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80 horas

Atualização em Hipertensão na
Gestação
Rachel Cardoso de Almeida
Com certificado
online
Este material é parte integrante do curso online “Atualização em Hipertensão na Gestação" do
EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a
reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia
expressa do autor (Artigo 29).
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Gestação
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2
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO...............................................................................................................6
INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 7
2.1 GESTAÇÃO DE RISCO............................................................................................. 7
2.1.1 Ações voltadas a atenção humanizada durante o pré-natal................................... 8
2.2 CONTEXTO EPIDEMIOLÓGICO DAS SÍNDORMES HIPERTENSIVAS............ 9
2.3 MORTALIDADE MATERNA............................................................................. 10
2.3.1 Conceito.............................................................................................................. 10
2.4 FATORES DE RISCO.......................................................................................... 12
CLASSIFICAÇÃO.............................................................................................................14
3.1 HIPERTENSÃO ARTERIAL CRÔNICA PREEXISTENTE.............................. 14
3.2 HIPERTENSÃO GESTACIONAL.......................................................................16
3.3 PRÉ-ECLÂMPSIA SUPERAJUNTADA..................................................................16
3.4 PRÉ-ECLÂMPSIA.................................................................................................... 17
3.5 ECLÂMPSIA............................................................................................................. 18
3.6 SÍNDROME HELLP................................................................................................. 19
ETIOPATOGENIA............................................................................................................21
4.1 DESREGULAÇÃO IMUNOLÓGICA PRÉ-CONCEPCIONAL............................. 21
4.2 PLACENTAÇÃO DEFEITUOSA........................................................................ 21
4.3 DISFUNÇÃO ENDOTELIAL...................................................................................23
4.4 OUTRAS ALTERAÇÕES.........................................................................................23
FISIOPATOLOGIA.......................................................................................................... 24
5.1 ALTERAÇÕES RENAIS......................................................................................24
5.2 ALTERAÇÕES VASCULARES E CARDÍACAS.............................................. 25
5.3 ALTERAÇÕES HEPÁTICAS.............................................................................. 25
5.4 ALTERAÇÕES CEREBRAIS.............................................................................. 25
5.5 ALTERAÇÕES SANGUÍNEAS...........................................................................26
5.6 ALTERAÇÕES HIDROELETROLÍTICAS.........................................................26
5.7 ALTERAÇÕES UTEROPLACENTÁRIAS.........................................................26
5.8 ALTERAÇÕES FETAIS........................................................................................... 27
DIAGNÓSTICO.................................................................................................................27
6.1 PARÂMETROS CLÍNICOS E LABORATORIAIS............................................ 28
6.2 PREDIÇÃO E PREVENÇÃO...............................................................................29
TRATAMENTO.................................................................................................................30
7.1 TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO...........................................................30
7.2 TRATAMENTO FARMACOLÓGICO.................................................................... 30
Cuidados durante a administração de sulfato de magnésio..........................................32
7.3 CONDUTA DURANTE A ECLÂMPSIA.................................................................32
CONDUTA OBSTÉTRICA.............................................................................................. 33
8.1 IDADE GESTACIONAL INFERIOR A 24 SEMANAS..........................................33
8.2 IDADE GESTACIONAL ≥ 24 SEMANAS E < 34 SEMANAS.............................. 33
8.3 IDADE GESTACIONAL ENTRE 34 E 37 SEMANAS...........................................33
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM..............................................................................35
9.1 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM............................ 35
9.2 PROCESSO DE ENFERMAGEM NA ASSISTÊNCIA A GESTANTE COM
SÍNDROMES HIPERTENSIVAS ESPECÍFICAS DA GESTAÇÃO............................ 37
9.2.1 Histórico ou coleta de dados............................................................................... 37
AVALIAÇÃO..................................................................................................................... 43
REFERÊNCIAS................................................................................................................. 47
Atualização em Hipertensão na Gestação

01
APRESENTAÇÃO

O período gestacional, em sua totalidade, é uma condição fisiológica na vida da mulher,


mas que não está isenta do surgimento de agravos que afetem tanto a mãe quanto o feto, de
modo que, o aparecimento dos mesmos, depende de características particulares de cada
mulher, bem como as condições do meio em que está inserida.

Desse modo, no decorrer desse curso iremos abordar aspectos importantes sobre as
Síndromes Hipertensivas na Gestação e a assistência de enfermagem prestada a mulher.

A organização deste curso está articulada para que ao final, o profissional


participante do curso seja capaz de:

 Compreender os conceitos envolvendo as síndromes hipertensivas na gestação,


mortalidade materna, bem como respectivos aspectos epidemiológicos;

 Discutir sobre a fisiopatologia, alterações sistêmicas, formas clínicas e


sintomatologia das síndromes hipertensivas na gestação;

 Compreender os cuidados prestados frente as situações envolvendo as síndromes


hipertensivas na gestação.

Bons estudos!

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Unidade 2 – Introdução

02
INTRODUÇÃO

A gestação, é interpretada como um aglomerado de acontecimentos fisiológicos que


progridem para a formação de um novo ser, sendo um período de grande importância na
vida da mulher. Este processo é mediado por transformações específicas que serão
vivenciadas de maneiras diferentes por gestantes e família, determinados por muitas
transições físicas e emocionais.

Quando há uma evolução desfavorável, ou seja, quando surge alguma


intercorrência que atinge a saúde materno-fetal, considera-se então, uma gestação de alto
risco, e passa, a necessitar de uma assistência mais rigorosa e detalhada.

Esse é o caso das síndromes hipertensivas específicas da gestação (SHEG), que


caracterizam a principal causa de morbimortalidade materna no Brasil e podem ainda
acarretar inúmeras complicações para o crescimento e desenvolvimento fetal.

As síndromes hipertensivas específicas da gestação envolvem a união de sinais e


sintomas geralmente de etiologia desconhecida e consiste em uma doença multissistêmica
que costuma ocorrer na segunda metade da gestação, caracterizada por hipertensão,
proteinúria e convulsão na sua forma mais grave (REZENDE, 2017).

2.1 GESTAÇÃO DE RISCO


O período gestacional, é uma condição fisiológica na vida da mulher, mas que não está
isenta do surgimento de agravos que afetem tanto a mãe quanto o feto, de modo que, o
aparecimento destes agravos, depende de características particulares de cada mulher, bem
como as condições do meio em que está inserida. Quando há uma evolução desfavorável,
ou seja, quando surge alguma intercorrência que atinge a saúde materno-fetal, considera-se
então, uma gestação de alto risco, que passa então, a necessitar de uma assistência mais
rigorosa e detalhada.

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Atualização em Hipertensão na Gestação

Dentre as intercorrências clínicas que mais afetam a mulher no período gestacional,


podemos destacar a hiperêmese, as síndromes hemorrágicas, a hepatite B, a toxoplasmose,
o diabetes mellitus, as infecções do trato urinário, a infecção pelo Vírus da
Imunodeficiência Humana (HIV) e sífilis, o trabalho de parto prematuro, a gestação
prolongada, os eventos tromboembólicos, os distúrbios neurológicos, a amniorrexe
prematura e as doenças hipertensivas, sendo esta última, a principal causa de
morbimortalidade materna no Brasil.

2.1.1 Ações voltadas a atenção humanizada durante o pré-natal

Desse modo, conhecer as estratégias oferecidas atualmente a gestante, traz uma reflexão,
aos profissionais, sobre as conquistas já alcançadas e os desafios enfrentados, na busca de
aperfeiçoar cada vez mais a atenção a saúde da mulher, não só no período gravídico, mas
em todo o ciclo vital.

Antes de 2000, ano de instituição do Programa de Humanização no Pré-Natal e


Nascimento (PHPN) pelo Ministério da Saúde (MS), não havia nenhum modelo de
assistência normatizado às gestantes no Brasil. O PHPN foi implantado por meio da
Portaria/GM nº 569, com o intuito de melhorar a cobertura e a qualidade da assistência pré-
natal, parto e puerpério estendendo os cuidados também ao recém-nascido.

A partir de 2006, a Estratégia de Saúde da Família (ESF) teve início no Brasil,


como um aprimoramento do Programa Saúde da Família (PSF) anteriormente utilizado, e
buscou uma forma mais eficaz de reorganização da assistência na atenção primária, na
intenção de apresentar melhores condições de saúde à população, além de reduzir custos
com problemas de saúde aos cofres públicos e famílias. A implementação do PHPN junto
ao crescimento da ESF é vista como uma das estratégias relevantes na redução da
mortalidade materna no Brasil.

Em 2011, o Ministério da Saúde, considerando a necessidade de adotar medidas


destinadas a assegurar a melhoria do acesso, da cobertura e da qualidade do
acompanhamento pré-natal, da assistência ao parto e puerpério e da assistência à criança
até os 2 anos de idade, instituiu a Rede Cegonha no Brasil. Essa estratégia foi instituída no
âmbito do SUS e fundamentada na humanização da atenção à saúde, e consiste em uma
rede de cuidados para assegurar à mulher o direito ao planejamento reprodutivo e atenção
humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como assegurar à criança o direito ao
nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis.

No âmbito da assistência em saúde ofertada a população, o pré-natal ganha


destaque, por ser um conjunto de ações desenvolvidas às mulheres grávidas e aos recém-
nascidos, com a finalidade de promover a saúde e prevenir agravos que possam ocorrer ao
longo da gestação, além do acompanhamento de problemas já instalados, visando um
prognóstico positivo. Sendo assim, o pré-natal torna-se uma ferramenta eficaz na redução
das taxas de mortalidade materna e fundamental no diagnóstico precoce das doenças
hipertensivas do período gestacional, bem como na prevenção da evolução para as formas
mais graves.

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Unidade 2 – Introdução

O pré-natal permite a detecção e tratamento precoce de complicações potenciais no


período gestacional, bem como possui o papel de controlar os fatores de risco, com o
objetivo de promover uma evolução favorável da gestação. Porém, a insuficiência na
quantidade de consultas realizadas, têm se mostrado um grande fator de risco, pois as
intervenções que caracterizam o pré-natal não são realizadas ou são realizadas tardiamente,
o que aumenta o risco de mortalidade materna ou perinatal, principalmente no que se refere
aos problemas hipertensivos.

A assistência pré-natal é um momento único e oportuno para desenvolver as ações


de educação em saúde, realizadas nas unidades de saúde por meio de grupos de gestantes
ou individualmente, durante as consultas, permitindo a interação entre os profissionais e as
gestantes, no qual constitui momentos de acolhimento, vínculos preciosos e trocas de
experiências, além de tornar propício o esclarecimento de dúvidas.

