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Introdução:
O presente trabalho pretende expor alguns conhecimentos teóricos sobre o código de ética
profissional e Bioética. Esta ciência em construção, nascida de um leque de preocupações no
seio de discussões éticas, envolvendo o domínio tecnológico no confronto com a biotecnologia,
goza de um percurso que permite atualmente distingui-la da sua ciência-mãe, a Ética, sem que
dela dependa e se inter-relacione.
Os temas da ética e da bioética interessam a toda a sociedade e tocam as preocupações de
cada indivíduo. A bioética, na sua perspectiva global, tornou-se a ciência da sobrevivência e uma
ponte para o futuro. No seu âmbito mais restrito, ela é a consciência crítica das ciências que
servem a vida e a saúde.
Sabe-se que o código de ética foi criado para instituir os direitos e deveres de cada profissional
de enfermagem. Com objetivos de organizar a classe, para assumirem responsabilidade, bem
como reconhecer os limites impostos pela profissão. O código de ética também é eficaz para
auxiliar na execução do trabalho de forma adequada e com qualidade, não pondo em risco a vida
do profissional de saúde ou da população. O profissional de enfermagem segue alguns outros
parâmetros éticos regidos pelos órgãos de classe o COFEN e os CORENs a ABEN e os
sindicatos.
ÉTICA:
Etimologicamente, a palavra Ética deriva de duas origens possíveis, sendo uma delas a palavra
grega éthos (costume) e a outra êthos (propriedade do caráter). A primeira serviu de base para
a tradução latina Moral, enquanto que a segunda é a que orienta a palavra Ética propriamente
dita (ARCHER, 1996).
Já Singer (1994) entende-a como sendo um conjunto de regras, princípios ou maneiras de pensar
que guiam, ou chamam a si a autoridade de guiar. Sendo assim o termo ética refere-se aos
padrões de conduta moral, isto é, padrão de comportamento relativos ao paciente, à instituição
e aos colegas de trabalho. Saber distinguir o que é certo e o que é errado é muito importante.
Saber proceder e ter bastante responsabilidade, dar ao paciente o bem estar físico, moral e social
do paciente. É preciso ter uma atitude moral que é a aplicação dos princípios éticos na vida
profissional. Implica o uso de liberdade controle, senso de responsabilidade supõe boa formação
de consciência, o que é indispensável para o profissional de saúde.
A Moral sempre existiu, pois todo ser humano possui a consciência Moral que o leva a distinguir
o bem do mal no contexto em que vive. Surgindo realmente quando o homem passou a fazer
parte de agrupamentos, isto é, surgiu nas sociedades primitivas, nas primeiras tribos. A Ética
teria surgido com Sócrates, pois se exigi maior grau de cultura. Ela investiga e explica as normas
morais, pois leva o homem a agir não só por tradição, educação ou hábito, mas principalmente
por convicção e inteligência. Vásquez (1998) aponta que a Ética é teórica e reflexiva, enquanto
a Moral é eminentemente prática. Uma completa a outra, havendo um inter-relacionamento
entre ambas, pois na ação humana, o conhecer e o agir são indissociáveis.
ÉTICA PROFISSIONAL:
O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem trata das leis e princípios, direitos e deveres,
responsabilidades, proibições que permeiam a conduta ética dos profissionais de enfermagem.
A Ética profissional tem relação direta com a confiança que a sociedade deposita no especialista
que executa determinado trabalho. Essa confiança decorre da diferença entre profissão e
ocupação. Tal como é concebida atualmente, a enfermagem tem como objetivo promover a
saúde, prevenir a doença e cuidar dos doentes. Assim, é exigido ao enfermeiro sólidos
conhecimentos científicos e técnicos para atender às necessidades básicas do indivíduo, família
ou comunidade.
A enfermagem é considerada como uma disciplina metade arte e metade ciência, colocando
entre a dicotomia um elo fundamental; o conhecimento, os saberes sem os quais não há cultura
nem sentido humanístico. O que é exigido para além dos saberes são os dotes ou qualidades
morais e cívicas inerentes à própria pessoa. (CARVALHO, 1996, p. 26)
Como refere Mariz
[...] a enfermagem é uma profissão que implica ciência atualizada, arte pertinente e apurado
sentido de discernimento entre o essencial e o urgente, no respeito ativo por cada pessoa e
respectiva circunstância social e ética. (MARIZ, 1995 p. 21).
