje, em 2013 foi criado pela Organização
Mundial da Saúde (OMS) o programa Patients for Patients Safety (Pacientes pela segurança dos
pacientes), que visa promover a inclusão da experiência do Paciente, da família e da comunidade
em todos os níveis de cuidado buscando sua inserção e emponderamento.
Esse novo enfoque de cuidado pela ótica da pessoa, promove melhorias na qualidade do
atendimento com a participação ativa do paciente, ressaltando o engajamento do paciente na
avaliação dos serviços de saúde. A qualidade em saúde foi destaca pelo IOM nas seguintes
dimensões: segurança, efetividade, centralidade no paciente, oportunidade, eficiência e equidade,
contribuindo para a elaboração de um plano de melhoria da qualidade do cuidado.
Outro conceito que está intimamente associado a avaliação da qualidade e satisfação do
paciente, é a sua concepção sobre os serviços prestados, tomando por base suas expectativas,
assim sua avaliação pode resultar em diferentes níveis de satisfação, desde escassos quando o
serviço não atende ao esperado, ou quando atende as suas expectativas, gerando um serviço de
excelência, dessa forma é importante mencionar o encantamento do paciente, que nada mais é do
que ir além do esperado e surpreende-lo, quando ocorre uma atitude diferenciada conquistamos o
paciente e seu familiar.
Sabe-se que a perspectiva dos pacientes em relação aos serviços difere da perspectiva dos
profissionais, condição que remete a necessidade de explorá-la, acerca dos cuidados
vivenciados, em busca de contribuições para melhorar a segurança e, portanto, a experiência
do paciente, com base na visão de quem recebeu o serviço.
Dessa forma são perspectivas diferentes de quem consome o cuidado e de quem oferta esse
cuidado, ambos os aspectos podem impactar favoravelmente na percepção da experiência do
paciente. Esse estudo traz o paciente como parceiro no cuidado, como também, entender o que é
a experiência do paciente vai além do paciente, aprender as vantagens desse modelo e como ele
pode contribuir com as organizações de saúde e seus pacientes e comunidade.
OBJETIVO:
MATERIAIS E MÉTODOS:
Trata-se de um estudo dissertativo realizado através de referências bibliográficas dos últimos cinco
anos referentes a experiência do paciente, cuidado centrado na pessoa.
REVISÃO LITERÁRIA:
1- Contexto Histórico:
O Psicólogo Carl Ransom Rogers (1902 - 1987), no início dos anos de 1960 foi o primeiro a
utilizar o termo “centrado na pessoa” no campo da psicoterapia, apesar do significado ser diferente
em alguns aspectos do termo atual “cuidado centrado na pessoa”, ambas têm em comum a empatia
na relação profissional x paciente, abstendo-se do seu julgamento e considerando a perspectiva do
usuário do serviço. Dez anos depois, na década de 1970, o psiquiatra George Engel (1913 – 1999),
traçou o campo do modelo biopsicossocial de saúde, que hoje é usado para explicar e avaliar as
mudanças necessárias na prestação do cuidado centrado na pessoa.
O movimento da experiência do Paciente começou nos Estados Unidos nos anos de 1980
motivados pelas reivindicações dos consumidores e apoiadores dos direitos dos pacientes, com o
objetivo de reconhecer e melhorar a vivência em um sistema de saúde com os recursos escassos
e em crescente judicialização.
Em meados dos anos 2000, foi desenvolvida uma pesquisa de experiência pelo governo dos
EUA, composto de algumas perguntas que abordavam temas importantes como a comunicação, o
comportamento, a avaliação do cuidado, o gerenciamento da dor e entre outras questões. O
resultado da pesquisa era divulgado publicamente na página de serviços de cada Hospital, assim
os pacientes utilizavam as informações da pesquisa para escolher em qual serviço de saúde estava
mais preparado para melhor para atendê-lo.
Já na Europa o contexto difere dos Estados Unidos, uma vez que o principal autor do cuidado
é o próprio Estado. O sistema mais reconhecido é o National Health Service (Serviço Nacional de
Saúde), ou NHS, no Reino Unido. Segundo o NHS para que os pacientes tenham uma experiência
positiva, os serviços precisam ter primeiramente o respeito pelos valores, preferências e
necessidades do paciente, como também ofertar uma coordenação e integração de cuidados com
acesso a informação, comunicação e educação garantindo o conforto físico, um suporte emocional
e envolvimento de familiares e amigos, comprometendo – se com a transição e continuidade do
atendimento preservando o acesso aos serviços de assistência.