Conforme preconiza o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde


(OMS), é direito de toda gestante, ter um mínimo de seis consultas intercaladas entre
médico e enfermeiro, durante a gravidez, para que se busque uma evolução saudável desse
período, um parto seguro e um diagnóstico precoce de qualquer intercorrência que possa
surgir, visando a intervenção imediata.

Posto isto, a assistência pré-natal engloba o atendimento de risco habitual e o de


alto risco. Frente aos objetivos do pré-natal de risco habitual, implica na classificação
dessa gestante por apresentar uma evolução saudável, sendo realizado o acompanhamento
e prevenção de complicações para ela. Caso seja detectado algum fator, que interfira na
saúde materno-fetal, a mulher é referenciada ao serviço especializado, para um
acompanhamento mais detalhado.

Já as gestações consideradas de alto risco, demandam uma assistência mais atenta e


diferenciada, oferecida nos centros de referência, onde são disponibilizados atendimentos
especializados a essas gestantes, pelo fato de possuírem maiores chances de evolução
desfavorável, além de representar um desafio de adaptação no que tange aos domínios
emocionais e relacionais, tanto pessoais como familiares, com acompanhamento médico
prioritário.

Mesmo que as demandas de risco habitual sejam cobertas no país, há ainda muitas
dificuldades quando há o surgimento de complicações que afetam a saúde do binômio.
Nessa área, atender as demandas do pré-natal de alto risco representa ainda um grande
desafio ao Sistema Único de Saúde (SUS), e necessita ativamente da participação de todos
os envolvidos no processo de promover saúde.

2.2 CONTEXTO EPIDEMIOLÓGICO DAS SÍNDORMES


HIPERTENSIVAS
As Síndromes Hipertensivas Específicas da Gestação (SHEG) possuem uma alta taxa de
incidência e prevalência no país, sendo considerada como a primeira causa de morte
materna, principalmente quando se refere as suas formas mais graves como a eclâmpsia e a
síndrome HELLP.

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Atualização em Hipertensão na Gestação

Nesse sentido, a hipertensão é considerada uma condição clínica que mais acomete
gestantes, apresentando-se em cerca de 10% das gestações, e pode elevar os níveis de
complicações em até 15%. Seus impactos refletem em diversos aspectos individuais e
coletivos como no caso do alto número de internações, morbimortalidade materna e
neonatal, além de nascimentos pré-termo e restrição do crescimento intrauterino.

Os distúrbios hipertensivos da gravidez estão associados a diversos riscos e são


mais frequentes em primíparas. Desse modo, esses dados merecem destaque como
questão de saúde pública, principalmente porque essas doenças são complicações
evitáveis por meio de cuidados adequados antes e durante o parto, como é o caso do pré-
natal, onde suas ações de promoção da saúde têm como objetivo prevenir complicações
através da detecção precoce das síndromes hipertensivas, culminando para melhorias na
saúde materno e fetal.

2.3 MORTALIDADE MATERNA

2.3.1 Conceito

Mesmo com os avanços nas políticas de saúde ao longo do tempo e com as ações que
visam contemplar o processo de redução da mortalidade materna no Brasil, tal realidade
ainda configura um imenso desafio para os serviços de saúde, órgãos governamentais e
sociedade como um todo. As altas taxas de mortalidade encontradas se caracterizam como
violação dos direitos humanos de mulheres e crianças, no que tange as questões obstétricas
e neonatais, por consequente ligação com a gestação e parto, além de ser um grave
problema de saúde pública atual em constante tentativa de intervenção.

A redução da mortalidade materna tem sido um desafio a ser revertido no decorrer


dos anos, mesmo com a evolução das políticas públicas para as mulheres e incorporação da
redução da mortalidade materna, nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) e
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas
(ONU), ainda há um alto número de mortes todos os anos. É uma realidade preocupante
quando observamos as causas que levam ao fato, de modo que uma boa assistência e maior
qualificação dos profissionais envolvidos poderia auxiliar na redução desses números.

Sendo assim, o reconhecimento do perfil das gestantes, bem como o


desenvolvimento de ações de saúde, que impliquem na minimização dos fatores de risco,
são imprescindíveis para uma assistência qualificada e resolutiva. Também se mostra
necessário além dos cuidados com a gestante, estimular a participação e prestação de
cuidados pelo núcleo familiar, haja vista, a colaboração do parceiro como fator
fundamental no desenvolvimento saudável da gravidez.

A morte materna, corresponde ao falecimento de uma mulher ocorrido durante a


sua gestação ou até 42 dias após o parto, que se refere ao término da fase puerperal, mais
conhecido como puerpério tardio. Tal evento pode decorrer por ocasião da própria

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Unidade 2 – Introdução

gestação, ou por condições agravadas pela existência dela, sem restrições quanto a duração
e localização.

Esse mal desfecho obstétrico, divide-se ainda quanto a suas causas obstétricas,
classificada em dois tipos: causas obstétricas diretas, que se originam de complicações que
podem ocorrer durante a gestação, e as causas obstétricas indiretas, que resultam de
condições preexistentes que são agravadas devido a gestação. Como exemplo considera-se:

Entre as causas obstétricas diretas temos:

 Eclampsia

 Síndrome HELLP

 Hemorragias

 Infecção puerperal

Entre as causas obstétricas indiretas temos:

 Diabetes

 Hipertensão

 Doenças cardiovasculares

Nesse caso, deve-se enfatizar que quase todas as causas diretas relacionadas às
mortes maternas são evitáveis e quanto às causas indiretas, é importante ressaltar que estão
vinculadas a mulheres que já possuem alguma doença, portanto, devem ser consideradas
dentro das gestações de risco e com atenção redobrada, de modo que qualquer alteração
seja identificada e tratada em tempo oportuno. Embora pouco falado, mas gestantes negras
requerem maiores cuidados devido à maior incidência de Hipertensão Arterial Sistêmica,
diabetes e morte materna nessa população, sendo de suma importância o conhecimento
desses fatores por parte dos profissionais.

O fato de estar relacionada à gravidez, aborto e até mesmo ao parto, perdurou por
muitos anos como uma letalidade envolvendo mulheres no período reprodutivo.
Gradualmente, esses eventos foram entendidos como indicadores diretamente relacionados
à qualidade de vida de certas populações, e assim, foram estabelecidos serviços médicos
qualificados a tempo de evitar grande parte das mortes.

Assim, os números apontam que em torno de 280.000 mulheres morram


anualmente de complicações gestacionais e do parto no mundo. Destas, pode-se observar
que a maioria das mortes por doenças e complicações ocorrem nos países em
desenvolvimento como exemplo o Brasil.

Com base nos números brasileiros, de acordo com o Sistema de Informação sobre
Mortalidade (SIM), gerido pelo Ministério da Saúde, em 2016 foram notificados cerca de
1.484 óbitos maternos, distribuídos em cada região do país, de modo que as regiões
Sudeste e Nordeste concentram o maior número de mortes maternas, destas, 543
ocorreram na região Sudeste e 495 na região Nordeste.

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Nesse âmbito, a hipertensão entra como a principal causa de morte materna por
causas obstétricas evitáveis, principalmente quando se refere as suas formas mais graves
como a eclâmpsia e a síndrome HELLP, seguida de hemorragias, infecções e abortos.
Assim, se reforça que uma boa assistência em saúde e maior qualificação dos profissionais
envolvidos poderia auxiliar na redução desses números.

Outro fator importante é que os determinantes sociais da mortalidade materna,


incluindo o papel da educação, renda, local de nascimento e grau de opressão a que está
sujeita a mulher na sociedade tem grande influência nos resultados em saúde, uma vez que,
inserida em um contexto maior de saúde reprodutiva e direitos sexuais, a mortalidade
materna passou a ser entendida como um indicador de desenvolvimento social.

Nessa ótica, o âmbito da assistência pré-natal atua de forma preventiva essencial


durante o período gravídico, pois permite o diagnóstico e tratamento de inúmeras
complicações durante a gestação, além da redução ou eliminação de fatores e
comportamentos de risco passíveis de serem corrigidos.

Na presença de intercorrências, o atendimento qualificado às urgências e


emergências obstétricas requer uma organização dos sistemas de saúde que articulem com
os diferentes níveis de atenção. É importante destacar, que para gerar uma nova
mentalidade em qualidade dos serviços de saúde, deve-se incrementar os programas de
educação continuada para conhecimento e reflexão sobre os conceitos de qualidade e os
demais aspectos relativos à gestão da qualidade.

2.4 FATORES DE RISCO


Alguns fatores de risco podem ser considerados nas síndromes hipertensivas da gestação,
muito embora seja uma síndrome de etiologia desconhecida e, portanto, não há como
intervir nos principais fatores de risco. Porém, a identificação precoce de possíveis fatores
predisponentes e dos primeiros sinais e sintomas oportuniza a obtenção de bons desfechos
maternos e neonatais. Os fatores que possuem maior influência sobre o surgimento das
síndromes são:

 Nuliparidade

 Fatores genéticos (histórico de síndromes hipertensivas em gestações de parentes


de primeiro grau – mãe e irmã)

 História prévia de pré-eclâmpsia em gestações anteriores

 Gestação molar

 Hipertensão arterial crônica e obesidade presente na primeira consulta de pré-natal

 Diabetes melito preexistente

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Unidade 2 – Introdução

 Gestação múltipla

 Idade materna acima dos 40 anos

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Atualização em Hipertensão na Gestação

03
CLASSIFICAÇÃO

Dentre os variados tipos que compõem as síndromes hipertensivas, podemos caracterizá-


las como:

 Hipertensão Arterial Crônica (HAC)

 Hipertensão Gestacional (HG)

 Pré-Eclâmpsia Superajuntada (PES)

 Pré-Eclâmpsia (PE)

 Eclâmpsia (E)

 Síndrome HELLP

As terminologias, pré-eclâmpsia leve e grave estão cada vez mais em desuso, tendo
em vista que nos quadros mais graves onde há sinais de eminência das crises convulsivas, a
intervenção deve ser imediata e precisa, tendo em vista a utilização de condutas que
previnam a ocorrência da eclâmpsia. Para tanto, os próximos tópicos definem cada um de
forma mais detalhada.

3.1 HIPERTENSÃO ARTERIAL CRÔNICA PREEXISTENTE


Sabe-se assim, que as patologias hipertensivas possuem como sintoma principal, o
aumento nos valores pressóricos. Posto isto, quando o aumento dos valores pressóricos é
identificado ou reportado pela gestante antes da 20° semana de gestação, considera-se que
a gestante já apresentava um caso de hipertensão arterial sistêmica (HAS) pré-existente, e
nesse caso, os valores não normalizam 6 ou 12 semanas após o parto.