Benner citado por Queirós (2001, p. 39) afirma que uma ética do cuidar tem de ser aprendida
experiencialmente, porque está dependente do reconhecimento dos comportamentos éticos em
situações específicas, no contexto de comunidades específicas, de práticas e de hábitos.
A qualidade do profissional está ligada à sua ética e, principalmente seu senso moral e seus
valores e maneira pela qual trata as pessoas. Um profissional íntegro sabe agir corretamente, as
pessoas confiam e sabem que podem contar com ele. Deve ser exercida em profundo respeito
pela liberdade das pessoas assim como pela sua identidade sociocultural e pelos valores éticos
e religiosos.
BIOÉTICA:
A Bioética atual é relativamente recente e possui já um corpo de conhecimentos que representam
de certa forma, o leque de alterações sofridas pela humanidade. É, portanto, o resultado de uma
evolução que teve o seu ponto de partida em Hipócrates, e no Juramento que ofereceu à
Medicina de sempre uma preocupação ética que ainda sobrevive na atualidade.
Segundo Neves (2001, p.12), o Juramento incluía o juramento aos deuses e às deusas gregas,
bem como a obrigatoriedade de lealdade ao mestre e a de manter secretos aos leigos todos os
conhecimentos adquiridos – princípio da confidencialidade, o juramento de conduta, ou
imperativos morais que conjuntamente constituem o que se designa por código de ética, enuncia
a proibição de cirurgia e a de ministrar drogas letais, para efeitos de aborto ou eutanásia, e ainda
o princípio hipocrático fundamental de beneficiar o paciente de acordo com a sua habilidade e
juízo – princípio da beneficência. A ética hipocrática é somente desafiada em pleno século XIX,
com Thomas Percival, autor do primeiro código ético. Para a mesma autora, o período que
intermeia ambos os acontecimentos não é, de todo vazio no tocante à reflexão ética. Esta se
debruçava essencialmente sobre a postura do médico, quer no seu relacionamento com os
doentes quer com os seus pares. Tratava-se, portanto, de uma ética reguladora de normas de
conduta, ou seja, uma deontologia ou ética profissional.
Após o contributo de Percival, que afastou timidamente as preocupações éticas da etiqueta
profissional, Archer (1996) refere que existem três fatos históricos na base do aparecimento de
uma nova bioética: abusos experimentais em seres humanos, as novas tecnologias e a
percepção da insuficiência dos referenciais éticos tradicionais.
As novas tecnologias que desde o século passado, revolucionaram o conhecimento científico,
obrigaram a reflexões profundas intimamente ligadas a aspectos éticos. A passagem inexorável
do tempo e a progressiva evolução de tudo presentearam o homem de inúmeras capacidades
que antes pertenciam à própria natureza.
Archer (1996) assinala como primeiro exemplo o aparecimento da Hemodiálise em 1960, seguido
dos estudos sobre morte cerebral da Universidade de Harvard em 1968. No primeiro caso, em
que a escassez de recursos físicos não abarcava todos os interessados em beneficiar da
hemodiálise, criou-se um comitê para selecionar os candidatos. No segundo caso, emerge uma
questão que é, atualmente, relevante: Quando desligar a respiração assistida em casos de morte
cerebral?
Mais tarde, e dado o número elevado de problemáticas que foram surgindo, adaptaram-se, com
sucesso, comissões éticas às instituições hospitalares, com o objetivo de criar condições
eticamente favoráveis à aplicação de estudos e proceder a uma tomada ética de decisões várias
perante problemas de ordem bioética.
Os fatores descritos até aqui contribuíram para o nascimento e maturação da Bioética que
atualmente existe. A par desses aspectos pode referir-se um último, relacionado com uma
tomada de consciência da insuficiência dos modelos éticos existentes até então. Para além do
código de Hipócrates, dos contributos da filosofia e da teologia:
[...] a própria ciência (...) passou a não poder fundamentar uma resposta ética (e) (...) teve de
prescindir de buscar o bem e de (...) poder fundamentar uma ética. (ARCHER, 1996, p.21).
