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TRIBUNAL DE JUSTIÇA

PODER JUDICIÁRIO
São Paulo

Registro: 2020.0000969029

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível


nº 1002029-33.2019.8.26.0004, da Comarca de São Paulo, em que é
apelante A. R. L., é apelado S. C. P. L..

ACORDAM, em 9ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de


Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento ao
recurso. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este
acórdão.

O julgamento teve a participação dos Exmos.


Desembargadores GALDINO TOLEDO JÚNIOR (Presidente sem voto),
ROGÉRIO MURILLO PEREIRA CIMINO E PIVA RODRIGUES.

São Paulo, 24 de novembro de 2020.

[ANGELA LOPES]
[Relatora]
Assinatura Eletrônica
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
PODER JUDICIÁRIO
São Paulo

VOTO Nº 9356
Apelação n. 1002029-33.2019.8.26.0004
Origem: 1ª Vara da Família e Sucessões do Foro Regional IV - Lapa
Comarca de São Paulo
Juiz: Dr. Ary Casagrande Filho
Apelante: A.R.
Apelado: S'C.P.L.

AUTORIZAÇÃO JUDICIAL PARA SUPRIMENTO


DE CONSENTIMENTO PATERNO - Sentença que
julgou improcedente o pedido - Genitora apelante que se
casou com cidadão brasileiro, funcionário de empresa
americana e residência nos EUA, e insiste na mudança com
o filho menor para o exterior - Ausência de motivos
concretos para conceder a autorização - Estudo psicológico
que demonstra que o genitor é presente no cotidiano do
filho, apesar da distância física entre a residência materna e
paterna (São Paulo - Rio de Janeiro), exercendo a
paternidade responsavelmente - Existência de ação de
guarda, movida pelo genitor apelado, ainda pendente de
instrução, que tornou provisoriamente convertido o
exercício da guarda unilateral do menor, pela genitora -
Mudança para o exterior, em companhia materna, que não
atende aos interesses do menor, ao menos presentemente -
Sentença mantida - Honorários recursais devidos -
RECURSO DESPROVIDO.

Trata-se de ação proposta por A.R. em face de


S'C.P.L., objetivando o suprimento do consentimento paterno para mudança de
domicílio para outro país, em relação ao filho das partes J.V.R.L., menor nascido
em 12/04/2010.

Sobreveio sentença de improcedência, publicada em


11/10/2019, cujo relatório se adota, nos seguintes termos:
“De todo modo, como bem mencionou o Parquet, há
demanda de guarda atualmente pendente junto à 2ª Vara de Família e Sucessões
deste mesmo Foro Regional, de maneira que a questão da modificação de
domicílio poderá ser novamente abordada, inclusive com maior profundidade,

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mesmo porque, a propositura da referida demanda tornou convertida até mesmo o


exercício da titularidade da própria guarda do menor.
Nessa medida, na esteira do parecer ministerial de
fls. 742/746, imperiosa a improcedência da demanda, anotando-se, entretanto,
que deve prevalecer, até nova ordem judicial, ante a pendência de discussão
acerca da titularidade da guarda do menor, a decisão de tutela de urgência
proferida nestes autos.
Ante o exposto e que no mais dos autos consta,
JULGO IMPROCEDENTE a presente Ação de Suprimento de Consentimento
promovida por A. R. em face de S. C. P. L., relativamente à mudança de domicílio
para outro país da criança J.V. R. L., e confirmo a decisão de proferida em sede
de tutela de urgência às fls. 509.
Em razão da sucumbência, condeno a demandante a
arcar com custas processuais e honorários advocatícios que fixo em 15% (quinze
por cento) sobre o valor atualizado da causa.” (fls. 749/754, in verbis).

Apela a autora alegando, em síntese, que a sentença


merece reforma, uma vez que a mudança pretendida não prejudicará a
convivência do genitor com o filho. Reforça os argumentos trazidos na petição
inicial, relatando que seu atual marido é piloto de companhia aérea e realiza voos
internacionais; desta forma o filho das partes poderá visitar o apelado sem custos,
sendo conduzido diretamente ao Rio de Janeiro, de modo que as visitas serão
benéficas e estendidas à família paterna, já que atualmente o pai vem sozinho
visitar o filho em São Paulo. Do mesmo modo durante as férias escolares, a
visitação será preservada.

Relata que o menor não possui dificuldades no


rendimento escolar, como alegado pelo genitor, o que é facilmente verificado pelo
boletim escolar anexado nos autos. Afirma que a relutância paterna em concordar
com a mudança para os Estados Unidos só prejudica o bem estar do menor, já
que naquele país terá acesso a melhor saúde e educação, além de melhor
qualidade de vida. Ressalta que atualmente a família está dividida, pois seu
marido precisa vir e permanecer alguns dias no Brasil enquanto a mudança do
menor restar indefinida.

