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Poluição atmosférica

e impactos à saúde
humana
AULA 5
PROF. GABRIELA FARIAS ASMUS
2023
O QUE É POLUIÇÃO
ATMOSFERICA?

Foto tirada do 28º andar de um apto em Jardins. Fonte: Wikimidia commons


Olha esta “nata”
amarronzada na atmosfera.
SMOG: SMOKE + FOG

Foto tirada do 28º andar de um apto em Jardins. Fonte: Wikimidia commons


POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
- definições
 De acordo com Sánchez, E. (2011), “Poluição” é uma condição
do entorno dos seres vivos (ar, água, solo) que lhes possam ser
danosas.
 De acordo com a resolução CONAMA 491/2018 , “Poluente
atmosférico” é qualquer forma de matéria em quantidade,
concentração, tempo ou outras características, que tornem ou
possam tornar o ar impróprio ou nocivo à saúde, inconveniente
ao bem-estar público, danoso aos materiais, à fauna e flora ou
prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade ou às
atividades normais da comunidade.
 Poluição atmosférica, como vocês bem sabem, é uma
característica marcante das grandes metrópoles e centros
urbanos.
POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA

 poluição atmosférica—em particular a atribuída ao


material particulado fino— está associada à ocorrência
de doenças do trato respiratório, cardiovasculares,
patologias dos períodos perinatal e neonatal e mortes.
 Brasil possui pesquisa qualificada na tema, mas não
conseguiu estabelecer políticas públicas suficientes para
controlar os malefícios à saúde humana.
Um grave problema de saúde
pública!

 2 milhões de pessoas no mundo morreram devido à


poluição atmosférica no ano de 2011.
 Estima-se, em 2015, que a poluição do ar por
particulados tenha provocado 11.200 mortes
precoces no Estado de São Paulo que
correspondem a 31 vidas perdidas ao dia!
 mais que o dobro de pessoas que morrem por
acidentes de trânsito (7.867),
 quase 5 vezes mais do que Câncer de mama (3.620) e
 quase 6,5 vezes mais que por AIDS (2.922)
 Na RMSP, 7 mil mortes foram causadas pela
poluição na RMSP, sendo 4 mil somente na capital.

Fontes: Qualidade do Ar no Estado de São Paulo sob a Visão da Saúde. Instituto Saúde e Sustentabilidade, 2015
 Inversão térmica é um fenômeno que dificulta a dispersão dos
poluentes gerados nos centros urbanos. Ela é consequência do
rápido aquecimento e resfriamento da superfície, podendo
ocorrer naturalmente ou ser causada pela maneira que a
cidade está estruturada.
 Naturalmente, o ar quente das camadas mais baixas da
troposfera “sobe”, levando consigo as partículas de poluentes,
colaborando com a dispersão da poluição local.
 Durante o inverno, quando as noites são mais longas (menos
radiação solar) e a umidade cai, cria-se uma camada de ar frio
próxima ao solo e abaixo da primeira camada de ar quente. O
ar frio, como é mais denso, tende a ficar preso abaixo da
camada quente, retendo todos os poluentes consigo, uma vez
que o ar não está mais circulando. Tem-se a inversão térmica.

SMOG PROVÉM DE
INVERSÃO TÉRMICA!
SMOG é danoso à saúde
 Aumento doenças
respiratórias;
 Agravamento das condições
de pessoas com insuficiência
cardíaca;
 Diminuição da radiação UV,
que leva à deficiência de
vitamina D;
 Risco aéreo, principalmente de
helicópteros, pois há baixa
visibilidade.

