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E SUSTENTÁVEL
Elaine Marangoni
Comportamento do
consumidor 2.0
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Neste capítulo, você vai conhecer o consumidor 2.0, um indivíduo que
está mergulhado nas novas tecnologias e que, cada vez mais, depende
da internet para tomar as suas decisões. Isso não quer dizer que ele faz
suas compras apenas em lojas virtuais. Mesmo que esse comportamento
tenha crescido, as pessoas têm buscado opiniões diversas e são ativas
nos meios eletrônicos conectados, chegando até a produzir conteúdo
para outros usuários e se tornando influenciadores digitais.
Traçar estratégias para esse consumidor é estar atento à complexidade
de seu perfil, oferecendo algo que satisfaça suas necessidades sem ser
invasivo e sem atrasar ou complicar o seu dia a dia já tão agitado.
O consumidor 2.0 não é aquele que usa a internet só para fazer pesquisa, e
sim aquele que usa a internet para pesquisa, interação, entendimento, rela-
cionamento, conversas e indicações (ele indica e recebe indicações). Ele usa
a web como plataforma de comunicação, assim como as marcas usam — ou
deveriam usar — a Web 2.0. […] o e-consumidor vai além. Ele pesquisa na
web e na loja física, mas, na web, não se limita ao Google e aos sites de e-
-commerce, pesquisando também no Twitter, no Facebook, além de conversar
com os amigos no Whatsapp, ler um post em um blog ou uma matéria em um
portal falando da marca ou produto […].
O acesso à informação faz com que esses consumidores sejam mais exigen-
tes. Eles se envolvem mais e, consequentemente, conhecem melhor a marca ou
o produto. Isso dá mais confiança a eles ao comprarem, e permite uma nova
experiência de compra, diferente de quando não havia internet.
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Não é fazendo algumas perguntas, uma única vez, que se conhece o consu-
midor. Se ele mantém uma relação duradoura com a marca, suas ações podem
ser monitoradas, embora algumas motivações de compra não consigam ser
captadas a não ser que se faça uma pesquisa direta com eles. Essas perguntas
sobre suas preferências, que são feitas normalmente ao se cadastrarem, preci-
sam ser refeitas periodicamente, porque, com o passar dos anos, seus hábitos
podem ter mudado, assim como seus desejos, sua rotina etc.
O relacionamento com as marcas se ampliou de tal maneira que elas lan-
çaram produtos como uma extensão de suas linhas principais. A Coca-Cola,
por exemplo, hoje vende chinelos e tênis e tem um site apenas para esse setor
aqui no Brasil. Nos Estados Unidos existe o site chamado Coke Store, com
itens para casa, roupas, calçados etc.
O consumidor 2.0 precisa de outras opiniões: dos familiares, de profissio-
nais conhecidos, dos amigos, de desconhecidos… ele pesquisa na internet,
nos buscadores, e pode também colocar sua dúvida em fóruns e páginas nas
mídias sociais para saber da experiência de outros usuários. As propagandas
não são mais suficientes para o convencer, aliás, ele nem gosta mais de receber
propagandas ou algo que tenha explicitamente o caráter de lhe vender algo.
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Esse neoconsumidor tem na internet seu poder de acesso global, uma vez
que ele incorporou o ambiente digital em seu cotidiano para suas compras,
pesquisas, interação e relacionamento. Seu poder de influência cresce a cada
dia; quando ele lê e escreve sobre comparação de produtos, analisa profunda-
mente as informações sobre tudo o que envolve uma compra, como preços,
condições, garantias, seguros, formas de uso — e, ao compartilhar tudo isso,
influencia positiva ou negativamente outras pessoas. Seu poder de percepção
lhe permite uma melhor decisão de compra, pois ele pôde contar com alter-
nativas e comparar benefícios.
As Casas Bahia, a Magazine Luiza e o Ponto Frio, por exemplo, são lojas que estão no
mercado há décadas e que têm um e-commerce bastante forte.