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Impugna o estudo psicológico realizado, afirmando


que “deturpou e prejudicou a análise da situação real do menor, não obstante
revelar o despreparo técnico na extração e análise das informações concretas,
tanto é que buscou refúgio em outra área da saúde, remetendo o estudo do caso
para outro profissional, que não era de sua competência, fazendo com que tirasse
conclusões aleatórias e irreais”, motivado pelas alegações do genitor.

Assim, pleiteia o provimento do recurso, para que


seja autorizada a mudança do menor para os EUA, situação que poderá ser
revogada caso lhe seja constatado qualquer prejuízo. Pleiteia, ainda, em caso de
provimento ou parcial provimento do recurso, a cassação da parte da r. sentença
que cancela a autorização de viagem, de modo a permitir mobilidade do filho
menor enquanto estiver sob a guarda materna. Por fim, caso este não seja o
entendimento, pleiteia a conversão do julgamento em diligência, para a produção
de prova pericial complementar (psicossocial objetiva ou neuropsicológica), por
profissional capacitado e de confiança deste Tribunal (fls. 757/809).

Recurso processado e respondido (fls. 848/885).

Remetidos os autos a este E. Tribunal de Justiça,


sobreveio o parecer da D. Procuradoria Geral de Justiça, pelo desprovimento do
apelo (fls. 897/902).

É o relatório.

Cuida-se de ação proposta por A.R. em face de


S'C.P.L., objetivando o suprimento do consentimento paterno para mudança de
domicílio para outro país, em relação ao filho das partes J.V.R.L., menor nascido
em 12/04/2010, atualmente com 10 (dez) anos.

A controvérsia reside, essencialmente, na


irresignação da genitora quanto à negativa de autorização de mudança de seu
filho para o exterior, em sua companhia.

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O recurso não comporta provimento.

O Juízo sentenciante considerou, à luz da opinião


técnica de fls. 558/564, a improcedência do pedido inicial, com a manutenção do
domicílio da criança no Brasil:
“Finda a regular instrução do feito, a demanda
merece ser julgada improcedente.
Com efeito, é cediço que nas ações em que
presentes interesses de crianças e adolescentes, face a toda a sistemática
constitucional e legal conferida ao tema, devem os direitos desta natureza
prevalecer até mesmo em face dos interesses dos próprios genitores da criança
ou do adolescente.
No caso dos autos, a prova produzida nos autos não
trouxe elementos indicativos de que, no momento atual, a modificação de domicílio
do menor é a melhor opção no que tange à satisfação de seus interesses.
Com efeito, a prova técnica produzida, consistente
em estudo psicológico, dá conta de dificuldades de desenvolvimento e
aprendizado enfrentadas pelo menor que requerem especial atenção e análise
mais aprofundada para tratamento adequado.
Nesse sentido, forçoso colacionar-se trecho da
conclusão exarada pela expert do Juízo:
"O atraso de desenvolvimento global observado
na criança e reiterado pela escola precisa ser avaliado
através de estratégias específicas, sendo necessária uma
avaliação neuropsicológica que inclua os dois genitores. O
pai já havia observado tais dificuldades do filho, tendo-as
comunicado à genitora, mas não tomado medidas mais
efetivas de intervenção. A genitora parece não acreditar ou
negar esse contexto, não tendo atendido solicitações tanto
do pai como da escola relacionadas à investigação da
condição de desenvolvimento de J.V.. A. também não
reportou qualquer preocupação relacionada ao
desenvolvimento do menino em perícia. Sob o ponto de vista

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psicológico, consideramos que J.V. tem algumas