Kuczwski (1994) entende as teorias éticas tradicionais (que dividiu em deontologia,
consequencialismo e ética da virtude) como gozando de uma natureza geral, o que dificulta a
dedução de prescrições definitivas, tornando-as pouco úteis quando em contexto de saúde. Por
isso, refere o autor, houve uma clara vitória da bioética.
Todos os avanços no conhecimento científico, no contexto do desconhecimento objetivo sobre
os resultados da aplicação das tecnologias e também do culto frenético da ficção científica mais
do que propriamente da ciência, provocaram uma proliferação de regras bioéticas de caráter
geral.
Desse modo, a bioética comunga de uma dimensão social intrínseca, fruto também dos avanços
tecno científicos e cognitivos. A Medicina de hoje não se pauta pela mera relação médico-
doente, mas passa pela prescrição de estilos de vida e determinadas condições que relevam
para nível sócio- econômico o âmbito da medicina. Os resultados que se obtêm não podem
unicamente ser interpretados pela classe médica, daí que urge apelar à dimensão social da
bioética.
É, assim, e graças a essa dimensão social necessária, que a Bioética se vem definindo, bebendo
de vários conhecimentos e áreas de saberes, o seu próprio corpo e domínio. Esse seu corpo,
resultado de um diálogo pluridisciplinar:
[...] pretende manter a autonomia e independência tanto das áreas científicas como das áreas
humanistas, respeitando e aceitando-as, mas procurando encontrar a sua complementaridade
na busca de respostas consensuais para a defesa da dignidade da pessoa humana. (ARCHER,
1996, p.25).
Finalmente, a bioética não perdeu as suas ligações com a filosofia e a teologia, mesmo quando
assistimos aos confrontos ciência- religião que pautam os nossos dias. Também a nível religioso,
tem havido a preocupação em debruçar-se sobre temáticas várias relacionadas com a bioética.
Por isso, foi criada a Academia Pontifícia para a Vida, pelo Papa João Paulo II que visa
estabelecer a ponte entre defesa da vida, dilemas bioéticos e moral cristã (ARCHER, 1996).
Num sentido mais amplo, sociedade é a reunião de seres que vivem em grupo. Assim,
as abelhas formam uma sociedade; os homens formam uma sociedade.
É importante considerar que a ordem humana não é natural como é, por exemplo, a
ordem existente na comunidade das formigas ou das abelhas. Essas comunidades desenvolvem
uma série de comportamentos de ração e adaptação à natureza. Assim criam uma ordem que
permanece ao longo do tempo, porque é produzida pelos comportamentos naturais, herdados
geneticamente e passados de geração a geração.
A ordem humana é bem diferente. Ela é artificial. O homem não a recebe pronta, como
herança genética. Ele tem que inventá-la, construí-la e reconstruí-la; dar-lhe uma forma
satisfatória ao atendimento de suas necessidades e aspirações, que mudam ao longo da história.
Por isso mesmo, na sociedade atual, a ordem é tão diferente daquela vivida pelos homens da
antiguidade.
Por ordem humana, entende-se o conjunto de normas, regras, leis, os valores, os modos de
relacionamento – seja no trabalho, na família ou entre amigos.
E, depois de inventada certa ordem, reconhecida como justa e verdadeira para uma
determinada época, são os homens que julgam seus próprios comportamentos – e o do outro –
avaliam se estão de acordo contra o que está estabelecido.
Consciência Moral é a capacidade interna que o indivíduo tem de reagir ao certo e ao errado,
a capacidade de distinguir entre o Bem e o Mal. As normas morais são muito anteriores ao direito.
Elas desempenham uma função social vital e são cumpridas por convicção íntima, por adesão.
Diferentemente, as normas jurídicas são uma imposição do Estado e, por isso, são cumpridas mesmo
quando não estamos convencidos de que sejam justas.