Veja notícia de pesquisa desenvolvida no INCORE aqui


CLASSIFICANDO OS POLUENTES DA
ATMOSFERA
 Poluentes como Monóxido de Carbono (CO),
Material Particulado (MP), Óxidos de Nitrogênio
(NOx), Óxidos de Enxofre (SOx) e Compostos
Orgânicos Voláteis (COVs) são chamados
poluentes primários, comumente emitidos por
automóveis e indústrias.
 Os poluentes secundários resultam de reações
dos poluentes primários com substâncias
presentes na camada baixa da atmosfera e
frações da radiação solar, como, por exemplo, a
decomposição de NOx pela radiação
ultravioleta oriunda do sol na formação de
ozônio (O3) e nitratos de peroxiacetila (PAN).
Dióxido de Nitrogênio
(NO2)
 É um gás poluente com ação altamente
oxidante, sua presença na atmosfera é fator
chave na formação do ozônio troposférico.
 Fontes naturais: vulcanismos, ações bacterianas,
descargas elétricas. Apesar de serem em maior
escala, tem menor impacto nos centros urbanos.
 Fontes antropogênicas: derivadas dos processos
de combustão.
 Efeitos:  concentrações podem levar ao
aumento de internações hospitalares por
problemas respiratórios.
 No ambiente pode levar a formação de smog
fotoquímico e a chuvas ácidas.
CHUVA ÁCIDA

 Toda chuva é considerada “ácida” (pH<4,5).


Para ser considerada prejudicial, tem que ter pH
<4,5.
 É decorrente da liberação de NOx, CO2 e SO2,
sobretudo pela queima de combustíveis fósseis.
 Os óxidos de enxofre (SO2 e SO3) e de nitrogênio
(N2O, NO e NO2) dispostos na atmosfera ao
entrarem em contato com gotículas de água,
formam dois vilões: o ácido sulfúrico (H2SO4) e o
ácido nítrico (HNO3).
 Destrói vegetação, modifica as propriedades do
solo, pode alterar os ecossistemas aquáticos e
contaminar a água potável.
CHUVA ÁCIDA

 Reage com o mármore (uma


espécie de carbonato);
 Danifica pintura de edifícios,
veículos e monumentos
históricos.
Cubatão vale da morte

Fonte da imagem aqui

Veja reportagem aqui


Hidrocarbonetos (HC)

 Compostos formados de carbono e hidrogênio e que


podem se apresentar na forma de gases, partículas finas
ou gotas.
 Podem ser divididos em:
- THC - hidrocarbonetos totais;
- CH4 - metano;
- NMHC - hidrocarbonetos não metano, compreendem
os HC totais (THC) menos a parcela de metano (CH4).
 Fontes: nos centros urbanos as principais fontes emissoras
são os carros, ônibus e caminhões, nos processos de
queima e evaporação de combustíveis.
 Efeitos: são precursores para a formação do ozônio
troposférico;
 Metano é potencial causador de efeito estufa.
CO2 (Dióxido de
Carbono)
 Não é considerado “poluente”.
 O excesso de CO2 no sangue provoca acidose
sanguínea, provocando aumento da frequência
respiratória e pode sobrecarregar os rins.
 O  da [CO2] prejudica a composição nutricional
das plantas. Até 2050 mais de 175 mi
apresentarão déficit de Zn se continuarmos com
os níveis atuais de emissões.
 CO2 é um dos gases do Efeito estufa → ou seja,
associado ao aquecimento global.
 Já o aquecimento global nos trás uma série de
riscos, que serão tratados em aula oportuna!
Material Particulado (PM)