necessidades importantes não atendidas pelo casal parental,
referentes à gênese orgânica e/ou ambiental de seu atraso
de desenvolvimento, ao conhecimento de suas
potencialidades e limitações, bem como a possíveis
intervenções que favoreçam a aproximação de seu
desenvolvimento do grau esperado para sua idade.
Recomendamos fortemente que uma avaliação
neuropsicológica seja efetuada no Brasil. (fls. 563).
Não há, deste modo, qualquer evidência clara no
sentido de que, no momento atual, uma severa modificação na vida menor nas
proporções pretendidas pela genitora será benéfica àquele.
Ao contrário, o setor técnico do Juízo foi expresso no
sentido de recomendar que sejam realizados estudos específicos e mais
aprofundados no Brasil acerca das dificuldades suportadas pela criança,
consistentes, inclusive, em avaliação neuropsicológica.
Ora, tratando-se de interesses de criança, deve-se,
evidentemente, agir com cautela.
Não se vislumbra, desde modo, que repentina
modificação de domicílio para outro país seja recomendável, mesmo porque
seriam inequívocos grande impacto cultural e drástica modificação de sua rotina,
inclusive com o afastamento de familiares, tanto do núcleo paterno quanto do
núcleo materno, como bem observado pelo Parquet, o que certamente seria
prejudicial aos seus interesses, notadamente diante das dificuldades atualmente
suportadas pelo menor.
No que concerne, ainda, ao direito de crianças e
adolescentes de conviver com seus familiares, forçoso consignar-se a lição de
Maria Berenice Dias:
"O direito de convivência não é assegurado
somente ao pai ou à mãe, é direito do próprio filho de com eles conviver, o
que reforça os vínculos paterno e materno-filial. É direito da criança manter
contato com o genitor com o qual não convive cotidianamente, havendo o
dever do pai de concretizar esse direito. É totalmente irrelevante a causa da
ruptura da sociedade conjugal para a fixação das visitas. O interesse a ser

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resguardado, prioritariamente, é do filho, e objetiva atenuar a perda da


convivência diuturna na relação parental." ('Manual de Direito das Famílias,
Fls. 459, 9ª Edição, ed. RT)
Acrescente-se, ademais, que o estudo psicológico
realizado em caráter de urgência neste feito expôs ser pouco recomendável que a
genitora seja a única responsável pelos cuidados e decisões sobre o menor, o que
reforça a tese de que, ao menos na atual conjuntura, a mudança de domicílio
pretendida não se releva adequada. Veja-se:
A dinâmica familiar analisada torna pouco
recomendado que a genitora seja a única responsável pelos
cuidados e decisões envolvendo o menino, apesar de sua
amorosa dedicação. Temos elementos para levantar a
hipótese segundo a qual a genitora, não intencionalmente,
apresentaria importante dificuldade emocional para lidar
com o filho concreto e não idealizado, passando a não
enxergar necessidades reais mesmo quando sinalizadas por
outros adultos de sua convivência. Salientamos a
importância de haver participação mais assertiva e efetiva
do genitor para que a criança seja vista e respeitada em suas
especificidades que, até esse momento, parecem negadas
pelo núcleo familiar materno. (fls. 563).
De todo modo, como bem mencionou o Parquet, há
demanda de guarda atualmente pendente junto à 2ª Vara de Família e Sucessões
deste mesmo Foro Regional, de maneira que a questão da modificação de
domicílio poderá ser novamente abordada, inclusive com maior profundidade,
mesmo porque, a propositura da referida demanda tornou convertida até mesmo o
exercício da titularidade da própria guarda do menor.” (fls. 751/753).

Nos termos do artigo 1.634, V, do Código Civil,


compete aos pais, no exercício do poder familiar, conceder ou negar aos filhos,
consentimento para mudarem sua residência permanente para outro Município.

Nesse sentido, vale a transcrição da preciosa


doutrina de Milton Paulo de Carvalho Filho, em referência ao inciso V do art. 1.634

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do Código Civil:

“No mesmo sentido é o disposto no inciso V do artigo,


ao estabelecer que caberá a ambos os pais decidirem pela mudança ou não de
residência permanente dos menores para outro município, não podendo se dar de
forma unilateral por um dos genitores e sem qualquer justificativa, devendo o juiz
analisar os argumentos da parte discordante para suprir ou não a falta de
consentimento, lembrando que a Lei de Combate à Alienação Parental (Lei n.
12.318/2010) prevê a mudança de domicílio para local distante, visando a
dificultar a convivência da criança ou adolescente, com familiares desde ou
com avós, como uma das formas de alienação parental.” (Código Civil
Comentado: doutrina e jurisprudência Coordenador Cezar Peluso, 11 ed. rev. e
atual. Barueri, SP Manole, 2017 pg. 1723 Comentário ao art. 1.634, CC).

Pois bem.

O exame do conjunto fático probatório produzido nos


autos permite inferir que o genitor é presente no cotidiano do menor apesar da
distância física entre a residência materna e paterna (São Paulo - Rio de Janeiro),
exercendo a paternidade responsavelmente.

Ainda que a genitora do menor tenha alegado que a


relação paterno-filial ficaria preservada, e que a mudança de país não traria
prejuízo à convivência do menor com seu genitor, importante se destacar que o
exercício do poder familiar não se limita à visitação nos dias previamente
convencionados.