Falar sobre Ética é falar sobre valores e virtudes. Valor e Virtude, por sua vez, se
referem a comportamento humano. Então, o campo ético é constituído, de um lado, por
comportamentos e, de outro, por juízos de valor, pela apreciação sobre esses
comportamentos.
Secretaria de obras do município de Hortalina recebe proposta de suborno da empresa responsável pela
construção do açude na cidade. Consultado sobre o episódio, o secretário declarou considerar revoltante esse tipo
de expediente utilizado por muitas firmas do ramo.
Se você leu essa notícia com atenção, deve ter observado que a primeira afirmação
expressa um juízo de fato, juízo que se refere a um acontecimento, a uma situação ocorrida
concretamente. Já a segunda expressa um juízo de valor, uma apreciação, uma avaliação sobre
o acontecimento.
E como fazer essa distinção? De que critérios ou parâmetros dispõem para decidir sobre
o Bem e o Mal?
Queremos dizer que os indivíduos possuem algumas características que são próprias de
todos os homens. E quando refletimos sobre estas características, podemos compreender
melhor porque ele se comporta de uma maneira ou de outra.
Vamos agora parar para refletir sobre dois casos reais que ficaram famosos na época
em que aconteceram.
Ora, o homem se mostra, por natureza, um ser dividido: é racional, mas também é
animal; é consciente, mas também é inconsciente; é público, mas também tem uma dimensão
privada, particular. A questão ética apresenta-se, assim, como um conflito entre o que ele deve
fazer o que quer fazer.
Por outro lado, esse ser contraditório – o homem – tem como condição básica estar
extremamente insatisfeito com sua situação. Ele convive e vive muito mais com o que deve ser
do que com o que ele é de fato.
É porque queremos nos tornar mais humanos que buscamos construir uma sociedade
possível, melhor do que a sociedade real. Por isso a dimensão moral do homem compreende,
além da esfera individual, privada, a esfera pública, a vida social, a ação do cidadão.
Pode-se concluir, então, que é somente na relação com os outros homens que os
comportamentos individuais podem ser avaliados como virtuosos ou não-virtuosos - como éticos
ou não-éticos.
EMBORA A CONSCIÊNCIA MORAL SEJA DE ORDEM INDIVIDUAL, É APENAS UM
GRUPO, EM SOCIEDADE, NUMA ORGANIZAÇÃO, NA RELAÇÃO COM OUTROS HOMENS
QUE SE PODE SER ÉTICO OU AÉTICO.
Logo, para pensar a origem da ética tem-se que pensar tanto a ordem racional como a
ordem política e social. Isso significa que a dimensão ética, apesar de orientada pela razão
individual, está sempre voltada para a vida pública dos homens.
A prática ética deve, portanto, fazer coincidir o plano do indivíduo e do coletivo, uma vez,
para ser virtuosa, a ação deve visar o bem comum, indo ao encontro do interesse da
coletividade.
Falamos em sociedade ocidental contemporânea porque essa sociedade representa nosso padrão de
cultura, o modo como nos relacionamos. Outras sociedades – a indígena, africana ou do Extremo Oriente, por
exemplo – possui outros padrões de comportamento, outros valores, outra forma de se relacionar com a
produção de bens e de serviços.
É disso que falamos quando nos
É disso que falamos quando referimos à crise dos valores humanistas: uma sociedade
marcada pelo egoísmo das relações sociais, pela valorização do “tirar vantagem”, pela ausência
da solidariedade humana, pela indiferença para com a miséria alheia e pela tolerância com a
corrupção e a impunidade.
Não, os valores se modificam no tempo e sofrem influência das relações de poder existentes na
sociedade. É isso que você verá a seguir, no capítulo 2, num breve percurso pela história das
ideias éticas.
EXERCÍCIOS
Isolado numa ilha deserta, sem qualquer contato com a civilização, Alfredo viveu, durante
anos, do que a natureza lhe proporcionou como meio de subsistência, até ser resgatado pela
tripulação de uma embarcação de pesquisa oceanográfica.
Agora responda:
Durante o tempo em que passou por essa experiência, seria possível a Alfredo vivenciar
o que consideramos a dimensão ética dos homens? Teria ele tido condições de manifestar
valores, comportamentos que possam ser considerados éticos?