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Unidade 3 – Classificação

Nesse sentido, o valor considerado para hipertensão arterial em grávidas


corresponde a pressão arterial (PA) ≥ 140 para pressão arterial sistólica (PAS) e/ou 90
mmHg para pressão arterial diastólica (PAD), com avaliação realizada após momento de
repouso de pelo menos 5 minutos, com mulher em posição sentada, ou em decúbito lateral
esquerdo, desde que as medidas não possuam discordância nos valores. É importante
salientar que o manguito de aferição deve ser adequado ao público em questão, de modo
que o seu cumprimento deve ser de pelo menos 1,5 a circunferência do braço.

Nos casos em que não há dispositivos de mensuração adequados, utiliza-se uma


tabela de correção conforme a circunferência do braço, proposta por Maxuel et al., (1982)
conforme demonstrado no quadro abaixo.

Circunferência do braço Correção PA sistólica Correção PA diastólica


(cm) (mmHg) (mmHg)

20 +11 +7

22 +9 +6

24 +7 +4

26 +5 +3

28 +3 +2

30 0 0

32 -2 -1

34 -4 -3

36 -6 -4

38 -8 -6

40 -10 -7

42 -12 -9

44 -14 -10

46 -16 -11

48 -18 -13

50 -21 -14

Fonte: Maxwell et al., 1982. Manual Técnico do Pré-natal e Puerpério - Secretaria de


Estado da Saúde de São Paulo, 2010.

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Atualização em Hipertensão na Gestação

A tabela de correção é utilizada geralmente quando há um aumento da


circunferência do braço, sendo realizada a medida deste em centímetros e de acordo com o
resultado, são diminuídos ou acrescidos valores a PA sistólica e/ou diastólica, conforme
números e valores expressos no quadro acima.

3.2 HIPERTENSÃO GESTACIONAL


A hipertensão gestacional é caracterizada por um aumento na resistência vascular
periférica que leva a um descontrole dos níveis tensionais da pressão arterial, a qual ocorre
especificamente durante a gestação, após a 20° semana, em mulheres previamente
normotensas, sendo essa, na ausência de proteinúria ou das alterações sistêmicas e os
níveis pressóricos retornam aos valores basais após 12 semanas de pós-parto.

Caracteriza-se pelo surgimento de valores pressóricos acima de 140mmHg de valor


sistólico e de 90mmHg ou mais de valor diastólico, com duas aferições consecutivas em
um intervalo de 4horas, ou a presença de pressão arterial diastólica de 110mmHg em uma
única medida.

Ela possui grande relevância clínica na gravidez, pois pode ocasionar uma série de
complicações à mãe e ao feto, principalmente se somada às condições socioeconômicas
desfavoráveis, intercorrências obstétricas e clínicas. Portanto, mesmo quando a gestante
não apresenta sinais clínicos adicionais para o diagnóstico de pré-eclâmpsia, o profissional
responsável pelos cuidados em saúde no pré-natal deve ficar atento a qualquer
manifestação, pois cerca de 25% das gestantes com hipertensão gestacional podem alterar
o diagnóstico para outras formas, tendo em vista o surgimento de sintomas adicionais.

3.3 PRÉ-ECLÂMPSIA SUPERAJUNTADA


Nos casos em que a mulher já apresentava hipertensão arterial sistêmica anterior a gestação,
ou quando surge ainda nas primeiras semanas de gestação, e após a 20° semana iniciar a
sintomatologia referente à pré-eclâmpsia, denomina-se que essa gestante possui um quadro
de pré-eclâmpsia sobreposta à hipertensão crônica ou pré-eclâmpsia superajuntada.

Além disso, é importante considerar algumas situações:

 Gestante com proteinúria nas primeiras semanas de gestação, e após o período de


20 semanas, surge um aumento considerável nos valores, algo em torno de 3x o
valor detectado anteriormente

 Gestante sem proteinúria significativa nas primeiras semanas, e ocorre o seu


aparecimento após a vigésima semana gestacional

 Gestante que já possui hipertensão crônica anterior a gestação e precisa realizar


associação medicamentosa ou aumento das doses anteriores

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Unidade 3 – Classificação

 Gestante que apresente manifestações indicativas de alterações em órgãos-alvo

3.4 PRÉ-ECLÂMPSIA
A pré-eclâmpsia corresponde ao aumento da pressão arterial sistólica, de 140mmHg ou
superior e/ou pressão arterial diastólica de 90mmHg ou superior, acompanhada de
proteinúria significativa, com surgimento por volta da 20° semana gestacional.

Possui um alto potencial de letalidade e morbidade, com risco de acometimento


multissistêmico e possui incidência de até 20% das gestações classificadas como de alto
risco.

Sobre a proteinúria, vale salientar que quando presente, ela é considerada


significativa ao apresentar um valor a partir de 300mg ou 3g de proteína em uma amostra
de urina de 24 horas, ou ainda, 1+ (uma cruz, correspondente a 30 mg/dL) ou mais, em
amostra simples de urina (exame de fita). Outro dado importante é que nem sempre a
proteinúria está presente nos casos de pré-eclâmpsia, não sendo considerada pelos órgãos
responsáveis, como mandatória para diagnóstico, porém, outras alterações devem ser
identificadas, sobretudo quando indicam alterações sistêmicas, deterioração de órgãos-alvo
e/ou comprometimento placentário. Para tanto, é válido considerar as seguintes situações:

Alterações sistêmicas e/ou deterioração de órgãos-alvo

 Sinais de iminência de eclâmpsia ou eclâmpsia

 Insuficiência renal

 Disfunção hepática

 Trombocitopenia

 Edema agudo de pulmão

Alterações relacionadas ao comprometimento placentário

 Restrição do crescimento fetal intraútero

 Alterações dopplervelocimétricas em decorrência das restrições na circulação


útero-placentária (identifica a resistência ao fluxo sanguíneo em diferentes vasos
fetais, assim como repercussões na hemodinâmica fetal)

Portanto, é imprescindível ressaltar, que muitas gestantes com quadro de pré-


eclâmpsia, podem evoluir rapidamente para as formas mais graves da síndrome e
apresentar um quadro de iminência de eclâmpsia, conhecido ainda em algumas literaturas
como pré-eclâmpsia grave, com a presença de qualquer um dos seguintes sinais:

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Atualização em Hipertensão na Gestação

 Pressão arterial sistólica ≥ 160mmHg e/ou pressão arterial diastólica ≥ 110mmHg,


persistindo após 30 minutos em decúbito lateral esquerdo

 Cefaleia (mais regionalizada na nuca, também referida como nucalgia)

 Dor epigástrica ou em hipocôndrio direito

 Alterações visuais (escotomas, visão turva, fotofobia e diplopia)

 Oligúria (diurese inferior a 500 mL/24h)

 Presença de náuseas e vômitos


Desse modo, vale destacar que os sintomas que envolvem a síndrome clínica das
alterações hipertensivas podem ser identificadas através de uma anamnese minuciosa,
exame físico completo e exames laboratoriais específicos, de modo que quanto mais cedo
as alterações forem identificadas, melhor será o prognóstico e as chances de evitar um mal
desfecho obstétrico e neonatal aumentam.

3.5 ECLÂMPSIA
A eclâmpsia é conhecida como forma grave das síndromes hipertensivas da gestação e
pode ser procedida de uma pré-eclâmpsia com sinais de iminência. Manifesta-se com a
presença de uma ou mais crises convulsivas do tipo tônico-clônicas generalizadas, sem
histórico de doenças neurológicas como a epilepsia, e em gestantes hipertensas ou que
possuíram pré-eclâmpsia anteriormente ao surgimento dos sintomas.

Está relacionada a um alto índice de mortalidade, em decorrência do agravamento


clínico das alterações. No Brasil e em outros países, a eclâmpsia é a patologia responsável
por 37% das mortes maternas de causas obstétricas diretas.

Recomenda-se que as gestantes com eclâmpsia em curso, sejam transferidas a uma


unidade de referência, com importância para a tomada de providências durante este
transporte, tais como a manutenção das vias aéreas liberadas, oxigenoterapia via cateter
nasal ou máscara de oxigenação, sondagem vesical de demora e acesso venoso de grosso
calibre, bem como a terapia com anticonvulsivantes e anti-hipertensivos.

As convulsões podem acontecer antes, durante ou após o parto e em


aproximadamente 8,8% dos casos de pré-eclâmpsia e em 11,1% nos casos de pré-
eclâmpsia com sinais de iminência, o que justifica o tratamento medicamentoso o quanto
antes. Previamente a ocorrência das convulsões, a gestante pode apresentar alguns achados
clínicos como presença de hipertensão, proteinúria acentuada ou ausente e presença ou
ausência de edema, além de cefaleias occipitais ou frontais intensas, visão embaçada,
fotofobia, escotomas, dor epigástrica ou na região do quadrante superior direito, alterações
no estado mental ou hiperreflexia, os mesmos considerados na avaliação dos sinais de
antecedem a eclâmpsia.

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Unidade 3 – Classificação

3.6 SÍNDROME HELLP


A síndrome HELLP é determinada como uma variação da pré-eclâmpsia grave e eclâmpsia,
caracterizada pela hemólise, elevação de enzimas hepáticas resultantes de alterações no
fígado e pela plaquetopenia, sendo esta última evidenciada por disfunções na coagulação
sanguínea. O termo HELLP é derivado do inglês e se refere:

H (Hemolysis – intensa hemólise)

EL (Elevated Liver enzymes – comprometimento hepático e elevação de


enzimas)

LP (Low Platelets – consumo e diminuição de plaquetas)

Esta síndrome, pode ocorrer por volta de 27 a 37 semanas, ou no pós-parto imediato


com cerca de 15 a 25% dos casos. Origina-se em decorrência do desenvolvimento
defeituoso da placenta, estresse oxidativo e lesão do endotélio, principalmente nos
endotélios hepáticos.

Para tanto, o diagnóstico é realizado por meio de exames laboratoriais, definido por
anemia hemolítica microangiopática, com presença de esquizócitos (alteração na forma do
eritrócito normal) no sangue periférico, com contagem de plaquetas para identificação de
plaquetopenia, ou bilirrubinas totais com valores maiores ou igual a 1,2mg/dl, e ainda,
desidrogenase lática (LDH) com valor maior ou igual a 600UI/L.

Referente a contagem de plaquetas, a alteração plaquetária da síndrome HELLP é


dividida em 3 classes: a classe I caracterizada pela contagem de plaquetas menor que
50.000/mm; classe II que ocorre quando a contagem de plaquetas está entre 50.000 a
100.000/mm; e a classe III determinada pela contagem de plaquetas com valor maior que
100.000/mm, sendo a classe I de pior prognóstico devido a diminuição severa do número
plaquetário.