Neste ponto, destaca-se a lição de Maria Berenice


Dias: “A cessação do vínculo de convivência dos pais não altera as relações deles
com os filhos (CC 1.632). Compete a ambos o pleno exercício do poder familiar.
Ainda que a guarda seja unilateral o não guardião pode ter os filhos em sua
companhia, em períodos estabelecidos por consenso ou fixados pelo juiz.
Igualmente tem ele o dever de supervisionar os
interesses dos filhos. Para isso, tem legitimidade para solicitar informações e até

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prestações de contas, objetivas ou subjetivas, em assuntos ou situações que


direta ou indiretamente afetem a saúde física e psicológica e a educação de seus
filhos (CC 1.583 § 5º).
É atribuição dos dois pais, o dever de dirigir a criação
e a educação dos filhos (CC 1.634 I), tendo ambos o dever de fiscalizar sua
manutenção e educação (CC 1.589). Tanto isso é verdade que, mesmo ao
genitor que não convive com o filho, a escola tem o dever de informar sobre a
frequência e o rendimento do aluno, bem como a execução da proposta
pedagógica da escola (...).” (Manual de Direito das Famílias, 11. ed. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 514/515.)

E não há como se dizer que o efetivo exercício do


poder familiar do genitor não ficaria prejudicado, de modo que a mudança do
infante para o exterior, em companhia materna, não atende aos seus interesses,
ao menos presentemente.

Ademais, como bem colocado na r. sentença, a


existência de ação de guarda nº 1009846-51.2019.8.26.0004, ainda pendente de
instrução, “tornou convertida até mesmo o exercício da titularidade da própria
guarda do menor”, consignando que eventual procedência daquela ação impactará
na rotina do menor, que não pode ser submetido a mudanças ulteriores, desta
proporção, com potenciais prejuízos ao seu desenvolvimento e bem-estar.

Deve-se, portanto, preservar o bem-estar do menor


que, segundo o estudo psicológico apontou, pode não ser beneficiado, ao menos
por ora, pela alteração pretendida:
“A avaliação psicológica em caráter de urgência
permitiu observar que a criança em tela tem a genitora como sua referência de
cuidados e indica vínculo consolidado com os dois genitores, manifestando
satisfação com a convivência paterna.
O atraso de desenvolvimento global observado na
criança e reiterado pela escola precisa ser avaliado através de estratégias
específicas, sendo necessária uma avaliação neuropsicológica que inclua os dois
genitores. O pai já havia observado tais dificuldades do filho, tendo-as comunicado

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à genitora, mas não tomado medidas mais efetivas de intervenção. A genitora


parece não acreditar ou negar esse contexto, não tendo atendido solicitações
tanto do pai como da escola relacionadas à investigação da condição de
desenvolvimento de J.V.. A. também não reportou qualquer preocupação
relacionada ao desenvolvimento do menino em perícia.
Sob o ponto de vista psicológico, consideramos
que J.V.r tem algumas necessidades importantes não atendidas pelo casal
parental, referentes à gênese orgânica e/ou ambiental de seu atraso de
desenvolvimento, ao conhecimento de suas potencialidades e limitações,
bem como a possíveis intervenções que favoreçam a aproximação de seu
desenvolvimento do grau esperado para sua idade. Recomendamos
fortemente que uma avaliação neuropsicológica seja efetuada no Brasil.
A dinâmica familiar analisada torna pouco
recomendado que a genitora seja a única responsável pelos cuidados e
decisões envolvendo o menino, apesar de sua amorosa dedicação. Temos
elementos para levantar a hipótese segundo a qual a genitora, não
intencionalmente, apresentaria importante dificuldade emocional para lidar
com o filho concreto e não idealizado, passando a não enxergar
necessidades reais mesmo quando sinalizadas por outros adultos de sua
convivência. Salientamos a importância de haver participação mais assertiva
e efetiva do genitor para que a criança seja vista e respeitada em suas
especificidades que, até esse momento, parecem negadas pelo núcleo
familiar materno (fl. 563).”

Dessa forma, de rigor a manutenção da sentença,


que não comporta reparos.

Diante do desfecho dado ao recurso de apelação


interposto pelos autores, ficam os honorários em favor do patrono do réu
majorados para 20% sobre o valor atualizado da causa, já considerada a
sucumbência recursal, o que atende ao disposto no art. 85, §§ 2º e 11, do CPC.

Ficam as partes intimadas desde logo que, havendo


interposição de embargos de declaração contra o presente acórdão, que se

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manifestem no próprio recurso sobre eventual oposição ao julgamento


virtual, nos termos do artigo 1º da Resolução nº 549/2011, com a redação
alterada pela Resolução nº 772/2017 do Órgão Especial deste E. Tribunal de
Justiça. No silêncio, os autos serão automaticamente incluídos no
julgamento virtual.

Do exposto, pelo meu voto, nego provimento ao


recurso.

ANGELA LOPES
Relatora

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