Justifique sua opinião.
Cansado e abatido, após ser liberado da prisão em Castela, na Espanha, onde esteve
em consequência do fracasso das primeiras tentativas de colonização espanhola do Novo
Mundo, Colombo encontra-se com um dos conselheiros da rainha, que sempre tramou contra
seus projetos de conquista. Mal disfarçando o rancor, o conselheiro o aborda, iniciando-se o
seguinte diálogo:
- Vejo torres, igrejas, palácios, edifícios tão altos que quase encontram o céu. A
civilização!
- Essas coisas que vês, diz Colombo, não existiriam não fossem pessoas iguais a mim.
A diferença entre nós é apenas uma: eu sonhei, eu fiz. E tu? Que fizestes?
Por que esse é um tipo de comportamento tão comum entre os homens? O que os levaria a agir
dessa forma?
CONCLUSÃO:
A ética, através das normas de conduta, norteia qual o caminho a ser seguido. O homem é livre;
diante de uma situação concreta é obrigado a escolher entre dois caminhos. Nesta escolha,
surge a ética surge como limitação da liberdade de cada um, em face da liberdade do outro. Uma
vez aceita a escolha, nasce a responsabilidade, que é elemento moral de qualquer conduta. A
escolha é do profissional de agir dentro da ética e da moral ou não, agindo com profissionalismo
com respeito, pois o paciente nada mais é que um ser humano com sentimentos, com problemas,
ele também sente dor, sente fome, como todos nós devendo se acima de tudo respeitado.
Agir eticamente dentro da enfermagem nada mais é do que saber decidir pelo posicionamento
correto, o profissional íntegro saberá agir corretamente, com atitude simples irá despertar a
confiança de seus pacientes e de seus colegas, pois todos saberão que se trata de um
profissional que age com responsabilidade, comprometimento e consciência moral.
PREÂMBULO
O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem está organizado por assunto e inclui
princípios, direitos, responsabilidades, deveres e proibições pertinentes à conduta ética dos
profissionais de Enfermagem.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
CAPÍTULO I
DIREITOS
Art. 4º - Obter desagravo público por ofensa que atinja a profissão, por meio do Conselho
Regional de Enfermagem.
RESPONSABILIDADES E DEVERES
Art. 7º Comunicar ao COREN e aos órgãos competentes, fatos que infrinjam dispositivos
legais e que possam prejudicar o exercício profissional.
PROIBIÇÕES
Art. 9 – Praticar e/ou ser conivente com crime, contravenção penal ou qualquer outro ato,
que infrinja postulados éticos e legais.
SEÇÃO I
DIREITOS
Art. 10- Recusar-se a executar atividades que não sejam de sua competência técnica,
científica, ética e legal ou que não ofereçam segurança ao profissional, à pessoa, família e
coletividade.
RESPONSABILIDADES E DEVERES
PROIBIÇÕES
Art. 26 - Negar Assistência de Enfermagem em qualquer situação que se caracterize
como urgência ou emergência.
Parágrafo único - Nos casos previstos em Lei, o profissional deverá decidir, de acordo
com a sua consciência, sobre a sua participação ou não no ato abortivo.
Art. 31 - Prescrever medicamentos e praticar ato cirúrgico, exceto nos casos previstos
na legislação vigente e em situação de emergência.
Art. 33 - Prestar serviços que por sua natureza competem a outro profissional, exceto
em caso de emergência.
Art. 34 - Provocar, cooperar, ser conivente ou omisso com qualquer forma de violência.
SEÇÃO II
DIREITOS
RESPONSABILIDADES E DEVERES
Art. 40 – posicionar-se contra falta cometida durante o exercício profissional seja por
imperícia, imprudência ou negligência.
Art. 41 - Prestar informações, escritas e verbais, completas e fidedignas necessárias
para assegurar a continuidade da assistência.
PROIBIÇÕES
Art. 42 - Assinar as ações de Enfermagem que não executou, bem como permitir que
suas ações sejam assinadas por outro profissional.