 São partículas sólidas e líquidas transportadas


pelo ar, de diâmetros que variam desde 20 micra
até menos de 0,05 mícron.
 Fontes: queima de combustíveis fósseis, queima
de biomassa vegetal (carvão/lenha), emissões
de amônia na agricultura e emissões decorrentes
de obras e pavimentação de vias.
 PM2,5 causa câncer, doenças cardiovasculares e
respiratórias. É uma das maiores preocupações
de saúde da atualidade.
Como é que o MP interage
com os pulmões?
 Os mecanismos não são totalmente conhecidos, mas esta
tese aqui dá bons indícios sobre as modificações na
expressão de genes envolvidos no sistema de inflamação,
tônus e remodelamento vascular dos pulmões e coração.
 Na prática, o MP provoca uma inflamação que se infiltra
nos alvéolos, danificando a região em que ocorre a
comunicação entre eles e os capilares sanguíneos. Logo,
as trocas gasosas ficam prejudicadas. A lesão também
demora a ser reparada na presença de MP. Também
ocorre hipoxemia. Se tiver interesse sobre isso, checa esta
dissertação aqui.
 O estudo deste link é da equipe do Saldiva. Ele resume o
que acontece no corpo quando há exposição à MP,
ozônio e alguns outros poluentes. Passa o olho, vale a
pena!
Ozônio (O3)

 Poluente altamente oxidante na troposfera. É encontrado


naturalmente na estratosfera (camada situada entre 15 e 50
km de altitude), onde tem a função positiva de absorver
radiação solar, impedindo que grande parte dos raios
ultravioletas cheguem a superfície terrestre.
 Fontes - a formação do O3 ocorre através de reações
químicas complexas que acontecem entre o dióxido de
nitrogênio e compostos orgânicos voláteis, na presença de
radiação solar. Estes poluentes são emitidos principalmente
na queima de combustíveis fósseis, volatilização de
combustíveis, criação de animais e na agricultura.
 Efeitos - entre os efeitos à saúde estão o agravamento dos
sintomas de asma, de deficiência respiratória, bem como de
outras doenças pulmonares (enfisemas, bronquites, etc.) e
cardiovasculares (arteriosclerose). Longo tempo de exposição
pode ocasionar redução na capacidade pulmonar,
desenvolvimento de asma e redução na expectativa de vida.
Indicadores para monitoramento
da situação da saúde ambiental
nas Américas
 De acordo com a regionalização da Organização Mundial da Saúde, o Brasil
faz parte do “bloco das Americas”. Logo, a saúde do Brasil é
internacionalmente acompanhada pela Organização Pan-americana da
saúde - OPAS
 Os países da OPAS se comprometeram a acompanhar a contaminação do ar
em ambientes externos através dos seguintes indicadores:
 Concentrações anuais médias de PTS (Partículas totais em suspensão) e
MP10 em zonas urbanas;
 Número de dias em que se excederam as normas de ar ambiental
 Mortalidade proporcional devido às infecções respiratórias agudas em
menores de 5 anos.

Fonte: Montoya et al (2011). Indicadores de saúde ambiental para tomada de decisões. in: Galvão et al
(orgs.). Determinantes ambientais e sociais da saúde. 155-181pp.
Indicadores para monitoramento
da situação da saúde ambiental
nas Américas
 Se comprometeram, também, a avaliar a contaminação do ar
em ambientes internos através da proporção de comunidades
que usam combustíveis sólidos. Vocês sabiam que 5% da
população brasileira queima madeira e carvão vegetal para
cocção de alimentos? Veja uma referência interessante aqui e
este artigo aqui!

Fonte: Montoya et al (2011). Indicadores de saúde ambiental para tomada de decisões. in: Galvão et al
(orgs.). Determinantes ambientais e sociais da saúde. 155-181pp.
Entretanto, dentro das Américas, cada país estabelece
seus padrões para qualidade do ar.

 Em geral, as recomendações da OMS são as mais restritivas.


 No bloco Americano, muitos países utilizam as recomendações
da EPA-US (U.S. Environmental Protection Agency).
 No Brasil, os parâmetros para qualidade do ar sempre foram
muito aquém da recomendação da OMS. A última atualização
dos parâmetros brasileiros foi em 2018.
 Os Estados e Municípios possuem autonomia para serem ainda
mais restritivos com a quantidade de poluentes liberados em
suas localidades.
 Nos próximos slides, compare alguns padrões adotados pelos
países da nossa região e pelo município de São Paulo.
Normas de qualidade do ar em países da América
Latina, OMS e EPA-US (2006)