O tratamento ainda é um desafio para os obstetras em todo o mundo, sendo


recomendado a internação hospitalar das pacientes com suspeita e realização de condutas
imediatas para a antecipação do diagnóstico, avaliação das condições fetais para
identificação das necessidades de um parto imediato, controle da pressão arterial, terapia
farmacológica para prevenção de convulsões, administração de fluídos e eletrólitos,
utilização de sangue, tratamento intensivo após o parto e avaliação constante devido ao
risco de falência de órgãos, além de aconselhamentos para as gestações futuras.

Desse modo, as intercorrências obstétricas devem ser consideradas com o maior


rigor possível, especialmente na atenção primária, onde os fatores e risco precisam ser
constantemente observados, assim como as alterações devem ser identificadas o mais
precoce possível, tendo em vista que quanto mais rápido for feito o diagnóstico e
intervenção, maiores são as chances de se obter um bom desfecho materno e fetal. Para
isso, é de extrema relevância o conhecimento dos aspectos que envolvem a fisiopatologia e
manifestações clínicas das síndromes hipertensivas.

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Atualização em Hipertensão na Gestação

04
ETIOPATOGENIA

Embora as causas da pré-eclâmpsia sejam pouco conhecidas, ela parece estar relacionada a
alterações na formação e organização placentária, no qual apresenta defeitos de perfusão
uterina, com indução de um estado de hipercoagulabilidade. Esta última característica,
pode decorrer de uma deficiência relativa na produção de prostaciclinas, vasodilatadores
importantes, e produção excessiva de tromboxano, que é uma prostaglandina
vasoconstritora sintetizada quando ocorre a agregação plaquetária. Para tanto, alguns
eventos devem ser considerados para compreender o surgimento de alterações e
manifestações clínicas.

4.1 DESREGULAÇÃO IMUNOLÓGICA PRÉ-CONCEPCIONAL


Considerando os fatores de risco primigestação e multiplicidade de parceiros, há uma
teoria considerada inicial que explica o motivo pelo qual alterações imunológicas pré-
concepcionais podem causar a pré-eclâmpsia, de modo que o primeiro contato com o
sêmen paterno teria relação direta com o surgimento de alterações (REZENDE, 2018).

Tal teoria refere, que uma exposição pré-concepcional materna ao líquido seminal
paterno, poderia desencadear respostas imunes desreguladas, onde a mãe se torna tolerante
aos aloantígenos feto-paternos, fazendo com que o risco para a pré-eclâmpsia se torne
aumentado (REZENDE, 2018).

4.2 PLACENTAÇÃO DEFEITUOSA


Inicialmente é necessário compreender o que ocorre em uma gestação sem alterações, no
que se refere a placentação normal. Na gestação normal, as artérias espiraladas são
invadidas pelo citotrofoblasto (células embrionárias), no qual algumas porções endoteliais

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Unidade 4 – Etiopatogenia

dos vasos são substituídas e os trofoblastos são eliminados da túnica média dessas artérias.
Esse processo consiste na segunda onda de invasão trofoblástica, no qual essas adaptações
aumentam o diâmetro das artérias e consequentemente aumento do aporte sanguíneo para a
placenta (REZENDE, 2018). O esquema de invasão trofoblástica é representado na figura

abaixo:

Conforme apresentado na imagem acima, as artérias espiraladas estão presentes nas


camadas uterinas e atuam na vascularização do órgão, em uma mulher não grávida, elas
são mais estreitas e em formato semelhante a uma espiral. Já na mulher grávida, com o
decorrer da gestação o volume sanguíneo corporal aumenta e o aporte sanguíneo para a
região uterina também precisa ser maior, uma vez que a nutrição e trocas gasosas materno-
fetal ocorre por meio dos espaços intervilosos da placenta, assim, consequentemente os
vasos sanguíneos do útero precisam de uma maior complacência e baixa resistência, para
conseguir fazer uma passagem sanguínea placentária de forma eficaz.

Para obter essa adequação dos vasos células do citotrofoblasto migram para o
lúmen das artérias espiraladas e sensibilizam a musculatura e membrana elástica do vaso,
processo conhecido como ondas de migração trofoblástica. Vale salientar que esse evento
ocorre em duas ondas, a 1° onda de migração trofoblástica ocorre dentro da 8° e 10°
semana de gestação e a 2° onde de migração trofoblástica ocorre por volta da segunda
metade da gestação, compreendendo o período entre a 14° e a 24° semana gestacional.

Todo esse processo descrito, é fundamental para o desenvolvimento adequado da


gestação e pode ser conhecido como remodelação vascular fisiológica das artérias uterinas.

Diferentemente de como ocorre em uma gestação normal, na pré-eclâmpsia a


invasão das artérias espiraladas ocorre de forma limitada, induzindo a redução do diâmetro
das artérias pela metade quando comparada a uma gravidez normal. Esta limitação
prejudica a reposta do organismo frente ao aumento das demandas sanguíneas que ocorrem
na gestação, e assim diminui a perfusão uteroplacentária e como consequência provoca
isquemia placentária, estresse oxidativo e constante produção de fatores inflamatórios
(REZENDE, 2018).

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Atualização em Hipertensão na Gestação

Desse modo, entende-se que na pré-eclâmpsia há ausência da 2° onda de migração


trofoblástica, que por ser um evento característico da segunda metade da gestação, justifica
o surgimento das manifestações clínicas das síndromes hipertensivas, após a 20° semana
de gestação.

4.3 DISFUNÇÃO ENDOTELIAL


Partindo da placentação defeituosa e da ativação de fatores inflamatórios, ocorre um
evento conhecido como disfunção endotelial sistêmica. Acredita-se que a ativação desses
fatores gera um desequilíbrio de substâncias vasoativas na circulação, levando a
diminuição de prostaciclinas como é o caso da (PGI2), substância vasodilatadora e
inibidora da agregação plaquetária, que em consequência, causa uma elevação da atividade
do tromboxano (A2), potente vasoconstritor, no qual resulta no aumento da reação vascular,
agregação plaquetária e por fim, diminuição do fluxo sanguíneo uteroplacentário
(REZENDE, 2018).

Ao passo que esses fatores lesivos incidem no endotélio sistêmico arterial materno
(artérias espiraladas), há o surgimento das manifestações clínicas da pré-eclâmpsia:
elevação dos níveis pressóricos seguida por lesão do endotélio renal levando a
glomeruloendoteliose e proteinúria acentuada.

4.4 OUTRAS ALTERAÇÕES


Constantemente são realizados novos estudos com a finalidade de compreender melhor a
etiologia das síndromes hipertensivas e assim, atuar de forma efetiva na prevenção
primária, com base em fatores de risco e possíveis causas, estratégia que até então não há
como ser realizada considerando o desconhecimento de suas causas.

Desse modo, outras alterações estão em pesquisas, porém vale salientar que
algumas evidências apontam para uma possível relação entre as alterações metabólicas
observadas no processo gestacional fisiológico, tornando-se exacerbadas por ocasião da
pré-eclâmpsia e desencadeando a forma clínica da doença. Condições preexistentes como
obesidade ou índice aumentado de massa corporal (IMC >30 kg/m2), bem como síndromes
metabólicas, podem causar respostas inflamatórias em decorrência do estado crônico de
inflamação sistêmica, pela ativação das vias inflamatórias na interface materno-fetal.

Sendo assim, o reconhecimento do perfil das gestantes, bem como o


desenvolvimento de ações de saúde, que impliquem na minimização dos fatores de risco,
são imprescindíveis para uma assistência qualificada e resolutiva. Também se mostra
necessário além dos cuidados com a gestante, estimular a participação e prestação de
cuidados pelo núcleo familiar, haja vista, a colaboração da parceria sexual como fator
fundamental no desenvolvimento saudável da gravidez.

Assim, com base nas manifestações materno-fetais, estas serão descritas com mais
detalhes no próximo tópico, sempre levando em consideração as alterações advindas da má
remodelação das artérias espiraladas.

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Unidade 5 – Fisiopatologia

05
FISIOPATOLOGIA

A fisiopatologia das síndromes hipertensivas da gestação pode ser compreendida através


do reconhecimento do seu efeito multissistêmico, de modo que acarreta prejuízos tanto
para a grávida quanto para o feto. Para melhor compreensão, as manifestações serão
apresentadas conforme local de desenvolvimento.

5.1 ALTERAÇÕES RENAIS


Durante a gestação, ocorrem inúmeras mudanças e adaptações fisiológicas no corpo
materno, com vistas a suprir as demandas orgânicas da gestante e do feto, uma vez que
essas demandas se tornam cada vez mais aumentadas a medida em que o processo
gestatório progride.

Um exemplo a ser considerado é o aumento do volume sanguíneo, com


consequente elevação da taxa de filtração glomerular renal, com valores em média de 50%
a mais, em relação a taxa de filtração de uma mulher não grávida. Já na presença da pré-
eclâmpsia, esse valor tende a cair consideravelmente em relação aos números não
gravídicos, demonstrando em torno de 30 a 40% de queda na taxa de filtração glomerular
renal. Assim, essa alteração pode, consequentemente, causar um aumento dos níveis de
ureia e creatinina.

Dentre as alterações renais, o intenso vasoespasmo promove lesão tubular,


sobretudo lesão glomerular, que promove aumento da permeabilidade de proteínas e estaria
diretamente ligada com a presença de proteinúria. Outro achado importante é a oligúria,
presente nas manifestações clínicas mais graves, e está relacionada a diminuição do fluxo
sanguíneo renal e hemoconcentração.

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Atualização em Hipertensão na Gestação

5.2 ALTERAÇÕES VASCULARES E CARDÍACAS


Com relação as alterações cardíacas relacionadas às síndromes hipertensivas, vale destacar
a lesão endotelial, que repercute para o aumento da permeabilidade capilar e
consequentemente extravasamento de plasma para o meio extravascular, dando origem a
alterações e manifestações clínicas importantes como o edema e a hemoconcentração,
sendo a viscosidade sanguínea relacionada a eventos trombóticos. Sobre o volume
plasmático, há uma diminuição quando comparado a uma gestação normal.

Outra questão importante é relacionada ao estreitamento importante dos vasos e


lesão vascular generalizada, sendo caracterizado como vasoespasmo generalizado, com
resistência periférica e isquemia dos órgãos, de modo que essa resistência periférica total
estaria totalmente relacionada ao aumento dos níveis pressóricos identificados na gestante
com pré-eclâmpsia.

Tendo em vista as alterações vasculares, compreende-se ainda a maior


biodisponibilidade de substâncias vasoconstrutoras como é o caso do tromboxano, e
consequente diminuição de prostaciclinas (PGI2) e óxido nítrico, conhecidas como
substâncias vasodilatadoras.