SEÇÃO III
DIREITOS
RESPONSABILIDADES E DEVERES
PROIBIÇÕES
Art. 56 – Executar e determinar a execução de atos contrários ao Código de Ética e às
demais normas que regulam o exercício da Enfermagem.
Art. 57 – Aceitar cargo, função ou emprego vago em decorrência de fatos que envolvam
recusa ou demissão de cargo, função ou emprego motivado pela necessidade do profissional em
cumprir o presente código e a legislação do exercício profissional.
SEÇÃO IV
Art. 65- Formar e participar da comissão de ética da instituição pública ou privada onde
trabalha, bem como de comissões interdisciplinares.
RESPONSABILIDADES E DEVERES
PROIBIÇÕES
Art. 75 – Permitir que seu nome conste no quadro de pessoal de hospital, casa de saúde,
unidade sanitária, clínica, ambulatório, escola, curso, empresa ou estabelecimento congênere
sem nele exercer as funções de Enfermagem pressupostas.
Art. 78 – Utilizar, de forma abusiva, o poder que lhe confere a posição ou cargo, para
impor ordens, opiniões, atentar contra o pudor, assediar sexual ou moralmente, inferiorizar
pessoas ou dificultar o exercício profissional.
CAPÍTULO II
DO SIGILO PROFISSIONAL
DIREITOS
RESPONSABILIDADES E DEVERES
Art. 82 - Manter segredo sobre fato sigiloso de que tenha conhecimento em razão de sua
atividade profissional, exceto casos previstos em lei, ordem judicial, ou com o consentimento
escrito da pessoa envolvida ou de seu representante legal.
PROIBIÇÕES
CAPÍTULO III
DIREITOS
RESPONSABILIDADES E DEVERES
PROIBIÇÕES
Art. 97 – Falsificar ou manipular resultados de pesquisa, bem como, usá-los para fins
diferentes dos pré-determinados.
Art. 100 - Utilizar sem referência ao autor ou sem a sua autorização expressa, dados,
informações, ou opiniões ainda não publicados.
Art. 102 – Aproveitar-se de posição hierárquica para fazer constar seu nome como autor
ou co-autor em obra técnico-científica.
CAPÍTULO IV
DA PUBLICIDADE
DIREITOS
RESPONSABILIDADES E DEVERES
RESPONSABILIDADES E DEVERES
Art. 106 – Zelar pelos preceitos éticos e legais da profissão nas diferentes formas de
divulgação.
PROIBIÇÕES
RESPONSABILIDADES E DEVERES
Art. 107 – Divulgar informação inverídica sobre assunto de sua área profissional.
Art. 108- Inserir imagens ou informações que possam identificar pessoas e instituições
sem sua prévia autorização.
Art. 109 – Anunciar título ou qualificação que não possa comprovar.
CAPÍTULO V
Art. 113- Considera-se Infração Ética a ação, omissão ou conivência que implique em
desobediência e/ou inobservância às disposições do Código de Ética dos Profissionais de
Enfermagem.
Art. 114 - Considera-se infração disciplinar a inobservância das normas dos Conselhos
Federal e Regional de Enfermagem.
Art. 115 - Responde pela infração quem a cometer ou concorrer para a sua prática, ou
dela obtiver benefício, quando cometida por outrem.
Art. 116 - A gravidade da infração é caracterizada por meio da análise dos fatos do dano
e de suas consequências.
I - Advertência verbal;
II - Multa;
III - Censura;
§3º - A censura consiste em repreensão que será divulgada nas publicações oficiais dos
Conselhos Federal e Regional de Enfermagem e em jornais de grande circulação.
§ 4º - A suspensão consiste na proibição do exercício profissional da Enfermagem por
um período não superior a 29 (vinte e nove) dias e serão divulgados nas publicações oficiais dos
Conselhos Federal e Regional de Enfermagem, jornais de grande circulação e comunicada aos
órgãos empregadores.
IV - Os antecedentes do infrator.