MP2,5 (µg/m3) O3 (µg/m3) NO2 (µg/m3) SO2 (µg/m3)


MP10 (µg/m3) CO (ppm)
Padrões do país
24h anual 24h anual 8h 1h 1h anual 24h anual 8h

OMS 50 20 25 10 100 200 40 20

EPA-US 150 35 15 160 240 100 372 80 9

México 120 50 65 15 157 216 395 - 341 79 11

Buenos Aires - 150* - - 200 70* 10

Brasil 150 50 160 320 100 365 9

Chile 150 50 120 400 100 250 80 8,6

Colômbia 150 70 80 120 100 250 80 10

Equador 150 50 65 15 120 160 100 350 80 8,6

Peru 150 50 65 15 120 200 100 365 8,6

Fonte: Adaptado de Romieu et al (2011) in: Galvão et al (orgs)


Determinantes ambientais e sociais da saúde – cap. 21.
Comparação dos padrões de qualidade do ar
determinados pela OMS 2006, Decreto Paulista 2013 e
CONAMA 1990.
Tempo OMS Decreto CONAMA
Poluente amostragem 2005 Paulista 2013 1990

24 horas 50 120 150


Partículas inaláveis
(MP10) média anual 20 40 50

24 horas 25 60 não há
Partículas inaláveis média
finas (MP2,5) anual
média anual 10 20 não há
média
anual

Ozônio (O3) 8 horas 100 140 160


Unidades MP: µg/m3; unidade O3: ppm
Padrões de qualidade de CONAMA 491/2018
Observem!

 Os padrões de qualidade do ar atualmente


adotados (Resolução CONAMA 491/2018 e Decr.
59.113/2013-SP) são muito superiores aos
preconizados pela OMS!
 Você ficou perdido em relação ao que significa
PI-1, PI-2, PI-3 e PF (tabela anterior)? Então, lê
com um pouquinho mais de afinco a Resolução
CONAMA 491/2018. Note, também, se há algum
“prazo” estabelecido para se atingir o PF.
 Padrões no Estado de São Paulo aqui
Mas... Vamos voltar a falar do
impacto da poluição nas doenças
respiratórias
 O código internacional de doenças (CID) para o
grande grupo das doenças respiratórias é
“Capítulo X”. O código internacional das
doenças em uso é o CID-10, mas o CID-11 (11ª
versão) já está pronta. Veja o código utilizado
para cada uma das quase 100 doenças
respiratórias aqui
Vejam este quadro, citado por Saldiva
et al. (2012)

(Pode dar zoom, que funciona!)


Vejam este também, citado por Saldiva
et al. (2012)
Poluição atmosférica e
doenças relacionadas
 Sabe-se que a exposição a poluentes gasosos e
MP está associada a maior incidência de
sintomas das vias aéreas superiores, como
rinorreia, obstrução nasal, tosse, laringoespasmo
e disfunção de cordas vocais, e das vias aéreas
inferiores, como tosse, dispneia e sibilância,
especialmente em crianças.
 Logo: asma, DPOC, câncer de pulmão e
infecções respiratórias agudas podem ser
agravados ou favorecidos pela exposição aos
poluentes atmosféricos.
Quem são as infecções
respiratórias agudas?
 Abrangem amplo espectro de doenças que
comprometem o trato respiratório. Suas principais
manifestações clínicas são tosse, dificuldade
respiratória, dor de garganta, corrimento nasal e
dor de ouvido.
 Podem ser doenças infecciosas (resfriado comum
e pneumonias, por exemplo) ou não infecciosas
(como rinite alérgica e asma), cuja origem nem
sempre é possível distinguir.
 Pneumonia é uma grande causa de mortalidade
infantil no mundo. Veja os key facts da WHO.
 Há também as síndromes respiratórias agudas
(SARS, MERS e o nosso querido COVID-19)
COVID-19 e poluição
atmosférica
 Medidas de isolamento social diminuem concentração de poluentes
atmosféricos. No ano 2020, quando houve isolamento social mais severo, a
queda na produção industrial e a baixa circulação de veículos fizeram com
que cidades extremamente poluídas voltassem a enxergar vales, morros...
 Um estudo realizado pela UNIFESP estimou que entre os dias 16 de março e 14
de junho de 2020, 802 mortes prematuras decorrentes de doenças
cardiorrespiratórias foram evitadas em São Paulo!
 Outro artigo interessante, publicado pela Faculdade de Saúde pública de
Harvard, revelou que pacientes da Covid-19 que vivem em áreas (EUA) com
altos índices de poluição atmosférica (registrados antes da pandemia) estão
mais propensos à morte pela doença do que aqueles que vivem em regiões
menos poluídas: o risco de óbito chega a ser 15% maior!