O conceito de experiência do paciente tem suas peculiaridades em cada país, nos EUA é
visto como forma de satisfação, a saúde está canalizada ao consumo e na Europa é voltada para
a humanização, porém ambas são apontadas para o desfecho clinico, ou seja, o resultado final do
tratamento.
Nos EUA os prestadores de serviços são pagos mediante aos indicadores de experiência do
paciente, o que obriga os gestores a investirem cada vez mais nessa temática. No Brasil o serviço
de saúde ainda não é remunerado em função da avaliação da experiência do paciente, porém
oferecer acolhimento, informação, educação em saúde devem fazer parte do dia a dia dos
profissionais da saúde.
2- A importância do Cuidado Centrado no paciente:
Sabe-se que não se trata apenas de entender somente a doença em si, mais também a vida
emocional do paciente e tudo que isso possa enquadrar. Com os avanços da tecnologia garantindo
a facilidade de acessos as informações sobre as doenças e tratamentos, os pacientes estão cada
vez mais ativos nos cuidados da própria saúde e qualidade de vida, dessa forma, priorizar essa
prática é uma estratégia assertiva para conquistar e fidelizar cada vez mais as pessoas.
Nesse novo cenário é preciso entregar o valor a cada paciente de forma individualizada,
mostrando confiança necessária para que ele possa evidenciar seus valores e suas expectativas,
para que estes possam ser cumpridos em sua total integridade.
Quando o paciente tem a oportunidade de tomar decisões sobre o seu cuidado e tratamento
em conjunto com os profissionais da saúde ficam mais satisfeitos com o cuidado, são mais
propensos a escolher os tratamentos com base em seus valores e preferências e assim tendem a
optar por tratamentos menos invasivos e com custos altos. Quando as pessoas têm um papel ativo
na gestão da sua saúde é menos provável que precisem utilizar serviços hospitalares de
emergência, como também a probabilidade de realizarem o tratamento e o uso de medicamentos
de forma correta aumentam, segundo o Instituto Proqualis criado em 2019 com o objetivo de
disseminar as informações e tecnologias na área da qualidade e segurança do paciente.
[...] os elementos necessários para reduzir custos e melhorar a experiência dos pacientes
dependem de ampliar a eficiência operacional, viabilizar a interoperabilidade, aumentar a
visibilidade dos dados e melhorar o engajamento dos pacientes. A maior visibilidade em toda
a organização de saúde contribuirá para transformar dados em inteligência, reduzindo, assim,
os custos. (Tiinsede, 2019).
Quando se fala sobre a ótica do paciente, a família também tem um papel fundamental nesse
cuidado, pois estão mais propensos a vulnerabilidades quando enfrentam situações que podem
causar sofrimentos aos seus e nesse momento o apoio da equipe de saúde pode contribuir para
aliviar essa tensão e acolher de forma participativa e empática esse familiar. A percepção do
paciente e seu familiar no cuidado, além de influenciar no seu engajamento, também contribui para
as práticas de segurança nas organizações.
A participação ativa do paciente favorece a melhoria contínua nas instituições, podendo
assim identificar falhas e eventos que possam passar despercebidos pela equipe de saúde, muitas
vezes sobrecarregadas, como também podem contribuir positivamente para sanar as fragilidades
encontradas nos serviços de saúde em relação a incorporação e desafios da experiência do
paciente.
A revista Cadernos de Saúde Pública, publicada pela Escola Nacional de Saúde Pública,
publicou um artigo em 2020 abordando a Segurança do paciente no cuidado hospitalar através
perspectiva do paciente, apontando algumas fragilidades vivenciadas pelos usuários no seu
atendimento impactando na sua experiência. Segundo a revista “[...] na percepção do paciente,
questões relacionadas à comunicação apresentaram-se de diferentes maneiras, identificadas como
problemas relacionados ao respeito e à dignidade, à escuta do paciente ao relacionamento
profissional/paciente, ao direito dos pacientes e ao fluxo e gerenciamento de informações”. (CAD
SAÚDE PÚBLICA, 2020, p. 13).