Essas são exposições que mostram que eles querem atenção, e, em uma rede
de relacionamentos, não somente os outros usuários, mas, principalmente, as
empresas, precisam saber como chegar até eles e entregar o que é esperado.
Para facilitar o trabalho dos planejadores de marketing, além de muitos dados
mensuráveis, o conteúdo produzido e compartilhado espontaneamente é uma
fonte rica de informações e ajuda a traçar perfis singulares em meio a milhões
de indivíduos que utilizam a internet todos os dias e seguem esse novo padrão.
Cada profissional de um nicho específico precisa conhecer o consumidor
2.0, mas considerar as particularidades de cada público que quer alcançar em
suas campanhas e ações de marketing.
Para finalizar, vamos elencar as principais características do consumidor
2.0 a seguir:
O consumidor na web é fácil de ser rastreado, pois tudo o que ele faz fica
registrado. Onde entrou, onde clicou, quanto tempo passou naquele site. Suas
compras mostram suas preferências e, nas redes sociais, ele expõe detalhes
sobre sua vida pessoal, família, locais que frequenta, amizades e interesses.
Tudo pode ser acessado de graça, pois ele o faz de maneira espontânea.
Ao mesmo tempo que buscamos uma persona que se encaixe em todas as
características que precisamos para vender, o “[...] consumidor é aquela pessoa
que, de alguma forma consumiu o produto e que pode ou não fazer parte do
público-alvo” (MORAIS, 2018, p. 138). O que isso quer dizer? Que existe uma
segmentação de públicos, mas nada impede que uma pessoa que não entrou
nessa segmentação principal também possa comprar o produto ou serviço.
Um teclado de computador para quem joga na internet tem diversas teclas diferentes,
posicionadas de forma estratégica. O público-alvo desses teclados são os gamers, mas
nada impede que outras pessoas que gostem do design ou prefiram um teclado com
teclas mais altas comprem esse modelo.
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Planeje as estratégias para suas personas, mas não se esqueça que você
pode vender para todos os que desejam e precisam comprar os seus produtos
naquele momento. Às vezes, isso pode se tornar uma oportunidade de ampliar
o público comprador.
Temos cada vez menos tempo para fazer tudo que queremos. Queremos ir ao
cinema, jogar futebol, ver TV, ler uma revista, ler um jornal, almoçar com os
amigos, sair com os pais, viajar com a família, mas o dia só tem 24 horas, e a
semana, sete dias! Estamos buscando alternativas que nos façam economizar
tempo, como ler o jornal pela web e pelo celular no metrô ou no ônibus ou
perder somente cinco minutos do horário do almoço para comprar um pre-
sente na loja virtual em que mais confiamos — aliás, podemos comprar via
aplicativos de smartphone, andando a caminho do restaurante.
Talvez a regra de ouro do uso da internet é que qualquer interação deve ser
consentida. Embora os piratas da Internet, os spammers e hackers, tenham
mostrado caminhos duvidosos para ganhar dinheiro, quando falamos em
marketing e publicidade e, portanto, em marcas e empresas reais, não pode-
mos cair na tentação de invadir o ambiente do usuário sem consentimento
(TORRES, 2011, p. 32).
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As estratégias que podem ser adotadas para o consumidor 2.0 são muitas,
mas o principal, como falamos desde o início, é conhecer bem esse consumidor
e fazer uma segmentação de públicos correta em seu planejamento de marketing
digital. A internet permite, além de traçar perfis, encontrar informações de
toda natureza; no entanto, o olhar o humano é imprescindível para atingir as
personas, criar valor para a marca e gerar relacionamentos duradouros.
Para reforçar o que vimos e pensar em estratégias para o consumidor 2.0, leia o artigo
de opinião “Não existe consumidor apenas digital”, de Fabiano Destri Lobo, para a
revista Meio&Mensagem, disponível no link a seguir.
https://qrgo.page.link/emQ8M
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.