Wu, X., Nethery, R.C., Sabath, B. M., et al (2020). Exposure to air pollution and COVID-19 mortality in the United
States. medRxiv 2; https://doi.org/10.1101/2020.04.05.20054502

Deboni, D., Costa, M. V., Miraglia, S (2020). 90 Days of COVID-19 Social Distancing and Its Impacts on Air
Quality and Health in Sao Paulo, Brazil. Sustainability 2020, 12(18), 7440; https://doi.org/10.3390/su12187440
Consigo monitorar dados de
doenças respiratórias no DATASUS?
 Sim!! Isto é particularmente importante para
você, Engenheiro Ambiental e Urbano!
 Provavelmente, em sua empresa, você será uma
das únicas pessoas que compreenderá a
importância de monitorar a saúde do morador
do entorno, em especial, se as atividades da
empresa emitirem MP, O3, NxO, ou particulados
da extração de minerais.
 Para monitorar o que está havendo com a
saúde da população, precisamos olhar para as
Estatísticas em Saúde do DATASUS.
Consigo coletar dados de
doenças respiratórias no DATASUS?
 No TABNET/DATASUS, encontramos dados de
internações hospitalares e mortalidade para
qualquer doença respiratória (ou até mesmo
para o grande grupo das doenças respiratórias).
 Para Influenza Pandêmica, podemos conhecer
as notificações (e não somente mortes ou
internações), pois esta doença faz parte da Lista
Nacional de Agravos de Notificação
Compulsória.
 Lembrem-se: as notificações (registros
confirmados) de COVID-19 estão sendo
organizadas em https://covid.saude.gov.br/.
Logo, não serão encontradas no TABNET
E onde consigo de dados de
poluição atmosférica?

- No Estado de São Paulo, a Companhia Ambiental do


Estado de São Paulo (CETESB) é responsável por
alimentar o sistema do QUALAR.
- No QUALAR, são reunidos dados e relatórios sobre
a qualidade do ar nos vários pontos de coleta do
Estado de São Paulo.
- Na tarefa 2 do Moodle vocês mostrarão, de
maneira gráfica, dados de poluição e dados de
internações por uma doença respiratória escolhida
(taxa de internação a cada 100.000 hab)
- Para baixar dados do QUALAR, é preciso fazer um
cadastro antes...
- Vamos baixar alguns dados do QUALAR?
https://cetesb.sp.gov.br/a
r/qualar/

Clique em “novo cadastro”


para criar um login. É rápido!
Você recebe em seu e-mail um
link para cadastrar senha.
Aba consultas → Exportar
dados

 Ao clicar em “exportar dados”, você deverá escolher uma


estação automática. Escolha uma localizada no Grande ABC.
Selecione uma estação
automática e o parâmetro

 Lembrem-se que nem todas as estações coletam todos os dados. Escolham


apenas um para observar. Sugiro MP10, MP2,5, NxO ou O3, que são usualmente
mais associados às doenças respiratórias. DATA: Sugiro 01/01/2021 à 01/01/2022,
para termos ideia das concentrações deste poluente no “último ano”. Mas
podem usar outros períodos, desde que compreenda ao menos 1 ano.
Escolham média móvel.
Paciência... A tabela abrirá num pop-up e
pode demorar muito para carregar.