5.3 ALTERAÇÕES HEPÁTICAS


As alterações hepáticas são secundárias ao vasoespasmo intenso generalizado e estão
presentes no quadro de sinais e sintomas da síndrome HELLP, o que constitui um quadro
de agravamento da doença, sendo de extrema importância a identificação precoce de
manifestações iniciais.

A elevação das enzimas hepáticas aspartato aminotransferase (AST) e alanina


aminotransferase (ALT) são decorrentes de necrose hemorrágica periportal, com depósitos
de fibrina nos sinusoides hepáticos. Vale destacar que o sintoma de dor no quadrante
superior do abdome é ocasionado pela hemorragia intra-hepática, com hematoma
subcapsular, geralmente fatal, porém sua ocorrência é rara quando comparado aos demais,
o que não isenta a necessidade de o profissional avaliador buscar essa manifestação nas
gestantes.

5.4 ALTERAÇÕES CEREBRAIS


No que se refere as alterações cerebrais, é importante destacar a sua total ligação com a
presença de eclâmpsia, uma vez que indica, dentre outras, a ocorrência de convulsões do
tipo tônico-clônicas.

A convulsão na eclampsia foi explicada por muito tempo em decorrência do


vasoespasmo generalizado que atingia a região cerebral e causava isquemia. Porém, com o
aperfeiçoamento dos estudos e avaliações, viu-se que a causa primária seria a pressão de
perfusão elevada, também referida como encefalopatia hipertensiva, que leva ao

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Unidade 5 – Fisiopatologia

surgimento de edema vasogênico e barotrauma cerebral. A presença de encefalopatia


hipertensiva pode ser justificada pela quebra dos mecanismos de autorregulação da
circulação cerebral, advindo de um aumento abrupto de pressão arterial, como é o caso dos
valores observados antes do evento da convulsão propriamente dita (REZENDE, 2017).

5.5 ALTERAÇÕES SANGUÍNEAS


Assim como foi observado nas alterações cerebrais, as modificações no componente
sanguíneo também possuem relação com a síndrome HELLP, uma vez que a presença de
plaquetopenia e hemólise fazem parte das manifestações clínicas e laboratoriais dessa
grave complicação da pré-eclâmpsia.

Desse modo, a plaquetopenia é caracterizada pelo número de plaquetas inferior a


100.000/mm3 e tem como consequência a hemorragia cerebral, hepática e durante a
cesárea, se for o caso de parto por via abdominal.

As hemácias passam a demonstrar alterações em seus formatos habituais e se


demonstram como esquizócitos, observada no esfregaço de sangue. Essa alteração leva o
nome de hemólise microangiopática e ocorre pelo atrito entre as hemácias e os vasos
sanguíneos lesionados, com deposição de fibrina.

5.6 ALTERAÇÕES HIDROELETROLÍTICAS


Anteriormente, o edema era considerado uma manifestação típica das síndromes
hipertensivas e estaria ligado ao extravasamento de líquidos e aumento da retenção de
sódio e água, observados na gestante com alterações hipertensivas. Entretanto, essa
alteração deixou de ser considerada como condição diagnóstica necessária, tendo em vista
que na gestação normal também pode ocorrer a presença de edema mais generalizado.

Assim, a presença de edema generalizado, especialmente de mãos e face pode ser


comumente identificado em gestantes com síndromes hipertensivas, porém sua presença
não está restrita a esses casos, sendo também observado em gestações normais.

5.7 ALTERAÇÕES UTEROPLACENTÁRIAS


Com base nas alterações arteriolares descritas na unidade referente a etiopatogenia das
síndromes hipertensivas, conclui-se que o fluxo uteroplacentário se encontra diminuído,
com presença de infartos placentários, restrição do crescimento placentário e descolamento
prematuro de placenta, com consequente restrição do crescimento fetal e alta mortalidade
perinatal.

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Atualização em Hipertensão na Gestação

Sabe-se que as trocas materno-fetal ocorrem através dos espaços placentários, e


uma alteração desse nível prejudica todo esse processo, por isso, há a presença marcante
das alterações fetais.

5.8 ALTERAÇÕES FETAIS


Em decorrência dos achados uteroplacentários, o crescimento e desenvolvimento fetal
também apresentam graves alterações, sendo de suma importância um acompanhamento
preciso. Como mencionado anteriormente, a principal alteração fetal é a restrição do
crescimento intrauterino, associada a sinais de sofrimento fetal e oligodramnia. Recém-
nascidos pequenos para a idade gestacional (PIG) também são observados como
consequência da redução do fluxo sanguíneo placentário.

06
DIAGNÓSTICO

O diagnóstico é realizado por meio da avaliação do quadro clínico e exames laboratoriais,


sendo adotados alguns exames específicos para os casos. Como já mencionado, devido a
etiologia desconhecida, não há como fazer um trabalho efetivo de prevenção primária com
base nos fatores de risco, de modo que muitos estudos estão sendo desenvolvidos, porém
ainda não há um consenso quanto a eles.

Nesse sentido, na fase inicial a gestante pode não apresentar sintomas, portanto, a
avaliação, anamnese e exame físico devem ser constante, no sentido de identificar
alterações ainda no início e de forma mais precoce possível. Todas essas condutas são
realizadas sobremaneira nas consultas periódicas de pré-natal, dando ênfase a importância
de captar o quanto antes essa paciente.

Em complemento as ações supracitadas, vale salientar as buscas por fatores de risco,


que mesmo sem a possibilidade de atuar frente a eles, mas a sua identificação chama a
atenção dos profissionais para o constante acompanhamento de questões como:

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Unidade 7 – Prognóstico

 Medida da pressão arterial

 Acompanhamento do ganho de peso e cálculo do IMC

 Busca por sinais de dor, cefaleia, edema generalizado sem diminuição após repouso
em decúbito lateral esquerdo, dentre outros

 Demais queixas espontâneas

6.1 PARÂMETROS CLÍNICOS E LABORATORIAIS


De modo mais específico, é necessário relembrar algumas alterações clínicas citadas nos
capítulos anteriores, de modo a organizar o raciocínio lógico e compreender alguns sinais
de alerta que precisam ser considerados pelo profissional avaliador.

ATENÇÃO: mesmo a enfermagem não possuindo competência legal e habilitação


profissional para estabelecer diagnósticos patológicos, este deve estar atento as principais
modificações, e assim estabelecer encaminhamentos corretos e resolutivos, especialmente
por ser peça chave na assistência pré-natal e obstétrica de modo geral.

Assim, os principais parâmetros clínicos e laboratoriais que devem ser considerados


para as síndromes hipertensivas serão listados a seguir:

Pressão arterial aumentada: valores maiores ou iguais a 140mmHg para o valor


sistólico e 90mmHg para o valor diastólico. Valores acima de ≥ 160 e/ou 110 mmHg
confirmados após intervalo de 15 minutos, representam uma crise hipertensiva e merece
atenção imediata.

Sinais de iminência de eclampsia: manifestações de comprometimento do sistema


nervoso (cefaleia, fotofobia, escotomas), hiperreflexia, sintomas relacionados ao
comprometimento hepático (náuseas, vômitos, dor epigástrica ou no hipocôndrio direito).

Eclâmpsia propriamente dita: presença de convulsões do tipo tônico-clônicas.


Atentar para as gestantes que já apresentavam quadros convulsivos anterior a gestação.

Alterações sugestivas de síndrome HELLP: hemólise caracterizada pela presença


de anemia microangiopática e se realizado o esfregaço sanguíneo há presença de
esquizócitos, elevação de enzimas hepáticas AST e ALT (considerar acima de duas vezes o
seu valor normal), desidrogenase lática (DHL) acima de 600 UI/L, valores de bilirrubinas
indiretas acima de 1,2 mg/dL, plaquetopenia observada através de hemograma e com
valores abaixo de 100.000/mm3, considerando que quanto menor o valor pior é o
prognóstico.

Oligúria e insuficiência renal aguda: identificadas através da avaliação da diurese


quando inferior a 500 mL/24h e creatinina sérica ≥ 1,2 mg/dL respectivamente.

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Atualização em Enfermagem Obstétrica

Sinais de edema agudo de pulmão: dispneia, tosse seca ou com expectoração


rósea, taquipneia e estertores.

6.2 PREDIÇÃO E PREVENÇÃO


Mesmo diante da imprevisibilidade em prever as chances de uma mulher desenvolver a
síndrome hipertensiva, sua história clínica não deve ser descartada, pois alguns fatores
precisam ser acompanhados de perto, como é o caso de história familiar, antecedentes
obstétricos de pré-eclâmpsia e condições crônicas preexistentes a gestação.

Assim, outras questões de cunho preventivo precisam ser destacadas, tendo em


vista as dificuldades encontradas nesse sentido. As principais são:

 Repouso, dieta hipossódica e ingestão de vitaminas, não apresentam até o momento,


evidencias cientificas suficientes que comprovem seu uso como estratégias
preventivas para a não ocorrência de pré-eclâmpsia

 Discussões mais recentes têm apontado diminuição dos riscos para pré-eclâmpsia,
mediante utilização terapêutica de ácido acetilsalicílico (AAS) e suplementação de
cálcio. Para o AAS considerar doses terapêuticas de 100 a 150g/dia para gestantes
com fatores de risco aumentados, com início em torno da 12° semana e término a
partir da 36° semana, visando a renovação plaquetária e preparação para o parto. Já
sobre a suplementação de cálcio, podem ser consideradas doses diárias de 1,0 a
2,0g, sobretudo quando houver risco aumentado para a doença e/ou dieta pobre em
cálcio.

Assim, a avaliação deve ser constante e minuciosa, considerando as


particularidades da gestante, assim como, envolvendo família e comunidade no processo
educativo para identificação precoce de alterações e procura rápida aos serviços de saúde
sempre que necessário.

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Unidade 7 – Tratamento

07
TRATAMENTO

O tratamento das síndromes hipertensivas compreende diversas condutas, onde podem ser
observadas, condutas não farmacológicas, farmacológicas e assistência frente aos casos de
eclampsia. A seguir, as condutas terapêuticas serão descritas mais detalhadamente.

7.1 TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO


O tratamento não farmacológico envolve ações que visam promover bem-estar e
acompanhar o decorrer da gestação em busca de possíveis alterações. Atua de modo
associado aos métodos medicamentosos e devem ser orientados durantes as consultas de
pré-natal.

A dieta hipossódica não é indicada, porém os níveis de sal nos alimentos devem ser
observados com cuidado, assim como em qualquer outra situação alimentar.

