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Alguns cientistas e pesquisadores usam a expressão “poluição do ar” para descrever alterações na
atmosfera provocadas pela atividade humana, embora poluição do ar possa resultar de eventos naturais,
tais como dispersão de polens, erupções vulcânicas, fumaça de fogos em florestas e gases resultantes da
decomposição da matéria orgânica. Além das fontes naturais, destacam-se as fontes antrópicas formadas a
partir da queima de combustíveis fósseis, tais como carvão e petróleo, exaustão automotiva, que constitui
a maior fonte de poluição do ar nas grandes cidades, emissões de poluentes de processos industriais e
queima de resíduos sólidos. Poluente do ar pode ser definido como qualquer substância presente no ar, de
origem natural ou antrópica, que pela sua concentração possa tornar esse ar impróprio, nocivo ou ofensivo
à saúde humana, à fauna e à flora, e danoso aos materiais. Qualquer variação significativa na composição
atmosférica pode ser perigosa. Por exemplo, ar contendo 10% de CO 2 pode ser venenoso, enquanto a
presença de H2 ou CH4 acima de 10% pode tornar o ar explosivo, ou um aumento significativo de COV na
atmosfera impactará na formação do smog fotoquímico, cujo principal poluente é o ozônio (O3). Assim,
esses gases em altas concentrações são considerados poluentes.
OS COMPOSTOS DE ENXOFRE – PRIMEIRA PARTE - FONTES
O enxofre (S) é um dos elementos mais abundantes na crosta terrestre e é encontrado na forma de
minerais, tais como sulfetos, e em sulfatos de cálcio e magnésio. O ciclo global do enxofre compreende um
conjunto de transformações entre as espécies de enxofre presentes na litosfera, hidrosfera, biosfera e
atmosfera. Esses compostos possuem grande capacidade de mudar o número de oxidação, variando de –II
a +VI. Na natureza, os compostos de enxofre são formados pelas atividades bacterianas anaeróbia e
aeróbica, formando compostos reduzidos de enxofre, principalmente o H 2S. As fontes biogênicas emitem,
principalmente, o sulfeto de hidrogênio (H 2S), o dimetil sulfeto (CH3SCH3), o dimetil disulfeto (CH3SSCH3), o
sulfeto de carbonila (COS), o dissulfeto de carbono (CS 2) e o metil mercaptan (CH3SH). Esses compostos
presentes na atmosfera têm tendência aos estados de oxidação mais altos, lembrando que durante o dia o
radical OH é o principal precursor na destruição desses compostos, ou seja, o radical OH ataca essas
moléculas e elas se oxidam formando outros compostos.
O CH3SCH3 é o principal composto biogênico do enxofre, sendo emitido principalmente pelas algas
marinhas, em especial a Polysiphonia Fastigiata. O oceano é responsável por 99% do fluxo global desse
composto e o restante está relacionado com emissões terrestres a partir da vegetação e dos solos. O
sulfeto de carbonila (COS) tem a sua principal fonte de emissão nas árvores e outras espécies de plantas e
são emitidas aproximadamente 0,4 x 106 toneladas por ano desse composto na atmosfera. A queima da
biomassa constitui a maior fonte direta antrópica de COS. Por causa da baixa reatividade química, o gás
contendo enxofre é o mais abundante na atmosfera e pode atingir a alta atmosfera.
O SO2 emitido na atmosfera pode ser de fontes antrópicas ou naturais. As principais fontes naturais
são os vulcões e a queima da biomassa. Destacam-se pela queima de combustíveis fósseis e atividades
industriais. O SO2 é, também, o principal produto formado pela oxidação de todos os compostos reduzidos
de enxofre presentes na atmosfera. O H 2S é o principal produto da atividade bacteriana. Fontes para a
atmosfera incluem emissões vulcânicas, oceânicas, solos, vegetação, queima da biomassa e emissões
industriais. O CS2 é um gás produzido na atmosfera pelo ataque do radical OH ao COS. Fontes desta espécie
incluem também atividades industriais, destacando-se as indústrias de celulose.