I - Ter o infrator procurado, logo após a infração, por sua espontânea vontade e com
eficiência, evitar ou minorar as consequências do seu ato;
VII - Cometer a infração com abuso de autoridade ou violação do dever inerente ao cargo
ou função;
CAPÍTULO VI
Art. 124 - As penalidades previstas neste Código somente poderão ser aplicadas,
cumulativamente, quando houver infração a mais de um artigo.
Art. 125 - A pena de Advertência verbal é aplicável nos casos de infrações ao que está
estabelecido nos artigos: 5º a 7º; 12 a 14; 16 a 24; 27; 30; 32; 34; 35; 38 a 40; 49 a 55; 57; 69 a
71; 74; 78; 82 a 85; 89 a 95; 89; 98 a 102; 105; 106; 108 a 111 Código.
Art. 126 - A pena de Multa é aplicável nos casos de infrações ao que está estabelecido
nos artigos: 5º a 9º; 12; 13; 15; 16; 19; 24; 25; 26; 28 a 35; 38 a 43; 48 a 51; 53; 56 a 59; 72 a
80; 82; 84; 85; 90; 94; 96; 97 a 102; 105; 107; 108; 110; e 111 deste Código.
Art. 127 - A pena de Censura é aplicável nos casos de infrações ao que está estabelecido
nos artigos: 8º; 12; 13; 15; 16; 25; 30 a 35; 41 a 43; 48; 51; 54; 56 a 59 71 a 80; 82; 84; 85; 90;
91; 94 a 102; 105; 107 a 111 deste Código.
CAPITULO VII
Art. 130- Os casos omissos serão resolvidos pelo Conselho Federal de Enfermagem.
Art. 131- Este Código poderá ser alterado pelo Conselho Federal de Enfermagem, por
iniciativa própria ou mediante proposta de Conselhos Regionais.
Parágrafo único - A alteração referida deve ser precedida de ampla discussão com a
categoria, coordenada pelos Conselhos Regionais.
Art. 132 O presente Código entrará em vigor 90 dias após sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.
INTRODUÇÃO
Apesar desse confronto com a morte no seu cotidiano de trabalho, esses profissionais encontram
dificuldade em encará-la como parte integrante da vida, considerando-a, com freqüência, como
resultado do fracasso terapêutico e do esforço pela cura.
O sofrimento das pessoas que compõe a equipe de enfermagem parece ser mascarado pelo
cumprimento das rotinas. Este sofrimento decorrente do envolvimento emocional da equipe são
fatos vivenciados na unidade hospitalar e estão diretamente ligados aos valores pessoais, à
história de vida e à patologia que acomete o paciente.
1- CONCEITUANDO A MORTE
Não podemos falar da morte sem antes tentar conceituá-la. Para Vieira (2006, p.21) "a pergunta
'o que é morte' tem múltiplas respostas e nenhuma delas conclusiva, pois a questão transcende
os aspectos naturais ou materialistas e, até biologicamente, é difícil uma resposta unânime".
Segundo MOREIRA (2006), morrer, cientificamente, é deixar de existir; quando o corpo
acometido por uma patologia ou acidente qualquer tem a falência de seus órgãos vitais, tendo
uma parada progressiva de toda atividade do organismo, podendo ser de uma forma súbita
(doenças agudas, acidentes) ou lenta (doenças crônico-degenerativas), seguida de uma
degeneração dos tecidos.
BRETAS (2006) reforça ainda que a morte não é somente um fato biológico, mas um processo
construído socialmente, que não se distingue das outras dimensões do universo das relações
sociais. Assim, a morte está presente em nosso cotidiano e, independente de suas causas ou
formas, seu grande palco continua sendo os hospitais e instituições de saúde.
2- FASES DA MORTE
Para melhor entendimento dos vários fatores que interferem no enfrentamento da morte/morrer,
tanto pelos profissionais quanto pacientes e familiares, é preciso que antes saibamos um pouco
mais sobre as fases da morte e suas possíveis reações causadas pelo impacto da notícia.
Kübler-Ross (1994), em seu livro Sobre a Morte e o Morrer, realizou um trabalho com pacientes
terminais onde analisou os sentimentos do paciente e da família no processo e morrer. Ele
esclarece que passamos por vários estágios quando nos deparamos com a morte, sendo que a
negação é o primeiro estágio.