 Percorra, com o mouse, a tabela até o final. Lá


haverá um ícone escrito “exportar dados”. Clique lá
e aguarde (paciência)!
 Seu computador receberá um arquivo csv (que
pode ser salvo e aberto no excel).
 Abra a planilha, limpe-a (excluindo colunas inúteis)
e organize os dados de forma que te permitam
visualizar as médias móveis diárias de MP10.
 A partir deste arquivo, organize uma nova planilha
com as médias MENSAIS. Utilize fórmulas do excel
para facilitar o cálculo.
 Compare as médias mensais de 2021 com as
médias mensais de 2022 em um ou mais gráficos.
Vamos entrar no sistema DATASUS para coletar dados de saúde
respiratória referentes ao mesmo período que você coletou dados
de poluentes?!

 No site do TABNET/DATASUS, entre na aba


EPIDEMIOLÓGICAS E MORBIDADE.
 Clique em Morbidade Hospitalar do SUS (SIH-SUS).
É nesta seção que a gente conhece os números
de internações por determinada doença.
 Clique em “Geral, por local de residência – a
partir de 2008” e escolha a abrangência
geográfica “São Paulo”.
 Agora, é hora de montar uma tabela com os
dados que você quer...
Dados de Pneumonia no
município?

 Em linha, marque “Município”.


 Em coluna, marque “mês de atendimento”.
 Em conteúdo, marque “Internações”.
 Em períodos disponíveis, marque “Jan 2021 à Jan 2022”.
Use Shift+seta para baixo para selecionar este período.
 Em seleção disponível, clique em “Lista morb CID-10”.
Escolhe lá uma doença respiratória. Sugiro Pneumonia.
Mas também tem Bronquite/Bronquiolite. Asma.
Enfisema/Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. Neoplasia
Maligna de Traqueia, Bronquios e Pulmões.
 Em seleção disponível, clique em Município e escolha a
cidade do ABC para qual você coletou os dados do
Qualar
 Pronto!!! Clica em “mostra” e o DATASUS vai te fazer uma
tabela– e como você já sabe - poderá baixar em csv.
Fazer tabelas no DATASUS é
intuitivo, mas demanda atenção...
 Se na coluna você selecionar “mês de atendimento” e marcar
um período de 2 anos (Ex dez 2020----dez 2022), o programa vai
“somar” todos os casos de Dezembro. Não é isso que
queremos!
 Escolha um município, uma doença respiratória, um período e
faça sua própria tabela.
 Depois, avalie o que aconteceu com os registros de internação
durante o período escolhido. Houve aumento de casos? Houve
modificação ao longo dos dois anos?
TAREFA DESTA AULA
 Exercício será aberto no Moodle como “Tarefa 2”;
 A dupla apresentará, até 29/03, uma tabela Excel com os dados
mensais do Qualar (período sugerido: Janeiro 2021 a Janeiro
2022) em uma coluna; e as taxas de internações em outra
coluna.
 Represente graficamente os dados de poluição atmosférica e as
taxas de internação. Se conseguir, coloque os dados no mesmo
gráfico!
E QUAIS SÃO AS
LEGISLACÕES/PLANOS PARA
REDUÇÃO DAS EMISSÕES?