O acompanhamento hospitalar e ambulatorial, devem ser avaliados conforme


necessidade e quadro clínico de cada gestante, sendo os exames clínicos, importantes para
identificação precoce de alterações em órgãos-alvo, os seguintes exames: hemograma,
principalmente no que se refere a contagem de plaquetas, hemoglobina e hematócrito,
desidrogenase lática, bilirrubinas totais, creatinina e enzimas hepáticas.

7.2 TRATAMENTO FARMACOLÓGICO


O uso contínuo de anti-hipertensivos durante a gestação deve ser observado com cautela,
de modo que informações científicas apontam sobre a observância dos níveis pressóricos,
ao optar por uma terapêutica, tendo em vista assegurar a saúde materno-fetal.

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Atualização em Enfermagem Obstétrica

Para o tratamento da hipertensão arterial na gravidez, é considerado o fator protetor


para hipertensão grave, sendo introduzidos quando há persistência dos níveis elevados da
pressão arterial. Assim, alguns medicamentos possuem segurança aceitável para uso
gestacional e são recomendados em detrimento a outras medicações anti-hipertensivas,
sendo a metildopa, considerada droga de primeira escolha, inclusive para substituição de
medicamentos anteriores utilizados por gestantes com hipertensão crônica. É administrada
na dose de 750 mg a 2.000 mg/dia, podendo provocar como efeito adverso, hipotensão
postural com comprometimento da perfusão placentária, se administrada em altas dosagens.

Na emergência hipertensiva, a gestante deve ser levada ao serviço médico, pois são
necessárias avaliações mais precisas, especialmente no que se refere as condições de saúde
maternas e fetais. Utiliza-se muito nos casos agudos, a hidralazina, um vasodilatador
periférico de ação máxima rápida. A dose recomendada é de 5 mg via intravenosa,
encontrada em solução injetável (20 mg/ml – 1ml), sendo uma ampola diluída em 19 ml de
água destilada.

Durante a administração de hidralazina é necessário atentar para sinais de


hipotensão, sendo recomendada a elevação de membros inferiores e suspensão da
medicação. Outra questão a ser observada em qualquer administração de anti-hipertensivos,
é a queda brusca da pressão arterial, pois isso pode causar acidente vascular cerebral ou
infarto na gestante e diminuir demasiadamente o fluxo uteroplacentário, acentuando os
efeitos negativos ao feto.

Outra medicação importante no tratamento das síndromes hipertensivas é o sulfato


de magnésio MgSO4, sendo a droga escolhida como conduta na iminência de eclampsia e
durante a sua ocorrência. É o fármaco mais eficaz neste tipo de tratamento, agindo na
redução da excitabilidade dos neurônios, impedindo a convulsão.

Assim, o sulfato de magnésio é a droga de escolha para manter o controle e


prevenir convulsões recidivantes. Sua administração segue dois principais esquemas, o de
Pritchard e o de Zuspan, sendo o primeiro (Pritchard – intramuscular) preferencialmente
recomendado nos casos em que a paciente precisa ser transportada a outro serviço. O
quadro abaixo demonstra os dois esquemas conforme dose de ataque e dose de manutenção.

Esquema do Dose de ataque Dose de manutenção


sulfato de
magnésio

Pritchard 4g por via intravenosa (bolus), 5g por via intramuscular profunda a


administrados lentamente + 10g cada 4 horas
(Intravenoso e intramuscular (5g em cada
intramuscular) nádega)

Zuspan 4g por via intravenosa (bolus), 1g por via intravenosa por hora em
administrados lentamente bomba de infusão contínua
(Somente
intravenoso)

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Unidade 7 – Tratamento

Com base no exposto, alguns cuidados precisam ser tomados durante a


administração do medicamento, tendo em vista assegurar o bem-estar e a saúde materno-
fetal.

Cuidados durante a administração de sulfato de magnésio

O cuidado relacionado à administração do sulfato de magnésio é de responsabilidade da


equipe de enfermagem e deve ser realizado de modo cauteloso. Dentre estes cuidados, a
literatura destaca a verificação dos sinais vitais antes, durante e após a administração do
fármaco, além de outras possíveis alterações:

 Ausculta dos batimentos cardiofetais e observação dos movimentos

 Orientar a gestante quanto a importância do decúbito lateral esquerdo e encorajá-la


a colocar em prática este decúbito

 Observar possíveis perdas vaginais e sangramento

 Realizar balanço hídrico e controle da diurese, onde essa, deve ser maior que
30ml/h

 Inspecionar a presença de edemas

 Verificar o reflexo patelar e a frequência respiratória, que não deve estar menor que
16 irpm

 Preparo do gluconato de cálcio que é o antagonista do sulfato de magnésio caso


seja observado algum desvio nos padrões normais observados

Todas as medicações devem ser devidamente prescritas pelo médico responsável,


verificadas e administradas pelo profissional de enfermagem de acordo com os certos da
medicação, estabelecidos para segurança do cuidado ao paciente.

7.3 CONDUTA DURANTE A ECLÂMPSIA


Recomenda-se que as gestantes com eclâmpsia em curso, sejam transferidas a uma unidade
de referência, com importância para a tomada de providências durante este transporte,
algumas ações devem ser estabelecidas como a manutenção das vias aéreas liberadas,
oxigenoterapia via cateter nasal ou máscara de oxigenação, sondagem vesical de demora,
acesso venoso de grosso calibre, evitar trauma por queda, prevenir a aspiração em caso de
vômito, colocando a gestante em decúbito lateral esquerdo.

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Atualização em Enfermagem Obstétrica

08
CONDUTA OBSTÉTRICA

A conduta obstétrica varia conforme condições da gestante e do feto, o que exige avaliação
rigorosa de questões como interrupção da gravidez e escolha da via de nascimento. As
recomendações conforme estado de saúde e idade gestacional serão apresentadas a diante.

8.1 IDADE GESTACIONAL INFERIOR A 24 SEMANAS


Nesse período considera-se a conduta expectante, com controle da PA, monitoramento
laboratorial, observação constante da presença de sinais e sintomas e administração de
sulfato de magnésio.

8.2 IDADE GESTACIONAL ≥ 24 SEMANAS E < 34 SEMANAS


A conduta aplicada nesses casos é semelhante a citada anteriormente, acrescida de
monitoração fetal constante, com avaliação do perfil biofísico fetal e administração de
corticoide para maturação pulmonar

8.3 IDADE GESTACIONAL ENTRE 34 E 37 SEMANAS


Condutas semelhantes são aplicadas nesse período, levando em consideração sempre o
bem-estar materno e fetal tendo em vista aguardar o termo se possível, sem colocar em
risco a vida do binômio. Sobre a via de parto indica-se via vaginal mediante avaliação e
sem emergências obstétricas que impeçam aguardar o transcorrer do parto natural.

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Unidade 8 – Conduta Obstétrica

Procedimentos indutores para o preparo do colo uterino também podem ser realizados,
com indicação e avaliação médica.

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Atualização em Enfermagem Obstétrica

09
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

A enfermagem possui um grande diferencial que consiste na capacidade de apoiar e


comunicar-se com a parturiente e familiares, fortalecendo o contato e o vínculo,
promovendo uma relação interpessoal importante, principalmente durante a parturição,
tornando-se primordial desde o início.

Portanto, as atividades realizadas pelo enfermeiro demandam responsabilidades


múltiplas, além de conhecimentos específicos e de habilidades, possuindo competência
para identificação de riscos de forma precoce e complicações nas gestantes em trabalho de
parto ou não, além de desempenhar a assistência de acordo com os preceitos da
integralidade e equidade, objetivando um atendimento humanizado individual e coletivo.

Com base na execução de uma assistência aliada a bons resultados em saúde, a


enfermagem possui aparatos científicos e baseados em evidências, que quando aliados
teoria e prática, tornam possível um cuidado resolutivo e pautado nas reais necessidades do
paciente.

A partir dessa perspectiva, vale ressaltar uma ferramenta específica da profissão,


que serve como base para todo o cuidado de enfermagem, sendo de suma importância, que
o profissional tome conhecimento e seja estimulado a sua utilização na prática clínica. Os
tópicos abaixo irão abordar de modo mais detalhado sobre a Sistematização da Assistência
de Enfermagem, com enfoque para o processo de enfermagem, como ferramenta essencial
do cuidado e sua aplicação na assistência prestada a mulher com síndromes hipertensivas
específicas da gestação.

9.1 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM


Com base no exposto, a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), pode ser
aplicada as diversas necessidades do paciente, o que inclui o cuidado de enfermagem em
saúde da gestante, nas síndromes hipertensivas, atuando de forma relevante, pois

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Unidade 9 – Assistência de Enfermagem

representa uma etapa importante no contato profissional com o paciente, considerando uma
ferramenta teórico científica, que contribui para o crescimento da profissão enquanto
ciência, embasa o raciocínio clínico, a tomada de decisões e o planejamento dos cuidados
de enfermagem.

A possibilidade de aplicar a SAE no cotidiano dos diferentes cenários assistenciais


torna o enfermeiro capaz de exercer as suas funções privativas, sem relegar suas funções
junto a equipe. A SAE é um instrumento do cuidado e deve ser desenvolvida com vistas a
qualificar a assistência e minimizar os riscos aos usuários.

O enfermeiro deve compreender a SAE e aplicá-la em seu trabalho para construir


seu compromisso com a melhoria da qualidade da assistência e a promoção da autonomia
do indivíduo. Porém, constata-se que a maioria dos profissionais apresenta
desconhecimento desse método de trabalho, não utilizando-o na prática profissional, ou
apenas realizando algumas de suas etapas.

Sobretudo, a SAE organiza o trabalho profissional quanto ao método, de pessoal e


os instrumentos metodológicos, tornando possível a operacionalização do Processo de
Enfermagem, que orienta o cuidado profissional de Enfermagem e a documentação da
prática profissional.

Desse modo, integrado a SAE, utiliza-se o Processo de Enfermagem (PE) dividido


em cinco etapas, que segundo Wanda Horta, são inter-relacionadas, sendo elas: histórico
de enfermagem ou coleta de dados, diagnóstico de enfermagem, planejamento de
enfermagem, implementação e avaliação de enfermagem. A imagem abaixo demonstra as
cinco etapas do processo de enfermagem de modo interligado e interdependente.

O termo Processo de Enfermagem (PE) esteve sempre presente entre a profissão de


enfermagem, mesmo sem o devido reconhecimento e utilização. Desde os primórdios, já se
observava a necessidade de sistematizar a assistência, especificamente, quando Florence

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Atualização em Enfermagem Obstétrica

Nightingale já observava a necessidade de as enfermeiras possuírem um olhar crítico,


observando cada paciente e realizando julgamentos críticos acerca do encontrado.