A falta de diálogo entre os profissionais e o paciente fragiliza o cuidado, não serem ouvidos
ou ignorados pela equipe de saúde, põe em risco o tratamento do paciente, indo ao contrário do
objetivo proposto pelo cuidado centrado, desfocando o paciente e desconsiderando seu papel ativo
no seu tratamento. Dignidade e respeito também estão relacionadas a segurança do paciente,
como também a capacitação dos profissionais para uma escuta qualificada, organizando e
planejando o cuidado e papéis das equipes frisando sua responsabilidade perante ao paciente.
Ainda sobre o estudo publicado pelo Caderno de Saúde Pública, foram identificados quatro
tipos de comportamentos que ferem a segurança do paciente:
Profissionais ignoraram o conhecimento dos pacientes; desrespeito aos pacientes por meio
de tratamento com termos pejorativos; falha na comunicação da informação para o paciente
e a família; e profissionais manipulando informação e utilizando o medo para influenciar as
decisões de pacientes e familiares, ou enganar ou deixar o paciente desinformado. (CAD
SAÚDE PÚBLICA, 2020, p. 14).
1
Evento Adverso é um incidente que resulta em danos à saúde do paciente que pode ser classificado em: Evento
Adverso Evitável: incidente que resulta em dano ao paciente (ato não intencional) ou a uma violação (ato intencional)
- Falhas na comunicação.
identificados possam contribuir para a elaboração de um plano de melhoria na qualidade e
segurança do paciente.
CONCLUSÃO:
Embora proporcionar uma gestão do cuidado centrado no paciente leva um certo tempo para
as organizações de saúde, é preciso investir em treinamentos, desenvolvimento da equipe de forma
educativa, para evitar falhas e fragilizar o sistema de atendimento como um todo. Esse conceito
ainda é novo no Brasil, comparado aos outros países, porém a sua gestão proporciona um
diferencial para os serviços de saúde.
Percebe-se sob a ótica do paciente fragilidades que precisam ser eliminadas para a evolução
no cuidado centrado, ressalta-se novamente a importância de ouvir o usuário, colocá-lo no centro
do seu cuidado de forma ativa e participativa, levando em consideração suas críticas como forma
de melhoria, contribuindo para uma gestão voltada para a qualidade e segurança do paciente.
Cadernos de Saúde Pública. Segurança do paciente no cuidado hospitalar: uma revisão sobre
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28/12/2021).
NASCIMENTO, Melissa Cunha, MARQUES, Mayane Cristina, SILVIA, Letícia de Paula Carvalho,
FONSECA, Natália Carvalho, DIAS, Rosilda Silva, SILVIA Líscia Divana. O cuidado digno sob a
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Development Research, v11, março 2021. Disponível em: <
https://www.journalijdr.com/sites/default/files/issue-pdf/21413_0.pdf>. (Acessado em 30/11/2021).
Proqualis. Simplificando o cuidado centrado na pessoa. O que todos devem saber sobre o
cuidado centrado na pessoa. Rio de Janeiro, 2016. Disponível em: <
https://proqualis.net/sites/proqualis.net/files/Simplificando-o-cuidado.pdf>. (Acessado em
13/12/2021).
Revista Bioética. Dor e sofrimento na perspectiva do cuidado centrado no paciente. Rev. Bioét.
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cuidado centrado no paciente Dor e sofrimento na perspectiva do cuidado centrado no paciente>.
(Acessado em 13/12/2021).
Revista Gaúcha de Enfermagem. Atributos de satisfação relacionados à segurança e
qualidade percebidos na experiência do paciente hospitalizado. Original Artigo, 2020.
Disponível em: < SciELO - Brasil - Satisfaction attributes related to safety and quality perceived in
the experience of hospitalized patients >. (Acessado em 05/12/2021);
RODRIGUES, Kelly Cristina. Experiência do Paciente. Patient Centricity Consulting, São Paulo,
2019, 117 p. Apostila.
RODRIGUES, Kelly Cristina. A era da experiência dos Pacientes. GV Executivo, v18, n1, Jan/Fev
2019. Disponível em:
<https://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/gvexecutivo/article/view/78186/74899>. (Acessado
em 26/12/2021);
TIINSEDE. Estudo conclui que foco da saúde deve ser redução de custos e melhor
experiência do paciente. Saúde Digital, Fev/2019. Disponível em:
<https://tiinside.com.br/20/02/2019/estudo-conclui-que-foco-da-saude-deve-ser-reducao-de-
custos-e-melhor-experiencia-do-paciente/>
(Acessado em 15/01/2022);
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em: <https://www.who.int/publications/i/item/9789240032705>. (Acessado em 16/01/2022).