A negação é caracterizada como defesa temporária, onde a maioria das vezes o discurso
pronunciado é "isso não está acontecendo comigo" ou "não pode ser verdade". Outro
comportamento comum nessa fase é o agir como se nada estivesse acontecendo.
A ira nesta fase prevalece a revolta, o ressentimento, e o doente passa a atacar a equipe de
saúde e as pessoas mais próximas a ele. Questionam procedimentos e tratamentos e a pergunta
mais comum é "porque eu?". Podem ainda nesta fase, surgir períodos de total descrença.
A barganha o doente faz acordos em troca de mais um tempo de vida. Nessa fase são comuns
as promessas, Deus se torna presente em sua vida, faz promessas de mudança se for curado.
A depressão após a fase da barganha, o doente percebe sua doença como incurável e ciente da
impossibilidade ou dificuldade de cura, deprime-se, sente-se vazio e deixa de intervir no
tratamento, relaciona-se pouco com outras pessoas.
A aceitação o paciente entende e aceita sua situação e tenta dar um sentido para sua vida.
Segundo Bosco (2008), esses são estágios que sucedem, porém podem não aparecer
necessariamente nessa ordem ou alguns indivíduos não passam por todos eles. Podem inclusive
voltar a qualquer fase mais de uma vez. É um processo particular, onde muitos sentimentos estão
envolvidos e que dependem de vários fatores, como religiosidade, estrutura familiar, cultura, por
exemplo.
3- O PROFISSIONAL E A MORTE
O cuidar está inserido desde o nascer até o morrer, sendo que esta ação implica aliviar, ajudar,
pois a cura não é o fim, devendo estar presente até mesmo no processo de morrer.
A Enfermagem é uma profissão que trabalha com o ser humano, interage com ele tanto em sua
natureza física, como também social e psicológica. Desta forma, o cuidar pode ser caracterizado
pela atenção, zelo e preocupação com o outro.
"Os enfermeiros, profissionais cuja presença se faz de maneira ainda mais constante no cuidado
junto a pessoas que vivenciam a sua finitude, experimentam de maneira potencializada esses
sentimentos conflitantes, sendo este um tema recorrente de estudo". (BELLATO, 2007)
Segundo AGUIAR (2006), a formação acadêmica, no entanto, pode deixar algumas lacunas
fazendo com que o profissional acredite que somente a cura e o restabelecimento são
características de um bom cuidado. As rotinas hospitalares não permitem nem abrem espaço
para questionamentos que levem a pensar e compreender melhor a morte.
Partindo deste principio, AGUIAR, (2006) em seu trabalho, ressalta a necessidade que os
profissionais têm então, de quebrarem o silêncio e ousarem falar de suas dores, medos, do luto
que deve ser elaborado, a fim de que suas demandas sejam atendidas e o melhor cuidado seja
oferecido. É importante que eles se permitam entristecer e não se sintam culpados.
Segundo NUNES FERNANDES (2006), quando paramos para pensar sobre o que se é permitido
sentir o profissional enfermeiro a cerca da morte, vem o questionamento quanto ao
comportamento que deve ser assumido frente ao paciente que morre e a família, pondo dúvidas
em torno do cuidar com respeito.
CONCLUSÃO
A sensação de fracasso diante da morte não é atribuída apenas ao insucesso dos cuidados
empreendidos, mas a uma derrota diante da morte e da missão implícita das profissões de saúde:
salvar o individuo, diminuir sua dor e sofrimento, manter-lhe a vida.
Os artigos estudados tratam ainda que o despreparo acadêmico, a dificuldade de discutir sobre
o assunto e a não aceitação da morte como parte da vida, são fatores que contribuem para tal
dificuldade. A falta de preparo e a falta de diálogo sobre a morte deixam os profissionais
perplexos e distantes dos pacientes em iminência de morrer, dificultando as tomadas de decisão
e abordagem.
REFERÊNCIAS
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em um curso de graduação em enfermagem.Acta Paul .enferm. São Paulo, v. 20, n. 3, 2007.
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ÉTICA PROFISSIONAL