De acordo com a resolução COFEN 358/09, o processo de enfermagem que integra


a SAE, visa oferecer um cuidado que atue nas necessidades individualizadas de cada
indivíduo ou coletividade. Todos os profissionais de enfermagem devem participar da
elaboração e execução do processo de enfermagem e suas etapas, desde que respeitadas as
recomendações previstas pela legislação profissional de cada um, onde os técnicos de
enfermagem ou auxiliares de enfermagem, devem realizar as atividades que lhe couberem
de modo ético e legal, sempre sob a supervisão de um profissional enfermeiro.

No contexto da Atenção Básica e Saúde da Mulher a Sistematização da Assistência


de Enfermagem pode ser utilizada para ajudar o profissional no cuidado da mulher durante
o período gestacional. Essa assistência consiste em um planejamento qualificado para o
acompanhamento da mulher durante a gestação.

Sendo assim, alguns cuidados devem ser observados em diferentes momentos, tanto
na prevenção de agravos relacionados as síndromes hipertensivas, quanto nas urgências
hipertensivas.

9.2 PROCESSO DE ENFERMAGEM NA ASSISTÊNCIA A GESTANTE


COM SÍNDROMES HIPERTENSIVAS ESPECÍFICAS DA
GESTAÇÃO
Na atenção básica, durante o pré-natal, o enfermeiro deve buscar achados que possam
demonstrar risco ou evidência de complicações dessa ordem. Neste contexto, na coleta de
dados o profissional deve acolher e dialogar com a gestante, ouvindo-a atentamente em
suas necessidades e queixas. Interrogar se não tinha hipertensão anterior e caso tenha,
registrar quando ocorreu, verificar antecedentes familiares. Portanto, deve reealizar
anamnese e exame físico completos.

9.2.1 Histórico ou coleta de dados

Assim, durante a consulta de enfermagem, mais especificamente na fase de anamnese, o


enfermeiro deve acolher a mulher desde a sua chegada à unidade de saúde, promover uma
escuta ativa das suas demandas, sempre articulando com outros serviços e demais
profissionais da equipe para dar continuidade a assistência, investigando sinais associados
a cada alteração causada pelo climatério.

Em consonância, deve ser realizado um exame físico céfalo-caudal, com atenção


para alguns aspectos:

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Unidade 9 – Assistência de Enfermagem

 Verificar a pressão arterial (PA) que deve ser realizada idealmente após um
descanso de pelo menos cinco minutos, com a mulher sentada confortavelmente,
sem falar, pernas descruzadas, costas apoiadas e braço apoiado, de modo que a
medida seja feita com o braço na altura do átrio direito (meio do osso esterno)

 Checar se a mulher ingeriu álcool, café, coca e/ ou fumou cigarro antes e na hora de
verificar a PA, pois isto deve ser evitado

 Se possível, realizar controle de PA no mínimo três a cinco dias no domicílio da


gestante, no caso de hipertensão leve. Constatado o quadro realizar os devidos
encaminhamentos

 Observar peso e medida do IMC verificando a presença de edema. Orientar para


erguer as pernas no máximo 15 minutos, algumas vezes ao dia, para reduzir o
edema, caso a paciente não apresentar insuficiência cardíaca congestiva

 Realizar o cálculo da idade gestacional, altura uterina (avaliar, sobretudo, restrição


de crescimento fetal), observar batimentos cardiofetais, e se necessário encaminhar
para a ultrassonografia de acordo com o protocolo da unidade

 Realizar a contagem de movimentos fetais (mobilograma) se necessário e orientar


que a mãe possa fazer em casa diariamente, ou pelo menos com frequência. Uma
das formar de observar é com a gestante alimentada antes de começar o registro dos
movimentos; em posição semissentada, com a mão no abdômen, marcar o horário
de início; registrar seis movimentos e marcar o horário do último; se em uma hora o
bebê não mexer seis vezes, parar de contar os movimentos. Repetir o registro, se
persistir a diminuição, procurar a unidade de saúde

 Busca pela história clínica de sinais e sintomas (cefaleia, edema, dor epigástrica,
ganho de peso) e a medida adequada da pressão arterial e do peso da mulher em
todas as consultas são imprescindíveis para o diagnóstico de síndromes
hipertensivas

 Atentar para sinais de dispneia, tosse expectorativa com secreção rósea ou + de


creptos na ausculta pulmonar (sinais sugestivos de edema agudo de pulmão)

 Avaliar icterícia e/ou palidez de mucosa

Além do exame direcionado, é importante que ao mesmo tempo sejam observadas


outras alterações gerais ou queixas inespecíficas apresentadas pela mulher, no intuito de
integrar ações cada vez mais resolutivas.

É necessário ESCUTAR atentamente a mulher que se encontra nessa fase, pois se


torna um ato fundamental ao acompanhamento adequado. Após a etapa de anamnese, o
profissional colhe o histórico de enfermagem buscando dados objetivos e subjetivos,
atentando para algumas questões:

 Investigas antecedentes pessoais e familiares

 História obstétrica

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Atualização em Enfermagem Obstétrica

 Sinais de alerta atuais ou recentes

 Histórico de consultas

 Observar exames de rotina obstétrica do pré-natal

 Observar queixas em geral

Frente a realização da coleta de dados e exame físico, primeira fase do processo de


enfermagem, surgem subsídios para elaboração da segunda etapa, os Diagnósticos de
Enfermagem. Tal processo de análise dos dados requer a utilização do raciocínio
diagnóstico (semelhante ao raciocínio clínico).

Estes devem ser elencados conforme as necessidades e condições da paciente,


baseados nas taxonomias mais utilizadas para esse fim, como a NANDA I e a CIPE,
conforme alguns exemplos:

EXEMPLOS DE DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM CONFORME NANDA I

Volume de líquidos excessivo

Dor aguda

Risco de disfunção neurovascular periférica

Manutenção ineficaz da saúde

Náusea

Ansiedade

Medo

Disposição para conhecimento melhorado, dentre outros

Após elencar os diagnósticos de enfermagem baseados nos seus achados e


especificidades da gestante/parturiente e bebê, a terceira etapa deve ser elaborada, que
compreende no planejamento da assistência, onde o profissional estabelece os objetivos e
metas que deseja alcançar, tomando como base o intervalo de tempo necessário para
execução e surgimento dos resultados, para só após esse planejamento, instituir as
intervenções que serão postas em prática, todas baseadas nos diagnósticos e necessidades
identificadas nas demais etapas.

Inclui o estabelecimento de prioridades, definição de metas, identificação de


resultados esperados e determinação das intervenções específicas da enfermagem.

Assim, na quarta etapa serão realizadas as intervenções de enfermagem, onde tanto


enfermeiros como demais profissionais da equipe de enfermagem podem executar, sempre
pautados na ética e no seguimento das normas e leis. Neste momento, algumas
intervenções podem ser estabelecidas:

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Unidade 9 – Assistência de Enfermagem

 Prestar orientações sobre a patologia e cuidados

 Prestar informações às gestantes e familiares e companheiro sobre os sinais de


eclâmpsia que requerem internação e cuidados no caso de convulsões. Estimular
sempre a participação dos familiares nos cuidados

 Fornecer orientações em relação à dieta alimentar rica em ferro, cálcio e proteína,


porém não hiperproteica para evitar sobrecarga do sistema urinário, e dieta
normosódica, além de equilíbrio entre alimentos saudáveis e ricos em nutrientes,
com ingestão hídrica

 Encaminhar para o profissional nutricionista quando necessário

 Orientar que possivelmente serão prescritos alguns exames pelo médico para
confirmar diagnóstico e facilitar a avaliação, tais como, proteinúria, contagem de
plaquetas, ácido úrico creatinina plasmática, bilirrubinas, transaminases hepáticas e
a desidrogenase láctica

 Orientar para evitar o fumo, o álcool, o café ou os estimulantes e atividades


estressantes

 Estimular a expressão de medos, dúvidas e ansiedades nas consultas e atividades


educativas e verificar o bem estar do bebê

 Encaminhar com urgência ao nível terciário ao apresentar qualquer sinal de pré-


eclâmpsia com sinais de iminência e eclâmpsia

 Nas mulheres hipertensas, avaliar o hipertensivo prescrito, orientar sobre os efeitos


colaterais e sobre a forma de uso

 Encaminhar a mulher para o nível secundário ou terciário por escrito de acordo


com a gravidade, em comum acordo com o médico da saúde da família

 Orientar a gestante a deitar preferencialmente em decúbito lateral esquerdo, e


adotar esta posição sempre que precisar ficar deitada

 Orientar sobre a importância de realizar relaxamentos para enfrentar o estresse

 Realizar consultas mais frequentes (semanal ou quinzenal, dependendo do quadro).

Vale a pena destacar, que o cuidado relacionado à administração do sulfato de


magnésio é de responsabilidade da equipe de enfermagem. Dentre estes cuidados, a
literatura destaca:

 Verificação dos sinais vitais antes, durante e após a administração do fármaco

 Ausculta dos batimentos cardiofetais e observação dos movimentos

 Orientar a gestante quanto a importância do decúbito lateral esquerdo e encorajá-la


a colocar em prática

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Atualização em Enfermagem Obstétrica

 Observar possíveis perdas vaginais e sangramento

 Realizar balanço hídrico e controle da diurese, onde essa, deve ser maior que
30ml/h

 Inspecionar a presença de edemas

 Verificar o reflexo patelar e a frequência respiratória, que deve estar em no mínimo


16 irpm

 Preparar o gluconato de cálcio que é o antagonista do sulfato de magnésio caso seja


observado algum desvio nos padrões normais observados.

Todas as medicações devem ser devidamente prescritas pelo médico responsável,


verificadas e administradas pelo profissional de enfermagem de acordo com os certos da
medicação, estabelecidos para segurança do cuidado ao paciente.

No puerpério, o profissional deve-se atentar para o período crítico de até 6 semanas


pós-parto, pois há evidências de que a eclampsia pode ocorrer nesse momento. Para tanto,
deve ser feita a visita puerperal dentro dos primeiros 7 dias, observando estado geral e
possíveis queixas, com destaque para o uso de nifedipino se PA ≥ 150/100 mmHg ao
menos em 2 ocasiões espaçadas de 4 a 6 h.

Por fim, todos os achados e intervenções realizadas pelo profissional, devem ser
devidamente registradas e assinadas com data, horário e registro profissional referente a
quem os realizou, fornecendo um aparato de informações tanto para uma avaliação da
efetividade do plano de cuidados, quanto para nortear as próximas intervenções que serão
realizadas. É nesse momento que as condutas prestadas são avaliadas conforme os seus
resultados, e quando necessário, o plano de cuidados pode ser revisitado e adaptado
conforme ações mais adequadas ao contexto.