Link da foto: https://www.flickr.com/photos/cbnsp/8284918369


REGULAÇÃO INTERNACIONAL
 Convenção sobre a Poluição Atmosférica Transfronteiriça a
Longa Distância (Genebra, 1979);
 para a redução das chuvas ácidas e eutrofização.
 ECO-92 (Rio de Janeiro, 1992)
 Criação da Carta da Terra e do Protocolo de Kioto.
 Protocolo de Kioto (1997)
 Válido entre 2004-2012, comprometia os países signatários a reduzir
emissões de CO2 em 5,2%.
 COP 15 da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a
mudança do Clima (Copenhague, 2009)
 Brasil se compromete, voluntariamente, a reduzir entre 36- 38% de
suas emissões.
REGULAÇÃO INTERNACIONAL
 COP-21 da UNFCC (Paris, 2015)
 Nesta reunião, ratifica-se o Acordo de Paris: um acordo
internacional de redução de emissões de GEE, para manter o
aquecimento global em no máximo 2oC. Assinado por 125 países,
que apresentaram seus planos de redução de emissão. EUA se
retira do acordo em 2017.
 UN Sustainable Development Goals
 Objetivo 11 (Sustainable cities and communities) tem o seguinte
título: pedale, caminhe ou use transporte público para manter o ar
de nossas cidades limpas.
REGULAÇÃO NACIONAL

 PRONAR
 Política Nacional pela Mudança do Clima
 Plano Nacional da Qualidade do ar
PRONAR: Programa Nacional de
controle de qualidade do ar (1989)
 Gerou Resolução Conama nº 03, de 28 de junho de
1990, estabelecendo padrões para qualidade do
ar no Brasil
 Programa de Controle da Poluição por Veículos
Automotores (PROCONVE)
 Programa Nacional de Controle da Poluição
Industrial (PRONACOP)
 Programa Nacional de Avaliação da Qualidade do
Ar
 Programa Nacional de Inventário de Fontes
Poluidoras do Ar
 Programas Estaduais de Controle da Poluição do
Ar.
REGULAÇÃO NACIONAL
 Política Nacional pela Mudança do Clima (Lei 12.187/2009)
 Prevê redução entre 36,1-38,9% de suas emissões até 2020, de
forma a atender a “Contribuição Nacionalmente Determinada) no
Acordo de Paris.
 O inventário de emissões de GEE mostra que as emissões
permaneceram constantes entre 2009-2012.
Plano Nacional da Qualidade do
ar – PNQA (MMA, 2009)
“... proteger o meio ambiente e a saúde humana dos efeitos da
contaminação atmosférica, por meio da implantação de uma política
contínua e integrada de gestão da qualidade do ar no país”
 Fortalecimento do Sistema Nacional do Meio Ambiente- SISNAMA no trato
da gestão de qualidade do ar;
 Redução de emissões geradas pelo setor de transportes;
 Redução de emissões da indústria e do setor de serviços (produção mais
limpa);
 Redução e monitoramento das emissões causadas pelas atividades
agrossilvopastoris;
 Integração de políticas de desenvolvimento urbano, transporte, saúde e
qualidade do ar;
 Realinhamento e cumprimento dos marcos normativos e regulatórios,
incluindo a revisão dos padrões de qualidade do ar e limites de emissão;
 Geração de conhecimento, desenvolvimento tecnológico e acesso à
informação;
 Ampliação de co-benefícios decorrentes da redução de contaminantes
locais e de gases de efeito estufa.
REGULAÇÃO ESTADUAL (SP)
 Decreto n. 58.107, de 5/ jun/2012
 Dentre os principais compromissos do governo, destacam-se:
 (...) 2. Atingir, até 2020, 20% do território paulista com cobertura vegetal;
 3. Reduzir 20% da emissão de dióxido de carbono, tendo por base o
ano de 2005, conforme estabelecido na Política Estadual de Mudanças
Climáticas.