Posto isto, algumas estratégias gerais também podem contribuir para uma atuação
protagonista no cenário de atenção integral a saúde da mulher:

 Criar espaços individuais e grupais de participação das usuárias para ouvir suas
necessidades, seus anseios em relação ao atendimento, seus projetos de vida, seus
problemas

 Exercitar a capacidade de perceber os limites dos diversos saberes estruturados


diante da singularidade de cada mulher e de seus desejos, pensar sempre em metas
possíveis de serem pactuadas com o outro, para que tanto a equipe
multiprofissional possa fazer parte das estratégias, como a mulher, sendo ela,
protagonista no processo de cuidado em saúde

 A partir das necessidades e projetos de vida indicados pela usuária, planejar junto a
ela seus laços afetivos, um cuidado pautado em ações e atividades viáveis e em
consonância com as condições de vida e desejos da mulher atendida

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Unidade 9 – Assistência de Enfermagem

 Promover espaços de controle social dentro da unidade de saúde e comunidade, de


modo a fomentar uma construção e/ou fortalecimento de grupos de mulheres, para
que suas representações nesses locais sejam, de fato, um espelho de suas demandas

 Planejar de forma conjunta com as mulheres, possíveis atividades que serão


desenvolvidas junto a elas (escolha dos temas a serem trabalhados, das
metodologias que podem ser utilizadas etc.) visando a participação ativa delas, na
retirada de dúvidas e construção de conhecimentos por meio da troca de saberes

 Organizar espaços de trocas de experiências entre as mulheres para que elas se


sintam apoiadas umas pelas outras, assim como produção de cuidado entre
mulheres e seus pares (sejam eles maridos, companheiras, pais, mães, filhos(as),
cuidadores(as) etc.)

 Auxiliar na construção de espaços permanentes para discutir questões de gênero


na prestação de cuidados de saúde, sempre que necessário, o que auxilia na
formulação de políticas públicas baseadas nas reais necessidades do indivíduo.

Por fim, a atenção à saúde da mulher deve ser proposta, de modo que promova a
expansão do território com discussões e participações coletivas, tomando como base o
local de moradia das pessoas, pois é lá que se apresentam muitas necessidades de saúde. É
preciso compreender a assistência em saúde da mulher como algo inerente e necessário a
sua sobrevivência e qualidade de vida, sem deixar de lado todas as fases do seu ciclo vital,
tomando como base as suas individualidades e experiências. Refere-se ao cuidado em
saúde da mulher como algo que deve ser construído coletivamente e com responsabilização
de todos os envolvidos.

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Atualização em Enfermagem Obstétrica

AVALIAÇÃO

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ou superior a 60% para poder emitir o seu certificado.

1. Dentre as intercorrências clínicas que mais afetam a mulher no período gestacional,


podemos destacar a hiperêmese, as síndromes hemorrágicas, a hepatite B, a
toxoplasmose, o diabetes mellitus, as infecções do trato urinário, a infecção pelo Vírus
da Imunodeficiência Humana (HIV) e sífilis, o trabalho de parto prematuro, a gestação
prolongada, os eventos tromboembólicos, os distúrbios neurológicos, a amniorrexe
prematura e as doenças hipertensivas. Considerando o contexto de mortalidade materna,
assinale a alternativa que representa a principal causa morte materna no mundo, por
causas obstétricas diretas:

a. Síndromes hemorrágicas

b. Síndromes hipertensivas

c. Infecções do trato urinário

d. Eventos tromboembólicos

2. A hipertensão gestacional é caracterizada por um aumento na resistência vascular


periférica que leva a um descontrole dos níveis tensionais da pressão arterial, a qual
ocorre especificamente durante a gestação, após a 20° semana, em mulheres
previamente normotensas, sendo essa, na ausência de proteinúria ou das alterações
sistêmicas e os níveis pressóricos retornam aos valores basais após 12 semanas de pós-
parto. Sobre essa condição, assinale a opção correta:

a. Quando o aumento dos valores pressóricos é identificado ou reportado pela


gestante antes da 20° semana de gestação temos um quadro hipertensão gestacional

b. Hipertensão gestacional é caracterizada por gestante com proteinúria nas primeiras


semanas de gestação, e após o período de 20 semanas, surge um aumento
considerável nos valores, algo em torno de 3x o valor detectado anteriormente

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Avaliação

c. Gestante que apresente manifestações indicativas de alterações em órgãos-alvo é


indicativo de hipertensão gestacional

d. A hipertensão gestacional ocorre especificamente durante a gestação, após a 20°


semana, em mulheres previamente normotensas, sendo essa, na ausência de
proteinúria ou das alterações sistêmicas e os níveis pressóricos retornam aos
valores basais após 12 semanas de pós-parto

3. A pré-eclâmpsia corresponde ao aumento da pressão arterial sistólica, de 140mmHg ou


superior e/ou pressão arterial diastólica de 90mmHg ou superior, acompanhada de
proteinúria significativa, com surgimento por volta da 20° semana gestacional. Sobre
os níveis de proteinúria na pré-eclâmpsia é correto afirmar que:

a. A partir de 300mg ou 3g de proteína em uma amostra de urina de 24 horas, ou


ainda, 1+ (uma cruz, correspondente a 30 mg/dL) ou mais, em amostra simples de
urina (exame de fita)

b. A partir de 400mg ou 4g de proteína em uma amostra de urina de 24 horas, ou


ainda, 1+ (uma cruz, correspondente a 50 mg/dL) ou mais, em amostra simples de
urina (exame de fita)

c. Não apresenta achados de proteinúria, tendo em vista que o quadro clínico é


composto apenas pelo aumento da pressão arterial

d. A partir de 300mg ou 3g de proteína em uma amostra de urina de 24 horas, ou


ainda, 5+ (cinco cruzes, correspondente a 30 mg/dL) ou mais, em amostra simples
de urina (exame de fita)

4. Desse modo, entende-se que na pré-eclâmpsia há ausência da 2° onda de migração


trofoblástica, que por ser um evento característico da segunda metade da gestação,
justifica o surgimento das manifestações clínicas das síndromes hipertensivas, após a
20° semana de gestação. Assinale a alternativa que representa o principal agravante
dessa alteração:

a. Disfunção endotelial

b. Alterações endócrinas

c. Placentação defeituosa

d. Resposta imunogenetica

5. Dentre as alterações renais, o intenso vasoespasmo promove lesão tubular, sobretudo


lesão glomerular, que promove aumento da permeabilidade de proteínas e estaria

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Atualização em Enfermagem Obstétrica

diretamente ligada com a presença de proteinúria. Qual a alternativa que representa as


outras alterações observadas no aspecto renal?

a. A oligúria, presente nas manifestações clínicas mais graves, e está relacionada a


diminuição do fluxo sanguíneo renal e hemoconcentração

b. Condições preexistentes como obesidade ou índice aumentado de massa corporal


(IMC >30 kg/m2), bem como síndromes metabólicas

c. Substância vasodilatadora e inibidora da agregação plaquetária, que em


consequência, causa uma elevação da atividade do tromboxano (A2), potente
vasoconstritor

d. Plaquetopenia caracterizada pelo número de plaquetas inferior a 100.000/mm3 e


tem como consequência a hemorragia cerebral, hepática e durante a cesárea, se for
o caso de parto por via abdominal

6. Utiliza-se muito nos casos agudos, a hidralazina, um vasodilatador periférico de ação


máxima rápida. A dose recomendada é de 5 mg via intravenosa, encontrada em solução
injetável (20 mg/ml – 1ml), sendo uma ampola diluída em 19 ml de água destilada.
Sobre essa conduta assinale a alternativa correta.

a. Utilizada nas crises convulsivas

b. Utilizadas nas crises hemorrágicas

c. Utilizada nas crises hipertensivas

d. Não é utilizada para nenhum tratamento durante a gestação

7. Ao assistir a uma gestante em terapêutica instituída para eclampsia, espera‐se encontrar


no planejamento da assistência de enfermagem os seguintes cuidados gerais. Assinale a
afirmativa correta:

a. Observar cuidados na administração de sulfato de magnésio: reflexo patelar


presente, frequência respiratória igual ou maior que 16 incursões por minuto; a
diurese superior a 100 ml durante as 4 horas precedentes, e manter 10 ml de
gluconato de cálcio a 10% já preparado para pronto uso

b. Manter a gestante em repouso no leito, preferencialmente em decúbito dorsal, em


ambiente fechado e com pouca iluminação

c. Mesmo que haja perdas vaginais não devem ser levadas em conta, pois não
possuem referência a síndrome

d. Instituir medidas para antecipar o parto, sem considerar o estado materno-fetal

Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Hipertensão na Gestação" do EAD
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Avaliação

8. Qual das alternativas representa um processo fisiopatológico próprio da pré-eclâmpsia:

a. Vasodilatação causando isquemia placentária

b. Aumento da produção de prostaciclina PGI2 e diminuição da produção de


tromboxano

c. Aumento na produção e ação do tromboxano (TXA2)

d. Vasos uterinos dilatados com perfusão aumentada

9. A conduta obstétrica varia conforme condições da gestante e do feto, o que exige


avaliação rigorosa de questões como interrupção da gravidez e escolha da via de
nascimento. Assinale a alternativa que compreende a conduta aplicada entre 34 e 37
semanas

a. Avaliação do perfil biofísico fetal e administração de corticoide para maturação


pulmonar

b. Conduta expectante, com controle da PA, monitoramento laboratorial, observação


constante da presença de sinais e sintomas e administração de sulfato de magnésio

c. A conduta aplicada nesses casos é semelhante ao aplicado nas gestações menores


de 24 semanas, não sendo necessária a interrupção, pois não há chance de
sobrevida

d. É necessário considerar o bem-estar materno e fetal tendo em vista aguardar o


termo se possível, sem colocar em risco a vida do binômio. Procedimentos de
maturação cervical podem ser usados nessa etapa

10. O sulfato de magnésio é a droga de escolha para manter o controle e prevenir


convulsões recidivantes. Sua administração segue dois principais esquemas, onde um é
preferencialmente recomendado nos casos em que a paciente precisa ser transportada a
outro serviço. O quadro abaixo demonstra os dois esquemas conforme dose de ataque e
dose de manutenção. Assinale a alternativa com a opção correspondente.

a. Zuspan

b. Metildopa

c. Pritchard

d. Zuspan + Pritchard

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Atualização em Enfermagem Obstétrica

REFERÊNCIAS

Aproveite para estudar também as referências bibliográficas e ampliar ainda


mais o seu conhecimento.

MONTENEGRO C. A. B.; REZENDE, J. F. Rezende obstetrícia. 2017. In:


MONTENEGRO C. A. B.; REZENDE, J. F. Toxemia gravídica, pré-eclâmpsia/eclampsia.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. cap. 26, p. 485-513.

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