 Decreto n.61.710, de 15/dez/2015


 (...) visando à disseminação de práticas, tecnologias e sistemas
produtivos eficientes que contribuam para a mitigação das
emissões de GEE.
REGULAÇÃO NO ABC
 Plano de Ação de Enfrentamento às Mudanças Climáticas do
Grande ABC (2013)
 Feito pelo Consórcio Intermunicipal Grande ABC com apoio do
ICLEI
PROGRAMAS/LEGISLAÇÃO
MUNICIPAIS

 Lei Municipal (São Paulo) n. 16.802, 17/jan/2018


 Dá nova redação ao artigo 50 da Lei n.
14.933/2009, que dispões sobre o uso de fontes de
energia menos poluentes e menos geradoras de
GEE na frota de transporte coletivo urbano do
município de São Paulo.
PROGRAMAS/LEGISLAÇÃO
MUNICIPAIS
 A Lei Ordinária nº 9.170 (Santo André) institui o
"Programa Ambiental de Gestão de Frota"
direcionado à frota da Administração Direta e
Indireta, buscando também reduzir emissões de
poluentes.
 Em seu art 4º, parágrafo único, deixa claro que
veículos/máquinas que emitem fumaça em
desconformidade com a padrões legais vigentes,
após revisão, deverão também passar por
inspeção pelo Serviço Municipal de Saneamento
Ambiental - SEMASA, antes de retornarem à
circulação, e deverão ser feitas anualmente.
PROGRAMAS/LEGISLAÇÃO
MUNICIPAIS
Araçatuba
 O município sancionou em 30 de agosto de 2018 a Lei nº 8.106, que dispõe sobre a
proibição de queimadas no município. A lei prevê a aplicação de multa a pessoas físicas
ou jurídicas responsáveis por ações como:
 Utilização de fogo para limpeza e capina de terrenos em zonas urbana ou de expansão
urbana;
 Utilização de fogo no manejo de culturas agrícolas na zona rural;
 Geração de poluição atmosférica através da queima ao ar livre de resíduos sólidos como
pneus, borrachas, plásticos, madeiras, mobílias, resíduos vegetais e lixo doméstico;
 Fabricação, venda, resgate e soltura de balões com potencial de causar incêndios em
áreas com vegetação.

A lei prevê que os recursos captados através das multas sejam destinados a ações da
Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SMMAS) e do Conselho Municipal
de Defesa do Meio Ambiente – COMDEMA.

Os resultados da lei, contudo, têm sido questionados por vereadores do município devido à
ocorrência de incêndios em terrenos da zona urbana
(https://lr1.com.br/cidades/aracatuba/2019/06/23/com-estiagem-queimadas-preocupam/).

Dados: contribuição de aluna do QS (2020)


Conhece alguma
legislação diferente?
 Mande para sua professora, que terei prazer em
incluir num próximo quadrimestre!
REFERÊNCIAS
INTERESSANTES
 INSTITUTO SAÚDE E SUSTENTABILIDADE. Qualidade
do ar no estado de São Paulo 2015. Um olhar sob
a saúde. Disponível em:
http://www.saudeesustentabilidade.org.br/wp-
content/uploads/2017/12/Cetesb_Saude_FINAL_V
2_WEB.pdf. Acesso em 02/03/2020.
 Air pollution in the worl. Disponível em:
https://aqicn.org/search/#q=S%C3%A3o%20Caet
ano%20do%20Sul. Acesso em 09/03/2023
REFERÊNCIAS
INTERESSANTES
 ANDRADE, M. F.; FORNARO, A.; YNOUE, R.; MIRANDA, R.; FREITAS,
E.; MAZZOLI, C.; NOGUEIRA, T. Ciência Básica/Parte A. Capitulo
A5. Megacidades e sua interação com o clima global: o
exemplo de São Paulo. In Ciências das Mudanças Climáticas e
sua Interdisciplinaridade. 1ed. 2015, v. 1, p. 111-134.

 GONÇALVES, F. L. T., COELHO, M. S. Z. S. Variação da


morbidade de doenças respiratórias em função da variação de
temperatura entre os meses de abril e maio em São Paulo.
Ciência e Natura, v.32, n.01, p. 103-118, 2010.

 Miraglia SGEK, Gouveia N. Custos da poluição atmosférica nas


regiões metropolitanas brasileiras. Ciência & Saúde Coletiva, 19
(10):4141-4147, 2014.
BONS ESTUDOS!!!!

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